domingo, 4 de fevereiro de 2024

2024 pede passagem

Até fins de 2024 Delegados de todo o mundo devem finalizar tratado da ONU que irá “mitigar poluição plástica”, no entanto, enfrenta atrasos, com 3 sessões de negociação até agora e mais 2 agendadas ao fins de 2024 e, apesar dos sinais de progresso, interesses da indústria petroquímica resistiram propostas mais ambiciosas para limitar produção de plástico preferindo tratado centrado na limpeza do lixo plástico e melhoria das taxas de reciclagem. Sem progressos significativos na mais recente ronda de negociações é possível que seja necessário prazo alargado para entregar  tratado final e, para alguns envolvidos nas negociações, tudo bem se  significar acordo mais forte, no entanto, a pressão persiste pois cada ano sem um tratado significa mais poluição plástica não controlada. Sobre a Lei de Redução da Inflação dos EUA,  incentivos à descarbonização tornaram-se acessíveis como créditos fiscais à instalação de energia solar e de bombas de calor, enquanto outros demoraram mais para ter efeito já que destina US$ 8,8 bilhões à eletrificação residencial e redução do consumo de energia, especialmente em agregados familiares de baixo rendimento, aí, placas de indução e máquinas de secar roupa energéticamente eficientes que não têm descontos financiados pelo governo federal com o Departamento de Energia  em processo de financiamento aos estados participantes, responsáveis por colocar o dinheiro nos bolsos dos americanos.

Em Porto Rico 1,2 milhão de casas já instalam 3.400 sistemas residenciais de energia solar e armazenamento de baterias em telhados/mês enquanto o Departamento de Energia aplicará US$ 440 milhões em financiamento residencial-solar,  suficiente à 30 mil casas, com analistas prevendo que até 2030, um quarto dos agregados familiares terão sistemas fotovoltaicos, dependendo, em parte, da aprovarção de lei pendente que protegeria a medição líquida até então. A maior central de captura de carbono do mundo foi inaugurada no Texas, construtores de um gasoduto de CO2 que seria utilizado à transportar emissões cativas até o destino final no subsolo cancelaram o projeto face à resistência regulamentar, ao passo que  ativistas climáticos são céticos em relação à captura de carbono como estratagema da indústria para continuar queimar combustíveis fósseis, já que o mercado de captura de carbono  cresce na sequência de políticas governamentais favoráveis e a utilização da tecnologia se alastra em sectores tradicionais como instalações de gás natural, cimento, aço e ferro. A United Auto Workers ganhou provisões para funcionários de veículos elétricos após greve das montadoras de Detroit, Ford, Stellantis e General Motors lançando campanhas de organização em 13 lojas não sindicalizadas, incluindo veículos eléctricos como Tesla, Volkswagen e Hyundai anunciando inscrições de novos membros à medida que a indústria se desloca aos VE. Depósitos importantes de terras raras e outros minerais críticos à expansão das energias renováveis continuarão crescer no oeste e sudeste dos EUA como o Mar Salton na Califórnia e o lítio na Carolina do Norte bem como no Alasca, desenvolvimentos, ao lado de incentivos da Lei de Redução da Inflação, reforçarão indústrias nacionais de mineração e renováveis em 2024, sendo que muitas das descobertas são feitas em minas de carvão e campos petrolíferos por empresas de combustíveis fósseis que diversificam carteiras, esperando-se boom nos esforços para reformar leis em torno da indústria mineira mal regulamentada, bem como ativismo comunitário contra locais como a mina de lítio Thacker Pass, no Nevada. À agricultura, 2024 poderá ser o maior ano até agora na agricultura “inteligente em termos climáticos” com bilhões de dólares que o Congresso destinou na Lei de Redução da Inflação fluindo aos agricultores que plantam árvores e cobrem culturas que sequestram carbono, sendo que legisladores tem oportunidade de conseguir mais fundos na lei agrícola, através de amplo pacote legislativo que será renovado em 2024 e com defensores do clima insatisfeitos com  resultados, sendo que a luta sobre o que é considerado “inteligente em termos climáticos” esquenta à medida que subsídios vão à ferramentas como digestores de metano que alguns defensores culpam por sustentar os grandes poluidores.

Moral da Nota: em 2020, um juiz federal ordenou que a EPA investigasse reclamações ao abrigo do Título VI da Lei dos Direitos Civis, que proíbe discriminação com base na raça ou origem nacional em programa que receba financiamento do governo federal, desde então, comunidades  tentam usar a lei para alcançar justiça ambiental enquanto a agência abandou o caso de maior destaque em matéria de direitos civis no “Beco do Câncer” no Louisiana, na sequência de ação judicial movida pelo procurador-geral do estado, no entanto, em 2024 é provável que a EPA processe  reclamações do Título VI em estados com agências ambientais cooperativas e evite pressionar estados amigos da indústria,como Louisiana e Texas fazerem grandes mudanças. Fabricantes de produtos químicos como 3M, DuPont e Chemours forçados a acordos em 2023 com coligações de estados, cidades e municípios sobre PFAS, “produtos químicos eternos” mortais, que as empresas conscientemente lançaram no ambiente, em 2024 se determinará quão difundido é o problema no abastecimento de água dos EUA, com Minnesota, legisladores apresentando projeto de lei que exigiria que a 3M e grandes corporações químicas paguem por exames médicos às comunidades expostas ao PFAS e na Carolina do Norte, onde a ONU  declarou que a poluição por PFAS é  violação dos direitos humanos.