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sábado, 17 de fevereiro de 2024

Tecnologia climática

O The Spark, boletim informativo sobre clima do MIT Technology Review, comentou os 10 Breakthrough Technologies, lista da MIT Technology Review sobre tecnologias que mudam o mundo ressaltando itens de tecnologia climática. Daí, emergem as células solares mais eficientes e mais baratas sabendo que a maioria das células solares usam silício para absorver luz solar e transformá-la em eletricidade, no entanto, outros materiais podem fazer esse trabalho incluindo as perovskitas, classe de materiais cristalinos que absorvem diferentes comprimentos de onda de luz e a associação dos 2 empilhados formam célula super eficiente. Definitivamente, há barreiras à comercialização da tecnologia pois as perovskitas são difíceis de fabricar e históricamente degradam rapidamente, mas algumas empresas dizem que estão perto de transformá-las em energia solar comercial. Outra tecnologia destacada são os Sistemas geotérmicos aprimorados que sugam calor da terra transformando energia geotérmica em eletricidade, necessitando conjunto de fatores para aproveitar  energia que irradia do núcleo do planeta, ou, calor próximo da superfície, rochas permeáveis e fluidos subterrâneos, que reduzem os locais potenciais para energia geotérmica utilizável. Já, as bombas de calor, dispositivos, que resfriam e aquecem usando eletricidade, super eficientes, não violando nenhuma lei, física ou não, superou as vendas dos fornos à gás em 2023 pela primeira vez nos EUA e, globalmente, as bombas de calor têm potencial de reduzir emissões em 500 milhões de toneladas métricas em 2030, tanto quanto retirar das estradas os carros que hoje rodam na Europa. Considerando que 2023 foi o ano mais quente registrado, conforme o serviço climático da UE, o laboratório nacional da Califórnia no final de 2022 alcançou marco na pesquisa de fusão, enquanto a Índia apressa em satisfazer procura de eletricidade recorrendo ao carvão e dobrando a produção até 2030. A Noruega abrirá partes do Mar da Noruega à mineração no fundo do mar, como o Japão, Nova Zelândia e Namíbia que considerarm permitir que esta nova indústria opere nas suas águas, segundo eles, a mineração do fundo marinho pode ser fonte de materiais à baterias, com ambientalistas preocupados em danos potenciais, ao passo que a montadora chinesa BYD se prepara para conquistar o mundo vendendo mais híbridos plug-in e EVs que a Tesla em 2023 em rápido crescimento à 2024.

Investigadores descobriram solução à enigma de longa data combinando conhecimentos teóricos recentes com requinte algorítmico prático, propondo abordagem eficiente à fixação de preços no mercado da eletricidade, sendo que a nova metodologia aborda complexidades da crescente prevalência de energias renováveis reduzindo tempo de execução computacional e pagamentos fora do mercado que oneram operadores, sendo que as conclusões foram descritas em estudo que estabelece base à atualização dos sistemas atuais que gerem eletricidade. O problema reside na utilização atual de modelos de programação linear inteira mista, PLMI, pelos operadores do mercado de eletricidade para alocar e precificar, embora eficientes, estes modelos têm custo podendo incorrer em déficet orçamentário devido aos necessários pagamentos fora do mercado aos participantes, enquanto à medida que as fontes de renováveis alteram a dinâmica tradicional do mercado com sua ascensão, estes modelos MILP enfrentam problemas de escala e complexidade que ameaçam viabilidade futura. A solução inovadora da investigação depende de mecanismo informado pela teoria do markup, que permite fixação de preços em mercados com não convexidades, áreas que tradicionalmente desafiam o equilíbrio de preços, sendo que os resultados experimentais demonstram redução no tempo computacional à problemas relevantes e perda mínima de eficiência na utilização do método, além disso, a abordagem evita a questão do déficit orçamentário, reduzindo pagamentos no mercado em comparação aos métodos padrão. O estudo imagina mercado energético eficiente e adaptável às mudanças em direção à sustentabilidade e, à medida que avançam as energias renováveis, as melhorias fora do mercado, questão espinhosa aos reguladores, tornam-se coisa do passado abrindo caminho à indústria que calcula preços e alocações justas, sem contratempos financeiros que distorcem sinais do mercado e pressionam orçamentos e, quanto a implementação, operadores do mercado poderão impulsionar nova era de preços da eletricidade tão dinâmica quanto os recursos dos quais  cada vez mais dependem.

Moral da Nota: o primeiro carro elétrico do mercado com bateria de sódio é lançado na China, alternativa às baterias de lítio, cujo fabricante chinês JAC Motors lidera a inovação com o Yiwei circulando em janeiro de 2023 e, atrás da JAC Motors, a Volkswagen exerce controle com participação de 50%, enquanto a outra metade pertence à Anhui Jianghuai Automobile Group Holdings, JAG, sob o governo chinês e, no caso da marca Yiwei, a influência da Volkswagen se expande à 75% ao apresentar o Sehol E10X, veículo com autonomia de 252 kms, bateria de 25 kWh e 120 Wh/kg. Com menor densidade energética, as baterias de sódio destacam-se pela acessibilidade e maior estabilidade térmica e, no Yiwei EV, mantém características do modelo anterior com bateria de íons de sódio fornecida pela HiNA e processo de rebranding em que a JAC Motors monta as baterias de sódio em sua estrutura modular, comparável ao CTP da CATL e ao Blade da BYD, com capacidade de carga de 3C a 4C, prometendo atingir de 10% a 80% de carga em 20 minutos. As baterias de sódio surgem como aposta na procura de alternativas às baterias de lítio, apesar da desvantagem na capacidade de armazenamento de energia, com o destaque da acessibilidade e maior estabilidade térmica, reduzindo riscos de incêndio e garantindo ótimo desempenho em condições climáticas extremas desempenhando papel fundamental na popularização dos veículos elétricos graças ao custo acessível.


sábado, 10 de fevereiro de 2024

Integração

O governo da Nigéria implementou regulamentações que fomentam integração generalizada da política blockchain aprovada no país, com  interesse no ecossistema blockchain e fintech, sendo que a Política Nacional Blockchain tem como objetivo lograr crescimento econômico, criação de emprego e inclusão financeira. O presidente da SiBAN, Associação de Stakeholders Blockchain da Nigéria, explicou na Agência Nacional de Desenvolvimento de Tecnologia da Informação e Stakeholders in Blockchain Technology Association of Nigeria Stakeholders' Policy Dialogue em Lagos da necessidade de estabelecer marco regulatório progressista para acelerar incorporação da tecnologia em setores da economia. Movimento que segue firma da Política Nacional Blockchain com o presidente da SIBAN esclarecendo que a Nigéria está equipada para implementar blockchain, sendo que a SIBAN é associação de atores da indústria blockchain e ativos digitais que serve como autorregulador à panorama de ativos digitais mais amigável na Nigéria.

Desde o lançamento da política nacional blockchain em maio de 2023 pelo Diretor Geral da Agência Nacional de Desenvolvimento de Tecnologias de Informação, o potencial da tecnologia é de grande alcance, sendo que o documento de política blockchain afirma que a tecnologia tem potencial de impulsionar crescimento econômico, fomentar criação de emprego e abordar inclusão financeira, mostrando que "é a primeira vez que temos casa cheia de atores da indústria, reguladores e operadores listados à adoção completa e, a política blockchain posiciona a Nigéria como pioneira no panorama da economia digital do continente, se for completamente implementada." Avanços tecnológicos impulsionam países e posicionam a Nigéria como competidor no cenário global de forte retorno cuja viagem à integração blockchain na corrente principal da Nigéria não é simplesmente iniciativa governamental, mas colaboração pela determinação coletiva dos interessadas em posicionar o país como líder global. O Conselho Executivo Federal nigeriano aprovou a política nacional sobre blockchain para ajudar desenvolver marco normativo que regula adoção da tecnologia, sendo que a Nigéria, uma das nações mais curiosas do mundo sobre criptomoedas como bitcoin, aprovou política nacional blockchain em maio de 2023 em resposta a memorando apresentado pelo Ministro de Comunicações e Economia Digital. O Ministério Federal de Comunicações e Economia Digital, FMCDE, citou relatório da Price waterhouse Coopers, PwC, que previu adoção generalizada blockchain em indústria contribuindo ambientalmente com US$ 1,76 bilhão ao PIB mundial para 2030, 1,4% do PIB mundial, sendo que a  FMCDE elaborou política sobre blockchain através de consultas aos setores público e privado, em nome do governo federal, em linha com o 7º pilar da política e estratégia nacional de economia digital centrada na sociedade digital e tecnologias emergentes. A estratégia de adoção blockchain, publicado 2020, afirma que a tecnologia e a razão descentralizada "facilitaria o desenvolvimento da economia digital nigeriana" estabelecendo economia em blockchain que facilite transações seguras, troca de dados e troca de valor entre particulares, empresas e governo esperando-se que a aplicação tenha impacto favorável nos setores público e privado. A adoção blockchain inclui iniciativas direcionadas para estabelecer consórcio blockchain na Nigéria, reforçar marco normativo e jurídico, promover identidade digital, criar programas de incentivos empresariais à blockchain, fomentar alfabetização digital e consciência sobre blockchain estabelecendo sandbox nacional para testes e pilotos, apesar desta nova política, transações com criptomoedas continuam ilegais no país.

Moral da Nota:  no Quênia, carros eléctricos conduzem revolução silenciosa em Nairobi, em que pelo menos 2 startups de mobilidade procuram fazer incursões no mercado de transportes da cidade com alternativas modernas e sustentáveis aos omnipresentes matatus, microônibus privados de Nairobi, que produz 90% da eletricidade a partir de fontes renováveis principalmente energia geotérmica e hidroelétrica com capacidade de rede excedentária, importando combustíveis petrolíferos e, se a energia limpa pudesse ser canalizada ao setor dos transportes, ajudaria a melhorar sua situação. Lar de mais de 5 milhões de pessoas, Nairobi e os matatus, minicarros privados e táxis partilhados, “são fundamentais à forma como pessoas se deslocam”, com o diretor do programa para África no Instituto de Políticas de Transportes e Desenvolvimento esclarecendo que “na cidade, temos 40% das viagens em transporte público.” O CEO e co fundador da BasiGo, startup de mobilidade que busca eletrificar os ônibus com o fabricante sueco-queniano de veículos elétricos Roam de olho no setor de transporte de massa de Nairóbi,  lançando frotas que marcam o início de novo capítulo à  cultura matatu da cidade, sendo que a BasiGo importou 2 ônibus de 25 lugares da chinesa de veículos elétricos BYD e iniciou esquema piloto em março de 2022 operando em  rota fixa em Dandora, bairro no leste de Nairóbi, afirmando que os 2 ônibus transportaram 175 mil passageiros dirigindo mais de 135 mil kms até o momento, sendo que o “mais notável é que, durante esse tempo, tiveram menos de 2 dias de inatividade técnica”. A chegada de mais 15 ônibus importados em kits e construídos na cidade costeira de Mombaça, criando empregos e reduzindo impostos, sendo que a empresa planeja ter 100 ônibus elétricos na estrada até o fins de 2023 e  a BasiGo vende diretamente aos operadores privados de Nairobi através de esquema de “pague conforme conduz” podendo comprar um ônibus elétrico BYD por custo inicial semelhante ao de um ônibus a diesel. Como parte do acordo, motoristas recebem serviços e manutenção dos ônibus, além de cobrança gratuita com infraestrutura de carregamento que utiliza rede nacional implantada ao longo de rotas movimentadas em estações onde  param a noite, sendo que os ônibus da BasiGo têm autonomia de 250 kms e recarregam em 4 horas, segundo o modelo da empresa, a BasiGo mantém propriedade da bateria, 40-50% do valor do veículo”, que significa que após 8 anos ou 600 mil kms  é substituída e a velha recebe 2ª vida em aplicação não veicular ou é reciclada. O Roam Move é ônibus menor projetado para competir com o tradicional mercado matatu custando 0,16 dólares por km, em comparação aos  0,40 a 0,48 dólares por equivalente a diesel e, através de financiamento motoristas recuperam o custo do veículo em 4 a 5 anos. O BasiGo e Roam estão mirando além de Nairobi e Quênia sendo que "este modelo de eletrificação escalável do sistema de transporte público à outros mercados” como Ruanda, Uganda, Tanzânia e Etiópia, países potenciais à expansão do BasiGo, sendo que a Roam afirma que procura concursos ao Roam Rapid na África Oriental planejando implementar na região no final de 2024.


terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Deslocados

Estudo publicado na Nature Communications e investigação da organização First Street Foundation, mostra que Inundações forçam milhões de pessoas  se deslocarem dentro dos EUA, além de transformar lugares onde vivem, sendo que nas primeiras 2 décadas do século XXI, a ameaça de inundações convenceu milhões de pessoas evitar zonas de risco ou abandonar locais perigosos.  A mudança climática intensifica furacões e aumenta quantidade de tempestades que ocorrem no centro-norte dos EUA e, investigadores dizem que nas próximas décadas, milhões decidirão que é demais suportar e emigrarão, sendo que a First Street descobriu que alterações climáticas deixam vencedores e perdedores a nível de bairros e quarteirões. A nível nacional, americanos ignoram ameaça do aquecimento global quando decidem onde viver, por exemplo, a Florida, vulnerável ao aumento do nível dos oceanos e às tempestades intensas, registra crescimento populacional não levando em conta modo como pessoas se comportam a nível local, ao passo que a maioria das viagens é de curta distância, as pessoas ficam perto da família, amigos e trabalho. O diretor de investigação da First Street, esclarece que o aumento populacional nos estados do sul dos EUA é motivado por razões “que vão além” do que é aparente a olho nu, explicando que “as pessoas querem morar em Miami" prevendo que acontecerá nos próximos 30 anos em que quarteirões de Miami com alta probabilidade de serem atingidos por forte tempestade sofrerão declínio populacional, embora projete que grande parte da cidade absorva mais pessoas. Por detrás das descobertas estão dados sobre riscos de inundações, tendências demográficas e razões pelas quais pessoas deslocam, permitindo investigadores isolar impacto das inundações, apesar das condições econômicas locais e fatores que motivam fazerem as malas e mudarem-se à outro lugar em que analisaram mudanças populacionais em áreas pequenas, reduzindo-as a blocos censitários. A First Street avalia que quarteirões cresceram rapidamente e teriam crescido mais rápido se as inundações não fossem problema, enquanto locais em expansão propensos a inundações, poderiam ter crescido quase 25% mais atraindo 4,1 milhões de habitantes adicionais, caso os riscos fossem menores. Identificaram áreas onde riscos de inundações provocam ou agravam declínio populacional, áreas que chamaram de “áreas de negligência climática” e, ao longo de um período de 2 décadas, 3,2 milhões de pessoas abandonaram esses bairros por riscos de inundações. O professor especializado em análise de risco e seguros na Universidade de Wisconsin, campus de Madison, esclarece que quando a First Street fez as projeções à 2023, áreas de abandono climático estavam em Michigan, Indiana e partes do centro-norte dos EUA ao passo que o risco de inundações é fator que alavanca mudanças e não significando que comunidades estejam ficando vazias, declarando que “o povo pode viver em locais mais apropriados dentro dessas comunidades, tanto em Detroit quanto Miami”. Conforme o especialista em demografia e autor de estudos na Florida State University esclarece, idosos deslocam-se com menos frequência o que representa despesa, por isso, se as pessoas não receberem assistência suficiente e não tiverem meios é provável que permaneçam em zonas de risco e, quando alguém inicia mudança, pode criar impulso à que outros também deixem a área, ficando menos residentes à apoiar economia local em declínio.

Neste contexto, reguladores da Califórnia aprovaram regras visando permitir que agências de água reciclem águas residuais e utilizem para levá-las a residências, escolas e empresas, que quando usadas acabam em vários lugares, em  pista de patinação no gelo em Ontário, pistas de esqui do Lago Tahoe ou terras agrícolas do Vale Central do estado, agora, nas torneiras da cozinha. Grande passo à estado que luta para ter fonte confiável de água potável aos mais de 39 milhões de habitantes, mostrando mudança na opinião pública em torno de tema que há 2 décadas provocou críticas que afundaram projetos semelhantes e, desde então, a Califórnia sofre múltiplas secas extremas, a mais recente, segundo os cientistas, um período de 3 anos mais seco já registado e deixou as reservas do estado em níveis perigosamente baixos, com o CEO da WateReuse California, grupo que defende o uso de água reciclada, dizendo que “água é muito valiosa na Califórnia, sendo importante que utilizemos mais de uma vez”. A Califórnia utiliza águas residuais recicladas há décadas, com o time de hóquei da liga secundária Ontario Reign utilizando para fazer gelo na sua pista no sul da Califórnia e, a estação de esqui de Soda Springs, perto do Lago Tahoe, produziu neve, enquanto agricultores do Vale Central, onde são cultivadas frutas e nozes do estado,utilizam-na para irrigar colheitas. No entanto, nunca foi utilizado para consumo humano direto, agora, o Orange County opera um grande sistema de purificação de água que recicla águas residuais e as utiliza para reabastecer aquíferos subterrâneos misturando as águas subterrâneas por meses e depois bombeada e usada novamente para beber. O vice-diretor da divisão de água potável do Conselho de Controle de Recursos Hídricos da Califórnia, esclarece que as regras permitirão, mas não exigirão, que as agências de abastecimento de água recolham águas residuais, tratem-nas e depois utilizem-nas para fornecer água potável, sendo que a Califórnia será o segundo estado a permitir tal uso atrás do Colorado e, com as novas normas que exigem ser as águas residuais tratadas para eliminar agentes patogênicos e vírus, mesmo que não sejam encontrados, diferindo dos padrões típicos de tratamento de água, que exigem apenas tratamento contra patógenos conhecidos, sendo que o tratamento é tão rigoroso que remove minerais que tornam a água potável saborosa, significando que devem ser adicionados novamente no final do processo tornando a “qualidade da água potável a mesma e provavelmente melhor em muitos casos”.

Moral da Nota:  as relações entre americanos e mudanças no clima através da tecnologia nos remete ainda ao fato que o Condado de Los Angeles oferece terapia virtual gratuita de saúde mental à estudantes, sendo que a teleterapia é um dos 4 projetos que receberão até US$ 83 milhões do Programa de Incentivo à Saúde Mental.  As Escolas Públicas lançaram iniciativa para oferecer serviços de saúde mental gratuitos a 1,3 milhão de alunos do ensino fundamental e médio, teste fundamental do extenso programa de US$ 4,7 bilhões do governador da Califórnia, para abordar a crise de saúde mental entre jovens. Inseridos nos planos Medi-Cal que oferecem seguro saúde à residentes de baixa renda em colaboração com o Escritório de Educação e Departamento de Saúde Mental, o programa é baseado em serviços de teleterapia fornecidos pela Hazel Health, uma das empresas que surgiram para suprir a escassez de serviços de saúde mental,  agravado na pandemia. A teleterapia é um dos 4 projetos do condado de Los Angeles que receberão US$ 83 milhões do Programa de Incentivo à Saúde Mental Estudantil do estado, componente do “plano diretor” para preencher lacunas no acesso dos jovens aos serviços de saúde mental, sendo que o “fato de ser gratuito e de um profissional ensinar estratégias de enfrentamento significa muito” "cujos resultados já são visíveis.” O contrato da Hazel Health ajuda escolas sobrecarregadas lidar com aumento da procura destes serviços, prometendo ser iniciativa piloto para demonstrar eficácia da terapia virtual à estudantes e capacidade dos educadores e administradores gerir de modo eficaz programa grande e sensível em colaboração com empresa com fins lucrativos. Até agora, 607 estudantes do condado participaram nas sessões desde que foram oferecidas pela primeira vez em Compton em dezembro de 2022, segundo a chefe de serviços de bem-estar e apoio do Gabinete de Educação, reconhecendo problemas iniciais, esclarecendo que a que Hazel é “ferramenta na caixa de ferramentas”. A teleterapia desempenha papel importante nas escolas do país, à medida que educadores e assistentes sociais enfrentam pressão para abordar problemas crescentes de saúde mental e, conforme relatório da Chalkbeat, 13 dos 20 maiores distritos escolares do país incluindo o Los Angeles Unified adicionaram-no desde o início da pandemia. O condado de Los Angeles prevê pagamento à empresa de até US$ 20 milhões até fins de 2024, além disso, a Hazel pode cobrar o seguro dos estudantes, sendo que a empresa sediada em São Francisco, fundada em 2015, levantou US$ 112,5 milhões de investidores tem contratos em 15 estados e, entre as empresas que procuram verbas à saúde mental dos jovens está outra startup de São Francisco, a Daybreak Health, formada pela incubadora tecnológica Y Combinator, com BeMe, Brightline e Kooth, sendo que a Califórnia contratou Brightline e Kooth à iniciativa estadual de US$ 532 milhões em 2024 em serviços comportamentais virtuais à jovens, com alguns programas estaduais e locais se sobrepondo, reconhecendo a cofundadora e CEO da Brightline que as ofertas da Brightline são mais amplas que o que Hazel faz nas escolas com serviços que vão desde sessões de coaching à cuidadores até recursos de saúde e meditação.


domingo, 4 de fevereiro de 2024

2024 pede passagem

Até fins de 2024 Delegados de todo o mundo devem finalizar tratado da ONU que irá “mitigar poluição plástica”, no entanto, enfrenta atrasos, com 3 sessões de negociação até agora e mais 2 agendadas ao fins de 2024 e, apesar dos sinais de progresso, interesses da indústria petroquímica resistiram propostas mais ambiciosas para limitar produção de plástico preferindo tratado centrado na limpeza do lixo plástico e melhoria das taxas de reciclagem. Sem progressos significativos na mais recente ronda de negociações é possível que seja necessário prazo alargado para entregar  tratado final e, para alguns envolvidos nas negociações, tudo bem se  significar acordo mais forte, no entanto, a pressão persiste pois cada ano sem um tratado significa mais poluição plástica não controlada. Sobre a Lei de Redução da Inflação dos EUA,  incentivos à descarbonização tornaram-se acessíveis como créditos fiscais à instalação de energia solar e de bombas de calor, enquanto outros demoraram mais para ter efeito já que destina US$ 8,8 bilhões à eletrificação residencial e redução do consumo de energia, especialmente em agregados familiares de baixo rendimento, aí, placas de indução e máquinas de secar roupa energéticamente eficientes que não têm descontos financiados pelo governo federal com o Departamento de Energia  em processo de financiamento aos estados participantes, responsáveis por colocar o dinheiro nos bolsos dos americanos.

