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segunda-feira, 14 de julho de 2025

Desordens Mentais

Estudo australiano publicado na Nature Climate Change diz que, a cada ano, altas temperaturas contribuem a problemas de saúde mental, número, que pode aumentar até 2050, à medida que o planeta aquece, alertando que o agravamento envolve desde a ansiedade à esquizofrenia, quer dizer, associa aumento das temperaturas a aumento na carga de transtornos mentais e comportamentais. O autor do estudo da escola de saúde pública da Universidade de Adelaide disse que, “de sofrimento leve a condições  como esquizofrenia, o aumento das temperaturas torna mais difíceis a vida à milhões de pessoas”, já que o estudo usa anos de vida ajustados por incapacidade, ou, DALYs, métrica que captura os anos de vida perdidos e os anos vividos com a doença, estimando impacto das altas temperaturas na saúde mental, observando que o calor gera perda anual de mais de 8.450 anos de vida saudável na Austrália, ou, 1,8 % da carga total de transtornos mentais e comportamentais do país. Alerta que esse número pode aumentar em 50% até 2050, à medida que o clima esquenta e ondas de calor ficam mais longas, que em vez de causar mortes, a maior parte desse fardo vem de pessoas que vivem com problemas de saúde mental agravados pelo calor extremo com jovens entre 15 e 44 anos especialmente afetados, sendo que transtornos mentais e comportamentais,ou, TMCs, incluem doenças relacionadas à regulação emocional, pensamento e comportamento, aí se incluem, ansiedade, depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, transtornos por uso de álcool e drogas e demais condições relacionadas. O estudo revela que impactos do calor extremo não são distribuídos uniformemente sendo que Vitoria e Austrália Meridional apresentam a maior proporção de impactos na saúde mental relacionados ao calor, com 2,9% de carga total ligada às altas temperaturas, no entanto, na Austrália, espera-se que no futuro o Território do Norte se torne mais afetado até meados do século devido ao clima mais quente, com projeções sugerindo que 4% da carga de saúde mental pode estar relacionada ao calor até 2050. O estudo modela projeções futuras sob cenários climáticos e de crescimento populacional diversos em trajetória de altas emissões significando que o mundo continua queimar combustíveis fósseis como carvão e petróleo e, ao ritmo atual, sem adaptação, o impacto do calor extremo na saúde mental pode aumentar em 49% e, se considerarmos o crescimento populacional, o aumento pode chegar a 141%. Projeta que, com adaptação eficaz, melhores moradias, alerta precoce, acesso a refrigeração e espaços verdes, o aumento da carga seria reduzido, por exemplo, no mesmo cenário de altas emissões e crescimento populacional, a adaptação completa reduziria o aumento projetado da carga de 141% à 65% até 2050, considerando que estudo realizado em 2022 por acadêmicos da Escola de Saúde Pública da Universidade de Boston descobriu que dias com temperaturas mais altas no verão dos EUA estavam associados a taxas de visitas a emergência de hospitais em maiores quantidades, por qualquer condição relacionada à saúde mental. Considera que a Austrália enfrenta ondas de calor mais frequentes e intensas, aqueceu 1,5°C desde 1910, conforme o relatório "Estado do Clima" de 2024, do CSIRO e do Bureau of Meteorology, registrando recordes de temperaturas no verão ao lado de longos e intensos episódios de calor e, globalmente, os últimos anos foram os mais quentes registrados, com temperaturas acima de 1,5 °C em 2024, conforme a OMM.  

Relatório do Copernicus na Europa, mostra aquecimento 2 vezes mais rápido que a média global, cujas consequências começam ser sentidas mais rápido que a média global nos últimos 40 anos, enquanto o programa Copernicus da UE em colaboração com a OMM confirma agravamento do aquecimento global na UE e convulsões que tem provocado. Afirma que no continente o aquecimento é o mais rápido do planeta, 2 vezes mais rápido que a média global desde a década de 1980, provocando maior absorção de água da atmosfera e, como consequência, maior volume de chuvas, que ocasiona inundações, em 2024, um terço da rede hidrográfica europeia registrou enchentes com o lado oeste o mais afetado por chuvas extremas, enquanto o leste se tornou mais seco e quente. Em 2024, o termômetro registrou recordes em 48% do continente com países do leste e sudeste sofrendo com altas temperaturas, por outro lado, no inverno, geadas são mais raras, já que as áreas afetadas são cada vez menores, com o Copernicus dizendo que “o calor pode causar estresse no corpo, influenciado não apenas pela temperatura, mas por outros fatores ambientais, como vento e umidade”, concluindo que, “altas temperaturas noturnas podem prejudicar a saúde, pois oferecem pouco alívio do estresse térmico diurno” já que em noites tropicais, a temperatura não fica abaixo de 20°C, tendência se espalha pelo território europeu, considerando que na década de 1970, 20% da região experimentou pelo menos uma dessas noites quentes, percentual que subiu à 35 pontos na década atual, sendo que o sul e sudeste europeu estão particularmente expostos com recorde de 13 dias consecutivos de onda de calor em julho e 23 noites tropicais em 2024. Considerado o ano mais quente da história do clima global e europeu, segundo o relatório, 2024, sendo que os 3 anos mais quentes registrados desde que indicações meteorológicas começaram a ser analisadas no século XIX ocorreram depois de 2020 e os 10 mais quentes foram todos depois de 2007 com  a superfície terrestre afetada pelo calor exponencial e, nos últimos 5 anos, o Mar Mediterrâneo, por exemplo, aqueceu 1,2°C desde a década de 1980,  o dobro da média global dos oceanos, 0,6°C e, em 2024, a temperatura nos mares europeus era de 13,7°C, índice 0,69°C acima da média do período 1990-2020. O relatório do Copernicus, fala que o continente europeu é uma das regiões onde o risco de inundações aumentará nas próximas décadas e, atualmente, metade das cidades europeias possui planos de adaptação para lidar com esses eventos climáticos extremos, já que, 2024 foi um dos 10 mais chuvosos desde 1950 na Europa Ocidental, onde países tiveram de 30 a 40 dias a mais de chuva e, do outro lado do continente, territórios orientais tiveram até 50 dias menos chuva, com o relatório concluindo que, “o ano foi caracterizado por chuvas mais frequentes e maiores que a média nas regiões ocidentais e chuvas menos frequentes e mais brandas nas regiões orientais”. Números citados no relatório e retirados do Banco de Dados Internacional de Desastres, dizem que o valor de perdas causadas por desastres climáticos em 2024 é estimado em R$ 120,82 bilhões com enchentes respondendo ​​por 85% deste valor, quanto as cidades europeias que implementam iniciativas de adaptação para lidar com ondas de calor e excesso de água no futuro, chega a 51% e a 7 anos era de 26% concluindo que 19 mil ações de adaptação foram registradas em 2022 nos setores de água, 17%, construção,13,6%, meio ambiente,11,7%, terras, 10,8%, agricultura 9,3%, e saúde,7,6%, considerando que em 35% destes casos as ações são medidas tecnológicas ou físicas como reciclagem de água, construção de edifícios mais resilientes, mapeamento de riscos e criação de sistemas de alerta de desastres, soluções baseadas na natureza, ou,cidades mais verdes e reintegração da natureza, que representam 26% das ações.

Moral da Nota: artigo de Richard B. Rood, professor emérito da Universidade de Michigan, esclarece que o princípio fundamental da ciência baseada em modelos é que devem ser adequados ao propósito, quer dizer,  projetados, construídos e avaliados para atender aplicação específica já que em muitos casos, perdemos o contato com esse princípio, pois modelos estão arraigados à prática científica e cientistas se acostumam a eles como ferramentas essenciais, daí, perdermos a noção que são parte de um processo sendo fácil atribuir aos seus números e padrões mais realidade que se justifica e, em comunicações públicas, são relatados com a impressão que são expectativas factuais. Dentre as principais funções dos modelos estão facilitar investigação, descrever incerteza e contribuir ao raciocínio, organizando observações, auxiliando isolar e descrever processos e fornecendo orientação ao futuro, quer dizer, em termos de adaptação, toma-se decisões sobre construção e reconstrução, agricultura e ecossistemas que deverão ser implementadas e, espera-se, funcionarem no clima daqui a 30 a 50 anos, clima futuro que será mais quente e, a menos que haja intervenções para eliminar emissões de CO2 e metano, continuará aquecer. Aplicações à segurança ambiental precisam estar na vanguarda dos caminhos de desenvolvimento de modelos que incluem determinação da velocidade e motivos das mudanças climáticas, adaptação, geoengenharia, riscos e consequências de inflexão necessitando propósito e critérios robustos de avaliação, essenciais para restringir escolhas infinitas que poderíamos fazer sobre o que incluir nos modelo e como incluí-los e, em seguida, como utilizá-los e interpretá-los.Concluindo, em vez de focar em computadores e modelos de escala com complexidade adicional em relação ao silício, deve-se acelerar escalabilidade em relação ao poder inovador da inteligência humana em que modelos e simulações padronizados e avaliados precisam estar disponíveis à especialistas em aplicações e, engajar expertise, criatividade e capacidade da comunidade em geral.

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Modernidade

Informações e experiências se multiplicam, surge daí, fenômeno sutil e poderoso, ou, a intimidade digital, conceito que não se limita à comunicação via dispositivos eletrônicos, denota formato de conexão mais profunda, exclusividade e autenticidade, em paralelo, surge a economia silenciosa da elegância, ou, espaço de refinamento, discrição e qualidade tornando-se valiosos substituindo extravagância e ostentação, que juntas, moldam a experiência social combinando tecnologia, desejo e sofisticação, aí, a intimidade digital oferece refúgio ao barulho das mídias, aplicativos e consumo de conteúdo. Interações superficiais, característica do mundo digital, buscam encontros além do efêmero cujo objetivo é cultivar proximidade e compreensão, mesmo posicionados em lugares diferentes, conexão que exige atenção e cuidado desafiando a lógica da comunicação digital, neste contexto, a economia silenciosa da elegância emerge como contraponto em ambiente onde predomina ostentação e publicidade tornando-se código reservado a quem valoriza requinte e discrição. Tal mercado invisível não se promove nem busca validação em massa, opera sob critérios de qualidade e exclusividade onde encontro e interação são seletivos valorizados por profundidade e significado, não pela estética, mas, pela ética e o emocional, por exemplo, a economia silenciosa pode ser encontrada em cidades onde se manifesta o luxo por meio da riqueza material em experiências humanas que exibem elegância cuja busca não é por festas barulhentas ou encontros fugazes, mas, momentos de serenidade no ambiente com riqueza de encontro que entende sutileza e respeito, a sedução não é demonstração de poder ou apelo visual mas dança onde olhares, palavras e silêncios têm peso medido, a presença é moeda e capacidade de estar, física ou virtualmente, sua maior riqueza. A intimidade digital e a economia da elegância são modos de vivenciar desejo e relações desafiando normas de consumo rápido e impessoal, modelo que prioriza qualidade sobre quantidade, significado sobre número de interações e discrição sobre exposição pública saturada de estímulos e superficialidade emergindo forma de valor medida não pela visibilidade mas pela profundidade que plataformas digitais desempenham papel no processo, na privacidade, proteção de dados e criação de perfis em valores culturais e humanos em vez de algoritmos buscando maximizar atenção ou ganho financeiro, sendo que a expansão dos espaços digitais pode representar resposta à saturação do moderno, convidando a revisão do que se entende por luxo e desejo e, no plano cultural, revaloriza paciência e espera, virtudes moribundas na cultura do imediatismo. Quer dizer, a intimidade digital e economia silenciosa da elegância propõem convite a repensar como concebemos interações e desejos no século XXI, descobrir em meio ao turbilhão tecnológico espaço onde calma, sofisticação e conexão autêntica recuperam o lugar central e, a elegância como linguagem universal, refúgio precioso e necessário, assim, em mundo de superficialidade e consumo, novas faces da economia silenciosa nos lembram modos de viver a experiência humana que transcende a moda e ao barulho encontrando riqueza na sutileza e respeito. 

