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domingo, 30 de março de 2025

Modelos Climáticos

Previsões do tempo nos ajudam decidir fornecendo aviso para otimizar rede elétrica, daí, serviços como o Australian Bureau of Meteorology usam matemática complexa da Terra e atmosfera, ou, modelos climáticos e de tempo, sendo que o mesmo software é usado para prever clima futuro nas próximas décadas ou mesmo séculos, previsões, que permitem planejar, ou evitar, impactos de futuras mudanças climáticas, quer dizer, modelos de clima e tempo são complexos.  O Australian Community Climate and Earth System Simulator, por exemplo, é composto por milhões de linhas de código de computador, sem modelos de clima e tempo, tanto para eventos climáticos de curto prazo quanto a futuro de longo prazo, seria mais complexo que atualmente, cujo funcionamento do clima por exemplo, corresponde o comportamento de curto prazo da atmosfera, temperatura em um determinado dia, vento, se está chovendo e quanto, enquanto o tempo trabalha sobre estatística de longo prazo de eventos climáticos a temperatura típica no verão, ou, com que frequência tempestades e inundações acontecem a cada década, sendo que a razão pela qual usamos as mesmas ferramentas de modelagem ao clima e ao tempo é porque ambas são baseadas nos mesmos princípios físicos. Modelos compilam fatores, radiação solar, fluxo de ar e água, superfície terrestre, nuvens em equações matemáticas resolvidas em pequenas caixas de grade tridimensionais e reunidas para prever o estado futuro, sendo que as caixas são como pixels que se juntam para formar imagem maior, em soluções calculadas no computador onde usar mais caixas de grade, resolução mais fina, melhora respostas, no entanto, consome mais recursos de computação, por isso que as melhores previsões precisam de supercomputador como o Gadi da National Computational Infrastructure em Canberra e, como clima e tempo são governados pelos mesmos processos físicos, podemos usar o mesmo software para prever o comportamento de ambos. Diferenças entre clima e tempo se resumem ao conceito, "inicialização", ou, ponto de partida de um modelo, que em muitos casos, a previsão mais simples ao clima de amanhã é a previsão de "persistência", ou, o clima de amanhã será semelhante ao de hoje, significando que, independentemente quão bom seja seu modelo, se começar com condições erradas, não haverá esperança de prever o amanhã, daí, previsões de persistência são boas para temperatura, menos eficazes à outros aspectos do clima como chuva ou vento e, como esses aspectos são os mais importantes do clima a serem previstos, meteorologistas precisam de métodos mais sofisticados. Modelos climáticos usam matemática complexa com informações climáticas, de ontem e hoje, fazendo daí, boa previsão de amanhã grande melhoria em previsões de persistência, mas não perfeitas, além disso, quanto mais à frente prever, mais informações se perdem sobre o estado inicial e pior a previsão, daí, necessidade de atualizar e executar, ou, na linguagem de modelagem, "inicializar" o modelo regularmente para obter melhor previsão, quer dizer, serviços meteorológicos podem prever com segurança de 3 a  7 dias de antecedência, dependendo da região, da estação e do tipo de sistema climático envolvido. Modelos climáticos produzem tipo e frequência de eventos climáticos, mas não previsão específica do clima real, considerando que o efeito cumulativo desses eventos climáticos produz o estado climático que inclui fatores como temperatura média e probabilidade de eventos extremos, portanto, um modelo climático não nos dá resposta com base em informações meteorológicas de ontem ou de hoje, é executado durante séculos para produzir seu próprio equilíbrio à Terra simulada, também conhecido como sistema terrestre, necessita levar em conta processos adicionais de longo prazo não considerados como, circulação oceânica, criosfera ou partes congeladas do planeta, ciclo natural do carbono e emissões de carbono das atividades humanas. Avanços nos últimos 2 anos na previsão do clima com machine learning, levam modelos baseados em machine learning superar modelos baseados em física, daí, necessidade de serem treinados significando necessidade de ser suplementado pela saída de modelos tradicionais, daí, modelos climáticos e meteorológicos são infraestrutura digital crucial, ferramentas à tomadores de decisão, bem como a cientistas e pesquisadores fornecendo suporte à agricultura, gestão de recursos e desastres, daí, entender como funcionam é vital.

Neste ecossistema, aumento de 0,5°C na temperatura tornará inabitável à humanos área do tamanho dos EUA se o aquecimento global atingir 2°C acima da média pré-industrial, quer dizer, 2024 quebrou todos os recordes de temperatura, a temperatura média global subiu 1,5°C acima da média pré-industrial, enquanto descobertas científicas vinculam ciência do clima físico a risco de mortalidade por calor e à medida que mudanças climáticas continuam piorar com eventos climáticos extremos se tornando norma, estudo revela que aumento de 0,5º C na temperatura fará com que mais partes do planeta se tornem quentes demais à vida humana. Publicado na Nature Reviews Earth and Environment, revelou que a massa de terra que seria quente demais até mesmo à humanos jovens e saudáveis, 18 a 60 anos, que manteriam temperatura corporal segura, deverá triplicar criando área inabitável quase o tamanho dos EUA se o aquecimento global atingir 2°C acima da média pré-industrial. O autor principal do artigo esclarece que “as descobertas mostram consequências potencialmente mortais se o aquecimento global atingir 2°C, com limiares de calor insuportáveis, que até agora foram excedidos apenas brevemente à adultos mais velhos nas regiões mais quentes da Terra, provavelmente surgirão para adultos mais jovens", considerando que 2024 quebrou todos os recordes de temperatura e foi o primeiro ano civil com uma temperatura média global de mais de 1,5°C acima da média pré-industrial. Cientistas distinguem entre limites não compensáveis, além dos quais a temperatura corporal central humana aumenta incontrolavelmente e, limites não sobrevivíveis, onde a temperatura central do corpo aumenta à 42°C em 6 horas, enquanto limites não compensáveis ​​foram ultrapassados ​​à todas as idades e limites não sobrevivíveis até agora foram ultrapassados ​​apenas brevemente à adultos mais velhos, concluindo que, “o que a revisão mostra, que particularmente à níveis mais altos de aquecimento, como 4°C acima da média pré-industrial, impactos do calor extremo na saúde podem ser extremamente ruins”, revelando que, certas regiões correm mais risco de cruzar limites críticos de incompensabilidade e insuportabilidade, com pessoas na África Saariana e Sul da Ásia como as mais expostas, observando que, 3 eventos de calor mais mortais do século XXI causaram quase 200 mil mortes, incluindo 72 mil na Europa em 2003 e 62 mil em na Europa em 2022, sendo que a onda de calor russa de 2010 matou 56 mil.

Moral da Nota: IA é inovação tecnológica impactante, raramente pensamos nas origens, embora associem psicologia à saúde mental, sua influência na criação IA ​​foi fundamental, sendo que a ciência da mente forneceu modelos e teorias que permitiram o desenvolvimento de sistemas inteligentes que imitam o pensamento e tomada de decisões, considerando que no século XX, psicólogos buscaram estudar como o cérebro aprende e processa informações, com Donald Hebb, pioneiro que em 1949 propôs conexões entre neurônios são fortalecidas quando ativados simultaneamente, teoria que inspirou Frank Rosenblatt desenvolver o perceptron, ou, a primeira rede neural artificial, no conceito que máquinas aprendem ajustando conexões entre elementos assim como o cérebro, sendo que o perceptron é marco no desenvolvimento IA, demonstrando que as máquinas podem aprender com a experiência em vez de seguir instruções programadas, embora a tecnologia tivesse limitações nos primórdios, lançou bases às redes neurais modernas. Na década de 1980, David Rumelhart aprimorou o perceptron com método matemático chamado retropropagação, técnica que permitiu redes neurais ajustarem conexões de forma eficiente, abrindo caminho à avanços no aprendizado profundo, em 2024, Hinton recebeu o Prêmio Nobel de Física por seu trabalho em redes neurais, ressaltando a importância da psicologia na evolução IA, sendo que um dos grandes desafios IA ​​é equipar máquinas com raciocínio reflexivo, conhecido como metacognição, conceito introduzido na década de 1970 por John Flavell para descrever capacidade humana de avaliar e melhorar o pensamento, com pesquisas em andamento sobre como incorporar a capacidade aos sistemas IA e melhorar a tomada de decisão, por exemplo, a OpenAI desenvolveu modelos que apresentam melhor desempenho em testes de inteligência fluida avaliando a capacidade de resolver novos problemas sem treinamento prévio. O cientista da computação Edward Lee alertou que exigir explicações de sistemas IA pode ser arriscado com base em pesquisa de Daniel Kahneman ao demonstrar que humanos muitas vezes justificam suas decisões com explicações criadas após o fato que nem sempre reflete seu verdadeiro raciocínio, fenômeno que pode ser transferido à IA gerando justificativas falsas em vez de explicações genuínas, considerando ainda que estudos de Eleanor Maguire mostram que o cérebro humano pode se adaptar a novas tecnologias como observado em taxistas de Londres cujos cérebros são modificados pela memorização de mapas complexos e, à medida que IA avança, é provável que mude o modo como adquirimos conhecimento e resolvemos problemas. 

quinta-feira, 27 de março de 2025

O Carvão

O MOSPI, Ministério de Estatísticas e Implementação de Programas da Índia divulgou Relatório de Estatísticas de Energia de 2024 declarando que o carvão continua sendo importante fonte de eletricidade nacional, enquanto o mundo se apressa para fazer transição da eletricidade gerada por combustíveis fósseis à energia renovável, afastando-se da eletricidade movida a carvão, visto como o maior desafio à Índia. Estudo publicado em Proceedings of the National Academy of Sciences afirma que as emissões de carvão impactam rendimentos a até 100 km de distância das usinas de energia, "partes de Bengala Ocidental, Madhya Pradesh e Uttar Pradesh expostas ao NO2 ligado ao mineral, cujas perdas anuais de rendimento excedem 10% equivalente a 6 anos de crescimento médio anual de rendimento em arroz e trigo na Índia entre 2011 e 2020". A poluição do ar é uma das principais causas do declínio no rendimento das safras agrícolas, sendo que emissões do carvão, que incluem dióxido de nitrogênio, em particular, prejudicam rendimentos agrícolas como arroz e trigo, alimentos básicos do povo indiano, com o autor principal do artigo esclarecendo que, "entender o impacto das emissões de eletricidade do carvão da Índia na agricultura leva a compensações reais entre atender à crescente demanda de eletricidade com geração de carvão e manter a segurança alimentar". O NO, óxido de nitrogênio, pode interferir diretamente no mecanismo das enzimas críticas dos vegetais, pois é fitotóxico por natureza, Indiretamente, precursor da formação de ozônio, podendo levar à formação de material particulado, MP, no entanto, sabe-se que tanto o ozônio quanto o MP, material particulado, reduzem os rendimentos com perdas globais relativas de rendimento para trigo e arroz de 7-12% e 3-4%, respectivamente, sendo que a eliminação das usinas de carvão da proximidade de campos de cultivo aumentaria a produção de arroz à US$ 420 milhões e de trigo para US$ 400 milhões por ano.