Em Porto Rico 1,2 milhão de casas já instalam 3.400 sistemas residenciais de energia solar e armazenamento de baterias em telhados/mês enquanto o Departamento de Energia aplicará US$ 440 milhões em financiamento residencial-solar,  suficiente à 30 mil casas, com analistas prevendo que até 2030, um quarto dos agregados familiares terão sistemas fotovoltaicos, dependendo, em parte, da aprovarção de lei pendente que protegeria a medição líquida até então. A maior central de captura de carbono do mundo foi inaugurada no Texas, construtores de um gasoduto de CO2 que seria utilizado à transportar emissões cativas até o destino final no subsolo cancelaram o projeto face à resistência regulamentar, ao passo que  ativistas climáticos são céticos em relação à captura de carbono como estratagema da indústria para continuar queimar combustíveis fósseis, já que o mercado de captura de carbono  cresce na sequência de políticas governamentais favoráveis e a utilização da tecnologia se alastra em sectores tradicionais como instalações de gás natural, cimento, aço e ferro. A United Auto Workers ganhou provisões para funcionários de veículos elétricos após greve das montadoras de Detroit, Ford, Stellantis e General Motors lançando campanhas de organização em 13 lojas não sindicalizadas, incluindo veículos eléctricos como Tesla, Volkswagen e Hyundai anunciando inscrições de novos membros à medida que a indústria se desloca aos VE. Depósitos importantes de terras raras e outros minerais críticos à expansão das energias renováveis continuarão crescer no oeste e sudeste dos EUA como o Mar Salton na Califórnia e o lítio na Carolina do Norte bem como no Alasca, desenvolvimentos, ao lado de incentivos da Lei de Redução da Inflação, reforçarão indústrias nacionais de mineração e renováveis em 2024, sendo que muitas das descobertas são feitas em minas de carvão e campos petrolíferos por empresas de combustíveis fósseis que diversificam carteiras, esperando-se boom nos esforços para reformar leis em torno da indústria mineira mal regulamentada, bem como ativismo comunitário contra locais como a mina de lítio Thacker Pass, no Nevada. À agricultura, 2024 poderá ser o maior ano até agora na agricultura “inteligente em termos climáticos” com bilhões de dólares que o Congresso destinou na Lei de Redução da Inflação fluindo aos agricultores que plantam árvores e cobrem culturas que sequestram carbono, sendo que legisladores tem oportunidade de conseguir mais fundos na lei agrícola, através de amplo pacote legislativo que será renovado em 2024 e com defensores do clima insatisfeitos com  resultados, sendo que a luta sobre o que é considerado “inteligente em termos climáticos” esquenta à medida que subsídios vão à ferramentas como digestores de metano que alguns defensores culpam por sustentar os grandes poluidores.

Moral da Nota: em 2020, um juiz federal ordenou que a EPA investigasse reclamações ao abrigo do Título VI da Lei dos Direitos Civis, que proíbe discriminação com base na raça ou origem nacional em programa que receba financiamento do governo federal, desde então, comunidades  tentam usar a lei para alcançar justiça ambiental enquanto a agência abandou o caso de maior destaque em matéria de direitos civis no “Beco do Câncer” no Louisiana, na sequência de ação judicial movida pelo procurador-geral do estado, no entanto, em 2024 é provável que a EPA processe  reclamações do Título VI em estados com agências ambientais cooperativas e evite pressionar estados amigos da indústria,como Louisiana e Texas fazerem grandes mudanças. Fabricantes de produtos químicos como 3M, DuPont e Chemours forçados a acordos em 2023 com coligações de estados, cidades e municípios sobre PFAS, “produtos químicos eternos” mortais, que as empresas conscientemente lançaram no ambiente, em 2024 se determinará quão difundido é o problema no abastecimento de água dos EUA, com Minnesota, legisladores apresentando projeto de lei que exigiria que a 3M e grandes corporações químicas paguem por exames médicos às comunidades expostas ao PFAS e na Carolina do Norte, onde a ONU  declarou que a poluição por PFAS é  violação dos direitos humanos.


quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

Abordagem teórica

Abordagens matemática ganham impulso na oncologia fornecendo informações sobre evolução e oportunidades terapêuticas, assim, dados a partir de análises matemáticas apoiam achados histológicos e resultados genomônicos, em que a teoria dos jogos, por exemplo, auxilia compreender interações “sociais” entre células malignas e, com esta perspectiva a comunidade científica compreende eventos que interagem na doença, em realidade, considera o tumor como coletividade regida por regras pré definidas, abrindo assim, possibilidades terapêuticas aos pacientes. Daí, estudo intitulado “Insights sobre heterogeneidade intratumoral”, publicado na Trends in Cancer, com participação do Instituto Biocruces do País Basco, Hospital San Giovanni Bosco de Turim e PUC, Rio de Janeiro, Pontifícia Universidade Católica, do Brasil, apóia o conceito que seria aconselhável aplicar terapêuticas para manter níveis de heterogeneidade celular em um tumor, buscando retardar a progressão e melhorar sobrevivência. Inserido na teoria dos jogos estudada por Nash, o jogo falcão-pomba é ferramenta matemática desenvolvida para analisar a cooperação e competição em biologia e, quando aplicado a coletividades de células malignas, explica comportamentos tumorais competindo por recurso externo, conforme o professor Ikerbasque Annick Laruelle, especialista em teoria dos jogos do Departamento de Análise Econômica da Universidade do País Basco,  “é teoria de decisão onde o resultado não depende da própria decisão, mas da decisão dos outros atores” e, no jogo, células podem agir de modo agressivo como um falcão, ou, passivo como uma pomba, para adquirir recurso.” Utilizou o jogo para analisar interações celulares bilaterais em carcinomas renais de células claras agressivos em 2 cenários, de baixa heterogeneidade tumoral, quando 2 tipos de células competem por um recurso e outro de alta heterogeneidade, quando a competição ocorre entre 3 tipos de células tumorais, ao passo que carcinoma de células renais de células claras tem esse nome porque as células tumorais parecem claras e, para o estudo, tomaram esse tipo de carcinoma como caso representativo por se tratar de paradigma estudado de heterogeneidade intratumoral referindo-se à coexistência de subpopulações celulares em um mesmo tumor. Mostraram assim, como fundamentos da heterogeneidade intratumoral, corroborados do ponto de vista histológico e genomônico, são apoiados pela matemática usando o jogo falcão-pomba considerando que convergência de resultados em disciplinas diversas reforça o papel da investigação médica conferindo à heterogeneidade intratumoral posição central na abordagem de estratégias terapêuticas” conjecturando que “heterogeneidade intratumoral se comporta conforme trilhas semelhantes em outros tumores.” Em resumo, a questão tem consequências práticas no tratamento de tumores malignos, já que a chegada de novas moléculas enriquece oportunidades de tratamento do câncer na oncologia de precisão, contudo, investigadores afirmam que “descobrir nova molécula é encontrar melhor estratégia à utilizar, até agora, a abordagem proposta baseia-se na administração da dose máxima tolerável ao paciente, no entanto, obriga células tumorais desenvolverem resistência transformando o tumor original em neoplasia com baixa heterogeneidade intratumoral composta por células resistentes”, portanto, terapia destinada preservar a elevada heterogeneidade intratumoral pode fazer sentido conforme a abordagem teórica, uma vez que pode retardar crescimento do câncer e obter sobrevida mais longa, perspectiva que ganha interesse na oncologia.

No conceito de transformação, capturar CO2 e transformá-lo em nanofibras de carbono ganha força no combate ao aquecimento global, enquanto o armazenamento de CO2  e conversões de CO2 produzem produtos químicos ou combustíveis à base de carbono cuja utilização liberta CO2 de volta à atmosfera. Sob o título "Fixação de CO2 em nanofibras de carbono usando catálise eletroquímica-termoquímica em tandem", pesquisa publicada na r Nature Catalysis desenvolvida pela equipe da Universidade de Columbia em Nova York e pelo Laboratório Nacional de Brookhaven esclarece o modo de converter CO2 em nanofibras de carbono, classe de materiais com ampla gama de propriedades e usos potenciais a longo prazo, sendo que o método usa reações eletroquímicas e termoquímicas que ocorrem em temperaturas e pressão ambiente relativamente baixas. Permite que o CO2 na atmosfera seja convertido em nanofibras de carbono por reações eletrocatalíticas e termocatalíticas em conjunto para converter CO2  em nanofibras de carbono "fixas", produzindo hidrogênio como um subproduto benéfico, ao passo que  nanofibras de carbono seriam usadas para reforçar materiais de construção como cimento e reter carbono no cimento. A abordagem poderia capturar carbono em forma sólida, útil para mitigar aumento líquido de CO2 na atmosfera, ou alcançar diminuição líquida, por exemplo, nanofibras de carbono poderiam ser introduzidas no cimento para reforçá-lo, desta forma, o carbono ficaria retido no concreto por 50 anos ou mais e depois desse tempo, o mundo certamente já utilizaria fontes renováveis ​​que não emitem carbono, sendo que o método produz hidrogênio, H2, combustível alternativo promissor que, quando utilizado, não gera emissões poluentes.

Moral da Nota: no Oceano Ártico, uma classe de produtos químicos nocivos denominados “produtos químicos eternos”, PFAS, em que estudo da Universidade de Rhode Island, nos EUA, intitulado “Perfis derivados de amostradores passivos e fluxos de massa de substâncias alquil perfluoradas, PFASs, através do Estreito de Fram no Atlântico Norte” e publicado na Environmental Science & Technology Letters, da American Chemical Society, revela impossibilidade de reter compostos conhecidos como substâncias per e polifluoroalquil, PFAS, indefinidamente, que vagam mesmo em regiões mais povoadas que o Ártico. O estudo indica que os PFAS são transportados em ciclo de feedback, com o Oceano Ártico potencialmente exportando tantos PFAS quanto recebe ao Oceano Atlântico Norte, de modo que os compostos têm itinerário que os leva ao redor do mundo e, para chegar ao Ártico, alguns PFAS viajam pelo ar e pousam na superfície do oceano enquanto outros entram por oceanos adjacentes. O impacto potencial nos organismos marinhos depende de quais PFAS estão presentes e em que quantidades, considerando que estão em constante mudança à medida que a água flui entre o Ártico e o Atlântico Norte, ao passo que estas massas de água estão ligadas pelo Estreito de Fram, a nordeste da Gronelândia, perto do arquipélago de Svalbard, enquanto a água quente viaja ao norte no lado oriental do estreito e a água fria flui ao sul no lado oeste, proporcionando acesso dinâmico ao transporte PFAS. Os pesquisadores implantaram sistemas de amostragem passivos que capturaram PFAS em membrana microporosa à medida que flui a água com  sistemas em 3 locais no Estreito de Fram e em 4 profundidades em cada local e, após um ano, recuperou os sistemas e mediu os PFAS coletados usando cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massa, observando que 10 PFAS foram detectados em pelo menos um amostrador passivo e não foi encontrada substância que havia sido detectada na área por equipes de pesquisa anterior, 2 compostos conhecidos, ácido perfluorooctanóico, PFOA, e perfluorooctano sulfonato, PFOS, em fase de eliminação progressiva estavam presentes em níveis mais elevados. PFAS foram encontrados em águas abaixo de 1 km de profundidade sugerindo que poderiam ter chegado lá ao se fixarem em partículas que caíam no fundo do mar, levando ao cálculo de quantidades de PFAS que fluem em cada direção através do Estreito de Fram, mostrando que, em um ano, 123 toneladas viajaram ao Ártico e 110 toneladas ao Atlântico, valores de contaminantes mais altos registrados no Estreito demonstrando quão significativa é a circulação de ida e volta de PFAS no Ártico.


quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Justiça climática

Começa em Londres a audiência sobre a maior ação ambiental coletiva do mundo movida contra a Vale e a BHP pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, MG, em 2015, movida pelos indígenas do povo Krenak, representantes quilombolas, famílias de vítimas, prefeitos e procuradores de 15 cidades que foram a Londres acompanhar os 2 dias de audiência do caso do rompimento da barragem, fato acontecido há 8 anos, em que as sessões na corte britânica definirão o cronograma do julgamento marcado para outubro de 2024, que em caso de condenação pode custar a  BHP e a Vale, indenizações que chegam a R$ 230 bilhões de reais, com advogados da Pogust Goodhead, representantes das vítimas, avaliando danos estimados  nas perdas fornecidas pelos clientes individuais, municípios, quilombolas, indígenas e instituições religiosas afetadas pela queda da barragem. As audiências durarão 2 dias com a juíza Finola O'Farrell, da Alta Corte de Londres tendo pela frente o cronograma datado de 5 de novembro de 2015 em que a barragem de Fundão, próxima de Mariana e Bento Rodrigues, rompeu, liberando quase 40 milhões mts³ de dejetos minerais poluentes, com a lama percorrendo 650 km através do Rio Doce chegando ao Atlântico, destruindo cidades, matando 20 pessoas além de devastar flora e fauna nas terras Krenak. Desde 2018, a anglo-australiana BHP enfrenta na justica inglesa a maior ação ambiental coletiva do mundo, movida por 700 mil pessoas atingidas pelo rompimento da barragem do Fundão, quando em 2022,  a corte inglesa confirmou jurisdição do caso, a empresa entrou com pedido para que a Vale respondesse pelo pagamento de eventual indenização e, depois de recorrer e perder os recursos apresentados, a Vale foi incluída no processo, daí, as 2 mineradoras controladoras da Samarco  respondem pela operação em Mariana, sendo que os rejeitos tóxicos  chegaram ao estado do Espírito Santo e contaminaram o rio Doce que abastece 230 municípios, sagrado pelo povo indígena Krenak, enquanto 20  pessoas morreram no que foi considerado o pior acidente socioambiental da história do Brasil.