O fenômeno da percepção recebe explicação inovadora através da teoria do processamento preditivo, considerando  que tradicionalmente, havia a crença que os sentidos enviavam informações unidirecionalmente ao cérebro, no entanto, descobertas recentes mostram arquitetura neuronal onde há mais conexões do cérebro com os órgãos sensoriais do que na direção oposta, sustentando que o cérebro gera modelos internos ou "generativos" que antecipam e constroem a experiência percebida a partir de previsões contínuas, ajustando previsões e comparando-as com dados sensoriais além de atribuir peso ou precisão diferentes a cada uma dessas fontes. Tal abordagem explica por que as crenças, incorporadas em modelos generativos orientam previsões e, portanto, moldam a experiência da realidade, por exemplo,  ilustração com imagens de como o famoso “Dálmata” demonstra como a percepção muda antes e depois de vivenciar a figura retratada mostra que a experiência é mais um ato de construção cerebral que de recepção passiva.  A aplicação dessa lógica à vida cotidiana nos leva entender que nossas crenças não apenas afetam o modo como interpretamos eventos ou sinais sociais, mas como estruturam nossa realidade percebida afirmando a importância de compreender a dinâmica de sua formação e manutenção, quer dizer, em relação à formação inicial de crenças, estudos mostram que não somos agentes imparciais que avaliam proposições em um processo racionalizado já que tendemos aceitar verbalmente de início novas informações. Posteriormente poderemos reconfigurar a aceitação ou rejeição dessas informações, mas essa 2ª etapa é mais delicada e suscetível a interferências especialmente sob alta carga cognitiva implicando que, quando nossa capacidade mental é comprometida pelo estresse ou multitarefa temos probabilidade de aceitar proposições que de outra maneira rejeitaríamos, situação, que pode explicar disseminação de ideias infundadas ou conspirações na sociedade atual saturada de estímulos. 

Moral da Nota: o EFTA, Tribunal da Associação Europeia de  Livre Comércio, emitiu Parecer Consultivo no caso que a Greenpeace Nordic e a Natur og Ungdom, Jovens Amigos da Terra da Noruega, moveram contra o Estado norueguês, concordando com as organizações e confirmando que, de acordo com a legislação da UE/EEE, União Europeia/Espaço Econômico Europeu, as avaliações climáticas à novos projetos de combustíveis fósseis devem incluir não apenas emissões produzidas no local de perfuração mas as resultantes da combustão subsequente do petróleo e gás extraídos, onde quer que ocorra, dizendo que o governo norueguês estava, portanto, errado ao excluir essas emissões a jusante na aprovação de novas perfurações. Frode Pleym, chefe do Greenpeace, Noruega, esclarece que "que o Tribunal da EFTA proferiu é acusação contundente das exportações poluentes da Noruega, em linha com desenvolvimentos legais sobre este tópico vimos isso no Reino Unido, no tribunal local na Noruega, nos EUA e Guiana e agora pela primeira vez em tribunal supranacional, portanto, o governo norueguês não pode ignorar que o petróleo e gás da Noruega prejudicam pessoas e o planeta uma vez extraídos", já que o caso foi encaminhado ao Tribunal da EFTA pelo Tribunal de Apelações de Borgarting a pedido do governo norueguês no verão de 2024. A questão colocada era se a Diretiva de Avaliação de Impacto Ambiental da União Europeia, Diretiva de Projeto da UE ou AIA, exige ou não que autoridades norueguesas avaliem impactos climáticos do petróleo e gás provenientes da combustão, na sentença, o Tribunal confirmou que tal dever existe e vai um passo além ao confirmar que as autoridades e os tribunais devem fazer tudo o que estiver ao seu alcance para remediar a violação. Em janeiro de 2024, o Tribunal Distrital de Oslo considerou inválidas as aprovações de 3 projetos de petróleo e gás no Mar do Norte porque as autoridades norueguesas não realizaram avaliações de impacto adequadas das emissões de gases efeito estufa, GEE, pois não consideraram   emissões da combustão, daí, essas emissões de GEE, conhecidas como Escopo III, respondem ​​por 95% dos efeitos nocivos do projeto ao clima, novamente o governo norueguês recorreu e solicitou que uma questão-chave do caso, a saber, sobre as emissões de Escopo III, fosse enviada ao Tribunal da EFTA em Luxemburgo visando Parecer Consultivo sobre como a Diretiva de Avaliação de Impacto Ambiental da União Europeia deveria ser interpretada. O recurso foi lançado depois que a Suprema Corte Britânica, em caso semelhante, considerou um desenvolvimento de petróleo no Reino Unido ilegal porque as autoridades não realizaram avaliações de impacto ambiental à queima de petróleo e gás e, segundo Sigrid Hoddevik Losnegard, líder da Nature and Youth, “cientistas do clima documentaram que esses projetos petrolíferos levarão à morte prematura mais de 100 mil pessoas como resultado do aumento do calor, concluindo que, as pessoas merecem saber esse tipo de informação antes que o Estado aprove novos campos de petróleo” . Enfim, as autoridades públicas que concedem licenças de perfuração não podem mais alegar que há dúvidas, o público tem o direito de saber o impacto total dos projetos de petróleo e gás antes da concessão da licença já que a decisão pode abrir caminho às avaliações climáticas mais rigorosas de projetos de combustíveis fósseis na Europa e estabelecer precedente à outros tribunais nacionais. Em setembro de 2025 o caso deve ser ouvido no Tribunal de Apelações em que  as organizações enfrentarão o Estado norueguês com o Parecer Consultivo da EFTA e recente decisão da Suprema Corte a seu favor, proporcionando chances de vitória visto que se espera que o parecer tenha peso significativo nas deliberações dos juízes e no julgamento resultante.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Revisão

Por conta de novo estudo e boletim, cientistas pedem revisão dos protocolos de créditos de carbono florestal  decorrente novos indicadores liderados pela Força-Tarefa para o Ar Limpo, CATF, revelando que protocolos que regem créditos de carbono florestal são falhos estando na raiz de problemas enfrentados pelo mercado de compensação de carbono. Divulgado por cientistas florestais, avalia 20 protocolos de créditos de carbono florestal em mercados voluntários e de conformidade na América do Norte, com a Diretora do Programa de Sistemas Terrestres da CATF nos explicando  que,  “o novo estudo constata que a maioria dos protocolos de carbono florestal são atualmente frágeis para garantir que os créditos emitidos sejam de alta qualidade” e, concluindo que, “dado o volume de créditos de carbono florestal no mercado é hora de reformular os protocolos. Embora a supervisão federal mais rigorosa seja útil, não é necessária para aprimorar os protocolos pois registros e estados podem revisá-los implementar recomendações e empresas com metas climáticas podendo exigir maior qualidade, considerando que, créditos de carbono florestal representam 40% do mercado voluntário global de carbono até o momento já que atividades que impulsionam o armazenamento de carbono nas florestas ajudam desacelerar as mudanças climáticas. O estudo destaca desafios decorrente preocupações com a permanência considerando que o carbono florestal é vulnerável a reversões devido incêndios florestais, pragas e mudanças no uso da terra, no entanto, protocolos não levam em conta adequadamente a realidade desses riscos de longo prazo ao aplicar suposições uniformes em vez de dados baseados em locais. Além disso, desafia a falta de adicionalidade com regras fracas permitindo suposições simplistas, levando alguns projetos alegarem incorretamente que proporcionam reduções de carbono além do que teria ocorrido sem o projeto, se inserem emissões indiretas por vazamento em que muitos protocolos não contabilizam até que ponto o aumento do carbono florestal por meio de mudanças na gestão em um local pode levar ao aumento da perda de carbono florestal em outro lugar e, por fim, deficiências de monitoramento e verificação com transparência limitada, grande poder discricionário do desenvolvedor e suposições amplas levantando questões sobre confiabilidade da quantificação de créditos de carbono. Cientistas identificam áreas onde os protocolos podem ser melhorados integrando melhor ciência disponível, incluindo aí, especificar uso de dados atualizados em locais de entidades independentes para melhorar a precisão e confiabilidade da quantificação de carbono, desenvolver métodos para considerar condições variáveis como impactos climáticos e pressão econômica ao estimando impacto da intervenção do projeto ao longo do tempo, além da estruturação de protocolos para permitir atualizações de classificações de risco, novos métodos de monitoramento de carbono e parâmetros para refletir melhor ciência com melhoria de monitoramento e verificação, aumentando  a transparência exigindo que protocolos evoluam com melhorias na ciência e tecnologia e, por fim, melhorias na transparência, alívio de conflitos de interesse de verificadores em mercados de carbono e considerações sobre impactos climáticos não relacionados a gases efeito estufa. Na COP29 negociadores alcançaram avanço no Artigo 6 do Acordo de Paris estabelecendo estrutura internacional à comercialização de créditos de carbono provenientes de reduções e remoções de emissões, no entanto, a confiança nos mercados de carbono diminuiu e a CATF enfatizou necessidade de supervisão para restabelecer a confiança, prevenir fraudes e garantir benefícios climáticos e, à medida que os mercados se desenvolvem, a CATF defende protocolos sólidos que produzam créditos de qualidade, particularmente carbono florestal e remoção de carbono a partir de biomassa para impulsionar ações climáticas. O mercado voluntário de carbono atingiu pico de US$ 2 bilhões em 2022 e enfrenta escrutínio devido preocupações com a integridade do crédito, enquanto projeções de mercado sugerem que pode encolher mais ou crescer à US$ 1 trilhão até 2050 dependendo da qualidade do crédito e do desenvolvimento dos mercados de carbono.

Eilia Jafar especialista em gestão de desastres, governança, adaptação às mudanças climáticas e inclusão de gênero, alerta que a Índia necessita de plano nacional de ação contra ondas de calor, em previsão que as temperaturas devem chegar a 45°C no Rajastão impactando ilhas de calor urbanas e contribuindo em riscos à saúde nas cidades como Nova Déli. Daí, sugere que urbanistas devem proteger e expandir zonas verdes, ao passo que substituí-los por concreto agrava os problemas relacionados ao calor além da necessidade de impor padrões de construção que apoiem tais projetos, já que o aumento das temperaturas na Índia ameaça a vida e meios de subsistência com ondas de calor   frequentes, mais longas e extremas a cada ano, pedindo resposta nacional à necessidade urgente. Globalmente, mortes causadas pelo calor atingiram média de 489 mil/ano entre 2000 e 2019, quase metade delas na Ásia, com o Departamento Meteorológico da Índia, IMD, prevendo que entre abril e junho de 2025, 10 a 11 dias de ondas de calor podem ocorrer em lugares como Uttar Pradesh, Jharkhand, Chhattisgarh e Odisha, com previsão de temperaturas em 45°C urgindo reduzir calor nas superfícies urbanas com telhados escuros e estradas asfaltadas, absorvendo ao longo do dia por materiais que retêm calor e tornam as cidades mais quentes, especialmente à noite, sugere, uso de telhados frios e pavimentos refletivos, materiais de cores claras refletindo luz solar reduzindo a temperatura da superfície. Jardins em terraços ajudam, reduzem temperatura interna e consumo de energia e, com incentivos certos, mais famílias e instituições podem adotá-los, árvores reduzem temperatura do ar quando combinadas com corpos d'água aumentando efeito de resfriamento, caso de Mumbai com a Floresta Urbana do Rio Mithi reduzindo temperaturas ao redor, além de aderir ao conceito construir ao clima com projetos dos edifícios afetando a temperatura interna, ventilação adequada, janelas sombreadas e isolamento térmico reduzindo calor em ambientes  eliminando necessidade de ar-condicionado. Dados de temperatura em tempo real direciona recursos onde são necessários, mapas de calor de alta resolução e estações meteorológicas identificam pontos críticos sendo que os dados devem ser usados ​​à orientar planejamento urbano, respostas a emergências e desenvolvimento de espaços verdes, além de pavimentos permeáveis, telhados verdes e jardins de chuva controlando águas pluviais ajudam resfriar ambientes inseridos em sistemas de drenagem urbana sustentável, SUDS, fazendo parte dos planos de desenvolvimento urbano. Importante lembrar a proteção dos trabalhadores ao ar livre, construção civil, vendedores ambulantes, agentes de saneamento e trabalhadores agrícolas correndo risco no calor extremo, daí, parar de trabalhar ao ar livre das 12h às 16h em dias de muito calor, intervalos de 10 minutos a cada hora em áreas sombreadas, garantir ingestão de água ou eletrólitos a cada 30 minutos, roupas claras e largas, chapéus, áreas de descanso sombreadas nos locais de trabalho, abrigos comunitários de resfriamento em templos, escolas e salões, medidas que reduzem o estresse por calor e previnem mortes.