Biodiversidade é a multidão de organismos diversos em determinado ecossistema, essencial para dar suporte à saúde e sustentabilidade da vida na Terra, referindo-se à variedade completa de vida, bactérias e plantas a animais e ecossistemas inteiros, como florestas de mangue ou recifes de corais, espécies de flora e fauna florescentes indicando saúde geral de um ecossistema e, como a biodiversidade é crítica à uma série de indústrias, de produtos farmacêuticos à agricultura, há forte relação entre biodiversidade e economias saudáveis. Trata-se de componente essencial a integridade da biosfera, um dos 9 sistemas planetários que mantêm a Terra em equilíbrio e preservam sua estabilidade e resiliência geral, sendo que 6 deles, incluindo a integridade da biosfera, estão em perigo de maior degradação e colapso, cujos indicadores da saúde do ecossistema natural caíram nos últimos 50 anos, com pesquisa de líderes empresariais pelo Fórum Econômico Mundial classificando a perda de biodiversidade e o colapso do ecossistema como 3º maior risco global nos próximos 10 anos, sendo que a principal razão à perda de biodiversidade é a conversão de terras, com a maior parte causada por alimentos e sistemas agrícolas, com estimativas que a pecuária contribui com 53 % da perda de biodiversidade terrestre, enquanto a agricultura de cultivos responde por 32 %. Já a COP, Conferência das Partes da ONU, que se reúne anualmente para discutir o progresso mundial em direção ao net zero e, o grupo relacionado, a Conferência das Partes da ONU à Convenção sobre Diversidade Biológica, que se reúne a cada 2 anos para discutir a prevenção da perda de biodiversidade, enquanto a primeira COP sobre biodiversidade, COP1, realizada em 1994 nas Bahamas, a COP15, presidida pela China e realizada em Montreal em 2022, foi a maior conferência sobre biodiversidade de todos os tempos com quase 20 mil líderes e representantes, aumento em relação aos menos de 4 mil que compareceram à reunião anterior que adotaram acordo para proteger o capital natural e limitar a perda de biodiversidade. O Kunming-Montreal Global Biodiversity Framework forneceu metas incluindo, proteger pelo menos 30 % das áreas terrestres, de águas interiores, costeiras e marinhas, garantir que pelo menos 30 % das áreas degradadas estejam sob restauração efetiva, mobilizar US$ 200 bilhões por ano até 2030 para investir na biodiversidade, com países buscando mudanças na política de uso da terra enquanto, o Brasil, por exemplo, se comprometeu recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas até 2030, pioneiro no uso de sistemas integrados de lavoura-pecuária-floresta, que maximizam o uso da terra e fornecem benefícios agrícolas e econômicos, sendo que em 2021, mais de 17 milhões de hectares agrícolas já estavam usando essas técnicas. Dentre os mecanismos para lidar com a perda de biodiversidade estão NCS, Soluções Climáticas Naturais, ou, ações baseadas na natureza que reduzem ou sequestram emissões de gases efeito estufa e se apoiam a biodiversidade, soluções que protegem, restauram e gerenciam a natureza para apoiar metas climáticas globais incluindo práticas florestais, práticas relacionadas a pântanos, práticas agrícolas restaurativas ou regenerativas e práticas baseadas no oceano. Pesquisa da McKinsey indica que a ação corporativa pode ajudar a colocar o capital natural no caminho da recuperação até 2050 com desenvolvimento agroflorestal, por exemplo, plantar árvores em terras de cultivo e pastagens e implementar faixas de proteção de cobertura vegetal natural, que pode trazer melhorias na biodiversidade reduzindo em 11 % o déficit de biodiversidade projetado para 2050 e a agricultura regenerativa em grande escala mitigando perda de biodiversidade até 2050, incluindo plantio de culturas de cobertura e uso de agricultura sem plantio direto, que ajuda o solo a reter mais carbono.

Moral da Nota: relatório do Fórum Econômico Mundial analisa desafios no desenvolvimento das economias de hidrogênio limpo, incluindo, baixa demanda por hidrogênio limpo, alto prêmio de preço, ritmo lento de desenvolvimento de infraestrutura, capacidade local limitada em tecnologia e falta de padrões e certificação. Diz como a América Latina pode alavancar recursos solares, eólicos e hidrelétricos para se tornar ator importante no mercado global de exportação de hidrogênio limpo em preocupações com segurança energética impulsionando crescimento econômico regional, daí, emergem Argentina e Chile com ambição de se tornarem exportadores líquidos, enquanto o Chile mostra potencial para produzir o hidrogênio verde mais barato do mundo até 2050, Brasil, Colômbia e México focam na descarbonização local usando hidrogênio limpo para reduzir emissões nacionais, por exemplo, em setores difíceis de reduzir, enquanto, o Panamá e Uruguai são atores focados no direcionamento do desenvolvimento do hidrogênio limpo à setores específicos como transporte marítimo e rodoviário. Nesta linha, surge notícia que o agronegócio brasileiro amplia geração própria de energia solar para reduzir custos testando integração renovável com baterias, fronteira tecnológica que permite estabilizar suprimento elétrico avançando em ampliações de capacidade produtiva e reduzindo consumo de diesel, enxergando nas baterias oportunidade de substituição do diesel considerando que a capacidade solar no setor cresceu mais de 7 vezes desde 2020, com empresas que fornecem soluções de energia, como a WEG, afirmando que o interesse de produtores rurais por sistemas de armazenamento se intensificou e deve se consolidar em 2025 com projetos saindo do papel pós forte queda dos custos das baterias. O agro responde por 14% da potência instalada solar no Brasil, com 4,8 gigawatts, GW, distribuídos em pequenas instalações fotovoltaicas, construídas em telhados ou terrenos sem uso, enquanto o número de unidades consumidoras atendidas no meio rural saltou de 54 mil em 2020 à 471 mil ao final de 2024, conforme Absolar, Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, com aplicações desde suprir energia à irrigação de lavoura, climatização e iluminação de granjas, bombeamento de água à reservatórios e alimentação de câmaras frias.



terça-feira, 25 de março de 2025

O Mercúrio

As ONGs Bloom, defesa dos oceanos, e Foodwatch, defesa do consumidor, em relatório, informam que grande parte do atum em conserva da UE está 100% contaminado com mercúrio, solicitando às redes de distribuição e autoridades públicas, "medidas de emergência" incluindo redução dos limites permitidos à comercialização do produto após a Bloom selecionar aleatoriamente 148 latas de atum na França, Alemanha, Inglaterra, Espanha e Itália, testando em laboratório independente, obtendo como resultado, "100% das latas contaminadas com mercúrio". Em mais da metade do atum examinado, a concentração de mercúrio supera o limite máximo estabelecido à outras espécies de peixes como o bacalhau e anchovas, de 0,3 mg/kg, e, ao atum, o limite foi fixado em 1 mg/kg, no entanto, o limite é calculado sobre o "produto fresco" e, segundo cálculos da Bloom, corresponde a concentração de 2,7 mg/kg na conserva considerando que o mercúrio fica mais concentrado pós desidratação. Na França, por exemplo, a marca Petit Navire testada na investigação apresentou concentração de 3,9 mg/kg, com a pesquisadora da Bloom esclarecendo que "a forma como as normas de saúde foram estabelecidas no âmbito europeu é escandalosa", concluindo que, "foram definidas com base na taxa de contaminação de atuns observada e não no perigo que o mercúrio representa à saúde humana, decorrente o objetivo de garantir a venda de 95% do pescado", com a ONG esclarecendo que o problema está em regulamento sobre contaminantes revisado em 2022 por "comitê técnico" da Comissão Europeia, ou, SCoPaFF, Comitê Permanente das Plantas, Animais, Alimentos e Rações, já que, "os limites máximos são definidos buscando comercializar o maior número possível de peixes contaminados chamado de método ALARA, 'tão baixo quanto razoavelmente alcançável', quer dizer, tão baixo quanto interesses comerciais permitem", considerando que para a ONG ,"não há justificativa sanitária para a diferença, o mercúrio não é menos tóxico se ingerido via atum, apenas a concentração do metal no alimento conta".  Classificado pela OMS como "uma das 10 substâncias mais preocupantes à saúde pública", no oceano, o metal se mistura com bactérias e se transforma em metilmercúrio, derivado mais tóxico e, segundo a OMS, "Problemas neurológicos e comportamentais podem ser observados pós exposição a diferentes compostos de mercúrio por inalação, ingestão ou contato dérmico", com a Anses, Agência Francesa de Segurança Alimentar, reconhecendo que em "altas doses, o metilmercúrio é tóxico ao sistema nervoso central humano especialmente no desenvolvimento intrauterino e 1ª infância", recomendando limitar o consumo, mas não evitá-lo completamente, mulheres grávidas e crianças menores de 3 anos. A vice-diretora de avaliação de riscos da Anses, informou a Comissão Europeia que "garantir padrões elevados de segurança alimentar é prioridade essencial da UE aos cidadãos", concluindo que "em 2022, os limites máximos de mercúrio nos alimentos foram revisados com base em dados mais recentes", que segundo a Comissão, "dados sobre a presença de mercúrio no atum mostraram que não havia margem para reduzir mais o limite máximo com base no princípio do 'nível mais baixo que seja razoavelmente possível alcançar'" e, diante o que consideram ser "escândalo de saúde pública", a Bloom e a Foodwatch exigem "medidas de emergência" das autoridades públicas e pedem à Comissão Europeia e autoridades francesas que adotem o limite máximo mais rigoroso de 0,3 mg/kg, além da solicitação que distribuidores comercializem apenas produtos abaixo desse limite.

Vale a Nota que estudo da Purdue University aparecendo na última edição do Proceedings of the National Academy of Sciences, informa que pesquisas mostram como, em escala local, o estudo e desenvolvimento agrícola levaram a variedades de cultivo melhoradas que resultaram em benefícios globais ao ambiente e a sustentabilidade do sistema alimentar, com o professor associado de pesquisa em economia agrícola da Purdue dizendo que "em nível global, vemos redução no uso de terras agrícolas devido as melhorias tecnológicas, levando a ganhos no estoque de carbono terrestre evitando perda de espécies vegetais e animais ameaçadas". O estudo é o primeiro realizar análise em escala fina que remonta ao início dos anos 1960, incorporando dados globais de 100 mil células de grade, em que cada célula cobre área de 27,2 km² no equador, considerando que células de grade mais ao norte e ao sul do equador tornam-se menores decorrente a curvatura da Terra, com o coautor do estudo, Distinguished Professor of Agriculture, dizendo que "precisa dessa resolução espacial à chegar na questão da biodiversidade, porque biodiversidade não é uniformemente distribuída". Outra questão decorrente o estudo, revelou como mudanças no uso da terra agrícola afetaram a biodiversidade, ao descobrir que, globalmente, o uso reduzido da terra agrícola resultante de variedades de culturas melhoradas salvou 1.043 espécies de animais e plantas, sendo que a pesquisa relata que espécies de plantas salvas somaram 818, com 225 espécies de anfíbios, pássaros, mamíferos e répteis, com coautores relatando que "80% das perdas evitadas em espécies de plantas estão localizadas em 31 dos 34 pontos críticos de biodiversidade mapeados no modelo". A agricultura cobre 37% da área terrestre da terra e gera um quarto das emissões de gases de efeito estufa que os humanos produzem, com o estudo descobrindo que variedades de culturas melhoradas reduziram a quantidade de área de terras cultiváveis ​​de 1961 a 2015 em mais de 39 milhões de acres, enquanto a produção agrícola aumentou em 226 milhões de toneladas métricas enquanto preços das colheitas caíram quase 2% como resultado das variedades de culturas melhoradas. Quantificou impacto de novas variedades de culturas desenvolvidas pelo Grupo Consultivo sobre Pesquisa Agrícola Internacional, CGIAR, rede global de inovação de 15 % que comemorou 50º aniversário em 2021, com os coautores dizendo que, "globalmente, as tecnologias CGIAR contribuíram com 47% dos ganhos totais de produção da adoção de variedades de culturas melhoradas em países em desenvolvimento" de 1961 a 2015, sendo que tecnologias CGIAR reduziram o uso de terras agrícolas, emissões de gases efeito estufa e perda de biodiversidade. Os resultados foram gerados a partir do modelo global de agricultura, uso da terra e meio ambiente da Purdue, chamado de Modelo Internacional Simplificado de Preços Agrícolas, Uso da Terra e Meio Ambiente, Gridded, ou, SIMPLE-G, que incorporou dados de décadas de adoção de variedades e rendimentos de culturas em nível de fazenda fornecido pelo economista do Serviço de Pesquisa Econômica do Departamento de Agricultura dos EUA, por fim, a pesquisa foi apoiada pelo Bureau de Resiliência e Segurança Alimentar da Agência dos EUA ao Desenvolvimento Internacional e pelo Serviço de Pesquisa Econômica do USDA.