A anglo-australiana BHP-Billiton é alvo de ação coletiva de US$ 6,5 bilhões apresentada no Reino Unido pelo rompimento da barragem de Fundão em Mariana, 2015, cujos demandantes, entidades do Brasil incluindo 240 mil pessoas, 24 prefeituras, 11 mil empresas, uma arquidiocese católica e a comunidade indígena Krenak, exigem indenização da BHP como proprietária de 50% em conjunto com a Vale da empresa Samarco, dona da barragem e, conforme o representante da comunidade Krenak citado em comunicado, "a BHP veio ao Brasil e destruiu vidas, desrespeitou a nação e sua ganância destruiu gerações", acrescenta que "comparece ao tribunal para mostrar solidariedade as vítimas e mostrar que somos importantes e queremos ser ouvidos", já, o  porta-voz da BHP em Londres afirmou que esta é "audiência não substancial" uma vez que se concentra em "estabelecer as próximas etapas processuais e não discutirá elementos materiais à reivindicação em si". O escritório de advocacia esclarece que embora hajam  ações civis no Brasil, "os demandantes acreditam que têm mais chances de indenização justa e rápida no Reino Unido que em seu país, enquanto os tribunais brasileiros podem levar mais de uma década para decidir uma sentença e as ofertas de indenização são inferiores aos danos sofridos", já que a ação visa a BHP como coproprietária com a Vale e, Samarco, empresa administradora da barragem de resíduos de mineração que rompeu em 5 de novembro de 2015, destruindo o vilarejo de Bento Rodrigues, contaminando o rio Doce e causando o pior desastre ambiental da história do país e matando 20 pessoas. Superaram 4 anos em busca do direito de iniciar o processo na Inglaterra, onde a BHP, baseada em Sydney, sede registrada em 2015, ao passo que o escritório de advocacia, com o nome de SPG, iniciou em novembro de 2018 em tribunal de Liverpool uma das maiores ações da história judiciária britânica, reivindicando quase US$ 6 bilhões, porém, o juiz considerou que não tinham o direito de realizar o processo na Inglaterra, negou a possibilidade de recurso e o caso foi encerrado em 2020, um ano depois, os advogados conseguiram moção incomum para reabrir o processo e entraram com apelação e, em abril de 2022, a justiça inglesa se declarou competente, apesar da catástrofe ter acontecido em outro país. O advogado, principal litigante, informou que "tentativas de interromper o processo ocorreram nos tribunais do Reino Unido, proibindo vítimas de acesso à justiça pela qual  lutaram", já, as mineradoras, argumentam que pagaram US$ 2,16 bilhões em indenizações e ajuda financeira de emergência à mais de 400 mil pessoas através da Fundação Renova que administra reparos e indenizações, sendo que o grupo afirma que "a BHP Brasil reitera que esteve e continua comprometida trabalhar com a Samarco e a Vale na reparação e compensação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão", enquanto o Ministério Público de Minas Gerais calcula que quase 700 mil pessoas foram afetadas pela tragédia, no entanto, o escritório Pogust Goodhead considera as indenizações insuficientes. Por fim, outra ação coletiva na Austrália contra a BHP foi apresentada em julho de 2018 por 3 mil investidores.

Moral da Nota: investigação realizada pela mídia investigativa francesa revela que, com a conveniência do governo, empresas agroalimentar purificaram águas que vendiam como minerais, específicamente, o grupo Nestlé reconheceu a veracidade das informações e afirmou que o tratamento diz respeito a um terço das marcas produzidas pela empresa na França e, em relatório, indica que as marcas da empresa passaram por purificação.  O Le Monde e a Radio France descobriram que a Nestlé, detentora de mais de um terço do mercado de águas engarrafadas na França, vende água que passaram por processos de purificação como sendo minerais, entre elas, Perrier, Vittel e Pure Life, no Brasil com o nome Pureza Vital. O código de saúde pública francês define 3 tipos de água engarrafada, águas minerais naturais, “pureza original”  como a Perrier, Vittel, Evian,  as águas de nascente e o as águas tornadas potáveis ​​por tratamento, sendo que o terceiro grupo pode ser submetido ao mesmo tipo de tratamento aplicado à água da torneira, no entanto, as águas minerais naturais e as águas de nascente estão protegidas dos riscos de contaminação e poluição porque são extraídas de lençóis freáticos profundos e, em princípio, “microbiologicamente saudáveis”. A investigação parte da reunião interministerial entre o gabinete da primeira-ministra na época e os ministérios da Economia e Saúde, na pauta, discussões sobre a Nestlé e suas fábricas de produção de água engarrafada na França constando no documento que “em resposta às demandas do grupo” e “após diferentes intercâmbios com os representantes da Nestlé Waters”, o gabinete da primeira-ministra concede à Nestlé “a possibilidade de autorizar a modificação dos decretos e a prática da microfiltração inferior a 0,8 micron”, no entanto, denúncias de um ex-empregado da empresa de águas, levou a inquérito administrativo em outubro de 2021, não apenas da Nestlé em particular, mas das fábricas de embalagens de água estabelecidas na França para avaliar a utilização de tratamentos não autorizados por fabricantes. As conclusões do relatório, esclarecem que “o trabalho permitiu revelar que quase 30% das designações comerciais sofrem processamento não conforme”, um terço das marcas de água engarrafada analisadas não cumpre os regulamentos e o nível de incumprimento, segundo os inspetores, seria na realidade “superior” considerando “dificuldades dos serviços de controle em identificar práticas ocultadas”. No entanto, 100% das marcas da Nestlé afetadas pela utilização de tratamentos proibidos, de acordo com o relatório, não só utiliza tratamentos ilegais nas fábricas mas esconde estas práticas deliberadamente, sendo que a empresa enganou os agentes de controle das agências regionais de saúde servindo água pré-tratada aos testes e não diretamente da fonte, daí, os recursos aquíferos explorados pela Nestlé são regularmente contaminados microbiológicamente, em particular por bactérias como a Escherichia Coli, traços de poluentes químicos como metabólitos de pesticidas, moléculas alteradas, descobertos na água Perrier. A Nestlé afirma ter “suspenso”  poços utilizados à produção das águas Hépar e Contrex e iniciado a “produção de nova gama de bebidas à base de água para consumo humano” no sul da França, conforme os veículos de informação que participaram da investigação, é evidente que a multinacional suíça deixou de explorar suas fontes mais contaminadas ou mudou a utilização.

 

domingo, 28 de janeiro de 2024

Microplásticos

O glitter é acessório aos foliões com impacto ambiental considerável, permanecendo em lagos e oceanos como microplásticos, sendo que o glitter tradicional é um microplástico, significando que a maior parte acaba em corpos d'água pós um único uso e, no início deste ano, a UE proibiu a venda de glitter de plástico solto, citando impactos ao ambiente. Inventado por Ronald Britton Ltd, fornecedor de pó metálico sediado no Reino Unido, o Bioglitter se decompõe naturalmente em habitats de água doce em um mês, de acordo com o marketing, com o diretor do Centro de Química Verde e Engenharia Verde da Universidade de Yale explicando que “devido seu tamanho menor, microplásticos penetram literalmente no ambiente” e “talvez o mais importante seja o fato de serem encontrados nos seres vivos, de plantas a microrganismos, organismos, vida marinha e humanos.” Depois de consultar especialistas em biodegradabilidade a empresa voltou-se ao glitter que pudesse degradar-se com segurança em água doce, menos ambicioso que o glitter que se biodegrada em ambientes marinhos, mais complexos, melhor que um produto que só se decompõe em condições de compostagem industrial e, de acordo com o gerente de vendas de glitter da Signmund Lindner, “a química da água doce em rios e lagos ao redor do mundo é semelhante e bem compreendida, com métodos de teste de laboratório que recriam condições muito bem compreendidos”. O glitter tradicional é feito de folha fina de 2 tipos de plástico, cloreto de polivinila, PVC, e tereftalato de polietileno, PET,  revestido com alumínio e cortado hexágonos, daí, equipe de Ronald Britton decidiu substituir o plástico por celulose regenerada, material das paredes celulares das plantas, geralmente de eucaliptos, com certificação FSC ou PEFC, florestas manejadas com rígidos padrões de sustentabilidade, enquanto moléculas de celulose são extraídas da polpa e reconstituídas em filme transparente,  evestido com fina camada de alumínio e cor. O teste final da criação de Ronald Britton foi a certificação de água doce, administrado pela empresa de testes e inspeção TUV Áustria, podendo levar até 12 meses, requerendo análise das matérias-primas e custando mais de US$ 50 mil, sendo que a Ronald Britton considera o Bioglitter único glitter biodegradável em água doce certificado no mercado.

A Consumer Reports, grupo de consumidores sem fins lucrativos, avisou que 84 dos 85 alimentos de supermercado e fast food testados recentemente tinham “plastificantes” conhecidos como ftalatos, produto químico usado para tornar o plástico mais durável. Descobriu que os plásticos mantêm presença “generalizada” nos alimentos, apesar dos riscos à saúde, apelou aos reguladores para reavaliarem segurança dos plásticos que entram em contato com os alimentos na produção, sendo que o estudo afirma que 79% das amostras de alimentos continham bisfenol A, BPA, produto químico encontrado no plástico, e outros bisfenóis, embora os níveis fossem mais baixos que nos testes realizados em 2009. No entanto, avisa que nenhum dos níveis de ftalato encontrados excedeu limites estabelecidos pelos reguladores dos EUA e Europa e que não há nenhum nível de ftalatos que os cientistas confirmem ser seguro, o que não garante segurança dos alimentos que ingerimos, sendo que ftalatos e bisfenóis podem perturbar produção e regulação do estrogênio e outros hormônios, aumentando risco de defeitos congênitos, cancer, diabetes, infertilidade, perturbações do desenvolvimento neurológico e obesidade. Foram testados o Ravioli de queijo orgânico da Annie com o maior número de ftalatos em nanogramas por porção, 53.579, seguido por pêssegos fatiados Del Monte e salmão rosa Chicken of the Sea, ftalatos elevados foram encontrados em produtos como Cheerios, comida para bebês Gerber e iogurte Yoplait, e em hambúrgueres, nuggets e batatas fritas da Wendy's, Burger King e McDonald's. A Consumer Reports encontrou variações entre similares, com 33.980 ftalatos em nanogramas por porção do Wendy's Crispy Chicken Nuggets, por exemplo, eram mais de 4 vezes o nível do McDonald's Chicken McNuggets, “nos dizendo que, por mais difundidos que sejam esses produtos químicos, existem modos de reduzir a quantidade presente nos alimentos”, segundo o supervisor de testes de segurança de produtos da Consumer Reports, vale dizer que o seltzer polar de framboesa e limão foi o único produto testado que não continha ftalatos. A Chicken of the Sea, TU.BK, e Del Monte disseram que não adicionam ftalatos nos alimentos e recebem garantias semelhantes dos fornecedores, com a Del Monte esclarecendo que os ftalatos estão “difundidos no meio ambiente”, a Gerber e McDonald's, MCD.N, disseram que seguem requisitos regulamentares e exigem testes rigorosos à produtos químicos em embalagens.