Moral da Nota: o Diretor-Geral da OIT, nos avisa que um dos principais desafios da economia informal é a falta de visibilidade, IA oferece visibilidade e dignidade já que muitos trabalhadores operam fora do alcance das estatísticas nacionais, da proteção trabalhista eficaz ou dos sistemas de verificação digital, multilíngues, multi qualificados, móveis e mal documentados. Ferramentas IA baseadas em voz, alimentadas por processamento de linguagem natural, permitem que trabalhadores naveguem em plataformas em dialetos que entendam considerando que a visão computacional pode verificar reconhecimento de imagem permitindo criação de portfólios portáteis, algoritmos de aprendizado de máquina combinando trabalhadores a tarefas com base na disponibilidade, proximidade e avaliações de pares. Um trabalhador da construção civil poderia ser combinado a projeto com base no desempenho anterior, verificado por avaliações de clientes, uma babá poderia ser avaliada quanto à pontualidade e confiabilidade entre empregadores criando histórico de trabalho verificável, reconhecendo participação econômica de forma que lhes dá controle, continuidade e credibilidade. Na África, a Área de Livre Comércio Continental Africana aspira mobilidade da mão de obra e cooperação econômica através de plataformas apoiadas por IA harmonizando classificações de empregos, padronizando reconhecimento de habilidades e traduzindo descrições de cargos à vários idiomas, enquanto análise preditiva ajudaria governos rastrear tendências trabalhistas, antecipar fluxos migratórios informais ou prever demanda por habilidades em regiões de fronteira. No Sul da Ásia e América Latina, existem dinâmicas semelhantes em que IA permitiria identidades digitais portáteis dando aos trabalhadores informais reputações e certificações entre regiões, ferramentas que ajudam desbloquear o potencial da integração regional tornando mobilidade mais segura, inteligente e inclusiva. À medida que os sistemas evoluem, testemunhamos mudança do trabalho em plataforma como estratégia onde trabalhadores de colarinho azul operam com a mesma vantagem em dados antes reservada às grandes empresas, daí, necessidade de acessibilidade equitativa e governada com cuidado significando construir plataformas que falem línguas locais, integrem-se a ferramentas financeiras informais e priorizem propriedade dos dados e a reputação dos trabalhadores. O Modern Diplomacy destaca que a concretização desses benefícios exige "abordagem holística" que reúna governos, indústrias e parceiros internacionais para tornar a requalificação prioridade máxima com "incentivos estratégicos" adequados, esforços no preencher lacunas de qualificação promovendo inclusão garantindo progresso impulsionado pela IA se traduzindo em crescimento econômico sustentável e equitativo em que 2 bilhões de pessoas informais poderão estar conectadas em serviços por meio de plataformas IA criadas à elas.

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Prevalência

O aumento esperado na taxa de prevalência de Demência nos EUA aponta a geração baby boom nascida entre 1946 e 1964 e, em breve atingirá idades cujos riscos de alterações cognitivas são mais altos, no entanto, a percepção que pouco progresso foi feito para conter o esperado tsunami de demência nos EUA pode estar incorreta considerando  que a população com 80 anos ou mais dobrará entre 2025 e 2050 e a população com 85 anos ou mais será 2,5 vezes maior, enquanto a com 95 anos ou mais 3,0 vezes maior que é hoje. Se as taxas de prevalência de demência por idade não mudarem, o número de pessoas com demência nessas idades será 2,0, 2,5 e 3,0 vezes maior em 25 anos, daí, a metáfora 'tsunami', na verdade, taxas de prevalência de demência por idade diminuíram em dois terços nos EUA entre 1984 e 2024, declínios, inesperados, em grande parte, ignorados, ocorreram à taxa de 2,5% a 3,0% ao ano nos 40 anos em pesquisas à nível nacional elaboradas para estimar tais declínios e, sem desaceleração. O conceito de demência definido como comprometimento cognitivo clinicamente significativo, utiliza algoritmos desenvolvidos de modo especifico à cada estudo, embora tenham diferido entre estudos que permaneceram consistentes, enquanto os declínios nas taxas de prevalência foram acompanhados por declínios nas taxas de incidência de demência não apenas nos EUA, mas na Suécia, Holanda, Reino Unido e França, com estudo norte americano abrangendo 3.010 participantes descobrindo que taxas de incidência de demência diminuíram em grupos nascimento sucessivos, terminando 77% mais baixas aos nascidos entre 1932 e 1941 comparados com os nascidos entre 1902 e 1911. Meta-análise de 49.202 indivíduos em estudos populacionais nos EUA e Europa descobriu que taxas de incidência de demência diminuíram em 13% por década civil entre 1988 a 2015, ao passo que revisão de 14 estudos examinando mudanças nas taxas de incidência de demência descobriu que a maioria dos estudos nos EUA e Europa relataram declínios com populações que apresentaram taxas de prevalência estáveis ​​ou crescentes como o Japão ou afro-americanos nos EUA sugerindo necessidade de examinar amostras racialmente mais diversas, vale ainda dizer que, a idade é fator de risco mais importante à demência tardia e, salvo prevenção eficaz, pessoas com demência deverão aumentar à medida que a população envelhece. A Comissão Lancet identificou 14 fatores de risco potenciais, 11 no início da vida, 0-17 anos, até a meia-idade, 18-64 anos, incluindo educação, perda auditiva, nível de colesterol lipoproteína de baixa densidade, depressão, traumatismo craniano, inatividade física, diabetes, tabagismo, hipertensão, obesidade e consumo de álcool e, 3 na idade avançada, 65 anos ou mais, incluindo isolamento social, poluição do ar e perda de visão. A polêmica dos fatores adicionais incluindo aumento do uso de vacinas em adultos, por exemplo, pneumonia ou herpes zoster, aumentaram risco de demência ao longo do tempo, obesidade, diabetes, ooforectomia que pode ter atenuado declínios anteriores e contribuir ao aumento das taxas de incidência no futuro e, apesar de limitações, a similaridade dos resultados entre estudos americanos e europeus sugere que o declínio de 40 anos nas taxas de prevalência de demência específicas por idade nos EUA foi real e que se tratou de fenômeno de grupo de nascimento. 

Após compilação mais definitiva nota-se que mortes por overdose de drogas nos EUA caíram acentuadamente em 2024 em linha com a queda dos casos de fentanil, no entanto, a metanfetamina aumentou não estando claro se representa tendência ou retorno à linha de base pré-Covid, sugerindo que teste à fentanil podem ter auxiliado reduzir mortes por overdose em 2024 estimando-se que 80.391 pessoas morreram de overdose de drogas nos EUA em 2024, menor taxa desde 2019, enquanto a soma representa queda de 27% em relação a 2023 conforme Centros de Controle e Prevenção de Doenças. Dados refletem tendência que iniciou em fins de 2023, quando mortes por overdose caíram pós anos de aumento constante, ao passo que, durante e após a pandemia, em particular, viram-se taxas de overdose disparar do patamar anual de 70 mil/ano à alta histórica de 115 mil incluindo oscilações que previnem complicações, ou, aumento nas mortes envolvendo metanfetamina, não estando evidente, se a queda das mortes reflete início de um declínio contínuo ou retorno a níveis de overdose pré-Covid. Especialistas, por questão de justiça comedida, atribuem o feito ao governo anterior por ‘maior drop’ em mortes por overdose, além de teorias não comprovadas incluindo mudança no fornecimento de drogas, esforço para melhorar acesso a medicamentos à dependência e a 'naloxona', vale ainda que a queda veio através da redução nas mortes causadas pelo fentanil que começou suplantar a heroína no fornecimento de drogas ilícitas há quase 10 anos estando envolvido 76 mil mortes em 2023 e 48 mil em 2024. Quanto as mortes relativas a metanfetamina aumentaram de 29.456 à 37.096 refletindo mortes envolvendo certas drogas significando incerteza de quantas mortes por estimulantes isoladamente em oposição a estimulantes em combinação com opióides ou outras drogas como cocaína que aumentaram de 8 mil/ano à 30.833/ano e, diverso dos opioides, nenhum medicamento é aprovado especificamente para tratar vício em metanfetamina ou cocaína. Por fim, o Centro Nacional de Estatísticas de Saúde, escritório dentro do CDC, alerta que os dados são preliminares o que significa sujeito a alterações e que as mortes por overdose de drogas podem envolver múltiplas drogas, portanto, uma única morte pode ser incluída em mais de uma categoria ao descrever o número de mortes por overdose de drogas envolvendo drogas específicas, por exemplo, morte envolvendo heroína e fentanil é incluída em mortes por overdose de drogas envolvendo heroína e opioides sintéticos diferentes de metadona.

Moral da Nota: o caos e a anarquia diferem entre si pois o primeiro está inserido em leis da natureza como as marés ligadas a atração da lua, os fractais estudados na natureza buscando correlação matemática, por exemplo, o caos evoca imagens movidas por um tipo de impulso aleatório, sendo que aleatório aponta a anarquia enquanto o caos tem significado mais profundo em conexão com a física e ciência do clima, relacionando como certos sistemas como o clima ou o comportamento são imprevisíveis. Cientistas definem caos como efeitos amplificados de pequenas mudanças no momento presente levando a longo prazo à imprevisibilidade como 2 histórias quase idênticas, uma, em que 2 pessoas se encontram na estação de trem e, na outra, o trem chega 10 segundos antes e o encontro não realiza, a partir daí, as histórias podem ser diferentes, quer dizer, pequenos detalhes não importam mas pequenas diferenças têm consequências que se agravam levando ao caos diferindo do aleatório. A aleatoriedade, como cartas ou dados, é imprevisível porque nos priva da informação adequada ao passo que o caos está em algum lugar entre aleatório e o previsível, sendo característica dos sistemas caóticos a previsibilidade no curto prazo que se desfaz ao longo do tempo como em corredeiras de rios ou ecossistemas, a ponto de Isaac Newton imaginar a física como regras que governam universo mecânico e, uma vez postas em movimento, levariam a resultado predeterminado, no entanto, a teoria do caos prova que mesmo regras mais rígidas e informações quase perfeitas levar a resultados imprevistos com aplicações práticas à decidir que tipo de coisas são previsíveis. O biólogo britânico na década de 1970, James Lovelock, disse que a Terra estava viva vislumbrando sistema que refletia o equilíbrio, relação entre seres vivos e o resto do planeta e, estudos posteriores transformaram tal hipótese em teoria, popular nas universidades e centrais no entendimento sobre o impacto humano no clima, além de contribuição pelo descobrimento que era possível medir a concentração atmosférica de clorofluorcarbonos, usados para esfriar geladeiras e ar-condicionado que levou ao descobrimento do buraco na camada de ozônio e à proibição dos clorofluorocarbonos em 1987. Pensou dispositivo usado para medir a propagação de compostos tóxicos criados por humanos na natureza, cimentando teorias sobre a ação humana no planeta, no entanto, deixou como o mais conhecido internacionalmente a hipótese que começou a ver a vida na Terra como sistema em que cada ser vivo tinha um papel, ou, Gaia, como na mitologia grega, ou, a personificação da terra, mãe-terra e origem de tudo, uma das divindades primordiais e mãe dos deuses, força que nutre e protege a Terra, adorada pelos gregos, aí, desenvolveu o modelo chamado 'Daisyworld' sobre como crescem as margaridas em mundo imaginário e que serviu para ilustrar como pode funcionar Gaia e, segundo a teoria, em planeta imaginário, similar a terra, só crescem margaridas com abundância de nutrientes e água e as margaridas brancas e negras competem por espaço com interações competitivas entre elas proporcionando mecanismo de equilíbrio do planeta em seu conjunto. Martin Rice e Ann Henderson-Sellers no livro 'O futuro do clima mundial' explicam que esse modelo oferece 'marco matemático' inicial para compreender a autorregulação da vida na Terra, tornando Gaia "teoria ecológica ambiciosa baseada na auto-organização" e provocando 10 anos depois na Universidade de Massachusetts a 1ª Conferência sobre a Hipótese Gaia cujo tema era "A Terra é um organismo vivo?" No entanto, críticos afirmam que a noção de equilíbrio entre organismos vai contra princípios da seleção natural e a teoria tem componente teleológico, ou, concebe um fim ou uma meta, a continuação da vida, além de pouco embasamento em desacordo com evidências disponíveis a tal ponto de Tyler Volk a classificar de "pensamento otimista", sendo que prós e contras dão lugar aos humanos nesse sistema e nos apresenta como uma das principais ameaças ao equilíbrio natural do planeta.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Energia Limpa