Moral da Nota: a Comissão Europeia alocou 6,8 milhões de euros no Corredor de Hidrogênio Nórdico-Báltico, em cofinanciamento do CEF, Mecanismo Interligar a Europa, à projetos de infraestrutura energética transfronteiriços no âmbito das RTE-E, Redes Transeuropeias de Energia, e o NBHC, Corredor de Hidrogênio Nórdico-Báltico, para apoiar a fase de estudo de viabilidade, e, conforme a TSO Elering, operadora do sistema de transmissão estoniano, a decisão aumenta infraestrutura de hidrogênio que conecta Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia e Alemanha, vital ao futuro da energia verde da Europa, grande testamento da qualidade e necessidade do projeto NBHC mostrando potencial para contribuir com metas de autossuficiência energética da UE e apoiar transição à energia limpa. Auxilia o projeto NBHC executar estudos de viabilidade nos países, se concentrando em aspectos incluindo roteamento de gasodutos, planejamento de estações de compressão, análise financeira e econômica, questões de permissão ambiental e segurança, bem como investigações sobre cronograma de implementação, esperando que sejam executados até o final de 2026. O NBHC é projeto de seis TSOs europeus, incluindo Gasgrid vetyverkot Oy da Finlândia, Elering da Estônia, Conexus Baltic Grid da Letônia, Amber Grid da Lituânia, GAZ-SYSTEM da Polônia e ONTRAS da Alemanha e, conforme participantes, a decisão reforça competitividade do Báltico no setor de hidrogênio e confirma comprometimento no projeto com o desenvolvimento de infraestrutura de hidrogênio nacional e internacional e, conforme a Elering, o sucesso do NBHC em garantir o financiamento demonstra importância das colaborações transfronteiriças na transição da Europa à futuro de energia limpa e sustentável, enquanto a fase de viabilidade avança, o projeto está definido para se tornar pedra angular do cenário energético da Europa promovendo economia verde e apoiando meta da UE de atingir emissões líquidas zero até 2050. Por fim, o Corredor de Hidrogênio Nórdico-Báltico é iniciativa projetada para integrar hidrogênio renovável em 6 estados-membros da UE conectando centros de produção nas regiões nórdica e báltica com grandes centros de demanda, sendo que contribuirá à descarbonização de sistemas de energia incluindo setores industriais difíceis reduzindo emissões de carbono em até 37 milhões de toneladas de CO2 equivalentes anualmente até 2050.


quinta-feira, 20 de março de 2025

O caso italiano

A região de Veneto, nordeste da Itália, possivelmente é a maior contaminação por PFAS, perfluoroalquiladas e polifluoroalquiladas, do mundo, já que em 2013, produtos químicos foram encontrados na água potável de uma “área vermelha” abrangendo 30 municípios nas províncias de Vicenza, Verona e Pádua, com a professora de epidemiologia na Universidade de Pádua dizendo que “o que aconteceu em Veneto é um desastre”. Em 2017, um plano de vigilância foi estabelecido na região ainda faltando dados publicados sobre a incidência e prevalência de doenças na área, conforme a professora de saúde pública na Universidade de Pádua esclarecendo que a análise retrospectiva de registros médicos e dados de saúde permitirá pesquisadores estabelecerem vínculos entre a exposição ao PFAS e resultados de saúde específicos, evidências que podem informar intervenções de saúde pública direcionadas e estratégias de prevenção. PFAS são grupo de produtos químicos usados ​​desde a década de 1940 por conta das propriedades à prova d'água, resistentes à gordura e ao calor, presentes em produtos do dia a dia como panelas antiaderentes, Teflon, roupas impermeáveis, Gore-Tex, embalagens de alimentos e espumas de combate a incêndio, sendo que não se decompõem facilmente e podem se acumular na água, solo, em animais e humanos e, conforme o gerente de política de poluição zero da Zero Waste Europe, “são feitos para serem resistentes” e, como são altamente persistentes se acumulam ao longo do tempo, estão disseminados no ambiente tornando difícil distinguir níveis de fundo das fontes de contaminação localizadas, concluindo que, “não sabemos se estão em todos lugares, mas em todos lugares que olhamos, os encontramos”.

O caso Veneto remete ao fato que durante décadas, moradores beberam e cozinharam, sem saber, com água contaminada com PFAS, enquanto a poluição foi rastreada até a fábrica química Miteni em Trissino, Vicenza, que fabricou PFAS da década de 1960 até seu fechamento em 2018, que despejou águas residuais no aquífero Almisano, segunda maior fonte de água doce da Europa, tornando a crise aparente em 2013, quando o Conselho Nacional de Pesquisa da Itália revelou níveis altos de PFAS em águas subterrâneas e rios, contendo concentrações mil vezes acima dos limites internacionais de segurança e com Investigações posteriores revelando que 350 mil pessoas viviam na área contaminada, enquanto 120 mil moradores foram considerados altamente expostos devido ao consumo prolongado de água poluída. “Em resposta, em 6 meses, construíram sistemas de dupla filtragem de carbono nos suprimentos de água afetados, com moradores aconselhados a beber água engarrafada e evitar consumo de produtos locais", além de Veneto lançar programa de biomonitoramento entre 2015 e 2016 incluindo estudo que testou 507 pessoas, de áreas contaminadas e zonas limpas, para comparar níveis de exposição a PFAS, com resultados mostrando que os moradores da zona vermelha tinham 8 vezes mais PFAS no sangue que aqueles em áreas não contaminadas. Em 2017, o governo regional introduziu Plano de Vigilância Sanitária abrangente com alvo em 90 mil moradores da área vermelha e ex-funcionários da Miteni submetidos a exames de sangue para medir 12 produtos químicos PFAS diferentes, com exames para problemas renais, hepáticos, metabólicos e de tireoide, em 2022, mais de 55 mil pessoas participaram e 60% mostraram sinais de danos orgânicos ou metabólicos relacionados à exposição ao PFAS, ao passo que estudo separado de 2022 confirmou quão o PFAS havia se infiltrado na comunidade e, dentre os 105 mil residentes testados, o PFOA, tipo mais comum de PFAS, foi encontrado em amostras de sangue em níveis 20 vezes maiores que a média italiana com outros compostos PFAS incluindo PFOS e PFHxS como prevalentes. Pesquisas recentes revelam que a área vermelha de Veneto sofreu excesso de 3890 mortes entre 1985 e 2018, ou seja, uma morte adicional a cada 3 dias por doenças cardiovasculares, câncer renal e testicular, todas as doenças ligadas à exposição ao PFAS, com preocupações sobre o impacto PFAS na saúde reprodutiva, em que placenta e feto absorvem o PFAS da mãe, considerando que mulheres que engravidaram têm menor contaminação por PFAS do que aquelas que não tiveram filhos, ao passo que seus filhos podem experimentar efeitos da exposição pré-natal ao longo de suas vidas, valendo concluir que um estudo dinamarquês ainda não publicado descobriu anteriormente que a maior exposição materna ao PFAS foi associada à menor motilidade dos espermatozoides e pior morfologia em adultos jovens.

Moral da Nota: a psicóloga e pesquisadora da Universidade de Pádua, esclarece que além das preocupações com a saúde física, moradores enfrentam desafios psicológicos ao lidar com implicações da exposição prolongada a esses produtos químicos eternos, com estudo qualitativo em pais nas áreas mais afetadas revelou jornada que passa por fases de Choque e descrença, com a percepção que o ambiente levou a sentimentos de traição e vulnerabilidade, outra questão foram Mudanças no estilo de vida para minimizar exposição incluindo usar água engarrafada, evitar produtos cultivados localmente e nadar na piscina local enquanto alguns se mudaram.  A convivência com PFAS, com o tempo, é frequentemente acompanhada por sensação persistente de incerteza, além de preocupações sobre efeitos de longo prazo na saúde, especialmente em relação ao bem-estar de crianças expostas desde tenra idade, sendo que a natureza invisível da contaminação por PFAS tornou desafiador aos moradores avaliarem riscos gerando ansiedade, pois a comunidade ficou se perguntando sobre potenciais implicações à saúde que poderiam surgir anos depois. A contaminação por PFAS é generalizada no mundo, na Europa, pontos críticos conhecidos incluem partes da Bélgica, em torno de Antuérpia, onde PFAS de plantas químicas poluíram solo e água, na Holanda, altos níveis de PFAS foram detectados em Dordrecht, ligados a local de fabricação de produtos químicos, na Alemanha, França e Reino Unido foram relatadas contaminação em áreas industriais e locais militares onde espumas de combate a incêndio foram utilizadas, enquanto globalmente, a poluição por PFAS é preocupação nos EUA, especialmente Michigan, Carolina do Norte e proximidade a bases militares, na Austrália, na área rural de Nova Gales do Sul e partes da China, práticas de fabricação e descarte de resíduos levaram a contaminação ambiental. Por fim, em 2016, a Agência Europeia do Meio Ambiente, a Comissão Europeia e 28 países participantes, 24 estados-membros da UE mais Noruega, Suíça, Islândia e Israel, lançaram o projeto Human Biomonitoring for Europe, HBM4EU, que avalia exposição humana a produtos químicos, incluindo PFAS, medindo níveis em amostras humanas como sangue e urina, envolvendo mais de 100 organizações, incluindo órgãos nacionais de saúde pública, institutos de pesquisa e agências reguladoras. Pesquisa, biomonitoramento e esforços políticos, buscam mensurar as consequências a longo prazo na saúde da exposição ao PFAS, ainda se revelando, e as comunidades afetadas continuarão lidar com isso por gerações, no entanto, a ação regulatória está se tornando mais rigorosa e a conscientização médica melhorando, mas, aos já expostos, o dano está feito, sendo que o desafio é mitigar danos futuros, dar suporte às populações afetadas e garantir que lições de casos como o de Veneto promovam proteções contra os produtos químicos eternos.


domingo, 16 de março de 2025

Ação Climática

A Ministra das Finanças da Índia, Nirmala Sitharaman, apresentou no Parlamento a Pesquisa Econômica 2024-25, onde observou que se tratava de revisão do estado atual da economia ao longo do ano financeiro com os problemas enfrentados pelo país, sendo o Levantamento Econômico preparado por especialistas sob supervisão do Conselheiro Econômico Chefe V. Anantha Nageswaran, formando a base sobre a qual outros documentos orçamentários são preparados, além de considerar  a previsão ao próximo período fiscal. A pesquisa destaca que a Índia enfrenta extremos climáticos severos, com 93% dos dias de 2024 marcados por eventos climáticos significativos, como ondas de calor, ciclones e inundações, sendo o 7º país mais vulnerável às mudanças climáticas, quer dizer, destaca suscetibilidade da Índia a eventos climáticos extremos, que o país suporta o peso das emissões históricas de gases efeito estufa, condições que ameaçam a produtividade agrícola, enquanto agências ambientais globais declararam 2024 o ano mais quente registrado e países enfrentaram eventos climáticos extremos. O Estudo Econômico destaca que a suscetibilidade do país a eventos climáticos extremos mostram fenômenos de início lento como elevação do nível do mar, perda de biodiversidade e crescente insegurança hídrica, desafios que afetam países desproporcionalmente, particularmente os em desenvolvimento,  que arcam com o peso de emissões históricas de gases efeito estufa e não dispõem de recursos à adaptação adequada, declarando que, "a Índia enfrenta desafios na implantação de energia renovável, particularmente devido à falta de tecnologia de armazenamento e acesso a minerais e, dada a vulnerabilidade às mudanças climáticas, forte estratégia de adaptação é essencial", apontando que, condições apresentadas ameaçam produtividade agrícola podendo levar à inflação de alimentos e agitação social em impacto econômico profundo, com estimativas sugerindo que a mudança climática pode reduzir o PIB indiano de 3% a 10% anualmente. No entanto, destacou que o governo indiano aumentou os gastos com adaptação de 3,7% à 5,6% do PIB, aumento refletindo reconhecimento crescente da necessidade de estratégias de resiliência climática, com especialistas alertando que a meta de financiamento anual de US$ 300 bilhões definida para adaptação climática até 2035 é insuficiente comparada a necessidade estimada de US$ 5,1 a 6,8 trilhões até 2030 e, como parte do compromisso com o crescimento de baixo carbono, busca atingir emissões líquidas zero até 2070, mas, essa meta requer estratégias inovadoras e investimentos em infraestrutura. Destaca impacto desproporcional das mudanças climáticas sobre as mulheres, particularmente em áreas rurais onde meios de subsistência estão ameaçados, além de foco crescente em grupos de autoajuda, SHGs, para criar meios de subsistência alternativos às mulheres em setores como agricultura e microempresas.

O Orçamento indiano 2025 deve priorizar a ação climática à medida que o governo entra em novo ano financeiro com o orçamento de 2024-25, daí, mudanças climáticas devem ser prioridade, considerando que 2025 já começou com um dos piores eventos climáticos extremos sendo que a crise climática chegou e as suas impressões digitais estão aí, inserida em aumento das temperaturas tornando ondas de calor 30 vezes mais prováveis considerando que em 2024, a Índia se viu presa na mira implacável da natureza em que ondas de calor, chuvas de monções implacáveis ​​transformando ruas em rios, incêndios florestais devorando florestas com velocidade feroz e, em outro, tempestades ciclônicas atingindo comunidades costeiras deixando rastros de destruição, lembrando que 2025 nos EUA começou com um dos piores eventos climáticos extremos já vistos, milhares de casas queimadas no que foi descrito como um dos piores incêndios florestais na Califórnia. Avantika Goswami, gerente de programa, Mudanças Climáticas, Centro de Ciência e Meio Ambiente, CSE, esclarece que "Incorporar considerações climáticas no planejamento orçamentário à vários setores é crucial, já que a Índia entra na 2ª metade desta década crucial cujos impactos climáticos aumentam e, globalmente, a competição na economia verde também aumenta, com alocações orçamentárias à penetração de energia renovável, descarbonização industrial e P&D de tecnologia verde doméstica devendo ser esforço obrigatório à Índia daqui para frente". Saurabh Rai, CEO da Arahas Technologies, fala em fracasso das cúpulas da COP em impor compromissos vinculativos e a falta de ação concreta das principais economias destacando necessidade urgente da Índia tomar medidas decisivas em nível nacional, esclarecendo que, "o governo deve abordar a crise da mudança climática no Orçamento de 2025 para garantir estabilidade econômica de longo prazo e resiliência ambiental e, com a frequência crescente de eventos climáticos extremos e o esgotamento de recursos naturais, a inação pode nos levar a consequências irreversíveis". Shekhar Singal, Diretor Executivo da Eastman Auto and Power Ltd, nos avisa que, "o setor de energia renovável indiano está em momento crucial à medida que nos aproximamos do orçamento de 2025, com Iniciativas como Muft Bijli Yojana impulsionando adoção de energia solar com mais instalações solares em apenas nove meses, crescimento notável destacando a demanda por soluções de energia limpa".  Por fim, Ashish Agarwal, Chefe de Solar e Armazenamento da BluPine Energy, avisa que "à medida que a Índia avança com suas ambiciosas metas de energia renovável, parcerias público-privadas desempenharão papel fundamental na criação de ecossistema robusto ao desenvolvimento da força de trabalho e, com a meta de atingir 500 GW de energia renovável até 2030, a demanda por força de trabalho qualificada será imensa necessitando treinamento da próxima geração de trabalhadores qualificados que darão suporte à expansão da infraestrutura e tecnologia de energia renovável". 