Moral da Nota: a França implementou a partir de 1º de janeiro de 2024 medidas ambientais para eliminar plásticos e desperdício, parte da lei contra o desperdício e, pela economia circular do governo francês, entre elas, obrigação de separar lixo orgânico e a ambiciosa medida para eliminar as embalagens de plástico de frutas e verduras em vigor com 1 ano de atraso, de modo limitado. A proibição da venda de frutas e legumes em embalagens plásticas encontrou barreiras à sua aplicação, decorrente Decreto de 2021 prevendo proibição da comercialização de embalagens plásticas à certo número de frutas e verduras vendidas frescas sem transformações, mas, o texto foi retocado pelo Conselho de Estado, órgão que arbitra sobre a constitucionalidade das leis, pressionado pela indústria do plástico, obrigando o governo rever intenções e acrescentar lista de 29 exceções à regra. A proibição em vigor com atraso, permitiu escoar estoques de embalagens já fabricados e, como a medida diz respeito a legumes e frutas não transformados, um abacaxi cortado ou um melão descascado, por exemplo, podem ser vendidos em embalagens plásticas, assim como lotes de mais de 1,5 kg, considerando ainda que, dentro do pacote de medidas previstas na lei contra o desperdício, os bônus distribuídos à reparação de utensílios domésticos e de informática avariados será aumentado e novos aparelhos serão incluídos. Prefeituras estão obrigadas colocar à disposição dos moradores solução à separação do lixo orgânico para compostagem, restaurantes escolares devem servir 50% de produtos sustentáveis ou com certificação oficial de qualidade e origem, com 20% provenientes da agricultura orgânica e, por fim, o governo oferece leasing mais econômico de carros elétricos, novos ou usados, incluindo ajuda à compra de bicicletas elétricas, novas ampliada e usadas.  

Rodapé: artigo do JAMA Network Open de Zhang et al, 2023, usando dados de 2016-2022 do banco de dados de prescrição longitudinal IQVIA, que afirma capturar 92% das prescrições de farmácias no varejo, informa que prescrições opióides pós cirurgia, diminuem nos EUA. Foram feitas menos prescrições de opióides, margem extensa, de janeiro de 2016 a dezembro de 2022, taxa mensal de dispensação de opióides cirúrgicos diminuindo  de 661,2 para 426,0 prescrições por 100 mil pessoas, ou, 35,6%, queda de  0,89% por mês durante janeiro de 2016 a janeiro de 2020 e se recuperando durante fevereiro a julho de 2020, diminuindo 0,45% ao mês a partir de agosto de 2020. Quando os opióides foram prescritos, a quantidade por prescrição também diminuiu, margem intensiva, a média mensal total de MMEs, equivalentes em miligramas de morfina, por prescrição, diminuindo de 414,0 à 222,0 prescrições, aproximadamente 44 comprimidos contendo 5 mg de hidrocodona, durante janeiro de 2016 a dezembro de 2022, 46,4%,  queda de 0,47% por mês durante janeiro de 2016 a maio de 2017 e 1,34% durante maio de 2017 a janeiro de 2020, e com aumento e diminuição de fevereiro a julho de 2020,  queda de  0,39% por mês de agosto de 2020 em diante.


sábado, 27 de janeiro de 2024

Impulsionadores global

O conceito de medicina inclui ações realizadas por médicos, enfermeiros ou  pessoal relacionado diretamente em hospitais, laboratórios, centros médicos e etc, por sua vez, cuidados de saúde são conceitos abrangentes incluindo genética, nutrição e circunstâncias de nascimento e vida, além de partes interessadas adicionais como companhias de seguros, empresas e etc. As ações médicas representam entre 10 a 20% do setor de saúde, na qual se insere o conceito  de “megatendências” ou forças econômicas e tecnológicas que moldam a direção do desenvolvimento da sociedade como um todo nos próximos 10 a 15 anos, por exemplo, poder econômico global,  alterações demográficas, rápida urbanização e ascensão da tecnologia, incluindo urbanização, alterações demográficas e mudança do poder econômico. As tendências são motivadores e sinais característicos dos cuidados de saúde no futuro, no entanto, megatendências são base do estudo tendo os "motivadores" eventos que moldam mudança e influenciam ou moldam o futuro em determinada área específica, no caso, a saúde, por sua vez, os “sinais” são  forças-chave que formam drivers mais aplicados na natureza. Identificam-se 3 impulsionadores globais, cada um composto por sinais que afetam o setor da saúde agora e continuarão no futuro e, segundo os especialistas, não eram globais ou esperava-se que contribuíssem menos no futuro, a seguir, motivadores e sinais em que cada subseção de sinal consiste em informações, citações  de especialistas que apoiam resultados e exemplos específicos ao setor de saúde. O bem-estar é definido como combinação de prosperidade e atividade, satisfação com a vida, felicidade e oportunidade de desenvolver o próprio potencial em que pessoas com elevado nível de bem-estar aumentam eficiência e criatividade, suas interações sociais melhoram longevidade e benefícios à saúde e, do ponto de vista médico, um alto nível de bem-estar é caracterizado pelo cuidado consigo mesmo quando e onde for necessário, cuidado certo à pessoa certa e acesso a cuidados enfáticos e respeitosos, na verdade, de acordo com estudos recentes, o bem-estar mental foi indicador mais importante de saúde e bem-estar à maioria dos entrevistados e classificado como ainda mais importante que a ausência de doença.

Os cuidados de saúde baseados em valor se inserem em  modelo que hospitais recebem financiamento com base nos resultados dos pacientes e tais relações envolvem ajudar melhorar a saúde, reduzir doenças crônicas e aumentar satisfação com vida saudável, ao passo que a principal diferença entre esta abordagem e a existente é o valor que os pacientes recebem e não os custos incorridos pelas instituições médicas, daí, os cuidados de saúde em valor centram-se não no processo de tratamento, mas nos resultados dos pacientes, ao mesmo tempo que utilizam recursos de modo mais eficiente. A digitalização enquadra-se organicamente nos cuidados de saúde baseados em valor, aumenta procura de abordagem individual, permite interação próxima com prestadores de cuidados e apoia tomada de decisões, é uma tendência da indústria, sendo que fornecedores estarão interessados na nova forma de trabalhar e que novas empresas poderão surgir e receberão bônus por alcançar resultados exigidos. Por exemplo, a Apple lançou novo serviço de saúde chamado AC Wellness, destinado a funcionários e familiares que criou a posição do “médico designer” de programas de saúde cuja principal tarefa, além de rastrear doenças crônicas, busca melhorar a saúde dos pacientes a longo prazo através da prevenção e detecção precoce de doenças, inserindo a empresa na busca por cuidados médicos preditivos de primeira classe, em vez de gastar dinheiro no tratamento de funcionários já doentes, com o CEO da Apple, Tim Cook, dizendo que a empresa tem potencial para fazer contribuição significativa à saúde, parecendo que a linha entre medicina e fabricação de produtos tecnológicos está confusa, no entanto, é sinal definitivo de mudança. A Amazon, J.P. Morgan e Berkshire Hathaway uniram forças para desenvolver tecnologias médicas e organização independente sem fins lucrativos que se concentra na inovação e melhoria do sistema de saúde dos EUA, esperando-se que sirva mais de 1 milhão de funcionários e como modelo para cuidados de saúde futuros. A entrega inteligente de medicamentos e substâncias ativas é abordagem terapêutica que evolui à modelo de entrega de medicamentos diretamente a órgãos específicos, em horários e doses específicos com sistemas de administração de medicamentos especializados e direcionados mantendo concentrações constantes de medicamentos no corpo para evitar necessidade de doses recorrentes, além disso, este sistema reduz probabilidade de efeitos colaterais, sendo que a personalização dos dispositivos é o próximo fator. O TracPatch é solução inovadora para monitoramento da saúde no período de reabilitação pós cirurgia ortopédica coletando e analisando dados relacionados à fisiologia geral do movimento e indicadores locais, como temperatura no local operado, dados, continuamente registrados em plataforma na nuvem que permite médicos acompanhar o progresso e intervir conforme necessário e acessível para atenção do paciente por meio do aplicativo, outro, seria o sensor Biobeat que usa Machine Learning para analisar 13 indicadores-chave de saúde, incluindo frequência respiratória e cardíaca, prioritários em  pacientes cardíacos.

Moral da Nota: os efeitos que as alterações climáticas e os fenômenos meteorológicos extremos associados têm nos pacientes são graves e mais proeminentes no futuro, à medida que o aquecimento global avança sendo  forte impulsionador de mudanças futuras nos cuidados de saúde, dizendo respeito a mais do que desastres naturais, por exemplo, nas áreas urbanas, o calor extremo acompanhado de ambientes e infra-estruturas densas e movimentadas combinam-se para ter impacto no ar estagnado e no arrefecimento ineficaz, com pessoas com mobilidade limitada, doenças respiratórias crônicas e cardiovasculares correndo maior risco. Os migrantes climáticos forçados a abandonar suas regiões devido alterações climáticas de longo prazo incluindo secas, aumento dos níveis da água, mudanças nos fenômenos naturais sazonais, etc, podem mudar seu local de residência dentro do país ou no estrangeiro e, de acordo com as estimativas atuais, o número de migrantes climáticos é estimado em 1% da população mundial, enquanto em 2070 a proporção aumentará para 19% assumindo-se que o termo se refere mais a regiões secas ou a países que dependem fortemente da subida do nível do mar, considerando que o aumento da temperatura  impacta doenças respiratórias e cardiovasculares, propagação de doenças atípicas, problemas psicológicos, etc, uma tendência de longo prazo e consequências difíceis de prever. As alterações climáticas se tornaram visíveis nos EUA em 2020 com graves incêndios florestais causando danos materiais significativos e morte de milhares de pessoas, sendo que os  incêndios florestais foram causados pela diminuição das chuvas e aumento do calor e seca nas florestas, em parte decorrente atividades humanas, com Hospitais na Califórnia recebendo ligações de pacientes reclamando de problemas respiratórios, náuseas, dores de cabeça e ansiedade por incêndio e a equipe médica treinamento adicional para ajudar vítimas de queimaduras e lesões causadas pelo calor em que milhares de pessoas foram forçadas a mudar-se temporariamente ou permaneceram isoladas em casa para reduzir  impactos negativos da fuligem e partículas nocivas dos incêndios. Por fim, a personalização em dados refere-se ao conceito de entregar o produto certo, no lugar certo, na hora certa utilizando dados pessoais do paciente para prevenir, diagnosticar ou tratar doenças, enquanto telemedicina compreende tecnologias remotas para atendimento a pacientes em tempo real Incluindo elementos como consultas virtuais com médicos, diagnóstico remoto, acesso distante aos registros dos pacientes e etc, unindo experiência do paciente, abrangendo toda a cadeia, desde o diagnóstico primário ao tratamento e acompanhamento, sendo que o tratamento remoto proporciona o mesmo nível de personalização que o tratamento convencional e permite tratamentos e acompanhamento mais eficazes à doenças complexas e crônicas, como o cancer. As empresas americanas de saúde Teladoc Health e Livongo fundiram-se em outubro de 2020 e a nova empresa concentrou-se no desenvolvimento de  plataforma de telemedicina para gestão de doenças crônicas, processando dados e usando algoritmos de IA, inclundo o percurso médico virtual completo do paciente e, em agosto de 2020, o Google Cloud e a Amwell uniram forças partilhando análise de dados e experiência em telemedicina, com objetivo de lançar plataforma de cuidados de saúde conveniente e remota orientada ao paciente.