Em 2024, os EUA produziram 3 vezes mais energia solar, eólica e geotérmica que em 2015, conforme painel interativo lançado pelo Environment America Research & Policy Center e Frontier Group, ferramenta, chamada "O Estado da Energia Renovável 2025", que monitora seu crescimento e de veículos elétricos nos 50 estados norte americanos mostrando que houve progresso. O presidente do Centro de Pesquisa e Políticas da Environment America esclarece que “abastecer os EUA com energia renovável é ideia cuja hora chegou”, considerando que, “os americanos percebem a verdade sobre energia renovável e que a energia do sol e vento não polui, não acaba e, é de graça”, considerando ainda que o painel analisa o progresso em áreas importantes ao futuro da energia limpa, ou, eólica, solar, veículos elétricos, carregamento de veículos elétricos, eficiência energética e armazenamento de baterias. Energia eólica, solar e geotérmica representaram 19% das vendas nacionais de eletricidade no varejo em 2024, acima dos 7% em 2015 com Dakota do Sul assumindo liderança e gerando 92% da sua eletricidade de varejo a partir de energia eólica, solar ou geotérmica, além de Texas, Califórnia, Iowa, Oklahoma e Kansas como estados com maior geração total de energia renovável já que 15 estados obtiveram 30% da sua eletricidade de fontes renováveis ​em 2015 com o Sudeste incluindo Alabama, Flórida, Geórgia, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Tennessee e Virgínia gerando 27 vezes mais energia solar que em 2015, suficiente para abastecer 5,5 milhões de residências, considerando que nos EUA energia solar  abasteceu 28 milhões de casas em 2024, representando 7,7 vezes mais que em 2015, com energia eólica devendo abastecer mais de 42 milhões de casas, aumento de 2,4 vezes comparados a 2015. O armazenamento em baterias apresenta crescimento explosivo já que os EUA tinham 26 gigawatts de capacidade de armazenamento em baterias no final de 2024, ou, 89 vezes mais que em 2015, aumento de 63% em relação a 2023, que ajuda manter luzes acesas em condições extremas tornando renováveis ​​mais confiáveis, retendo energia quando o sol não está brilhando ou o vento não está soprando, em ambiente que veículos elétricos disseminam, sendo que em 2023 havia 3,3 milhões de veículos elétricos nas estradas dos EUA, ou, 25 vezes mais que há uma década, atualmente existem mais de 218 mil pontos de recarga públicos à veículos elétricos ou 6 vezes mais  que em 2015, ou, 24% mais que em 2014. No entanto, há preocupações com desafios futuros decorrente hostilidade do governo federal em relação às renováveis ​​e veículos elétricos, já que na conferência Inter solar 2025, em Munique, o CEO da Associação das Indústrias de Energia Solar destacou incerteza que o mercado americano enfrenta dizendo que "que nunca houve momento de maior incerteza no mercado americano como o atual, por conta de tarifas como uma delas e incerteza nos incentivos fiscais sendo outra, já que em 2023, 3,4 milhões de americanos reivindicaram créditos fiscais à melhorias de energia limpa ou eficiência energética em suas casas economizando mais de US$ 8 bilhões às famílias, ao passo que créditos fiscais da Lei de Redução da Inflação deverão ser alvo na tentativa de cortar gastos no Congresso e não estando claro quais créditos fiscais estão em risco.

A discrepância entre o que pesquisas mostram sobre a "corrida" ao zero líquido especialmente Europa e a insatisfação evidente com seus efeitos levam eleitores ligar os pontos nas urnas, na realidade, a discrepância é que pesquisadores raramente fazem pergunta complementar, ou, se acreditamos inserir política, no caso, zero líquido, quanto de dinheiro está disposto pagar ou abrir mão para que seja implementado, havendo sinais de alerta que quando o zero líquido começa afetar, os eleitores reagem. Pesquisas mostram apoio público ao zero líquido mas entusiasmo limitado em pagar por ele conforme pesquisa da Ipsos em 20 países publicada em 2023, em que 30% das pessoas, 25% nos EUA, estariam dispostas pagar “mais” de sua renda em impostos “para ajudar prevenir mudanças climáticas” e a conta do zero líquido seria paga não apenas em impostos mais altos mas em custo de vida mais alto, no entanto, 55% dos entrevistados em  pesquisa da YouGov realizada no Reino Unido em 2024 apoiariam políticas para reduzir emissões de carbono “se não resultarem em custos adicionais às pessoas comuns”, na mesma época, metade dos americanos entrevistados pelo AP-NORC Center e pelo Energy Policy Institute da Universidade de Chicago disseram que apoiariam taxa mensal de carbono sobre o uso de energia e, daqueles que eram a favor, um quinto disse que a cobrança não deveria ser maior que um dólar. O partido Reformista de Nigel Farage na Inglaterra teve sucesso nas eleições por conta do descontentamento com políticas de zero líquido, preocupação em país onde o zero líquido sob a direção do secretário de "energia" se busca com abordagem que combina fanatismo, futilidade e desperdício de modo que lembra  plano quinquenal soviético, com Michael Deacon, no Daily Telegraph esclarecendo que muitos analistas estavam convencidos que a oposição de Nigel Farage à neutralidade carbônica lhe custaria votos e um especialista em pesquisas chegou a declarar que poderia ser o calcanhar de Aquiles da Reforma. A empresa de pesquisa chamada Merlin Strategy perguntou aos eleitores sobre o combate às mudanças climáticas, ou, o que era mais importante, ações para atingir o zero líquido, ou, redução do custo de vida e quase 60% escolheram redução do custo de vida, enquanto 13% o zero líquido, algo que defensores do zero líquido têm plena consciência, daí, censurar "desinformação" climática nas redes sociais e esforços que fazem para tirar decisões sobre políticas climáticas do eleitorado e entregá-la aos tribunais, organizações transnacionais, reguladores, autoridades delegadas ou ESG/stakeholders.

Moral da Nota: a NOAA, Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, além de demissões de funcionários e cortes no financiamento pelo governo federal deixa de monitorar custo dos desastres climáticos decorrente a crise climática incluindo ondas de calor, inundações e incêndios florestais. As atualizações não serão mais feitas em seu banco de dados de desastres climáticos e meteorológicos de bilhões de dólares pelos NCEI, Centros Nacionais de Informações Ambientais, e que as informações que remontam 45 anos seriam arquivadas, com o The Washington Post dizendo que o "governo acha que se pararem de trabalhar na identificação de mudanças climáticas, elas desaparecerão", segundo o representante democrata de Illinois Eric Sorensen, meteorologista de radiodifusão. A NOAA disse que não houve desastres de bilhões de dólares até 8 de abril de 2025, no entanto, cientistas do NCEI, que mantêm o banco de dados sugerem que 6 a 8 já ocorreram em 2025, dentre eles, incêndios florestais que dizimaram partes de Los Angeles no início do ano e destruíram US$ 150 bilhões em propriedades e infraestrutura, ou, o desastre mais caro da história dos EUA, além de tempestades incluindo tornados e inundações que causaram danos em 2025, ao passo que o tipo mais caro de desastre climático são as tempestades que trazem ventos fortes e granizo respondendo ​​por 75% do recordes de US$ 28 bilhões nos EUA em 2023. O porta-voz da NOAA afirmou que a decisão de parar de atualizar o banco de dados de desastres de bilhões de dólares foi devido "prioridades em evolução, mandatos estatutários e mudanças de pessoal", já que para estimar perdas de desastres individuais, o banco de dados usa informações da FEMA, Agência Federal de Gestão de Emergências, agências estaduais e organizações de seguros, entre outras fontes.

segunda-feira, 16 de junho de 2025

Clima e Rivalidade

Colocando na mesa diríamos que o islamismo teve função libertadora na Índia pois com a saída inglesa os 'dálites', termo derivado do sânscrito que significa "chão" ou "feito aos pedaços", usado em fins do século XIX por Jyotirao Phule para designar que, no sistema indiano de castas, o grupo de trabalhadores braçais definido pelos escritos bramânicos, Manava Darmaxastra, são "intocáveis" e impuros, quer dizer, com a conversão ao islamismo tornaram-se profissionais liberais, empreendedores, militares, ou, cidadãos inseridos mais ou menos na mobilidade social, lógico, com imperfeições, além do fato que, ingleses, a bem da verdade, deixaram por lá e na Palestina, como herança ao futuro, rastro de desentendimento agravados atualmente pelo aquecimento da terra. Em 1960 houve entre indianos e paquistaneses um tratado sobre a água do Indo em espera por que a Índia também enfrenta riscos ambientais, embora a suspensão na atual crise atinja o Paquistão que enfrenta eventos climáticos extremos, crise econômica e crescente agitação civil, quer dizer, a suspensão causa preocupações ambientais na Índia semelhantes as que temos por aqui entre Chile e Bolívia, Silala, Brasil, Paraguai e Argentina, Itaipu,  Colômbia, rio Amazonas, Amapá e Guiana francesa além do México e EUA especificamente Texas. No caso Índia/Paquistão, o impacto ambiental do tratado sobre águas industriais se dá em bacia que drena área de 11.655.500 km², da China à Índia, inimigos em potencial,  terminando no Paquistão, chegado na China, ambos, potencia nuclear que ninguém conseguiu segurar, quer dizer,  a Índia suspendeu o Tratado das Águas do Indo pós ataque terrorista de Pahalgam afetando necessidades de água do Paquistão, por conta de problemas de derretimento e armazenamento de geleiras que representam riscos ambientais à Índia, quer dizer, o CCS, Comitê de Segurança do Gabinete, liderado pelo ministro Modi suspendeu o IWT, Tratado das Águas do Indo, primeira vez, enquanto as tensões entre Índia e Paquistão atingiram o nível mais elevado de todos os tempos, com o Paquistão nos avisando que a utilização de tecnologia nuclear militar estará diretamente relacionada caso sua sobrevivência esteja ameaçada, pingo é letra. Originário das geleiras da cordilheira Kailash, perto do Lago Mansarovar no Tibete, o Indo flui em direção noroeste juntando-se no final ao Mar Arábico através do Paquistão, cobrindo na Índia o Território da União de Jammu e Caxemira, J&K, e afluentes fluindo através de Himachal Pradesh, Punjab, Rajastão, Haryana e território da União de Chandigarh, quer dizer, os rios Indo, Jhelum, Chenab, Ravi, Sutlej e Beas juntos formam a bacia do rio Indo. O Tratado das Águas do Indo assinado em 1960 entre Índia e Paquistão, mediado pelo Banco Mundial à partilha de águas da bacia do Indo considerando que ambos os países dependem dos rios à irrigação e agricultura e, pelo acordo, a Índia recebeu controle exclusivo sobre os rios orientais, Ravi, Beas e Sutlej, enquanto o Paquistão direitos sobre os rios ocidentais, Indo, Jhelum e Chenab, apesar das origens no território indiano de Jammu e Caxemira, valendo dizer que, o tratado resistiu guerras e rupturas diplomáticas, no entanto,  o recente ataque em Pahalgam parece redesenhar limites.