Moral da Nota:  estudo liderado por cientistas do Centro CICERO de Pesquisa Climática Internacional, publicado na Nature Geoscience, usando simulações de modelos climáticos, descobriu que vastas regiões dos trópicos e sub trópicos deverão experimentar fortes taxas conjuntas de mudanças em extremos de temperatura e precipitação, quer dizer, atingirão 70% da população mundial nos próximos 20 anos, número, que poderá ser reduzido à 20% se as emissões forem reduzidas, considerando que quase três quartos da população global enfrentará mudanças rápidas e intensas em padrões climáticos extremos nas próximas duas décadas, a menos que as emissões de gases efeito estufa sejam significativamente reduzidas, Essas mudanças rápidas aumentam o risco de condições sem precedentes e eventos extremos, que respondem  ​​por parcela desproporcional dos impactos das mudanças climáticas, com a Dra. Carley Iles, autora principal, enfatizando importância de focar nas mudanças regionais pois são mais relevantes às experiências pessoais e aos impactos no ecossistema comparadas as médias globais, destacando ainda que, a sociedade é particularmente vulnerável a altas taxas de mudança em eventos extremos, especialmente quando vários riscos aumentam simultaneamente. Revelou descoberta inesperada em que a rápida redução da poluição do ar, particularmente Ásia, pode levar a aumentos acelerados em extremos quentes e influenciar monções de verão asiáticas, embora a limpeza do ar seja crucial por razões de saúde, pode amplificar temporariamente efeitos do aquecimento global em certas regiões, com Bjorn H. Samset, do CICERO, enfatizando a necessidade urgente de adaptação climática, afirmando que, mesmo no melhor cenário, mudanças rápidas afetarão 1,5 bilhão de pessoas. O estudo lança luz sobre a importância crítica de ações imediatas e decisivas para reduzir emissões de gases efeito estufa e mitigar impactos das mudanças climáticas nas populações globais. 

domingo, 2 de março de 2025

Vida Animal

Cientistas admitem outra forma de produzir oxigênio no fundo do oceano, ao encontrarem minerais metálicos produtores de oxigênio a quase 4 kms de profundidade, colocando sob questão o fato que organismos fotossintetizantes não são mais os únicos produtores de oxigênio, quando equipe internacional que realizava estudo para investigar o fundo do mar e suas características no Oceano Pacífico, focada na área de Clarion-Clipperton, descobriu no fundo do oceano nódulos polimetálicos produtores de oxigênio. Chamado de “oxigênio escuro”, a descoberta de Andrew Sweetman, da Associação Escocesa de Ciências Marinhas, SAMS, evidenciou minerais metálicos produtores de oxigênio em pesquisas de campo no Oceano Pacífico, sendo que o oxigênio é liberado dos nódulos polimetálicos, descritos como depósitos minerais naturais que se formam na superfície do oceano, mistura de diferentes minerais que variam em tamanho, desde partículas minúsculas ao de uma batata média. Os nódulos polimetálicos que produzem oxigênio contêm metais como cobalto, níquel, cobre, lítio e manganês, elementos utilizados em baterias, que segundo um dos pesquisadores, “parece que descobrimos uma ‘geobateria’ natural”, base de possível explicação à produção de oxigênio escuro no oceano.

Questão relevante nos leva a AEA, Agência Europeia do Ambiente, que apresentou o primeiro relatório de um conselheiro político sobre ameaças que o continente europeu enfrenta, sendo que no mundo, a Europa é o continente que aquece mais rapidamente emitindo alerta sobre consequências “catastróficas”, quer dizer, as alterações climáticas ameaçam a UE com perdas massivas de vidas humanas e econômicas. O relatório mostra que "milhares de pessoas morrerão devido às ondas de calor e perdas econômicas, só as causadas pelas inundações costeiras poderão ultrapassar 1 bilhão de euros por ano", além de fenômenos climáticos que causaram entre 85 mil e 145 mil mortes na Europa nos últimos 40 anos, segundo a AEA, as ondas de calor extremas em 2022 causaram mais de 60 mil mortes no continente enquanto em 2024 o mundo ultrapassou o limite de aquecimento de 1,5°C e, segundo o relatório, os riscos climáticos à produção alimentar afetarão especialmente o sul da Europa. Casos de calor e seca extremos, antes uma raridade, são cada vez mais comuns, necessitando medidas urgentes para melhorar sistemas de saúde, agricultura e infraestrutura crítica, ao passo que a Europa enfrentou onda de eventos climáticos severos nos últimos anos, em 2021, inundações sem precedentes devastaram a Bélgica, Alemanha e Países Baixos causando perdas de 44 bilhões de euros, além de graves incêndios florestais na Itália que queimaram mais de 60.700 hectares de floresta, número mais elevado em uma década, enquanto em 2023, as inundações na Eslovênia causaram danos estimados em mais de 10% do PIB nacional, no total, as perdas econômicas devido a fenômenos meteorológicos e climáticos extremos nos países da UE entre 1980 e 2022 ultrapassaram os 650 bilhões de euros.

Moral da Nota: 400 milhões de pessoas no mundo sofreram com a COVID-19 prolongada, de acordo com pesquisa da Universidade de Washington publicada na Nature, diz que "a COVID prolongada tem impacto dramático no bem-estar e sentido de identidade dos pacientes, bem como na capacidade de trabalhar, socializar, cuidar de outras pessoas, gerir tarefas domésticas e participar em atividades comunitárias, que afeta famílias dos pacientes, cuidadores e comunidades", sendo que as conclusões, decorrem de estudos e métricas correspondentes a 2023, estimando que 6% dos adultos e 1%, cerca de 400 milhões das crianças, sofreram COVID-19 de forma prolongada desde quando a pandemia começou. Outro fato digno de nota é que o Terremoto do Leste do Japão em 2011 que desencadeou o acidente da Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, liberando elementos radioativos e, para monitorar a saúde dos moradores, foi conduzido estudo de coorte, ou, de grupo de pessoas, focado em crianças e adolescentes com exames de ultrassom da tireoide, TUEs, realizados para detectar câncer de tireoide pós acidente. O estudo buscou estimar taxa de detecção de câncer de tireoide entre 4 e 7 anos pós acidente, com base em dados de ERE, exposição à radiação externa, medida nos primeiros 4 meses pós evento, sendo que os dados mostraram possível associação entre exposição à radiação e câncer de tireoide, mas estudos mais rigorosos não encontraram conexão significativa, sendo que este estudo de coorte procurou esclarecer essa relação, determinando a associação entre ERE e detecção de câncer de tireoide em crianças e adolescentes, sendo que os resultados fornecerão informações importantes para entender efeitos de longo prazo da exposição à radiação e orientar estratégias de saúde pública para proteger a saúde dos moradores na área afetada pelo acidente. Uma última nota, nos leva a Louis Crocq, professor e consultor em psiquiatria e psicologia médica do Hospital Saint-Antoine, na França, em artigo nos relata sobre o “Terrorismo e a mídia: o impacto emocional das imagens violentas” dizendo que terrorismo psicológico é cometido por alguém que usa violência ou ameaça de causar medo em determinados grupos da população, a fim de forçar esta população a pressionar autoridades para que cumpram suas exigências, ou seja, pelas mãos de outra pessoa é cometida uma ação benéfica ao terrorista psicológico. O️ termo Terrorismo psicológico nos remete a terror em latim, medo, horror que é a intimidação da população com objetivo de posteriormente influenciar e obter benefícios da intimidação, possui como características o uso de violência ou ameaça de violência, cria clima de medo entre a população e força população e governo sucumbir à chantagem, não sendo tanto a demonstração de violência, mas a ameaça de repetição que constantemente inspira medo e é a base da chantagem.  Como resultado de ataques de informação, há desordem no estado físico e mental de muitas pessoas e desestabilização da vida pública, sendo que cientistas descobriram que nos últimos 30 anos, o número de acidentes vasculares cerebrais aumentou 70% e o número de mortes quase duplicou, daí, a hipertensão é a resposta natural do corpo ao medo e ansiedade, sendo que a sobrecarga emocional e o estresse crônico afetam sistemas que regulam o tônus ​​vascular e interrompem sua adaptação ao estresse desenvolvendo hipertensão, valendo pensar que informações não anunciadas e a influência psicológica através da mídia, que já dura muitos anos, podem atuar como facilitadores em que notícias afetam nossa visão do mundo, nossa atitude em relação aos outros, acontecimentos que acontecem ao redor, nossa saúde física e mental, portanto, é importante considerar o que a notícia contém, quais informações carrega e quão útil e verdadeira é, pois pode determinar diretamente nossa vida e o mundo em que vivemos.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Resiliência Climática

O Departamento de Energia dos EUA, DoE, teria selecionado a verba de US$ 10 milhões em financiamento para apoiar Centros de Resiliência Climática, CRCs, em 10 estados diferentes, sendo que os projetos de pesquisa escolhidos, incluíam modos de prever e proteger comunidades de inundações costeiras e tempestades extremas, analisando impactos da seca em comunidades tribais e agrícolas e melhorando a qualidade da água. Equipes de pesquisa usariam os recursos de modelagem, dados e pesquisa de classe mundial dos laboratórios nacionais do DoE, personalizados às suas regiões locais, focados na previsão climática de riscos para preparar melhor as comunidades, em que CRCs fariam parte da Iniciativa Justice40 do governo anterior e criados para garantir que os norte americanos se beneficiassem da pesquisa científica, com a secretária de energia anterior dizendo que “cada bolsão do país sofreu o impacto de eventos climáticos extremos exacerbados pelas mudanças climáticas e comunidades desfavorecidas frequentemente sentem o peso desse impacto”, concluindo que, “os projetos alavancariam expertise de classe mundial e capacidades de pesquisa científica dos laboratórios nacionais do DoE para desenvolver ferramentas que as comunidades precisariam para informar decisões futuras e construir resiliência.” Cada um dos CRCs seria liderado por instituições que atenderiam minorias e instituições de pesquisa emergentes, em que a maioria poderia colaborar com laboratórios nacionais do DoE, agências federais, instituições acadêmicas, agências estaduais e municipais ou organizações comunitárias, sendo que os projetos foram selecionados e as seleções se concentrariam em diversidade de tópicos, regiões e instituições no país, com a possibilidade de auxílio dos CRCs na formação de um núcleo à grupo diverso de jovens cientistas, engenheiros e técnicos para promover pesquisas científicas e trabalhar em equipes, além da possibilidade promover capacidade em nível regional e local conectando-se com comunidades afetadas e partes interessadas em permitir tradução de pesquisas básicas à ciência acionável para aumentar resiliência climática, bem como identificar potenciais oportunidades futuras de pesquisa. 