terça-feira, 23 de janeiro de 2024

Agricultura intensiva

Estudo publicado na revista acadêmica Water Resources Management, com a participação de equipe multidisciplinar de investigadores da Universidade de Alicante, Universidade Católica de Múrcia e Universidade Politécnica de Madrid, liderada pelo Conselho Superior de Pesquisa Científica, CSIC, da Espanha, intitulado “Uberizando a agricultura em terras áridas, alguns enriquecidos, todos em perigo”, analisa consequências sociais, econômicas e ambientais da agricultura com efeito estufa em zonas áridas, tomando Almeria na Espanha como modelo. Zonas áridas caracterizam-se pelo fraco equilíbrio hidrológico, chove pouco, de modo irregular, enquanto a elevada radiação provoca evaporação de água, tradicionalmente locais pouco desenvolvidos, apresentando características como invernos amenos e muitas horas de sol que as tornam regiões com elevado potencial agrícola, daí, a exploração das águas subterrâneas, com fatores tecnológicos e políticos, transformando estas áreas em prosperidade a ponto de adquirirem  nome de “milagre econômico”. O interesse por parte dos europeus, segundo o investigador da EEZA, Estação Experimental de Zonas Áridas do CSIC, que consomem frutas e vegetais produzidos no sul da Europa, conhecer efeitos da produção no ambiente e a procura de produtos nos mercados europeus, tem impacto nas reservas de águas subterrâneas do sudeste da península, “no entanto, é questão com arestas e impactos, cuja análise é abordada no estudo”. “Toma como exemplo agricultura em estufas de Almeria, mostrando custo social e ambiental de desenvolvimento desordenado transformando milagre em evento efêmero”, segundo o pesquisador, enquanto “o esgotamento gradual dos recursos hídricos, sua degradação, perda de biodiversidade e poluição plástica são o lado menos amigável de negócio que procura investimentos cada vez maiores”, acrescentando que “gera dívidas e desigualdades sociais, levando à intensificação de modelo de produção que busca baixar custos de produção a todo custo, resultando um agronegócio dependente de recursos externos, energia, fertilizantes, trabalho e capital, colocando em posição de crescente dependência e vulnerabilidade”. Padrão observado em outras zonas áridas do mundo, como Peru, Norte da África, noroeste da China e Arábia Saudita, a compreensão dos mecanismos é fundamental para propor soluções, desde procura de recursos hídricos alternativos à redução da área cultivada, procura de culturas mais adaptadas à aridez ou expansão das margens de lucro dos agricultores.

Neste contexto, a França julga acusados de tráfico internacional de resíduos na cidade de Lille,  200 kms de Paris, acusados de tráfico transfronteiriço de resíduos, crime, que levou a despejo de 10 mil toneladas de lixo provenientes da Bélgica no nordeste e norte da França abrindo espaço à condenação de até 6 anos de prisão. O principal acusado, Johnny Demeter, foi condenado em 2016 por gestão irregular de resíduos, com a procuradora Emilie Julien solicitando 6 anos de prisão e revogação dos 2 anos da pena a que tinha sido condenado antes, suspensa, com mandado de prisão preventiva esclarecendo que “traficar resíduos e acreditar que as mãos estão menos sujas que as do traficante de drogas”, trás à tona , segundo a procuradora, que o tráfico de drogas gera entre € 10 e € 12 bilhões / ano na UE, valor equivalente ao do tráfico de lixo. Insistiu na importância da decisão de Lille, que abre precedente porque é o primeiro julgamento de tráfico de resíduos na França perante jurisdição inter-regional especializada, dedicada ao crime organizado, neste caso, 5 membros da família Demeter e outras 4 pessoas estão sendo julgados, sendo que a Justiça enfrenta “gangue familiar, rústica e organizada, que perturba a ordem pública”. A acusação foca importação e despejo ilegal na França de 10 mil toneladas de resíduos belgas entre 2018 e 2021, sem respeitar legislação sobre importação e transporte de resíduos, com o lixo, que inclui detritos domésticos, industriais e de obras mistas, foi despejado em estações de tratamento que nunca receberam pagamento para tratá-lo, em terrenos privados de modo irregular e locais inadequados à atividade. O tráfico internacional de resíduos é modo menos conhecido de crime organizado, no caso em julgamento, um grande centro de reciclagem da Bélgica pensou descartá-los legalmente no país vizinho, no entanto,  intermediários são acusados ​​de falsificar documentos para transportar os detritos à centros de processamento na França enganados quanto à origem ou abandono na natureza, daí, vilarejos no norte e leste do país acumulam toneladas de entulho e resíduos despejados de modo criminoso, lixões ilegais que poluem solo e cursos de água, com o detalhe que os municípios não têm dinheiro para gerí-los. No caso franco-belga, o trabalho da Justiça está em curso, mas, em geral, traficantes vendem o serviço de tratamento ou eliminação de resíduos e, na realidade, só gastam com transporte, uma vez que os resíduos nunca são tratados, com isso, é considerável a margem de lucro, sendo interessante porque a alfândega e a polícia não têm meios de controle, além disso, flagrados, as penalidades e multas são baixas se comparadas aos benefícios. A advogada da FNE, associação ambiental France Nature Environnement, parte civil no caso franco-belga, esclarece que o tráfego de resíduos é realizado por caminhões, trens e barcaças e, “na Europa, o crime organizado no domínio dos resíduos cresce porque se produz resíduos demais, tanto domésticos como construção, e há dificuldade em processá-los através de canais legais”, explicando que na França, por exemplo, resíduos da indústria de construção e manutenção de prédios públicos representam maior fonte entre diferentes fluxos de detritos, com o setor da construção civil produzindo 46 milhões de toneladas/ano, tanto quanto resíduos domésticos”. Oficialmente, os resíduos deveriam ser descontaminados, reutilizados ou reciclados, evitando consequências à saúde e ao ambiente dos países receptores e, desde que a China fechou as portas a importações de resíduos, estes carregamentos foram transferidos à países asiáticos e África Ocidental, agora, Líbia, Líbano e Egito.

Moral da Nota:  a Visa anuncia lançamento do VPI, Visa Provisioning Intelligence, produto baseado em IA projetado para lidar com fraudes de tokens em sua origem, serviço, disponível como oferta de valor agregado aos clientes, utilizando técnicas de aprendizado de máquina para avaliar probabilidade de fraude em solicitações de provisionamento de tokens. A VPI colabora com instituições financeiras para prevenir fraudes, facilitando transações seguras e tranquilas aos titulares de cartões Visa, sendo que a tokenização, iniciativa inovadora da Visa, representa tecnologia projetada à combater fraude, protegendo informações das contas dos consumidores substituindo números das contas por códigos exclusivos. Decorrente possibilidade dos tokens serem fornecidos ilicitamente às mãos de criminosos, implementou o serviço com IA para combate à fraude e, de acordo com a Visa, as perdas relacionadas ao provisionamento de tokens atingiram US$ 450 milhões em 2022, sendo que o VPI consiste em avaliação em tempo real da propensão à fraude, expressa em escala de 1 a 99, sendo 1 indicando a menor probabilidade de fraude e 99 maior probabilidade em pontuação fornecida aos emissores conectada a cada solicitação de provisionamento de token. A metodologia VPI é baseada em modelo de aprendizado de máquina supervisionado à nível de segmento, concentrando na identificação de padrões em solicitações de tokens feitas anteriormente, abrangendo tokens de dispositivos, tokens de comércio eletrônico e tokens de cartões armazenados, em resumo, a pontuação VPI foi projetada para fornecer benefício às instituições financeiras, incluindo previsão de fraudes, permitindo que emissores detectem fraudes de provisionamento e neguem solicitações de provisionamento antes que a fraude ocorra.


segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Próximo passo

A ação climática continuar crescer, embora necessite mais ambição para acelerar que o progresso seja medido em meses e não em décadas, com a COP28 no meio de evidências crescentes de que o mundo não tem feito transição suficientemente rápida para cumprir a meta de 1,5˚ C acordada em Paris. A conclusão da COP28 dá sensação que o progresso em direção à descarbonização está acontecendo, mas, a oportunidade de limitar o aquecimento a 1,5 ˚C, necessita mais, bem como o foco na conversão de compromissos em ações mensuráveis e, de acordo com estimativa da Agência Internacional de Energia, o cumprimento integral dos compromissos relacionados à energia assumidos na COP28 resultaria em emissões globais de gases efeito estufa, GEE, em 2030 de 4Gt, gigatoneladas métricas, inferiores ao esperado sem eles, com potencial adicional de compromissos não energéticos e de outras iniciativas, como créditos de transição ao carvão, no entanto, a AIE estima que serão necessárias reduções totalizando 22 Gt para limitar o aquecimento a 1,5˚ C. Negociações na COP28 concluídas no “Consenso dos EAU”, um elemento notável foi o acordo sobre “transição global à abandonar combustíveis fósseis nos sistemas energéticos, de modo justo, ordenado e equitativo, acelerando ação nesta década, para atingir o zero líquido em 2050 e, de acordo com a ciência”, sendo esta a primeira vez que combustíveis fósseis são mencionados coletivamente em acordo COP, embora haja compromisso de “reduzir gradualmente a energia do carvão” na COP26.

A COP28 registrou mais de US$ 80 bilhões em financiamento climático de países, bancos de desenvolvimento, fontes privadas e filantropos, nível de financiamento abaixo do necessário, com oportunidades para que estimule financiamento adicional à transição, além de novos canais de financiamento no sentido de ampliar estruturas de financiamento misto, incluindo veículo de investimento privado financiado pelos EAU, Alterra, entre vários outros que ajuda desbloquear investimentos que antes poderiam não ter sido atraentes ao capital privado, sendo que o foco é que tais estruturas “atraíssem” capital privado ao financiamento climático e reduzissem  dependência de bancos multilaterais de desenvolvimento. Acordos na COP28 alcançados em outras áreas, incluíram operacionalização do Fundo de Perdas e Danos, um quadro conjunto destinado a garantir integridade dos mercados voluntários de carbono e créditos de transição ao carvão, sendo que as Centrais Elétricas a Carvão, CFPPs, respondem por 27 % das emissões de CO2 provenientes do consumo de combustível e o novo “crédito de transição” de carvão lançado pela Coal to Clean Credit Initiative, CCCI, para incentivar reforma antecipada das CFPPs e transição à energias limpas nas economias emergentes. O desafio é acelerar implantação, através da construção de negócios verdes sendo que 92% da redução de CO2 necessária à metas de emissões líquidas zero seria alcançada utilizando tecnologias climáticas já comprovadas e, na última década, a implantação destas tecnologias acelerou, muitas vezes ultrapassando as expectativas, por exemplo, a energia solar e eólica responde por mais de 10% da geração de eletricidade e mais de 80% da capacidade de geração,  necessitando mais aceleração, tanto às renováveis como à gama de tecnologias climáticas em grande parte interdependentes, enquanto cada tecnologia crítica crescerá mais de 20% anualmente na próxima década, atingindo maturidade comercial e prontidão tecnológica. Setores com emissões elevadas, energia, transportes e indústria, inovam, investem e colaboram buscando reduzir emissões e avançar em direção ao carbono zero, dado que as indústrias consomem 78 % da procura global de energia e, sua descarbonização é essencial para alcançar transição do sistema para longe dos combustíveis fósseis, sendo que o Acelerador de Transição Industrial dimensiona implementação e entrega da descarbonização nos setores de aço, alumínio, cimento, transporte e energia, enquanto governo e empresas fizeram compromissos visando tornar a construção quase zero até 2030, como o Buildings Breakthrough, o Avanço no Cimento e Concreto e o Compromisso de Contratos Públicos Verdes.