A suspensão do tratado levanta preocupações na Índia sendo a principal delas questões de armazenamento do excesso de água que exigiria construção de novas barragens, postos de controle e reservatórios, já que de maio a junho, geleiras do Himalaia derretem rapidamente com o aumento das temperaturas levando ao transbordamento dos rios, concluindo, a capacidade atual dos reservatórios na Índia não consegue reter o excesso de água dificultando o desvio à outras regiões decorrente falta de infraestrutura, pois construção de reservatórios tem custo, podendo danificar o terreno da região do Himalaia e deslocar comunidades locais aumentando ocorrência de terremotos e deslizamentos de terra prejudicando o equilíbrio do ecossistema. Relatórios do ICIMOD, Centro Internacional ao Desenvolvimento Integrado das Montanhas, avisa que o Himalaia pode perder até 80% das geleiras até fins deste século, significando mais água nos sistemas fluviais, daí, os próximos passos relacionados ao tratado envolvem preocupações logísticas e ambientais que não podem ser ignoradas já que a construção de barragens de armazenamento em Indus, Chenab e Jhelum é empreendimento do Himalaia, quer dizer, a Índia precisaria de 22 represas do tamanho da Bhakra Nangal, a maior represa nos rios regidos pelo Tratado das Águas do Indo, IWT, para armazenar água que flui ao Paquistão, análise da equipe Open-Source Intelligence, OSINT, do India Today, considerando que o IWT concede direitos exclusivos à Índia sobre os rios orientais, Sutlej, Beas e Ravi, e ao Paquistão sobre o Indo, Chenab e Jhelum, coletivamente chamados rios ocidentais. O resultado da querela, conforme registros governamentais, mostram que 136 milhões de acres-pés de água flui pelos rios ocidentais/ano, 1 milhão de acres de água pode submergir 400 mil hectares de terra em águas com 30 cms de profundidade e, se todo o fluxo de água dos rios ocidentais for interrompido pode cobrir todo o estado de Jammu e Caxemira que se estende por 42.241 km² com 4 mts de profundidade. O tratado não permite que a Índia construa barragens de armazenamento nos rios ocidentais alocados ao Paquistão, portanto, não existe barragem de "armazenamento" em nenhum desses rios, já que a Índia não pode reter mais de 3,6 milhões de pés cúbicos de água, mas, Pakal Dul é a 1ª instalação de "armazenamento" que a Índia constrói em afluente do rio Chenab, no distrito de Kishtwar, com capacidade de armazenar 125,4 milhões mts³, ou, 0,1 kg de água, m³/ha, de água. Há 6 projetos hidrelétricos em operação nos rios ocidentais de Jammu e Caxemira, embora nenhum seja classificado como barragem de "armazenamento" e todos os projetos mantêm um pouco de água em seus reservatórios à continuidade das operações já que o armazenamento combinado de água das barragens planejadas terá capacidade inquestionável de impactar fluxos ao Paquistão, especialmente na seca, avaliação da IUCN, União Internacional à Conservação da Natureza, e, se as barragens construídas nos rios orientais armazenarem até 50% da água que deságua nos rios Ravi, Beas e Sutlej anualmente, segundo dados, poderão ocorrer interrupções na agricultura se a Índia suspender alertas de inundação ou decidir abrir as comportas nas monções.

Moral da Nota:  protestos em Sindh forçaram o governo paquistanês arquivar projeto de canais no Indo que supostamente visava servir aos interesses do exército e, apesar do anúncio do governo, a população não suspendeu o bloqueio das rodovias que cortava o acesso ao Punjab e o transporte, de e para, o Porto de Karachi. A suspensão do IWT, Tratado das Águas do Indo abalou o Paquistão que depende da bacia do rio para irrigar 80% de suas terras agrícolas e sustentar 90% da produção de alimentos, no entanto, não é o rio Indo ou ações da Índia que  causam ao Paquistão sua maior dor de cabeça, mas, a crise interna com o The Balochistan Post nos informando que Sindh é uma das 4 províncias paquistanesas e os protestos contra o projeto apoiado pelo exército ocorrem em momento que os militares se tornam impopulares e lutam contra rebeldes e insurgentes no Baluchistão e em Khyber-Pakhtunkhwa, respectivamente. Vale dizer que nas últimas semanas a província de Sindh no sul do Paquistão foi tomada por protestos de alguns partidos, advogados e grupos da sociedade civil contra a proposta apoiada pelo exército de 5 novos canais no Indo e 1 no Sutlej afirmando que o projeto, parte da Iniciativa Paquistão Verde, GPI, de US$ 3,3 bilhões, irrigaria 4,8 milhões de acres de terras áridas em Punjab, Sindh e Baluchistão, aproximadamente 8 vezes o tamanho de Goa, supostamente administrado por empresa privada de propriedade do exército, o GPI foi anunciado como projeto que daria vida nova à agricultura debilitada do Paquistão trazendo tecnologias e desenvolvendo redes de irrigação. Para concluir, o Exército do Paquistão está envolvido em setores imobiliários, hotelaria, manufatura, companhias aéreas, alimentos e bens de consumo, logística, bancos e seguros, além do que o projeto aborreceu Sindh que já recebe 20% menos água que sua cota-parte e, segundo especialistas, enfrentaria riscos ambientais e, a redução do fluxo de água doce poderia prejudicar sua agricultura aumentando a salinidade do solo e acelerando intrusão de água do mar no delta do Indo.

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Calor e envelhecimento

Artigo publicado na Nature Communications nos avisa que até 2050 mais de 246 milhões de idosos estarão expostos a níveis críticos de calor, quer dizer, pessoas com 69 anos ou mais que vivem em clima onde temperaturas atingem 37,5°C ou mais, aumentará de 14% em 2020 à mais de 23% em 2050, “aumento absoluto de 177-246 milhões de pessoas com mais de 69 anos” impactando sistemas de saúde e desigualdade global, considerando que os idosos são mais vulneráveis ​​às altas temperaturas com o detalhe que as populações mais afetadas estarão no Sul Global, mais pobre. Autores informam que “alterações climáticas têm consequências potenciais à saúde e bem-estar dos idosos”, avaliando que, “aumento na intensidade, duração e frequência das ondas de calor representa ameaça direta à saúde física e risco de mortalidade com consequências graves aos mais velhos, dada sua maior suscetibilidade à hipertermia e condições de saúde agravadas pela exposição ao calor.” Estudo da Sport England avalia que 60% dos adultos ingleses dizem que o clima extremo impactou negativamente na capacidade de serem fisicamente ativos, com o governo anunciando pacote de investimento de 45 milhões de libras “para ajudar o desporto combater alterações climáticas”, parte da 1ª estratégia ambiental e sustentabilidade da agência de financiamento. Cientistas insistem que a onda de calor extrema na Ásia, causando mortes, escassez de água e perdas de colheitas, seria impossível sem a crise climática, pois o calor escaldante acima de 40°C na região foi considerado 45 vezes mais provável na Índia e 5 vezes mais provável em Israel e Palestina decorrente alterações climáticas, ao passo que o CO2 atmosférico aumenta 10 vezes mais rápido que nos últimos 50 mil anos, conforme estudo da Universidade de St Andrews e Universidade Estatal de Oregon com Kathleen Wendt, autora principal, explicando que “a pesquisa identifica taxas mais rápidas de aumento natural de CO2 observadas em 2024 em taxa de hoje impulsionada por emissões humanas 10 vezes maior.”

Relatório do Fórum Econômico Mundial estima que a crise climática prejudica saúde física e mental e provocará 14,5 milhões de mortes até 2050 inseridas na exposição ao calor com estrutura etária e, seus fatores biológicos e sócio econômicos, determinando vulnerabilidade às altas temperaturas. Projeções demográficas estratificadas por idade e projeções de temperatura reduzidas até meados do século nos leva a exposição crônica ao calor duplicada nos cenários de aquecimento com mais de 23% da população mundial com mais de 69 anos, habitará climas em que 95 % da temperatura máxima diária excederá o limiar crítico de 37,5 °C comparado aos 14% atuais, expondo mais 246 milhões de mais velhos ao calor agudo perigoso particularmente na Ásia e África com menor capacidade de adaptação.  Em consequência aumentam o custo dos cuidados nos envelhecidos cabendo a questão de como financiá-los decorrente impacto nas famílias com o Financial Times, FT, dizendo que economizar para um dia chuvoso já é “difícil”, mas, pessoas com pais idosos precisam cada vez mais se preocupar com “custos crescentes” de assistência social, isto, em momento que a Sociedade de Alzheimer realça que lidar com a demência tem “impacto econômico” deixando famílias “forçadas abdicar 51 mil libras/ano”, mais ou menos R$ 300 mil,  para pagar cuidados privados de longa duração com o  FTAdviser nos esclarecendo que significa preocupação com impactos financeiros “bem como com impactos físicos e mentais da demência”. Cuidados residenciais, entre nós o asilo, ou, apoio em casa, entre nós o home care, exaltam taxas de atendimento que dependerão do “nível de necessidade e da quantidade de bens que o cliente possui” com o CareUK explicando que são atividades do dia a dia associadas as “necessidades médicas”, tudo, dependendo do padrão de vida adquirido, daí, cuidados residenciais podem custar em média 1.160 libras por semana, mais ou menos R$ 7.000, ou, 1.410 libras, mais ou menos R$ 8.200, em uma casa de repouso inglesa, CareHome.co.uk.  A longo prazo o Independent Age diz que “podem ser caros” e o 1º passo é fazer avaliação das necessidades de cuidados seguida de avaliação financeira, quer dizer, quanto terá que pagar para custear cuidados e “quase todos” terão que contribuir levando candidatos considerarem "doar a casa ou dinheiro, talvez a familiares, amigos ou instituições de caridade" para reduzir bens, conforme o AgeUK, a questão financeira depende de comorbidades que estarão inseridas em "poupanças suficientes, investimentos, carteira de propriedades ou pensão decente para cobrir custos", conforme o The Times Money Mentor.

Moral da Nota: aumentos na intensidade, duração e frequência das ondas de calor são ameaças diretas à saúde física com risco de mortalidade, especialmente graves em idosos, dada maior suscetibilidade à hipertermia e condições de saúde comuns agravadas pela exposição ao calor como doenças cardiovasculares, isolados, economicamente desfavorecidos com deficiências cognitivas, físicas ou sensoriais vivendo em habitações precárias com sistemas de refrigeração inadequados, certamente mal equipados, para resistir ou adaptar-se a extremos de calor. Mortes relativas  ao calor em lares de idosos na Florida pós extenso corte de energia no furacão Irma em 2017,  mortes de adultos mais velhos em 21 países europeus na onda de calor de Agosto de 2022 e 3500 mortes entre adultos mais velhos na onda de calor de 2015 na Índia e Paquistão, destacam-se como ameaças representadas pelos aumentos da temperatura ambiente provocados por alterações climáticas. Tendências coincidentes de envelhecimento e de aquecimento climático prenunciam surgimento de “pontos críticos” biológica e socialmente vulneráveis em países e regiões que experimentam concentrações crescentes de idosos e intensificação de temperaturas extremas, prevendo-se que a população com mais de 60 anos mais que duplique até meados do século XXI, de 1,1 bilhão em 2021 à 2,1 bilhões em 2050, estimando-se que 21% da população mundial terá mais de 60 anos com mais de dois terços dos adultos mais velhos residindo em países de baixo e médio rendimento onde eventos extremos provocados pelas alterações climáticas são especialmente prováveis. As regiões com previsão de crescimento mais rápido das populações mais idosas e maiores aumentos nas temperaturas médias e máximas, registrarão expansão mais rápida na exposição ao calor a nível da população e exigências associadas aos governos locais para desenvolverem infra-estrutura e sistemas de resposta adequados, sendo que envelhecimento e aquecimento variam amplamente no mundo cujas taxas de fertilidade historicamente elevadas nos países em desenvolvimento, Sul Global, contribuíram à populações grandes, de rápido crescimento e mais jovem, enquanto taxas de fertilidade abaixo do nível de substituição e avanços na nutrição, saneamento e inovações biomédicas contribuíram ao rápido envelhecimento das populações no Norte Global embora com declínios populacionais previstos a longo prazo. Estudos de exposição ao calor variam no âmbito geográfico, nacional, regional e global, focado em áreas urbanas cuja literatura avaliou consequências à saúde da exposição ao calor, características sócio econômica e demográfica, idade, gênero, raça, condições físicas, fisiológicas e psicológicas, envelhecimento da população, desigualdades estruturais pré-existentes no rendimento, saúde, disponibilidade e acesso limitados a serviços básicos, moderadores-chave dos impactos da temperatura na saúde humana. A relação entre envelhecimento da população, cada vez mais pessoas com mais de 70 anos é questão crítica na geriatria em que medicamentos úteis em adultos jovens podem representar risco à adultos mais velhos devido alterações fisiológicas associadas. A metabolização dos medicamentos no envelhecimento mostra queda na função renal e hepática retardando eliminação, a redução da massa muscular e o aumento da gordura corporal afeta a distribuição de compostos e altera sensibilidade a ingredientes ativos, fatores que fazem com que medicamentos comuns se acumulem no corpo ou causem efeitos colaterais mais intensos ou perigosos. Por exemplo, diazepam,  lorazepam, alprazolam, etc, são benzodiazepínicos que podem levar a sonolência, quedas, comprometimento cognitivo e dependência, medicamentos para diabetes como glibenclamida ou clorpropamida podem levar a hipoglicemia grave, na demência, antipsicóticos como haloperidol, risperidona e quetiapina levam ao aumento de risco ao AVC e morte em pessoas com demência. Por fim, Sociedade Americana de Geriatria identifica medicamentos potencialmente inapropriados à idosos, não se tratando de lista definitiva, mas oferecendo orientação em evidências à médicos e farmacêuticos, quer dizer, através da Beers List, ferramente que permite consultar o que pode ajudar reduzir riscos de polifarmácia, interações medicamentosas adversas e hospitalizações evitáveis, devendo atentar a confusão repentina, sonolência excessiva, quedas ou alterações no estado mental que podem estar relacionados à medicação. 