Teriam sido relacionados, o Advancing Development and Climate-Resilient Adaptation Practices via Community-Driven Urban Transformation em St. Louis, Missouri, com CRC na Saint Louis University que buscaria construir resiliência regional a ilhas de calor, se conectando à comunidades para definir impactos do risco climático, aumentando conscientização e capacitando comunidades melhorando saúde pública, aumentando estabilidade econômica e infraestrutura mais verde, outro projeto é Climate Lighthouse, o City College of New York City, que lideraria esforço com o Brookhaven National Laboratory do DoE para lidar com o calor extremo, sendo que as informações seriam comunicadas ao público por meio de parcerias comunitárias em Manhattan, Harlem, e Brooklyn. Em comunidades tribais na Bacia do Missouri o esforço seria liderado pela South Dakota School of Mines and Technology, Tribal Nations, US Geological Survey e Pacific Northwest National Laboratory, PNNL, que desenvolveria ferramentas de planejamento para traduzir projeções climáticas existentes em riscos de seca e inundação específicos do local, recomendações de mitigação, custos associados e incertezas, além de Workshops educacionais organizados pelo consórcio demonstrando resultados de pesquisa, valendo indicar Comunidades no Texas Coastal Bend no Golfo do México com ameaças à água, incluindo inundações e secas.  Já, o Midwest Climate Resilience Centre no Condado de Clark, Ohio, abordaria o alto risco de chuvas e inundações extremas e efeitos na qualidade da água potável, com a Central State University que faria parceria com a Ohio State University e a PNNL para avaliar impacto de stresses climáticos nos processos do sistema do solo em bacias hidrográficas com usos variados da terra, desenvolveria soluções climáticas direcionadas e apropriadas em escala à comunidades locais e treinaria a próxima geração de cientistas de comunidades estudantis sub-representadas.  No Alaska, o Climate Resilience Centre reuniria pesquisadores da University of Alaska Fairbanks com o Los Alamos National Laboratory e desenvolveria colaborações entre comunidades e o DoE além da possibilidade de incorporar ciência do DoE em caminhos e oportunidades educacionais, conduziria pesquisa piloto focada no sudoeste do Alasca para demonstrar o papel do Centro, enquanto o Space Coast Rescue, Resilience Solutions for Climate, Urbanisation, and Environment, seria esforço de pesquisadores do Florida Institute of Technology em colaboração com o Argonne National Laboratory do DoE em desafios e riscos de resiliência climática dos problemas enfrentados pelas comunidades costeiras do país.  Seguiria o planejamento à clima extremo como pedra angular do projeto Building Predictive Capacity to Enhance Stormwater Infrastructure and Flood Resilience liderado pela Central Michigan University, que produziria dados e ferramentas às comunidades e planejaria mais resiliência às mudanças climáticas com comunidades em bacias hidrográficas em Michigan, ou, Rio Chippewa, Rio Lower Grand e Rio Rouge, além de possível energização de cidades através do Gateway Cities Climate Resilience Centre, liderado pela University of Massachusetts Lowell em parceria com o PNNL, que projetaria eventos de temperaturas extremas e, por fim, liderado pela Lehigh University com a PNNL, examinaria impacto dos planos regionais de ação climática na resposta a eventos extremos de água, como enchentes e secas no leste da Pensilvânia, em colaboração com a coalizão de três cidades de Allentown, Bethlehem e Easton para abordar impactos da mudança climática. 

Moral da Nota: a crise climática esgota o oxigênio das fontes de água com indicadores ambientais globais determinando a capacidade da Terra de sustentar a humanidade, considerando que a rápida e persistente perda de oxigênio nos ambientes aquáticos sugere que estamos nos aproximando de um limiar crítico para este elemento, com a Universidade de Santa Cruz afirmando que, desde 1980, os lagos e reservatórios da Terra perderam 5% e 18% de oxigênio, respectivamente e, os mares, por sua vez, perderam 2% de oxigênio desde 1960. Considerando que o conteúdo de oxigênio de 800 rios, especificamente 580 nos EUA e outros 216 na Europa Central, mostrou que nos últimos 40 anos 70% das massas de água perderam oxigênio e que a perda de oxigênio fluvial pode não só causa a morte de peixes, mas, aumento nas emissões de gases efeito estufa, bem como formação de metais tóxicos. Vale ainda a nota que o aumento das temperaturas força espécies de insetos e artrópodes do sul a se moverem ao norte, em 2024, regiões da Rússia enfrentaram invasão de novas espécies não nativas da região, sendo observadas vespas Pepsi, representantes da espécie de vespa do sul que caça aranhas ativamente, Escólias gigantes, a maior espécie de vespa da região, aparecendo recentemente, além de invasões de sapos, lesmas espanholas e louva-a-deus, daí, o clima obrigar espécies a migrar. 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Transformação

Blockchain transforma o setor agrícola gerando impacto transformador, com o empresário Luis Doporto Alejandre declarando que a tecnologia conquistou terreno importante no setor e, segundo o La Jornada, conhecido pela eficiência em finanças e criptomoedas, começa se destacar como catalisador chave na transformação da indústria agrária. Se revela como solução efetiva aos desafios da cadeia de abastecimento, estendendo influência além fronteiras tradicionais impactando de modo significativo no rastreamento e transparência, reforçando qualidade e equidade nos preços e reduzindo dependência de intermediários, sendo que a integração blockchain com arquitetura de rede definida por software, SDN, marca avanço, otimizando gerenciamento de dados e atribuição de recursos, sendo que a segurança ocupa lugar central, abordando vulnerabilidades através de contratos criptografados. Destaca benefício adicional, ou, a facilitação do pagamento direto, nivelando campo de jogo e eliminando intermediários para estabelecer preços justos e, apesar desses avanços, desafios como escalabilidade, interoperabilidade e privacidade de dados são sinalizados, além do crescimento de US$ 429,7 milhões em 2023 indicando mudança de paradigma, apesar de serem mencionados desafios, como a colaboração entre partes gerando melhorias no rastreamento, eficiência, segurança alimentar e controle de qualidade. Relatório respaldado pela McKinsey na Forbes, avalia alcance de US$ 500 milhões de valor na agricultura via blockchain, focando na troca de dados, concluindo com o respaldo do Foro Econômico Mundial à importância blockchain e defendendo aumento na automatização para mitigar riscos e erros, sendo que estatísticas do ReportLinker respaldam ascensão blockchain na agricultura projetando aumento de US$ 60,8 milhões em 2018 à US$ 429,7 milhões em 2023 e colaboração entre partes interessadas prometendo melhorias no rastreamento, eficiência e segurança alimentar, beneficiando agricultores e consumidores.

Destaca "benefício adicional como a facilitação do pagamento direto, nivelando o campo e eliminando os intermediários para registrar preços justos”, tecnologia conhecida pela eficiência financeira e criptográfica, desenvolvendo reação discreta no setor agrícola, avaliado em US$ 2,4 bilhões, sendo que a sinergia entre blockchain e IoT, Internet das Coisas, tornou-se catalisador, segundo observações do empresário mexicano, Blockchain surge como solução aos desafios da cadeia de abastecimento na agricultura impactando fronteiras tradicionais, repercutindo no rastreamento e transparência em colaboração entre partes interessadas emergindo como garantia de qualidade e preços justos, reduzindo dependência de intermediários, além de ampliar alcance, funde-se com a arquitetura de rede definida por software, SDN, logrando otimização no gerenciamento de dados e atribuição de recursos.  Apesar dos avanços, o epicentro da revolução está na agricultura, onde o crescimento projetado blockchain para US$ 429,7 milhões em 2023 indica mudança, além de desafios, como escalabilidade, interoperabilidade e privacidade de dados e a continuidade da saída blockchain depende, segundo suas palavras, da troca de dados e automatização, em sintonia com relatórios da McKinsey e Fórum Econômico Mundial, com o relatório fazendo ênfase na troca de dados e concluindo que o Foro Econômico Mundial respalda e valida a importância blockchain, anulando aumento na automatização para combater riscos e erros de forma paralela, com estatísticas do ReportLinker respaldando o aumento blockchain.  Neste ambiente a Agrotoken lança plataforma para certificar operações blockchain com o CEO e cofundador da JusToken, dizendo que “em 2025, a aliança com o BCBA para trabalhar no desenvolvimento da plataforma emergiu na experiência blockchain e agro", continuando que “pós meses de trabalho, o serviço que promove novos desenvolvimentos favorece produtividade, sustentabilidade, rastreabilidade e comercialização do mercado agrícola", concluindo que, “a solução foi pensada para proporcionar aos produtores benefícios em primeiro lugar, permitindo-lhes ter sua documentação atualizada e segura de modo simples, a qualquer hora e qualquer lugar simplificando operações comerciais, evitando duplicação de tarefas e economizando tempo". Destacam como vantagens específicas aos usuários, a possibilidade de acesso a financiamento, facilitação da comercialização de grãos, compras de suprimentos e máquinas com eficiência, FGD (fgd), através de solução solução para documentar operações realizadas na Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) via blockchain, digitalização dos processos blockchain reduzindo tempos e custos operacionais e permitindo ao produtor e empresas agroindustriais focarem na produtividade e crescimento sustentável, “tornando operações mais ágeis e rentáveis”, destacando como serviços disponíveis, arquivo digital, vestuário de corte, escalabilidade e conectividade, permitindo entrada em mercados como Brasil, Paraguai e Uruguai, onde existem sistemas de garantia semelhantes.

Moral da Nota: a sustentabilidade agrícola é necessária à descarbonização, mas para que aumente emissões líquidas, o setor agrícola deve tomar medidas ao longo da cadeia de valor, em 2020, o relatório Agricultura e mudanças climáticas identificou ações que a agroindústria deveria realizar para apoiar a descarbonização, se concentrando em como evoluíram medidas de descarbonização, assim como barreiras chaves à  adoção e ações que a indústria e investidores podem realizar para apoiar adoção.  Por exemplo, terras agrícolas cobrem metade das terras habitáveis e respondem por 70% das extrações de água doce, além disso, sistemas alimentares impulsionam a perda de biodiversidade nem todo o mundo e têm efeitos crescentes na integridade da biosfera, saúde humana e acesso aos alimentos e, mesmo que a mudança climática continue como tema central do relatório, descarbonização e ações para lográ-lo não podem ser consideradas separadamente dos impactos sobre a naturalidade e sociedade e ao longo do relatório são destacadas compensações e benefícios associados às ações de descarbonização. Entre essas ações, reduzir perda e escassez de alimentos, adotar mudanças na dieta e adaptar o modo de usar a terra cultivável, fundamentais à descarbonização e a indústria satisfazer necessidades globais enquanto se mantêm os meios de vida dos agricultores, enfrentar escassez de alimentos em que aproximadamente 30% são perdidos ou desperdiçados a cada anualmente, sendo que perda e escassez não só contribuem entre 8 e 10 % das emissões antropogênicas globais mas impulsionam insegurança alimentar e sobreprodução, que por sua vez, contribui à degradação da natureza.  Estima-se que o desperdício de alimentos possa ser reduzido em 23 % até 2050, que representa 0,7 gigatoneladas métricas (Gt) de CO2 equivalente (CO2e) e, para lograr essas reduções, há necessidade de conectar melhores cadeias de abastecimento, melhorar conservação, adaptar hábitos de compra e fazer uso mais produtivo da perda ou escassez de alimento criando oportunidades aos industriais na cadeia de valor. É factível a futuro mais sustentável à agricultura que alimentar um planeta em crescimento e ao mesmo tempo manter meios de vida dos agricultores e os participantes da indústria, formuladores de políticas e investidores que podem acelerar o caminho ao futuro e ao mesmo tempo permitir crescimento.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

IoT e ferrovia

A Indian Railways implementa IoT para resolver um de seus “maiores” problemas, ou, detectar odores desagradáveis nos banheiros dos trens, de acordo com o relatório, pretende resolver o problema dos banheiros sujos nos trens, aproveitando a tecnologia já que apesar da modernização persistem queixas sobre sanitários. De acordo com o The Economic Times o Conselho Ferroviário considera usar IoT para detectar odores desagradáveis nos banheiros, com a startup Viliso Technologies, sediada em Mumbai, escolhida para o projeto que será inicialmente testado em treinadores selecionados em que sistemas inteligentes equipados com sensores desenvolvidos para detectar maus odores nos banheiros  identificam compostos voláteis e moléculas no ar, enviando dados à hub central para análise, em consequência, podem ser acionadas respostas automatizadas, como alertar equipes de saneamento para limpeza quando detetados cheiros desagradáveis, sendo que o monitoramento em tempo real permite intervenção rápida e melhor controle de odores. A Viliso Technologies oferece produtos IoT para melhorar saneamento, incluindo Gandhvedh, dispositivo eletrônico que monitora odor, TVOC, Composto Orgânico Volátil Total, temperatura e umidade instalado em banheiros, envia dados de odor à aplicativos móveis web usados por zeladores ou autoridades de monitoramento responsáveis pelo saneamento. Práticas são recomendadas para proteger dispositivos IoT conectados à internet que se tornaram populares com o avanço da tecnologia, seja câmera de segurança ou alto-falante inteligente, dispositivos IoT tornaram a vida mais fácil e, para protegê-los com dados confidenciais deve-se implementar medidas de segurança como senha forte que não possa ser descoberta por hackers, além disso, dispositivos IoT vêm com senhas padrão fáceis de descobrir. Outra questão é a segurança do Gateway IoT como ponto de conexão à vários dispositivos IoT, ponto de segurança crítico que precisa de segurança forte para evitar riscos, daí, certificar-se de proteger o gateway IoT limitando o acesso e usando firewall que protege dispositivos de acesso não autorizado, além disso, alterar configurações padrão do gateway e redefinir senha e protocolos de segurança. Vale ainda garantir criptografia de dados para proteger dispositivos IoT protegendo dados transmitidos entre eles e a nuvem, sendo que a criptografia garante que mesmo que os dados sejam acessados ​​por alguém não possam ser lidos e, para criptografia segura, usar protocolos de comunicação seguros Wi-Fi, como HTTPS ou WPA3, além disso, métodos avançados de criptografia para garantir impossibilidade de leitura de dados confidenciais. Por fim, atualizar os dispositivos regularmente já que fornecem recursos de segurança atualizados e melhoram desempenho sendo que a proteção de endpoint IoT tem tudo a ver com proteger dispositivos conectados à rede e, para isso, instalar antivírus e monitorar o desempenho e atividade do dispositivo. 