Moral da Nota: empresas e indústrias podem acelerar descarbonização dos ativos e cadeias de valor existentes obtendo resultados economicamente viáveis, com as que já possuem produtos com zero emissões de carbono  aproveitando lacunas de oferta e procura em mercados emergentes construindo negócio, incluindo prêmios verdes nos cálculos de custos e estimulando crescimento adicional, embora a descarbonização exija investimentos que implique custos adicionais à muitas indústrias, cada vez mais empresas estão reduzindo custos, bem como emissões ganhando mercado, permitindo financiar iniciativas de descarbonização. Operadores históricos, investidores e startups impulsionam tecnologias climáticas e criam negócios verdes em escala, com inovações que tornem a transição mais acessível além da crescente procura de tecnologias, materiais e serviços com zero emissões de carbono criando oportunidades às empresas construírem negócios verdes. Investigação da  McKinsey mostra que até 2030 a procura de tecnologias verdes gerará até US$ 12 bilhões em receitas anuais com níveis de maturidade das tecnologias climáticas variando, sendo que os intervenientes do setor podem recorrer a tecnologias óbvias e comercialmente prontas, desde bombas de calor a veículos elétricos identificando e concentrando em nova onda de tecnologias em maturação, que exigem reduções de custos e aumento de escala. O setor financeiro desempenha papel importante na facilitação e implementação do investimento de capital que as novas tecnologias climáticas exigem necessitando fundos de transição verde que invistam em inovações para transformar operadores históricos em setores difíceis de reduzir e capital de risco industrial disposto assumir riscos tecnológicos para crescer, além de, fundos de crescimento de infraestrutura. A investigação sugere que, dependendo de ambiente favorável, as instituições financeiras privadas facilitariam até US$ 3,5 bilhões de financiamento anual entre 2022 e 2050 com bancos comerciais fornecendo US$ 2 bilhões a US$ 2,6 bilhões por ano, enquanto gestores de ativos, capitais privados, empresas de risco e fundos de capital adicionariam entre US$ 950 bilhões e US$ 1,5 bilhão, tarefa dos intervenientes financeiros aproveitando oportunidade enquanto navegam em exigências estratégicas e operacionais no contexto de ambientes operacionais em evolução.


domingo, 21 de janeiro de 2024

Tecnologia climática

Startups de tecnologia climática procuram reinventar energia limpa e transformar mercados industriais alimentando otimismo sobre perspectivas no enfrentar alterações climáticas, com investimentos apoiados por capital de risco em todos os campos, desde aço verde à fusão nuclear, sendo que investimentos de risco poderiam desempenhar papel no desenvolvimento de fontes de energia limpa e processos industriais mais ecológicos. A MIT Technology Review apresenta lista empresas de tecnologia climática a serem observadas cuja tecnologia desempenha papel crucial na resposta a uma das ameaças mais assustadoras da sociedade, sendo que o otimismo acompanha um aviso, pois a exuberância dos investidores de capital de risco, as centenas de milhões que vão às fábricas de demonstração arriscada para testar tecnologias não comprovadas e a potencial reação política ao apoio governamental a políticas climáticas agressivas, significa ter em mente que a maioria das startups anteriores apoiadas por capital de risco em tecnologia limpa, fracassaram. Investidores e empreendedores hoje esperam que desta vez seja diferente com motivos que podem estar certos, pois há mais dinheiro disponível e mais procura de produtos limpos por parte dos consumidores e clientes industriais, no entanto, desafios vistos no primeiro boom existem e fornecem razões à preocupação com o sucesso das atuais startups de tecnologia climática.

Nestas ideias, tiramos que a demanda é importante, básico para qualquer mercado, frequentemente ignorado na tecnologia climática pois alguém precisa querer comprar o produto, apesar das preocupações públicas e científicas, clima é difícil de convencer pessoas e empresas pagar mais, por exemplo, estudo recente realizado na Universidade de Syracuse sugere que a fraca procura, mais que custos e riscos associados à expansão de startups, foi o que condenou a primeira vaga de tecnologias limpas. As descobertas sugerem que políticas governamentais são mais eficazes quando ajudam criar procura de, por exemplo, hidrogênio verde ou cimento, em vez de financiarem diretamente startups enquanto lutam à comercialização. Um dos problemas óbvios da tecnologia limpa 1.0 foi arrogância de defensores, homens de dinheiro que fizeram fortuna em computadores, software e web procurando aplicar as mesmas estratégias às tecnologias limpas, com o sócio geral da Azolla Ventures esclarecendo que a “regra número um pede não deixar que pessoas que não conheçam a categoria invistam nela” pois "investidores em tecnologia limpa 1.0 eram em grande parte pessoas do setor de tecnologia e biotecnologia tentando se atualizar em categorias industriais sobre as quais pouco sabiam.” O professor da Harvard Business School que estuda como funciona o capital de risco esclarece que “são personagens que querem salvar o mundo e se vêem como heróis, tolos mergulhando novamente, embora já tenham tido a cabeça entregue antes”, no entanto, em visão mais otimista, poderiam ser capazes de “aproveitar parte do conhecimento em inovações que aconteceram na área de software e as colocaram para funcionar.” Escrever código é mais fácil e barato que construir usina siderúrgica, mais arriscado e imprevisível é expandir negócios baseados em moléculas uma surpresa desagradável à muitos na tecnologia limpa 1.0, cujos baixos rendimentos ou síntese de subprodutos indesejados, ou, problemas que podem ter parecido pequenos contratempos no laboratório serem obstáculos à medida que o processo é ampliado e competem com tecnologias existentes. Descobrir se é comercialmente competitivo significa construir planta de demonstração, muitas vezes custando US$ 100 milhões ou mais, aí, startups na tecnologia limpa 1.0 falharam quando processos que funcionavam bem no laboratório não funcionavam tão bem em instalações maiores ou simplesmente não sabiam se um processo industrial funciona até construí-lo. O poder computacional e IA permitem startups simularem processos antes de construir qualquer coisa implementando forma de produzir hidrogênio verde, por exemplo, para ver o que corre mal é mais barato e seguro que construir uma central de demonstração de US$ 100 milhões. A Lei de Redução da Inflação de 2022 nos EUA, alimenta onda de investimentos em tecnologias limpas, foi aprovada no Congresso sem um único voto republicano, quer dizer, um presidente republicano em 2024 poderia significar o fim das agressivas políticas climáticas federais nos EUA, recentemente, no Reino Unido, o primeiro-ministro propôs enfraquecer políticas climáticas e, até a Alemanha, emite sinais que se afasta do apoio político e financiamento às tecnologias limpas. Após a morte do democrata liberal Ted Kennedy, eleitores de Massachusetts elegeram o republicano Scott Brown condenando um projeto de lei climático abrangente debatido no Congresso e, sem a possibilidade de precificação do carbono, investidores de risco perderam interesse em startups de energia limpa, daí, política importa, e podem mudar à noite. Os primeiros dias da tecnologia limpa 1.0 foram de entusiasmo e boas intenções enquanto alterações climáticas eram vistas como crise existencial e, tecnologia, liderada por empreendedores visionários e capitalistas de risco iria resolvê-la sendo que o brilhantismo de novas tecnologias climáticas é evidente e precisamos desesperadamente delas, no entanto, não garantirá sucesso e as startups apoiadas por capital de risco precisarão sobreviver com vantagens econômicas e financeiras e, não em boas intenções, pois temos poucos exemplos de startups prósperas de tecnologia climática com novas tecnologias radicais, ainda, um grande experimento ao passo que o Cleantech 1.0 ensina o que pode dar errado.

Moral da Nota: a Câmara dos Deputados do Brasil aprovou por 299 votos a favor e 103 contra, 1 abstenção, o Projeto de Lei 2148/15 que cria o SBCE, Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases Efeito Estufa, proposta de regulamentação do mercado de crédito de carbono no Brasil, cujo objetivo é reduzir emissões de gases poluentes, alinhando o país aos acordos internacionais, agora, o texto volta ao Senado com mudanças que os deputados fizeram. A Agência Câmara de Notícias informa que o desenvolvimento do SBCE será em 5 fases ao longo de 6 anos, sendo que o sistema negociará CBE, cotas brasileiras de emissão e, CRVE, certificados de redução ou remoção verificada de emissões em que cada cota ou CRVE representará uma tonelada de CO2 equivalente, tCO2e, assim, cada certificado de redução ou remoção permite cancelar uma cota de emissão de gases. O projeto de lei, de Aliel Machado, PV-PR, estabelece tetos às emissões das empresas e mercado de venda de títulos, sendo que o agronegócio ficou de fora e, quem ultrapassar o limite de emissões de gases efeito estufa compensará emissões com a compra de títulos, quem não atingir o limite, ganha cotas para vender no mercado e, assim, ter renda, já que o Brasil é um dos maiores emissores de gases efeito estufa do mundo com 2 bilhões de toneladas de gás carbônico/ano. Os créditos de carbono comercializados fora do mercado regulado terão regras para os certificados de redução ou CRVEs, aí, projetos ou programas de preservação e reflorestamento ou métodos de captação de gases efeito estufa, no entanto, a conversão dos créditos atuais em CRVE acontecerá com a comprovação da redução ou remoção de carbono segundo metodologia credenciada, além disso, a compensação fora do mercado sob regulação será cancelada no registro geral. O mercado de crédito de carbono sofre em especial, fraudes, com projetos blockchain para melhorar o cenário, entre elas, a venda do mesmo crédito à indivíduos ou empresas distintas, créditos associados a projetos citando locais na Amazônia, por exemplo, onde o comprador não verifica se é real, daí, jornais europeus reveleram que mais de 90% dos créditos de carbono de compensação de florestas tropicais na Verra, maior plataforma de créditos, valiam praticamente nada e, vinham de empresas como Disney e Gucci, outro problema é falta de transparência dos preços, porque as negociações são entre partes e, por questões como essas, o Itaú, por exemplo, criou plataforma com outros bancos internacionais usando blockchain. Empresas com emissões entre 10 mil tCO2e e 25 mil tCO2e submeterão ao órgão gestor do SBCE plano de monitoramento das emissões, enviando relato anual de emissões e remoções de gases atendendo obrigações previstas em decreto ou ato específico desse órgão gestor, já atividades com emissões acima de 25 mil tCO2e por ano terão obrigação de enviar anualmente ao órgão gestor relato de conciliação periódica de obrigações, sendo que esses patamares de emissão poderão aumentar com base no custo-efetividade da regulação e o cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil no IPCC, Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima. O projeto obriga realização de consulta pública sobre propostas de normas e parâmetros técnicos sobre procedimentos de mensuração, relato e verificação das emissões, sobre conciliação periódica de obrigações e sobre o plano nacional de alocação de cotas de emissão, direciona recursos do SBCE ao Fundo Geral do Turismo, Fungetur, visando aplicar em atividades de turismo sustentável e para fundo privado que o BNDES, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, deverá criar para financiar pesquisa ligada à tecnologia de descarbonização.


sábado, 20 de janeiro de 2024

Eficiência e Clima

O presidente do Banco Mundial, BM, em entrevista na sede do Banco em Washington, evidencia eficiência e setor privado como receita na luta contra alterações climáticas e transição energética, que exigem bilhões de dólares, não sendo possível sem apoio financeiro do setor privado.  Convencer empresas aderirem as iniciativas necessita continuar reformas e acelerar execução dos projetos, reconhecendo necessidade do Banco ser "mais rápido e focado nos resultados" observando que “governos e bancos multilaterais não têm dinheiro suficiente” para financiar a luta contra o aquecimento global", daí,  “necessidade do envolvimento do setor privado.” Já, relatório do G 20 destaca necessidade de triplicar o capital do Banco Mundial,  "excelente ideia” segundo seu presidente, mas “insuficiente para atingir os trilhões” necessários “à transição energética”, enquanto o Banco pressiona  por “mais eficiência e melhor financiamento” capaz de responder missão de “erradicar pobreza em planeta habitável”. Esclarece ser essencial para “criar credibilidade necessária e fazer com que financiadores queiram contribuir com dinheiro” iniciativas apoiadas pelo Bancol, há necessidade de mudar e evoluir, ponto que ficou sublinhado”, em particular, a instituição deve encurtar prazos de execução dos projetos, um dos objetivos traçados, que espera reduzir em 30% os 27 meses atualmente necessários em discussões preliminares e os primeiros desembolsos. Explica que “os países do Sul reconhecem que não se pode combater pobreza sem combater alterações climáticas, a diferença é o que entendemos por ‘alterações climáticas’”, sublinhando que “aos países desenvolvidos, significa limitar alterações climáticas e isso significa emissões de gases efeito de estufa, enquanto o mundo em desenvolvimento pensa em termos de adaptação porque vêem o impacto do aquecimento em termos de irrigação, chuvas, degradação do solo, perda de recursos e de biodiversidade". Anunciou que 45% do financiamento será atribuído a projetos de “limitação ou adaptação” às alterações climáticas, “metade à limitação e outra metade à adaptação”, já que é "importante aos países beneficiários, porque  podem ver que metade dos 45% é atribuída a questões que lhes dizem respeito e os restantes 55% ainda estão disponíveis e, aos países doadores, saber que metade dos 45% é atribuída a projetos de mitigação".