segunda-feira, 9 de junho de 2025

Mais Vulneráveis

No Mali, chuvas irregulares reduziram nos últimos anos a colheita de milho e amendoim levando os mais afetados pelas mudanças climáticas ficarem mais vulneráveis às condições climáticas extremas, os menos responsáveis ​​pelos gases efeito estufa, no entanto, mudança climática é crise à todos, com efeitos primeiro e piores nos mais pobres pagando alto preço pelos gases emitidos por países poluentes. Vale dizer que países que dependem da agricultura estão nas partes mais quentes do mundo, portanto, vulneráveis ​​aos efeitos negativos do clima, à medida que o mundo esquenta e padrões climáticos mudam, tornam menos previsíveis, havendo probabilidade maior de quebras de safra, encarecendo alimentos já que tem mais probabilidade de serem afetadas por condições climáticas extremas como tempestades, secas, inundações e temperaturas mais altas, nestes países, mulheres estão entre as mais vulneráveis ​​aos efeitos negativos representando metade da força de trabalho agrícola, rotineiramente excluídas de treinamento, acesso a crédito e serviços de extensão e outras medidas que ajudariam agricultoras de baixa renda se adaptarem e sobreviverem às mudanças climáticas. Na África Ocidental a produção de cereais caiu 11% de 2020 a 2021 e o número de pessoas em situação alimentar de emergência passou de 7 milhões em 2015 à 27 milhões em 2022, com falta de financiamento para pagar por medidas de adaptação e mitigação dos efeitos climáticos colocando africanos ocidentais em posição precária, com a Feminet fornecendo treinamento às mulheres agricultoras para melhorar colheitas e agregar valor às plantações que cultivam, no entanto, há que considerar fortes ligações entre mudanças climáticas, pobreza, fome e desigualdade tornando países mais vulneráveis ​​a conflitos em competição por recursos escassos forçando migração, piorando desigualdades raciais e econômicas que afetam grupos minoritários, mulheres e membros mais pobres da sociedade, fatores que aumentam necessidade de assistência humanitária aos que enfrentam conflitos e desastres precipitados pelo clima.


Entre 180 países no ranking da Notre Dame Global Adaptation Initiative, que avalia o nível de vulnerabilidade de um país e a prontidão para alavancar recursos e financiamento à soluções de adaptação às mudanças climáticas, os últimos são o Chade um dos países mais pobres da África Ocidental e do mundo, dependendo da agricultura e pecuária enquanto a maior parte da população vive em áreas rurais, particularmente vulnerável a secas e inundações recorrentes atribuídas ao clima, com 11% da população sofrendo de desnutrição aguda. A República Centro-Africana, RCA, tem mais de 70% da população de 4,7 milhões na pobreza com efeitos persistentes de um conflito de 2013 que deslocou mais de 700 mil pessoas, um dos menos preparados para lidar com choques climáticos incluindo aumentos de temperatura, chuvas imprevisíveis, secas e incêndios florestais. A Eritreia sofreu aumento de temperatura de 1,7 º C nos últimos 60 anos, afetando ecossistemas marinhos e terrestres, com pesquisa do Banco Mundial indicando que resulta em redução na produção agrícola e mudanças nos padrões de precipitação e efeitos das mudanças climáticas com risco significativo à agricultura de sequeiro, ou, um terço da economia do país. A República Democrática do Congo, 2º  maior país da África, terá efeitos nas várias e diversas zonas ambientais como aumento de chuvas e surtos de doenças de plantas e animais afetando áreas agrícolas, reduzindo produção de alimentos, em outras zonas, mudança nos padrões de chuvas resulta em seca com ambos resultados afetando os mais pobres que dependem do cultivo de safras para subsistência, além de complicação adicional que impede a capacidade da RDC de se adaptar às mudanças climáticas, o conflito armado que assola áreas ricas em minerais nas partes orientais do país. A geografia do Sudão varia de zonas áridas no norte a áreas mais férteis nas regiões central e sul, onde a maioria da população depende da agricultura e criação de gado com chuvas variáveis ​​e imprevisíveis, desertificação e conflito que torna o país mais vulnerável, com deslocamentos por conflitos e capacidade prejudicada das áreas agrícolas se adaptarem às mudanças climáticas usando métodos tradicionais. A Guiné-Bissau mostra 70% da população vivendo próximo ao oceano, com risco de inundações, além de áreas de cultivo de arroz cujos recursos hídricos subterrâneos são inundados pela água do mar afetando subsistência e acesso à água potável espalhando doenças transmitidas pela água, enquanto outras áreas sofrem com seca severa e temperaturas altas reduzindo produção agrícola, além de maior umidade em outras, com eventos de chuva repentinos e imprevisíveis, desencadeando erosão destrutiva e epidemias como a malária. Por fim, o Afeganistão experimentará temperaturas mais altas que o aumento médio global previsto com áreas afetadas pela seca, nas montanhas, o derretimento das geleiras afetará o acesso à água à energia hidrelétrica, consumo humano e agricultura, combinados com anos de conflito que empobrecem deixando o país como um dos mais vulneráveis ​​e menos preparados para lidar com as mudanças climáticas.


Moral da Nota: pesquisa sugere que todas as 5 sub-regiões da África ultrapassarão o limite de 1,5 º C para mudanças climáticas, limite estipulado pelo Acordo de Paris até 2040, mesmo em cenários de baixa emissão, destacada pelo periódico CABI Reviews, com cientistas da Universidade do Zimbábue e do Instituto Internacional de Pesquisa Pecuária, ILRI, no Quênia, conduzindo revisão bibliográfica para desenvolver estrutura à caminhos de transição justa à agricultura da África em direção ao desenvolvimento de baixa emissão e resiliência climática abaixo de 1,5 °C de aquecimento global. Descobriram que, apesar da África emitir menos de 4% das emissões globais de gases efeito estufa, o limite de 1,5 °C à mudanças climáticas será alcançado até 2040 nas 5 sub-regiões, mesmo em cenários de baixa emissão, enfatizam que caminhos de transição justos à agricultura são necessários para sistemas de produção sustentáveis ​​que melhorem segurança alimentar e redução da pobreza, ao mesmo tempo que otimizam co-benefícios de mitigação. Injustiças distributivas, processuais e de reconhecimento incluem, segundo os cientistas, desigualdades inerentes, disparidades de gênero ou oportunidades limitadas de emprego, que, segundo eles, serão amplificadas e reforçadas pelas mudanças climáticas, necessitando financiamento do avanço da ciência, tecnologia e inovação com restauração de culturas negligenciadas ou subutilizadas e de conjuntos genéticos de gado, regeneração da fertilidade do solo e avanço da saúde com restauração de terras degradadas, proteção de ecossistemas e biodiversidade,  acesso a educação, treinamento e tecnologias de informação de qualidade e desenvolvimento de mercados com criação de oportunidades de distribuição e comércio. Concluem que a estrutura de transição justa desenvolvida oferece oportunidades à inclusão social, equidade, desenvolvimento de capacidade à automobilização e auto-organização de comunidades à ação climática e investimentos em caminhos de transição para construir agricultura resiliente ao clima em direção à pobreza zero e contribuição significativa ao carbono zero.

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Stresse Hídrico

Um quarto da população mundial enfrenta estresse hídrico alto em 25 países, dados do Atlas de Riscos Hídricos de Aquedutos do WRI, World Resources Institute, consumindo regularmente quase todo o suprimento de água disponível, enquanto 50% da população mundial, 4 bilhões de pessoas, vive em condições de alto estresse hídrico por pelo menos um mês no ano, isto, coloca em risco a vida, emprego, segurança alimentar e energética, considerando que, a água é essencial ao cultivo de culturas e criação de gado, produção de eletricidade, manutenção da saúde, promoção de sociedades equitativas e cumprimento das metas climáticas mundiais. A demanda por água excede o que está disponível, globalmente, mais que dobrou desde 1960 cujo aumento resulta do crescimento populacional e indústrias como agricultura irrigada, pecuária, produção de energia e manufatura, a falta de investimento em infraestrutura hídrica, políticas insustentáveis ​​de utilização, ou, aumento da variabilidade devido mudanças climáticas afetam o suprimento de água disponível, daí, estresse hídrico, razão entre demanda de água e suprimento renovável, medindo competição por recursos hídricos locais e quanto menor a lacuna entre oferta e demanda mais vulnerável a região à escassez de água. Considera-se como "estresse hídrico extremo" de um país o uso de pelo menos 80% de seu suprimento disponível, "alto estresse hídrico" significa que retira 40% de seu suprimento, daí, sem intervenção ou investimento em infraestrutura hídrica e melhor governança o estresse hídrico continuará piorar especialmente em locais com populações e economias em rápido crescimento. Os dados mostram que 25 países estão expostos a estresse hídrico extremamente alto anualmente, significando que usam mais de 80% de seu suprimento de água renovável à irrigação, pecuária, indústria e necessidades domésticas e, mesmo uma seca de curta duração coloca esses locais em risco de falta d'água levando governos fecharem as torneiras, cenário peculiar na Inglaterra, Índia, Irã,  México e África do Sul, daí, os 5 países com maior escassez de água são Bahrein, Chipre, Kuwait, Líbano, Omã e Catar, sendo que a escassez decorre da baixa oferta aliada à demanda por uso doméstico, agrícola e industrial, valendo dizer que, as regiões com maior estresse hídrico são Oriente Médio e Norte da África, onde 83% da população está exposta a estresse extremamente alto e o Sul da Ásia onde 74% está exposto. Até 2050, mais 1 bilhão de pessoas viverão sob estresse hídrico extremamente alto, mesmo limitando o aumento da temperatura global entre 1,3 º C a 2,4 º C  até 2100, isto, em cenário otimista, quer dizer, a demanda global por água está projetada para aumentar de 20% a 25% até 2050 enquanto o número de bacias hidrográficas enfrentam alta variabilidade ano a ano, ou, suprimentos de água menos previsíveis devendo aumentar 19%, com o Oriente Médio e Norte da África mostrando que 100% da população viverá sob estresse hídrico extremamente alto até 2050, valendo dizer que, a demanda por água na África Subsaariana deve aumentar 163%, ou,  4 vezes a taxa de mudança comparada a América Latina 2ª maior região que deverá ver aumento de 43% na demanda por água.