Análise do Carbon Brief avalia que emissões históricas da China intra fronteira causaram mais aquecimento global que os 27 estados-membros da UE juntos, descobertas que surgiram na COP29 em Baku, onde negociadores invocaram o “princípio da responsabilidade histórica ” nas discussões sobre quem deve pagar para uma nova meta de financiamento climático e quanto. A análise do Carbon Brief mostra que 94% do orçamento global de carbono para 1,5 °C já foi utilizado, que as emissões cumulativas desde 1850 atingiram 2,607 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, GtCO2, embora países desenvolvidos tenham usado a maior parte do orçamento, a análise mostra que as emissões históricas da China atingiram 312 GtCO2 em 2023, ultrapassando os 303 GtCO2 da UE, no entanto, mostra que a China está muito atrás dos 532 GtCO2 emitidos pelos EUA sendo improvável que ultrapasse a contribuição dos EUA no aquecimento global, com base nas políticas atuais, planos e tendências tecnológicas nos países, o mesmo que antes de contabilizar potenciais políticas de aumento de emissões da presidência de Trump. A China com seus 1,4 bilhões de habitantes responde ​​por 227 tCO2 cada, um terço dos 682 tCO2 vinculados aos 450 milhões de cidadãos da UE, abaixo dos 1.570 tCO2 per capita dos EUA, sendo que nova análise de responsabilidade histórica do Carbon Brief de 2021, com base nas emissões que ocorrem intra fronteiras de cada país ou considerando emissões embutidas em importações, sendo que análise mais aprofundada em 2023 atribui responsabilidade aos governantes coloniais. As emissões históricas de CO2 importam nas mudanças climáticas porque existe o “orçamento de carbono” finito liberado na atmosfera antes que determinado nível de aquecimento global seja ultrapassado e, para limitar o aquecimento a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais, cerca de 2.800 GtCO2 podem ser adicionados à atmosfera, contando emissões desde o período pré-industrial, ao passo que, emissões acumuladas desde 1850 chegarão a 2.607 CO2 até fins de 2024, conforme análise do Carbon Brief, que significa 94% do orçamento de 1,5 °C utilizado. Em 1992, as emissões históricas da China eram 41% das emissões da UE e, em 2015, quando o Acordo de Paris foi finalizado, eram 80% do total da UE e, até o final de 2023, a análise do Carbon Brief mostra que as emissões cumulativas da China ultrapassam as dos 27 estados-membros, sendo que as emissões históricas cumulativas de CO2 da UE27 e da China provenientes de combustíveis fósseis, cimento, uso da terra, mudança no uso da terra e silvicultura, 1850-2024, bilhões de toneladas, com a ressalva que as emissões da China continuam muito atrás das da UE em termos per capita.

Moral da Nota: pesquisadores do CSH, Complexity Science Hub, compilaram o CrisisDB, Banco de Dados de Crises que abrange mais de 150 incidentes passados, revelando que sociedades exibiram resiliência e colapso variáveis em resposta a choques ambientais, desenvolveram estrutura metodológica para analisar respostas de crises em casos variados, identificando causas subjacentes de resultados divergentes ao examinar interações entre fatores ambientais, dinâmicas culturais e estruturas sociopolíticas, buscando compreender mecanismos que impulsionam resiliência e colapso. O CrisisDB mostra que choques ecológicos nem sempre levam ao colapso e nem todas as crises envolvem stress ambiental significativo, sendo que a resposta da sociedade depende de gama complexa de fatores culturais, políticos e econômicos, além de conhecimento histórico extraído do CrisisDB e de outros métodos oferecendo vantagem ao navegar desafios sem precedentes e, ao aprender com o passado, identificamos fatores de risco, avaliamos pontos fortes e fracos e projetamos intervenções para promover resiliência e sustentabilidade face mudanças climáticas e demais crises globais. O assentamento Zapoteca de Monte Albán no México, por exemplo, abandonou local grandioso pós seca prolongada enquanto os habitantes se realocaram em comunidades menores preservando aspectos da sociedade, em contraste, a Dinastia Qing na China entrou em colapso pós séculos de resiliência devido pressões sociais crescentes, no entanto, o Império Otomano manteve estabilidade, apesar dos desafios ambientais, através de medidas como supressão de rebeliões lideradas por autoridades locais. Daí, o curso das crises não é predeterminado por eventos climáticos específicos, em vez disso, moldado por interações complexas de forças ambientais, culturais, políticas e econômicas e, compreendendo as dinâmicas desenvolveremos estratégias para enfrentar crises atuais e evitar colapso social, já que em meio à crescente convergência de crises globais, de mudanças climáticas a desigualdade e polarização política, a história oferece pistas para orientar a resposta. 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Inversão térmica

A poluição atmosférica na capital indiana, Nova Délhi, atingiu níveis 60 vezes superiores às normas internacionais, levou ao fechamento de escolas e restrições ao tráfego, como medidas emergenciais em metrópolis de 30 milhões de habitantes nos locais de maior contaminação ambiental no inverno, que enfrenta picos de contaminação provocados pela fumaça das fábricas, tráfego e queimadas agrícolas sazonais cujos níveis de PM2.5, micropartículas que podem causar câncer e entram na corrente sanguínea pelos pulmões, alcançaram medição de 907, segundo a IQAIr, agência de monitoramento, 60 vezes superior ao máximo recomendado pela OMS. A prefeitura ordenou suspensão das aulas presenciais sendo que escolas de ensino fundamental estão fechadas a mais tempo e as crianças acompanham aulas à distância, obras públicas paralisadas, a circulação de veículos pesados e carros estão restritas, com o governo pedindo que crianças e idosos, pessoas com problemas pulmonares e cardíacos, "permaneçam em casa todo o tempo", valendo dizer que muitos habitantes da capital indiana não têm recursos para comprar purificadores de ar e vivem em casas mal ventiladas, considerando que a queda da temperatura e ventos  fracos no inverno, outubro a janeiro, intensificam contaminação do ar que retém partículas, com a Suprema Corte da Índia determinando que o ar limpo é direito humano fundamental e ordenou que governos central e estaduais adotem medidas a respeito. O desastre ambiental anual não é apenas emergência de saúde pública, mas lembrete da luta contínua da região contra a poluição do ar, é interação entre atividades humanas e fenômenos naturais, sendo que a inversão térmica atmosférica desempenha papel na exacerbação do problema, prevalente nas planícies indo-gangéticas no inverno e, à medida que o inverno se instala no subcontinente, cidades da Índia e Paquistão lutam contra grave crise de poluição, com Nova Déli e Chandigarh na Índia envoltas em manto de poluição ao lado de Lahore e outras no Punjab, com índices de qualidade do ar em níveis perigosos, no cerne da crise a interação entre atividades humanas e fenômenos naturais, com inversão térmica desempenhando papel na exacerbação do problema.

Trata-se de condição meteorológica, prevalente nas planícies Indo-Gangéticas no inverno, retém poluentes próximo do solo, criando tempestade perfeita à deterioração da qualidade do ar, sendo que a inversão térmica atmosférica ocorre quando uma camada de ar quente se deposita acima do ar mais frio próximo da superfície, revertendo o gradiente normal de temperatura e, nas planícies Indo-Gangéticas, o fenômeno é intensificado pela geografia com o Himalaia ao norte e as cordilheiras Vindhya-Satpura ao sul criando topografia que retém o ar poluído considerando que as condições frias e calmas do inverno reduzem a velocidade do vento, minimizando a dispersão de poluentes. As atividades humanas contribuem à poluição retida pelas inversões com emissões veiculares, poluentes industriais, poeira de construção e a prática controversa de queima de resíduos de colheita, liberando partículas e gases no ar e, nas inversões térmicas, esses poluentes se acumulam próximo ao solo, levando à formação de poluição atmosférica espessa e perigosa com consequências graves e abrangentes em que a visibilidade é drasticamente reduzida, representando riscos ao transporte e à vida diária, no entanto, a concentração de poluentes, especialmente partículas finas, PM2,5, atinge níveis que representam riscos à saúde com Hospitais em áreas afetadas relatando aumento em problemas respiratórios em crianças e idosos particularmente vulneráveis. Governos da Índia e Paquistão enfrentam pressão crescente para lidar com a crise, embora medidas de emergência como esquemas de veículos pares-ímpares e fechamento temporário de escolas, forneçam algum alívio, especialistas argumentam que soluções sustentáveis ​​de longo prazo são necessárias, incluindo melhorar transporte público, transição à fontes de energia mais limpas e implementar controles de emissão industrial mais rigorosos, já que, compreender e prever inversões térmicas desempenha papel crucial na mitigação da crise ao prever tais padrões climáticos as autoridades podem implementar medidas preventivas e emitir alertas de saúde, além do planejamento urbano aprimorado e aumento da cobertura verde nas cidades auxiliando mitigar o impacto da poluição.

Moral da Nota:  à medida que exacerbam desastres ambientais, a crise da poluição do ar aponta à necessidade de esforços colaborativos e transfronteiriços para enfrentar em desafio compartilhado, com saúde e bem-estar em jogo, tornando imperativo que governos, indústrias e cidadãos trabalhem para um ar mais limpo e respirável em regiões mais densamente povoadas. O Paquistão atingido por poluição tóxica apela por diplomacia climática com a Índia na COP29, enquanto Nova Déli e o norte da Índia continuam impactados pela poluição, situação  sombria no Paquistão, particularmente Punjab, Peshawar, Multan e, ao apelar à "diplomacia climática" busca lidar com o desafio compartilhado da poluição atmosférica destacando necessidade urgente de ação colaborativa", regiões onde o Índice de Qualidade do Ar, AQI, ultrapassa a marca perigosa de 2.000, com medidas de bloqueio, Indústrias fechadas, atividades comerciais interrompidas e escritórios operando com 50% da capacidade enquanto escolas e universidades permanecem fechadas para mitigar a crise. Autoridades da província de Punjab do Paquistão falando em Baku destacaram necessidade  de ação colaborativa, com o Diretor de Mudanças Climáticas em Punjab dizendo que a crise da poluição atmosférica reflete a situação em Nova Déli e partes da Índia e o Diretor Geral da Autoridade de Proteção Ambiental em Punjab esclarecendo que  "foram fechados os poluidores industriais, registrados FIRs contra fazendeiros por queima de restolho e realizadas semeadura de nuvens para induzir chuva artificial, embora temporárias, as medidas aliviam pouco as restrições na região de Rawalpindi". Outra questão é a coesão comunitária na luta contra alterações climáticas, com cientistas compilando base de dados de 150 crises em diferentes épocas e regiões e  percebendo que alterações climáticas nem sempre conduzem a catástrofes em grande escala, a sociedade moderna  pode evitá-los se estiver coesa, descobriram que ao ocorreram desastres naturais, nem todos os países sucumbiram ao colapso negativo geral, revoltas e guerras civis, alguns introduziram reformas para conseguir melhorias em período difícil, por exemplo, no século XVII, a Dinastia Qing na China sofreu graves inundações, secas e pragas de gafanhotos que causaram agitação social, no entanto, valores chineses ajudaram preservar o estado na época, com cientistas identificando fatores que mantem a estabilidade mesmo em condições de crise, um deles é a coesão social, com um dos dos co-autores do artigo publicado pelo Complexity Science Hub, sobre o tema, concluindo, “dado que vivemos em era marcada por perturbações ambientais, econômicas, desigualdade e conflitos, o foco deve ser na criação de coesão social e estabilidade."