Neste conceito de inicio de ano possíveis tendências climáticas ganharam relevo por conta do planeta vivenciar os 12 meses mais quentes dos últimos 125 mil anos, com inundações na Califórnia, África Oriental e Índia, onda de calor na América do Sul com temperaturas acima de 100 º F  no inverno e calor na parte do sul dos EUA estimulando  31 dias em Phoenix com temperaturas acima de 110 ºF, além do El Nino intensificar condições meteorológicas extremas fortalecidas pelas alterações climáticas, daí, os EUA contaram desastres climáticos de US$ 25 bilhões de dólares, mais que em qualquer outro ano. No entanto, a devastação foi acompanhada por alguns dos maiores ganhos na ação climática com líderes mundiais concordando pela primeira vez em “fazer a transição”  petróleo e gás na conferência anual da ONU sobre clima organizada em Dubai.  A Lei de Redução da Inflação nos EUA distribuiu fundos às empresas e municípios inserida em disparada de vendas de veículos elétricos, jovens se inscrevendo no primeiro American Climate Corps e empresas concordando pagar bilhões de dólares à remover produtos químicos nocivos chamados PFAS do abastecimento de água potável. Previsões retratam mundo à beira de mudanças à respeito do clima, bons e ruins, compromissos financeiros internacionais duramente conquistados, batalhas pela mineração do lítio e   expansão das energias renováveis envolvendo Política, Energia, Negócios, Tecnologia, Justiça Ambiental, uso da terra e Impactos climáticos. Resumindo, o American Climate Corps inicia oficialmente no verão de 2024 nos EUA enviando 20 mil jovens entre 18 e 26 anos à todo o país e instalar projetos solares, mitigar risco de incêndios florestais e tornar casas mais eficientes em termos energéticos, sendo que o programa segue o modelo do Climate Conservation Corps de Roosevelt e atraiu 100 mil candidatos, tudo,  inserido na campanha presidencial americana. O ‘Greenhushing’ se espalha à medida que as empresas procuram evitar ações judiciais e, no meio de  regulamentações contra o falso marketing ambiental e de acumulação de ações judiciais de lavagem verde, empresas juntam-se para esconder compromissos climáticos e evitar escrutínio, sendo que a tendência de “greenhushing” intensificou-se em 2023,quando 1 em cada 5 empresas se recusou divulgar  metas de sustentabilidade, 3 vezes superior a 2022, embora avance na Califórnia nova lei “anti-greenwashing”, em vigor em 1 de Janeiro, resolvendo transparência e exigindo que empresas divulguem suas emissões de carbono.

Moral da Nota: há espaço para falar de supply chain em números, emergindo 10%, ou, a parcela do comércio global que viaja de navio através do Mar Vermelho a caminho ou a partir de Suez, daí, a constatação que os volumes despencaram à medida que companhias de transporte de contêineres e transportadores de petróleo desviaram as viagens através do Mar Vermelho após ataques de militantes Houthi que operam a partir do Iêmen. Os navios que evitam o Mar Vermelho são obrigados a percorrer caminho mais longo, contornando a África e o Cabo da Boa Esperança para chegar aos destinos, na Europa, na Costa Leste dos EUA e em outros portos. 

     

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Limites climáticos

Mais de um milhão de vezes maior que os esforços de remoção de carbono são o lançamento de combustíveis fósseis da atmosfera, cujas emissões de carbono, causam alterações climáticas a caminho de atingir nível recorde em 2023 enquanto são minúsculos os esforços para removê-las, valendo  dizer que emissões de CO2 provenientes de combustíveis fósseis estão no bom caminho em atingir máximo histórico até fins de 2023. O Relatório Global do Orçamento de Carbono 2023, mostra quão insignificantes são as tecnologias que retiram gases efeito estufa da atmosfera e, a nível mundial, prevendo-se que essas emissões atinjam 36,8 bilhões de toneladas métricas em 2023, aumento de 1,1% em relação a níveis de 2022, enquanto delegados se reuniram em Dubai num ano recorde em termos de emissões sublinhando necessidade mudanças drásticas e rápidas. O professor da Universidade de Exeter e um dos autores do relatório, esclarece que “há progressos na redução das emissões em alguns países, no entanto, insuficientes, estamos drasticamente fora do rumo”, com as emissões da Europa caíndo 7% em relação a 2022 enquanto os EUA registraram redução de 3% e, no geral, emissões de carvão, petróleo e gás natural continuam aumentar e países como Índia e China continuam registrar aumento das emissões, juntas, estas 2 nações respondem por 40% das emissões globais de combustíveis fósseis, embora nações ocidentais, incluindo EUA, ainda sejam as maiores emissoras históricas. O cientista climático da Universidade do Havai em Manoa e consultor científico da Carbon Direct, empresa de gestão de carbono, avalia que “o que queremos é que as emissões de combustíveis fósseis diminuam rapidamente”, no entanto, a tecnologia considerada panacéia aos problemas de emissões tem severas limitações, conforme o novo relatório e, que a remoção de CO2 com tecnologias de remoção de carbono sugam gases efeito estufa da atmosfera para evitar que aqueçam mais o planeta e o painel da ONU sobre alterações climáticas classificou a remoção de carbono como componente essencial dos planos para alcançar metas climáticas internacionais de manter o aquecimento a menos de 1,5 °C, 2,7 °F, acima dos níveis pré-industriais. Há pouca remoção de CO2 e a captura direta de ar e outras abordagens tecnológicas que recolheram e armazenaram 10 mil toneladas métricas de CO2 em 2023, significando que, no total, as emissões provenientes de combustíveis fósseis foram milhões de vezes superiores aos níveis de remoção de carbono em 2023, proporção mostrando que é “inviável” que as tecnologias de remoção de carbono equilibrem as emissões. O relatório mostra más notícias sobre abordagens baseadas na natureza, cujos esforços para retirar carbono da atmosfera através de métodos como reflorestamento e plantio de árvores responderam por mais emissões removidas da atmosfera que homólogos tecnológicos, no entanto, esses esforços são anulados pelas taxas de desmatamento e alterações no uso dos solos.

Dentre as tecnologias de simulação na previsão de eventos de calor extremo, o projeto SoMAS, apoiado por bolsa da NOAA, busca compreender desenvolvimento de eventos num mundo em aquecimento cuja equipe de pesquisa usa tecnologia de simulação para investigar por que ocorreram pontos críticos de eventos de calor extremo nos últimos anos e como serão no futuro. A equipe de pesquisadores da Escola de Ciências Marinhas e Atmosféricas, SoMAS, da Stony Brook University recebeu doação de 3 anos de US$ 500 mil da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, NOAA, para usar seu Sistema Contínuo de Previsão e Investigação do Sistema Terrestre, SPEAR, um sistema de modelização informática de próxima geração para simular alterações climáticas globais e projetar futuros eventos de calor extremo, principais contribuintes aos impactos do aquecimento global. Os extremos de temperatura, particularmente persistentes e generalizados em fenômenos de calor extremo, afetando ecossistemas e áreas da sociedade, causando incêndios florestais, falhas nas colheitas, danos excessivos e morte às populações, especialmente as mais vulneráveis, nos últimos anos, os EUA e Europa foram identificados como pontos críticos à eventos de calor extremo com aumento mais rápido em frequência e intensidade. O Professor Pesquisador e Investigador Principal do projeto, esclarece que “o objetivo com o projeto é encontrar resposta do 'por que' ocorreram pontos críticos de eventos de calor extremo nos EUA e Europa em passado recente e como evoluirão nos próximos anos e décadas” , sendo que o projeto vai até agosto de 2026. Antes, as pesquisas do SoMAS se concentraram no bloqueio atmosférico, em depressões e cristas através de um sistema de alta pressão que causa calor extremo, o atual trabalho, amplia a compreensão do bloqueio e das ondas de calor nos EUA e Europa, avaliando ondas de calor passadas em simulações SPEAR e, em seguida, prevendo ondas de calor até 2030, com o trabalho, esperam melhorar simulações SPEAR de temperaturas extremas, ao mesmo tempo que prevêem temperaturas extremas e fatores determinantes no futuro. O SPEAR foi desenvolvido em 2021 pelo Laboratório Geofísico de Dinâmica de Fluidos, GFDL, da NOAA, cujo financiamento à pesquisa vem do Escritório do Programa Climático da NOAA através do Programa de Modelagem, Análise, Previsões e Projeções, MAPP.

Moral da Nota: a IA do Google DeepMind Weather prevê condições meteorológicas extremas com mais rapidez e precisão, garantindo que o furacão Lee por exemplo, atingiria Nova Escócia 3 dias antes do previsto pelos métodos tradicionais em ano que a Terra foi atingida por número recorde de fenômenos meteorológicos extremos e imprevisíveis, agravados pelas alterações climáticas e, prevê-los com mais precisão e rapidez, prepararia melhor à desastres naturais ao passo que o novo modelo IA do Google DeepMind poderia tornar isso mais fácil. Publicada em novembro na Science, o modelo GraphCast do Google DeepMind previu as condições climáticas com 10 dias de antecedência, com mais precisão e rapidez que o padrão atual, superando o modelo do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo, ECMWF, em mais de 90% de 1.300 áreas de teste e, nas previsões da troposfera da Terra, a parte mais baixa da atmosfera e onde ocorre a maioria dos eventos atmosféricos, o GraphCast superou o modelo ECMWF em mais de 99% das variáveis ​​meteorológicas, como precipitação e temperatura. O GraphCast fornece avisos precisos aos meteorologistas mais cedo que os modelos padrão, reportando condições como temperaturas extremas e trajetórias de ciclones, em setembro, previu 9 dias antes do furacão Lee atingir a Nova Escócia enquanto os modelos tradicionais de previsão indicavam a chegada do furacão com apenas seis dias de antecedência. No entanto, o GraphCast não é perfeito, está atrás dos modelos convencionais de previsão do tempo em aspectos como chuvas, daí, necessidade de continuar usando modelos convencionais com modelos de aprendizado de máquina para fornecer melhores resultados. Vale dizer que os meteorologistas usam simulações de computador para fazer previsões meteorológicas que consomem muita energia e tempo para ser executada porque consideram equações baseadas na física e variáveis ​​meteorológicas como temperatura, precipitação, pressão, vento, umidade e nebulosidade, uma por uma, já o GraphCast usa aprendizado de máquina para fazer esses cálculos em menos de 1 minuto e, em vez de usar equações da física, baseia previsões em 4 décadas de dados através de redes neurais gráficas que representam a superfície da Terra em mais de 1 milhão de pontos e, em cada ponto desta grade, prevê temperatura, velocidade e direção do vento, pressão média a nível do mar e outras condições, como umidade, daí, a rede neural pode encontrar padrões e tirar conclusões sobre o que acontecerá em cada um desses pontos.