O aumento no uso de água se insere na irrigação e abastecimento doméstico promovendo grande crescimento econômico na África projetada para ser a região econômica de crescimento mais rápido do mundo, no entanto, o uso ineficiente da água e gestão insustentável ameaçam reduzir o PIB da região em 6% e a demanda estagnou nos países mais ricos da América do Norte e Europa. Investir na eficiência da utilização reduz o uso interno de água em países de alta renda enquanto o uso e a dependências da água que se estendem além fronteiras nacionais é incorporada ao comércio internacional de países de renda média-baixa à países de alta renda contribuindo ao aumento do estresse hídrico em países de baixa e média-baixa renda que pode afetar economias e produção agrícola. Dados da Aqueduct, indicam que 31% do PIB global, ou, US$ 70 trilhões, estará exposto a alto estresse hídrico até 2050 e, acima dos US$ 15 trilhões, ou, 24% do PIB global, já em 2010, sendo que 4 países, Índia, México, Egito e Turquia respondem por mais da metade do PIB exposto em 2050 considerando que a escassez levará a interrupções industriais, cortes de energia e perdas na produção agrícola, como observadas na Índia onde a falta de água para resfriar usinas termelétricas entre 2017 e 2021 resultou em 8,2 terawatts-hora em energia perdida, ou, eletricidade suficiente para abastecer 1,5 milhão de lares indianos por 5 anos.  A Comissão Global de Adaptação observa que a falha em melhores políticas de gestão da água deve resultar em perdas de 7% a 12%, e 6% do PIB na Índia, China e Ásia Central e, em grande parte da África até 2050 colocando em risco a segurança alimentar global onde 60% da agricultura irrigada enfrenta estresse hídrico extremamente alto particularmente na cana-de-açúcar, trigo, arroz e milho. Em projeção para alimentar 10 bilhões de pessoas até 2050, o mundo necessita produzir 56% mais calorias alimentares que em 2010 ao lado do crescente estresse hídrico bem como desastres causados ​​pelo clima, secas e inundações, daí, exemplo de Singapura e Las Vegas mostrando que sociedades prosperam mesmo sob condições de escassez de água utilizando técnicas como remoção de grama, sedenta por água, dessalinização, tratamento e reuso de águas residuais. Pesquisa do WRI, mostra que resolver desafios da água custa ao mundo 1% do PIB, ou, 29 centavos por pessoa/dia de 2015 a 2030 e melhorar a gestão e reduzir o estresse hídrico deve incluir governança hídrica, incentivo a eficiência hídrica na agricultura, gestão integrada de recursos hídricos e aprimoramento da infraestrutura hídrica através de soluções baseadas na natureza e infraestrutura verde protegendo e restaurando áreas úmidas, manguezais e florestas, não apenas para melhorar a qualidade da água e aumentar a resiliência contra secas e inundações, mas, economizar em custos de tratamento.

Moral da Nota: estudo mostra quadro sombrio do impacto das mudanças climáticas na pesca sobre espécies aquáticas comercialmente significativas da Califórnia exibindo futuro da indústria no estado sob crescente ameaça do clima, compilado por pesquisadores, cientistas federais e estaduais, pesquisadores da UC Santa Cruz e UC Davis, ao analisar 34 espécies aquáticas na tentativa de avaliar como cada uma se sairia em cenários de mudanças climáticas. Nas espécies estudadas estavam o caranguejo-de-Dunges, abalone-vermelho, arenque-do-pacífico, amêijoas-de-pismo, o camarão-rosa, o bonito-do-pacífico e a lagosta-espinhosa-da-califórnia, sendo que o grupo classificou cada espécie conforme o nível de vulnerabilidade às mudanças nas condições ambientais, com a professora assistente de ecologia pesqueira na UC Davis e coautora do estudo dizendo que “entre as espécies classificadas como mais vulneráveis estavam algumas economicamente valiosas e culturalmente importantes na Califórnia”, cujos oceanos são altamente produtivos devido ressurgência sazonal que mantém temperaturas da água baixas e repletas de nutrientes. Modelos de condições futuras preveem perturbações decorrente o aumento das temperaturas, desoxigenação e potenciais mudanças na circulação com descobertas especialmente preocupantes aos apreciadores de frutos do mar da Área da Baía de São Francisco em que 3 das espécies classificadas como altamente vulneráveis ​​foram o caranguejo-de-Dungeness, o arenque-do-pacífico e o abalone-vermelho, considerando que no caso do caranguejo Dungeness descobriram que o aumento dos casos de acidificação dos oceanos, aumento nos níveis de acidez oceânica devido emissões CO2 pode ameaçar sua população que contribui com mais de US$ 80 milhões/ano à indústria de frutos do mar do estado. Valendo dizer que, a abundante pesca de arenque do Pacífico na Baía de São Francisco caiu em 2015, evento atribuído à sobrepesca e condições oceânicas desfavoráveis cujos números nunca se recuperaram e, tanto o arenque do Pacífico quanto o abalone vermelho, que enfrentaram crises nos últimos anos, foram classificados como altamente vulneráveis que determinou o fechamento pelo estado da pesca de abalone vermelho há 5 anos devido declínio populacional também atribuído à sobrepesca, mas, a queda das florestas de algas marinhas das quais dependem considerado como decorrente às mudanças climáticas, depois que estrelas-do-mar desenvolveram doença fatal que, por sua vez, permitiu a proliferação de ouriços-do-mar roxos que devastaram os bancos de algas marinhas favoráveis ​​ao abalone ao longo da costa norte. Cientistas preveem que  conchas do caranguejo ficarão cada vez mais vulneráveis ​​à medida que mudanças climáticas levam à maior acidificação dos oceanos determinando dificuldades a indústria pesqueira do estado com temporadas de pesca comercial e recreativa do salmão-rei suspensas por 2 anos consecutivos, número sem precedentes devido à seca no estado que causou declínio na população enquanto as temporadas de pesca do caranguejo-dunges foram limitadas já que as autoridades estaduais buscam proteger as baleias migratórias.

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Hidrogênio Nuclear

A construção da primeira usina de produção de hidrogênio movida a energia nuclear com capacidade de 10 MW,  produzindo mais de 4 toneladas de hidrogênio/dia, avança na Coréia do Sul desenvolvida pela KHNP, Korea Hydro & Nuclear Power, iniciará operações em 2027, dois anos após o início da construção. A Usina piloto de hidrogênio nuclear está localizada em Sinam-ri, Ulju-gun, utilizará tecnologia da eletrólise de baixa temperatura com energia nuclear e certificação como hidrogênio limpo, projeto conjunto de 12 organizações com potencial na descarbonização industrial, marcando estratégia nacional de impulsionar a economia do hidrogênio com capacidade de 10 megawatts, MW, usando eletricidade das usinas nucleares de Gori e Saeul e, graças à eletrólise de baixa temperatura, espera-se produzir mais de 4 toneladas de hidrogênio/dia armazenados e distribuídos à usuários industriais na região. A produção é considerada hidrogênio limpo, desde que as emissões de gases efeito estufa permaneçam abaixo de 4 kgs de CO₂ por kg de hidrogênio gerado, considerando que atualmente, regulamentações na Coreia do Sul impedem conexões diretas entre usinas nucleares e unidades de produção de hidrogênio e, para superar tal limitação, a KHNP planeja solicitar isenção através do sistema de sandbox regulatório que permitiria estabelecimento de redes dedicadas para fornecer eletricidade nuclear à usina de eletrólise, à longo prazo, regulamentações do mercado de eletricidade e termos de transação da KEPCO, Korea Electric Power Corporation, precisarão ser modificados para permitir expansão do modelo. Estão envolvidos no projeto 12 organizações-chave dos setores energético e industrial, Samsung C&T, Doosan Energy e Hyundai Engineering & Construction responsáveis ​​pela construção da infraestrutura, a Korea Electric Power Corporation e Korea Atomic Energy Research Institute responsáveis ​​pelo licenciamento e segurança nuclear, enquanto parceiros como Korea Gas Safety Corporation, Korea Gas Technology Corporation, Future Standards Research Institute e Korea Institute of Energy Research, entre outros, contribuem com expertise em segurança, regulamentações e tecnologia. O hidrogênio produzido atende critérios de certificação de hidrogênio limpo permitindo uso em aplicações industriais de baixo carbono e, conforme o Instituto de Economia Energética da Coreia, não é a fonte de energia que importa mas o nível de emissões na produção, considerando que a  KHNP coordena com autoridades locais garantir que o hidrogênio chegue aos usuários industriais próximos facilitando transição energética na região. O projeto está integrado ao complexo industrial de hidrogênio de Uljin que ocupa 1,58 milhão de m² na 1ª fase, planejando usar 500 MW de eletricidade nuclear para produzir 70 mil toneladas de hidrogênio/ano expandindo à 300 mil toneladas/ano, a custo de produção de 3.500 wons/kg de hidrogênio e taxa operacional de 85% nas instalações nucleares, sendo que Samsung E&A, GS Engineering & Construction, Hyundai Engineering, Lotte Chemical e SK Ecoplant manifestaram interesse em se juntar ao complexo. O projeto é alternativa escalável à descarbonização e sustentabilidade por conta da redução nas emissões de gases efeito estufa em setores de difícil eletrificação como indústria química, siderúrgica e transporte pesado, alta estabilidade e capacidade de produção contínua graças à disponibilidade de energia nuclear, complemento às energias renováveis ​​intermitentes, solar e eólica, proporcionando flexibilidade e segurança energética, escala a economia do hidrogênio em atingir metas de neutralidade climática, minimizando uso de água comparados a outras fontes de energia e reduzindo impacto ambiental adicional.

Considerando notas de transição, a Alemanha inaugura a 1ª usina fotovoltaica vertical flutuante do mundo com 2.500 módulos "Floating-SKipp" projetados para se movimentarem com o vento e capacidade de 1,8 MWp,  suficiente para abastecer 725 residências. Localizada em Jais Weiher, Baviera, possui 2.500 módulos verticais com orientação Leste-Oeste e potência instalada de 1,8 MWp além de geração anual de mais de 1.800 MWh,  com redução esperada de 600 toneladas de CO₂/ano, no entanto, apresenta desafios em relação a eficiência, estabilidade estrutural, impacto ambiental além de potencial para aproveitar espaços aquáticos não utilizados, daí, um conceito inovador, ou, energia fotovoltaica vertical flutuante, ou, a 1ª usina piloto fotovoltaica vertical flutuante desenvolvida pela SINN Power em colaboração com a Jais, instalada em Jais Weiher, um lago artificial em Gilching, Alemanha,  projeto que busca demonstrar como superfícies aquáticas podem ser convertidas em espaços à produção de energia solar sem ocupar terras agrícolas ou industriais. O sistema utiliza 2.500 módulos "Floating-SKipp" projetados e patenteados pela SINN Power dispostos verticalmente na orientação Leste-Oeste, arranjo que permite os módulos se moverem com flexibilidade sob o vento reduzindo estresse estrutural e considerando que o projeto iniciou ancoragem em 2024 e a instalação na água em setembro de 2024 e, a partir de abril de 2025, as fileiras de módulos tornaram-se operacionais. A disposição vertical evita limitação legal de 15% de ocupação das superfícies dos corpos d'água, já que ocupa menos espaço horizontal, a orientação Leste-Oeste permite gerar energia nas primeiras horas do dia e período da tarde, adaptando-se melhor aos picos de demanda evitando saturações ao meio-dia e os módulos verticais são menos propensos ao acúmulo de neve melhorando desempenho nos meses frios. A solução alemã à planta de agregados de Jais proporciona redução de 65% na dependência energética externa nos meses de maior movimento, além disso, estima-se redução de 600 toneladas de CO₂/ano que contribui à metas de neutralidade climática da região de Starnberg-Ammersee, no entanto, o gerente da usina diz que permanecem cautelosos quanto ao armazenamento econômico de energia visto que tecnologias viáveis ​​na área  estão em desenvolvimento. Para concluir, o sistema fotovoltaico vertical flutuante enfrenta incertezas como a disposição vertical pode gerar auto-sombreamento quando o sol está baixo reduzindo a eficiência, não há estudos que confirmem o desempenho desses tipos de plantas em condições reais ao longo de anos, embora os módulos sejam projetados para se moverem com o vento não se sabe com certeza como afetará a durabilidade do sistema, custos de manutenção, estabilidade da ancoragem, mudanças na qualidade da água, no habitat de peixes e pássaros e efeitos das operações de manutenção, fatores que exigem avaliação ambiental completa. No entanto, abre caminho à transição energética ao permitir utilização eficiente de espaços sem valor agrícola ou industrial, reduzir conflitos de uso da terra em áreas com alta densidade populacional, geração de energia próxima a centros de consumo reduzindo perdas no transporte de eletricidade, contribuição à descarbonização da industria em atividades como extração de agregados que exigem grandes quantidades de energia, proteção do solo e preservação de paisagens por meio da transferência de parte da infraestrutura energética à superfícies aquáticas subutilizadas, vale dizer que, representa passo em direção a modelos de produção de energia mais integrados ao ambiente e com menor impacto ambiental combinando com inovação técnica, prudência científica e políticas de apoio bem elaboradas.