                                     

quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Relatório Lancet

A Índia, segundo relatório no Lancet, enfrenta ameaça de doenças sensíveis ao clima, como malária e dengue, decorrente exposição excessiva ao calor e a disseminação de doenças infecciosas sensíveis ao clima na Índia mostram que a população indiana enfrentou em 2023 temperaturas que atingiram níveis potencialmente prejudiciais à saúde humana em 50 dias adicionais, com o relatório solicitando políticas climáticas e assistência médica aprimoradas, enquanto áreas costeiras em risco devido aumento do nível do mar necessitam melhores planos de inundação. A disseminação da malária para a região do Himalaia e a transmissão expandida da dengue pelo país são evidências incontestáveis e, de acordo com a 8ª contagem regressiva da Lancet sobre saúde e mudanças climáticas, desenvolvida por 122 especialistas, a disseminação dessas doenças alimenta demanda por previsões climáticas integradas aprimoradas, infraestrutura de saúde fortalecida e maior conscientização da comunidade. O relatório baseado em evidências revelou que comunidades costeiras do país enfrentam riscos profundos devido aumento do nível do mar, forçando necessidade de planos eficazes de adaptação a enchentes, nos esclarecendo que, "as descobertas denotam chamado urgente à ação para que a Índia revitalize políticas de saúde e clima, priorize investimentos financeiros e construa respostas adaptativas robustas para proteger a população de ameaças cada vez mais intensas representadas por mudanças climáticas". Na verdade, o relatório Lancet expôs nova realidade, ou, que as pessoas no mundo lutam contra ameaças climáticas recordes, cujos dados revelaram que 10 de 15 indicadores que rastreiam riscos à saúde atingiram novos recordes em 2023, além dos 50 dias de temperaturas que atingiram níveis potencialmente prejudiciais à saúde humana.

Em 2023, o mundo enfrentou desafios climáticos sem precedentes, marcando o ano como o mais quente registrado, sendo que a escalada ininterrupta nas temperaturas globais precipitou secas severas, ondas de calor mortais e incêndios florestais catastróficos, tempestades e inundações, com aumento das fatalidades relacionadas ao calor especialmente entre os maiores 65 anos, com aumento impressionante de 167% em comparação com a década de 1990. Houveram enfrentamento de em média 1.512 horas de altas temperaturas que representaram pelo menos risco moderado de estresse por calor, aumento de 27,7% em relação à década de 1990, resultando perda de 512 bilhões de horas de trabalho em potencial e estimativa de US$ 835 bilhões em perdas de renda global, impactando países de baixa e média renda, ao passo que entre 2014 e 2023, eventos extremos de precipitação cresceram em 61% da área terrestre global, amplificando riscos de doenças e inundações. O aumento das temperaturas expandiu a adequação climática à disseminação de doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue, marcando recorde histórico de mais de 5 milhões de casos no mundo em 2023, enquanto a mudança climática cria ambientes cada vez mais propícios à transmissão de doenças infecciosas, como dengue, malária, vírus do Nilo Ocidental e vibriose, mesmo em áreas antes ausentes. Recorde de 48% da área terrestre global experimentou em 2023 pelo menos um mês de seca extrema, marcando o 2º nível mais alto desde 1951, afetando produtividade das colheitas, abastecimento de água e segurança alimentar, ao passo que a exacerbação de eventos de seca e ondas de calor de 1981 a 2010 foi associada a mais 151 milhões de pessoas sofrendo de insegurança alimentar moderada ou grave em 124 países em 2022. O relatório Lancet menciona desenvolvimentos positivos que ofereceram esperança à mundo melhor, com as mortes por poluição do ar diminuindo devido reduções na queima de carvão e investimento global em energia limpa aumentando à US$ 1,9 trilhão em 2023, com o emprego em energias renováveis ​​atingindo recordes ressaltando potencial do setor em apoiar segurança do emprego.

Moral da Nota: produtos químicos perigosos conhecidos como PFAS, compostos perfluoroalquil e polifluoroalquil, encontrados no ar da floresta amazônica, quando pesquisadores coletaram amostras 325 metros acima da copa da floresta mostrando altos níveis desses “produtos químicos eternos” usados ​​em embalagens de alimentos, utensílios domésticos e cosméticos. Vale dizer que PFAS são conhecidos pela persistência e capacidade de contaminar cursos de água no mundo, com cientistas se surpreendendo com o fato dos níveis dessas substâncias serem mais elevados em altitude, indicando seu transporte a longa distância e, conforme o Dr. Ivan Kurchev, da Universidade de Coventry, dizendo que “tornou-se um verdadeiro mistério”, considerando que o impacto dos PFAS na saúde humana e na vida selvagem é grande preocupação, com a pesquisa relacionando esses produtos químicos a doenças do fígado, tireoide e câncer, considerando ainda que no contexto da biodiversidade única da Amazônia, essas substâncias podem ter consequências catastróficas ao ecossistema e aos moradores locais. Quanto ao permafrost no Alasca, EUA, derrete, com quase 150 aldeias enfrentando reassentamento parcial ou total devido sua deterioração e ameaças ambientais causadas pelas alterações climáticas, com infraestruturas críticas em áreas povoadas, como sistemas de água, eletricidade e transporte, construídas sobre o permafrost, se desestabilizando tornando as casas e outras estruturas inseguras, obrigando a mudança. Por fim, o metano, aumentou à níveis recordes históricos nos últimos anos com mais de 1.900 partículas por bilhão, mesmo durante a pandemia, quando a produção foi interrompida no mundo, considerando que o metano dos combustíveis fósseis tem proporção maior de carbono-13 e, mesmo com o aumento do uso de combustíveis fósseis, o nível de carbono-13 no metano atmosférico tem diminuído nos últimos 17 anos sugerindo que num mundo mais quente, as bactérias têm metabolismo mais elevado, pelo que libertam metano de modo mais ativo e, à medida que as temperaturas globais aumentam, o gás continua aumentar. A pesquisa, avalia que o metano tenha causado 30% do aumento da temperatura atmosférica, além da descoberta que os micróbios respondem ​​por 90% do aumento, enquanto as concentrações de metano no ar quase triplicaram desde o século XVII e, à medida que o mundo aquece, o permafrost, as zonas húmidas e os micróbios do solo do planeta libertam mais metano, com cientistas apontando ao aumento natural na atmosfera, por exemplo, Tom Quirk mostrou que o metano sobe e desce com o vai e vem do El Niño, ou seja, tais flutuações são processo natural, enquanto outro cientista, Willie Soon, apontou que uma das luas de Saturno tem mais metano que todos os campos de petróleo e gás da Terra, mas não há dinossauros, vacas ou poços vazando que possam adicionar metano ao ambiente.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Descarbonização

O Reino Unido é o primeiro país desenvolvido se livrar da energia a carvão, marco na virada das fontes fósseis, ponto de partida da era industrial moderna às energias renováveis que limitam aquecimento do planeta, ao investir em parques eólicos offshore, como o Hartlepool, Inglaterra, marco que ocorre com o fechamento da última usina  a carvão do país, sonho de qualquer um na região de Nottingham ter oportunidade de trabalhar no local, com a central de Ratcliffe-on-Soar fornecendo  energia aos britânicos por quase 60 anos. A primeira termelétrica do mundo foi aberta em Londres por Thomas Edison, inventor da lâmpada, em 1882, agora, inova mais uma vez ao serem pioneiros no fim da energia mais poluente, com a usina de Ratcliffe, inaugurada em 1967 busca garantir que as instalações deem lugar a outro empreendimento à comunidade já que a última usina a carvão do Reino Unido, Ratcliffe-on-Soar, fechou as portas no dia 30 de setembro de 2024 com a companhia alemã Uniper, proprietária da central, afirmando que será desmantelada antes do fim da década para dar lugar a um "centro de energia e tecnologia livre de carbono" cujos detalhes não foram esclarecidos. Apesar das preocupações locais, o fechamento é passo fundamental no cumprimento da promessa britânica de chegar 2030 com 100% da energia neutra em emissões de CO2 e equivalentes, responsáveis pelo aumento da temperatura na Terra e, até os anos 1980, o carvão representava 70% do aporte de eletricidade nacional caindo a partir dos anos 2010, graças, em primeiro momento, à substituição pelo gás natural do Mar do Norte e, depois, por centrais eólicas e solares, virada decorrente a  Lei de Energia do governo do então primeiro-ministro David Cameron que limitou atratividade de investimentos em fontes fósseis, em especial o carvão, ao mesmo tempo que estimulou a produção de energias limpas.

O gás, das fontes fósseis, a menos poluente, representa um terço da matriz energética britânica enquanto o outro terço vem do petróleo e o restante dividido entre nuclear e renováveis, 17%, com o analista do think tank Energy and Climate Intelligence Unit nos informando que "para o resto do mundo realmente podemos fazer isso, falavam de apagão, cortes de luz, hoje, vemos que é possível trocar por renováveis já que solar e eólica estão mais baratas e as baterias para estocar energia começam a aparecer” ao passo que "colocar fim do carvão no Reino Unido marca virada no mundo”. O governo britânico assegura que o fechamento "é fim de era", iniciando "uma nova”, com a criação de empregos nas energias solar e eólica e o desenvolvimento de outras, como o hidrogênio ao esclarecer que "investir em renováveis, eólicas offshore, garantir que a infraestrutura de transmissão de energia suporta esse volume na rede, é desafiador, com opiniões que é possível se políticas adequadas forem adotadas” e, segundo a AIE, Agência Internacional de Energia, restam 9 mil centrais a carvão no mundo que emitem um terço do total de gases efeito estufa lançados anualmente na atmosfera, enquanto no G7 de 2024, as economias mais desenvolvidas se comprometeram eliminar estas usinas até 2035, com os italianos prometendo atingir o objetivo em 2025, a França, em 2027, e o Canadá, em 2030, já, aos alemães, a meta parece “irrealista” conforme definiu o ministro das Finanças que Berlim avessa à energia nuclear, visava o fim do carvão em 2038. O gerente de projetos do IEMA, Instituto de Energia e Meio Ambiente de São Paulo, avisa que, "uso do carvão é problema  na maior parte dos países do mundo, aí, o G20, onde Índia e China tem grande dependência e  EUA o substituem por gás natural considerando que tinham 40% de matriz de carvão, média mundial”, concluindo que,  "o carvão é muito presente, fonte barata de energia e será dificuldade grande continuar tirá-lo de vários desses países”, enquanto é desafio menor no Brasil, cuja matriz energética é majoritariamente renovável, graças à rede hidrelétrica e, conforme necessidades e condições meteorológicas, o país recorre a mais carvão e, ao lado da Argentina, é o único da América Latina com planos de construir novas usinas enquanto o projeto que regulamenta eólicas offshore chegou a incluir subsídios às centrais a carvão até 2050. A recente promulgação da Política Nacional de Transição Energética busca atrair R$ 2 bilhões em 10 anos em investimentos na diversificação energética, entretanto, cronograma e plano de ação permanecem vagos quanto à substituição das fontes fósseis, considerando entre nós que "o Brasil faz lição de casa na parte das renováveis, cresce de modo  intenso em eólica e solar, sendo que, do G20 é o que está mais alinhado com a meta de triplicar renováveis até 2030”,  concluindo que, "por outro lado, a descontinuidade das fontes não está acontecendo com o carvão, que tem lobby no Congresso e conseguiu manter subsídios."

Moral da Nota: em ambientes agrícolas, abelhas são rotineiramente expostas a combinações de pesticidas e na maioria das vezes, a exposição as misturas não resulta em efeitos letais agudos, mas sabemos muito pouco sobre potenciais efeitos subletais e consequências no sucesso reprodutivo e dinâmica populacional com estudo, expondo fêmeas recém-emergidas da abelha solitária a níveis ambientalmente relevantes de acetamiprida, neonicotinoide ciano-substituído, isoladamente e em combinação com tebuconazol, fungicida inibidor da biossíntese de esteróis, SBI. A quantidade de solução de alimentação consumida na fase de exposição foi menor em abelhas expostas à mistura de pesticidas e após a exposição, as fêmeas foram marcadas individualmente e liberadas em gaiolas de campo à monitorar desempenho de nidificação e avaliar sucesso reprodutivo que foram semelhantes aos das abelhas controle e resultaram em aumento populacional, em contraste, abelhas expostas à mistura de pesticidas apresentaram menor estabelecimento, período de nidificação mais curto e fecundidade reduzida, juntos, esses efeitos levaram a redução populacional com o  estudo mostrando como a exposição subletal a pesticidas afeta componentes do sucesso reprodutivo das abelhas e, em última análise, crescimento populacional.  Para concluir, poluição do ar pode impactar de modo duradouro na substância branca dos cérebros jovens na gravidez e primeira infância levando a alterações duradouras na substância branca do cérebro que desempenha papel essencial no sistema nervoso, conforme estudo publicado na Environmental Research, liderado pelo centro de pesquisa do Barcelona Institute for Global Health, ISGlobal, em evidências que sugerem que a poluição do ar afeta desenvolvimento do cérebro causando problemas de saúde no coração e pulmões com resultados destacando "importância de abordar poluição do ar como problema de saúde pública, particularmente mulheres grávidas e crianças”. Padrões de qualidade do ar da UE são menos rigorosos aos poluentes que os níveis de diretrizes de qualidade do ar da OMS, e a poluição do ar continua como "grande preocupação de saúde aos europeus", conforme a Agência Europeia do Meio Ambiente e, nos EUA, a EPA, Agência de Proteção Ambiental, revisou Padrões Nacionais de Qualidade do Ar Ambiente, NAAQS, à partículas para 9,0 microgramas por metro cúbico, o dobro das diretrizes da OMS. Pesquisadores acreditam que partículas que entram no cérebro ou inflamação de  origem pulmonar provocam danos à mielina afetando capacidade dos nervos de enviar e receber sinais elétricos, como em doenças desmielinizantes da EM, esclerose múltipla, e ADEM, encefalomielite disseminada aguda, sendo que a substância branca consiste em fibras nervosas conectando regiões e transmitindo sinais no cérebro e entre o cérebro e medula espinhal, sendo que as descobertas sugerem que o efeito prejudicial dos poluentes do ar na microestrutura branca ocorre e,  persiste, à medida que as crianças envelhecem, sendo que a equipe acompanhou mais de 4 mil participantes do Generation R Study em Roterdã, na Holanda, do nascimento à adolescência.  Estimaram a quantidade de exposição a 14 poluentes atmosféricos diferentes, como partículas finas, PM 2,5, e gases como óxidos de nitrogênio, com base no local onde viviam enquanto partículas finas e óxidos de nitrogênio são subprodutos da combustão de emissões de automóveis, usinas de energia e indústrias ou fontes como canteiros de obras e incêndios e, para 1.314 crianças, os pesquisadores usaram dados de duas varreduras cerebrais, uma realizada por volta dos 10 anos e outra por volta dos 14 anos para examinar mudanças na microestrutura da substância branca. Descobriram que a maior exposição a poluentes atmosféricos foi associada a níveis mais baixos de anisotropia fracionada, AF, que mede como as moléculas de água se espalham no cérebro, ou seja, quanto menos maduro o cérebro, mais água flui nas direções e menor o nível de anisotropia fracionada e, cada aumento no nível de exposição à poluição do ar corresponde atraso de 5 meses no desenvolvimento da AF, enquanto certos poluentes causaram mudanças na difusividade média, medida da integridade da substância branca do cérebro, que declina com a idade, e mudanças que diminuíram conforme as crianças ficaram mais velhas, enquanto outras persistiram, os cientistas avisam que mais pesquisas são necessárias para determinar precisamente como as mudanças ocorrem considerando que  “anisotropia fracionada menor é provavelmente resultado de mudanças na mielina, a bainha protetora que se forma ao redor dos nervos, em vez de, na estrutura ou empacotamento das fibras nervosas” conforme a pesquisadora do ISGlobal autora do estudo.

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Microplásticos

Microplásticos, pedaços de plásticos menores que 5 mm, se universalizam em ambientes da Terra, das profundezas da Fossa das Marianas à neve do Everest e nuvens no topo das montanhas da China e Japão, detectados em cérebros humanos, intestinos  de tartarugas marinhas e raízes de plantas, com novas pesquisas lideradas por cientistas da Penn State revelando que na atmosfera podem afetar o clima e o tempo. Publicado no Environmental Science and Technology, Air, o estudo liderado por Miriam Freedman, professora de química na Penn State e autora do artigo, demonstra que os microplásticos agem como partículas nucleadoras de gelo, aerossóis que facilitam formação de cristais nas nuvens, significando que podem impactar padrões de precipitação, previsão do tempo, modelagem climática e segurança da aviação, influenciando como os cristais de gelo atmosféricos formam as nuvens. Esclarece que "ao longo das últimas 2 décadas de pesquisa sobre microplásticos, cientistas os observaram em todos os lugares, ficando claro que precisamos ter melhor compreensão de como estão interagindo com o sistema climático, porque fomos capazes de mostrar que o processo de formação de nuvens pode ser desencadeado por microplásticos", além de considerar que no laboratório, cientistas estudaram a atividade de congelamento de 4 tipos diferentes de microplásticos, polietileno de baixa densidade, PEBD, polipropileno, PP, cloreto de polivinila, PVC, e PET, tereftalato de polietileno, suspendendo em gotas de água e resfriando para observar como afetavam a formação de gelo. Descobriram que a temperatura média que as gotas congelavam era de 5º a 10 º mais quente que as gotas sem microplásticos, normalmente, uma gota de água atmosférica sem nenhum defeito congela a - 38 º, qualquer  defeito na gota de água, poeira, bactérias ou microplásticos, dará ao gelo algo para se formar ou nuclear  ao redor, estrutura  suficiente para fazer com que a gota de água congele em temperaturas mais quentes e, "no caso dos os microplásticos, 50% das gotículas foram congeladas em - 22 ºC à maioria dos plásticos", concluindo que, "se introduzir algo insolúvel, introduz defeito na gotícula que pode nuclear gelo em temperaturas mais quentes." A descoberta não está totalmente clara quanto ao clima e o tempo, sugere que os microplásticos estão causando impacto, acrescentando que nuvens de fase mista, como o cúmulo inchado, o stratus semelhante a um cobertor e as nuvens escuras e ameaçadoras do nimbo, contêm combinação de água líquida e congelada, podendo estar espalhadas na atmosfera incluindo clássicas nuvens em forma de "bigorna" que podem se formar nas tempestades. "Quando os padrões de ar são tais que uma gotícula é levantada à atmosfera e esfria, é quando os microplásticos podem estar afetando os padrões climáticos e formando gelo nas nuvens", disse Freedman, que também é afiliado ao Departamento de Meteorologia e Ciência Atmosférica da Penn State. "Em um ambiente poluído com muito mais partículas de aerossol, como microplásticos, está distribuindo a água disponível entre muito mais partículas de aerossol, formando gotículas menores ao redor de cada uma dessas partículas. Quando tem mais gotículas, tem menos chuva, mas como as gotículas só chovem quando ficam grandes o suficiente, coleta mais água total na nuvem antes que as gotículas sejam grandes o suficiente para cair e, como resultado, ocorre chuvas mais pesadas quando elas chegam." Em geral, as nuvens resfriam a Terra refletindo a radiação solar, mas certas nuvens em certas altitudes podem ter um efeito de aquecimento ao ajudar a reter a energia emitida pela Terra, explicou Freedman. A quantidade de água líquida versus a quantidade de gelo é importante para determinar até que ponto as nuvens terão efeito de aquecimento ou resfriamento. Se os microplásticos estão influenciando a formação de nuvens de fase mista, disse Freedman, eles provavelmente estão afetando o clima também, mas é extremamente difícil modelar seu efeito geral. Por fim, descobriram que os plásticos testados podiam formar gelo, mas o envelhecimento reduzia a capacidade de formação de gelo do LDPE, PP e PET, em contraste, o envelhecimento aumenta a capacidade de formação de gelo do PVC devido mudanças na superfície sendo que deverão estudar aditivos colocados em plásticos, como plastificantes, para ter noção de como os plásticos usados ​​podem afetar a atmosfera da Terra.

A questão se complica pois os microplásticos transportados pelo ar, conhecidos por atingirem regiões remotas, influenciar a formação de nuvens agindo como locais de nucleação de gelo em temperaturas mais altas,  impactando a precipitação e os padrões climáticos, quer dizer, microplásticos na atmosfera promovem formação de gelo nas nuvens em temperaturas mais altas que o normal, podendo aumentar a chuva ou queda de neve, diferentes tipos de microplásticos estudados mostraram capacidades variadas de nuclear gelo, principalmente após exposição a elementos ambientais como luz UV e ozônio com pesquisadores pedindo mais estudos sobre a concentração atmosférica de microplásticos para avaliar  impacto no clima em comparação com partículas naturais como poeira. Outra questão é que partículas de microplástico expostas a ambientes de água doce ou salgada têm maior probabilidade que partículas originais não expostas de serem absorvidas pelas células de um animal, sendo que o estudo oferece evidências que microplásticos têm mais potencial de se infiltrar nos corpos dos animais que se pensava antes e pode ser preocupante aos animais aquáticos, com o tempo, plásticos descartados pelos seres humanos decompõem-se em micro pedaços e espalham-se pelo ambiente, nos ecossistemas marinhos e de água doce e são consumidos por organismos como mexilhões e peixes-zebra, no entanto, não foi muito estudado se as partículas podem entrar nas células de diferentes animais e organismos e causar riscos à saúde ou afetar o ambiente. Novo estudo, Laforsch e colegas, descobriu que os microplásticos expostos à água doce ou salgada em várias semanas têm 10 vezes mais probabilidade de entrar nas células dos ratos comparados com partículas puras, embora tenha sido feito com células de camundongos, é possível que relação semelhante possa ser observada em animais aquáticos que encontram regularmente esses microplásticos não originais, o que pode ter implicações desconhecidas à seus predadores incluindo humanos. Partículas microplásticas desenvolvem revestimento de outras moléculas e microorganismos agindo como “cavalo de Tróia” enquanto outras células são mais propensas engolir partículas plásticas revestidas em comparação com partículas imaculadas e não revestidas, que podem potencialmente infiltrar-se no sistema circulatório de um organismo, valendo dizer que,  os resultados não sugerem que os microplásticos expostos à água doce ou salgada representem maior risco à saúde humana ou de outros organismos, o que precisa de ser mais estudado.

Moral da Nota: emissões globais de carbono provenientes de combustíveis fósseis atingiram recorde em 2024, de acordo com pesquisa do Global Carbon Project, em que o Orçamento Global de Carbono de 2024 projeta emissões de CO2 fóssil de 37,4 bilhões de toneladas, aumento de 0,8% em relação a 2023, apesar da necessidade urgente de cortar emissões para desacelerar mudanças climáticas, pesquisadores dizem que "não há sinais" que o mundo tenha atingido o pico de emissões de CO2 fóssil, considerando que com emissões projetadas de mudanças no uso da terra, desmatamento, de 4,2 bilhões de toneladas, as emissões totais de CO2 devem ser de 41,6 bilhões de toneladas em 2024, acima das 40,6 bilhões de toneladas de 2023. As emissões de CO2 fóssil aumentaram nos últimos 10 anos, enquanto emissões de CO2 decorrente da mudança no uso da terra diminuíram em média deixando emissões gerais praticamente estáveis ​​nesse período, em 2024, emissões de CO2 tanto de origem fóssil quanto de mudanças no uso da terra devem aumentar, com condições de seca exacerbando emissões do desmatamento e incêndios de degradação florestal no evento climático El Niño 2023-2024, com mais de 40 bilhões de toneladas liberadas anualmente, o nível de CO2 na atmosfera continua aumentando causando aquecimento global cada vez mais perigoso. A pesquisa incluiu Universidade de Exeter, Universidade de East Angli, UEA, o Centro CICERO de Pesquisa Climática Internacional,  Universidade Ludwig-Maximilian de Munique, Instituto Alfred-Wegener e 80 outras instituições ao redor do mundo, com descobertas do Orçamento Global de Carbono de 2024 incluindo, globalmente, que emissões de diferentes combustíveis fósseis em 2024 devem aumentar, carvão (0,2%), petróleo (0,9%), gás (2,4%), contribuindo com 41%, 32% e 21% das emissões globais de CO2, e, dada incerteza nas projeções, continua sendo possível que as emissões de carvão possam diminuir em 2024. Em suma: emissões da China (32% do total global) devem aumentar marginalmente em 0,2%, embora o intervalo projetado inclua possível redução nas emissões, emissões dos EUA (13% do total global) devem diminuir em 0,6%, emissões da Índia (8% do total global) devem aumentar em 4,6%, emissões da União Europeia (7% do total global) deverão diminuir em 3,8%, emissões no resto do mundo (38% do total global) devem aumentar em 1,1%,  aviação e transporte marítimo internacionais (3% do total global, contabilizados separadamente dos totais nacionais/regionais) devem aumentar em 7,8% em 2024, permanecendo abaixo do nível pré-pandemia de 2019 em 3,5% e, globalmente, as emissões de mudanças no uso da terra, desmatamento, diminuíram 20% na última década, mas devem aumentar em 2024.