Moral da Nota: a American Lung Association à poluição por ozônio ou partículas, informou que 46% dos residentes dos EUA, ou, 156 milhões de pessoas, viviam em áreas com qualidade do ar insalubre que receberam notas "F", dito na 26ª análise anual de dados de qualidade do ar realizada pela associação que mostra um país regredindo em termos de medidas de ar limpo. Dados dos anos de 2021 a 2023 constatam aumento de 25 milhões de pessoas vivendo com ar insalubre comparadas com pesquisa de 2024 sendo que o relatório mostra como efeitos das mudanças climáticas, calor, seca e aumento da fumaça dos incêndios florestais, provocam mudanças na qualidade do ar no país ja que em 2023 as temperaturas globais foram as mais altas registradas, de acordo com a NOAA e, as temperaturas nos EUA foram as quintas mais altas da história do país, recorde superado em 2024, com a NASA estimando que a Terra estaria 1,47 ºC mais quente que a média histórica de 1850 a 1900. A fumaça dos incêndios florestais contribuíram para que regiões recebessem notas baixas, em 2023, intensos incêndios florestais canadenses se espalharam por centros populacionais no Nordeste causando a maior exposição à fumaça por pessoa na história moderna dos EUA e o aumento da fumaça dos incêndios florestais que cria partículas que penetram nos pulmões e circulam na corrente sanguínea está minando o progresso feito na qualidade do ar desde que o Congresso aprovou a Lei do Ar Limpo em 1963. Estudo publicado em 2023 de Marshall Burke, professor associado da Universidade de Stanford, descobriu que o aumento da fumaça dos incêndios florestais havia desfeito 25% do progresso conseguido pela Lei do Ar Limpo com   relatórios da associação pulmonar mostrando reviravolta semelhante, começando em 2016 e constatando que Bakersfield, Califórnia, teve o ar mais poluído do país entre 2021 e 2023 ficando no 1º lugar em poluição por partículas de curto prazo quando o ar atinge níveis "insalubres" ou "muito insalubres", de acordo com o índice de qualidade do ar,  3º lugar em poluição por partículas o ano e no 1º lugar em poluição por ozônio. Vale lembrar que impactos na saúde estão subestimados pelos modelos de risco tradicionais usados ​​por reguladores, conforme estudo que encontrou modo diferente de medir risco cumulativo que a poluição do ar representa à saúde sendo que o novo método leva em conta como exposições químicas impactam o corpo com riscos aumentados ao cérebro, coração, pulmões, rins e sistemas hormonais em comunidade da Filadélfia, já que, métodos tradicionais não encontraram riscos aumentados à saúde com base no mesmo nível de exposição à poluição naquela comunidade. O estudo, conduzido por cientistas da Universidade Johns Hopkins e Aerodyne Research Inc., empresa que cria software e sensores à pesquisa ambiental, difere de modelos de risco tradicionais ao contabilizar exposições simultâneas a produtos químicos e impactos potenciais em várias partes do corpo, considerando que, abordagens regulatórias tradicionais para analisar impactos da poluição do ar na saúde consideram cada produto químico individualmente em vez de cumulativamente, com limites definidos no nível de exposição diária a um produto químico ao longo da vida que provavelmente não causará danos. Um produto químico pode causar danos nas diferentes partes do corpo em diferentes concentrações, este método usa a menor concentração indutora de danos para iniciar a regulamentação e assume que outras partes do corpo não serão afetadas, de acordo com Keeve Nachman coautora do estudo e professora de saúde ambiental e engenharia na Universidade Johns Hopkins, sendo que a equipe de pesquisa criou método expandido que seria capaz de contabilizar melhor exposições a vários produtos químicos somando impactos nas partes do corpo e não nas mais sensíveis. Os pesquisadores encontraram risco aumentado de danos com o mesmo nível de exposição à poluição do ar, o que, segundo eles, deve levar órgãos reguladores pensar de modo diferente sobre como instalações industriais são permitidas e regulamentadas em comunidades no país.

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Ásia Pacífico

Pesquisa econômica da ONU sobre ação das mudanças climáticas na Ásia-Pacífico 2025, indica que a região do Cáucaso do Sul sofre impactos moderados das mudanças climáticas comparada a outros países da região, embora apresente perdas anuais estimadas abaixo da média devido fatores climáticos, o estudo identifica fraquezas na capacidade institucional e desenvolvimento financeiro para enfrentar desafios futuros. O relatório recomenda aumentar resiliência climática pela melhor gestão das finanças públicas, redes de segurança social e medidas de estímulo fiscal verde, enfatizando necessidade de abordagens políticas para lidar com impactos das mudanças climáticas e, em comparação com nações do restante da região, o impacto é moderado em relação ao aquecimento global no desenvolvimento econômico, intitulado Estudo Econômico e Social da Ásia e Pacífico 2025, Compreendendo Implicações Macroeconômicas das Mudanças Climáticas, ilumina “nexo macroeconômico e de mudanças climáticas” que moldará o desenvolvimento econômico nas próximas décadas. Destaca que “compreender o nexo em evolução entre macroeconomia e mudanças climáticas necessário para que  formuladores de políticas macroeconômicas alcancem objetivos e metas tradicionais, ao mesmo tempo que apoiam ação climática nacional”, observando ainda que, “à medida que vivenciamos mais desastres climáticos intensificando ação climática, haverá implicações nas sociedades, economias e resultados macroeconômicos”, comparativamente bem posicionados para enfrentar desafios futuros, segundo o relatório, estão Armênia, Azerbaijão e Geórgia, por exemplo, a perda média anual estimada em termos de porcentagem do PIB causada por "fatores climáticos" é de 4,8% nos 30 países abrangidos no relatório da ONU, no entanto, perdas estimadas aos estados do Cáucaso Meridional estão abaixo da média com o Azerbaijão apresentando menor taxa, 3%, já, as perdas estimadas no valor da produção agrícola dos estados do Cáucaso do Sul devido mudanças climáticas estão abaixo da média da Ásia-Pacífico.  O estudo afirma que o aquecimento global e respostas políticas em setores como agricultura, energia e comércio agravarão a pressão inflacionária na região da Ásia-Pacífico, prevendo aumento médio de 1 ponto-base no índice de preços ao consumidor na região decorrente mudanças climáticas até meados do século projetando-se que Armênia, Azerbaijão e Geórgia apresentarão aumentos relacionados ao aquecimento abaixo da taxa média. O estudo da ONU não atribui notas altas à região em termos de capacidade institucional para enfrentar os desafios climáticos e recomenda identificar modos de "aumentar resiliência", incluindo melhorar sistemas de gestão das finanças públicas, aumentar redes de segurança do bem-estar social, expandir base tributária e sistemas de arrecadação de impostos mais eficientes, desenvolver medidas de estímulo fiscal verde e promover nível mais alto de ação conjunta para enfrentar desafios.

Considerada a maior economia do mundo quando se utiliza a métrica PIBPPC, Produto Interno Bruto por Paridade de Poder de Compra, a China se insere em critério que não se baseia apenas na conversão direta do valor da produção econômica ao dólar, como ocorre no PIB nominal, leva em conta o quanto é possível comprar com a moeda local no próprio país, quer dizer, a paridade de poder de compra corrige distorções causadas pelas diferentes taxas de câmbio e custos de vida oferecendo medida mais realista do poder de consumo das populações. A razão à liderança chinesa nesse ranking está no volume de bens e serviços produzidos internamente, aliado a custo de vida relativamente baixo, significando que, mesmo que a renda média dos chineses esteja abaixo de países desenvolvidos o dinheiro no país tem maior poder de compra, assim, o que é produzido e consumido lá representa mais valor econômico quando medido sob essa perspectiva. Possui base populacional gigante, 1,4 bilhão de pessoas, economia diversificada, sendo que a força da indústria, capacidade exportadora e crescimento do mercado interno contribuem à volume de produção que, ajustado pela paridade de poder de compra, supera os EUA, enquanto o PIB nominal coloca os norte americanos  como maior economia, o PIB por PPC mostra que, na prática, a economia chinesa tem maior capacidade produtiva interna. Tal métrica é utilizada por instituições como o FMI e Banco Mundial para realizar comparações entre países com níveis diferentes de desenvolvimento, ao passo que o PIB PPC permite entender melhor o padrão de vida da população e a verdadeira dimensão econômica de países emergentes como a China, por isso, mesmo que a renda per capita seja um desafio, o desempenho econômico chinês medido pela paridade de poder de compra revela posição dominante no cenário global. 

Moral da Nota: alerta da ONU sobre crise de terras agrícolas na Ásia Central em estados que estão enfrentando a degradação do solo, com milhões de acres de terras aráveis ​​perdidos anualmente, crise, causada pelas mudanças climáticas, práticas agrícolas insustentáveis ​​e irrigação ineficiente, já que países ricos não cumpriram compromissos de financiamento na COP29 deixando estados da Ásia Central com dificuldades em lidar com a questão. Terras agrícolas na Ásia Central e Cáucaso estão se degradando a ritmo alarmante, sendo que globalmente, 40% das terras agrícolas são vulneráveis ​​à degradação, conforme o ministro da Agricultura do Azerbaijão, acrescentando que, 12 milhões de acres de terras aráveis ​​no mundo estão se tornando improdutivos a cada ano, questão, particularmente grave no Tajiquistão onde um terço das terras agrícolas está em "condição crítica" e, segundo relatório publicado pela agência de notícias Asia-Plus, desafios como desmatamento, salinização do solo e pastoreio excessivo ameaçam outros países especialmente Quirguistão e Cazaquistão afirmando que 39% da área terrestre da Ásia Central está sofrendo com a seca e, ao apresentar plano para introduzir tecnologias de conservação de água e monitoramento do solo no Uzbequistão, o ministro da Ecologia do país demonstrou senso de urgência. Países em desenvolvimento afirmam que ações climáticas demandarão mais de US$ 1 trilhão/ano em financiamento dos países ricos, no entanto, pós negociações prolongadas, os países ricos concordaram em destinar US$ 300 bilhões anuais à lidar com questões relacionadas ao aquecimento global incluindo degradação do solo, valor que representa aumento aos US$ 100 bilhões que as nações ricas haviam prometido antes para ajudar países em desenvolvimento se adaptarem às condições de aquecimento global. Relatório publicado pela Convenção das Nações Unidas no Combate à Desertificação em 2022 identificou fatores antropogênicos que contribuem à perda de terras agrícolas e pastagens na Ásia Central, incluindo dependência ao cultivo de algodão e práticas de irrigação ineficientes, considerando efeitos da degradação do solo agravando desafios sociais, atuando como "gatilho" à migração do campo às cidades, resultando em aumento da poluição do ar, alertando que um ciclo vicioso de danos sociais se consolida alimentando o declínio dos padrões de vida na Ásia Central. Por fim, o relatório de Riscos de Desastres Interligados de 2025, publicado pelo Instituto do Ambiente e da Segurança Humana da Universidade da ONU, foca diagnóstico de problemas no mapeamento de soluções, inserido na Teoria da Mudança Profunda, ToDC, aborda problemas que o mundo experiencia e investiga causas, identificando estruturas e pressupostos na sociedade que permitem que problemas persistam, por exemplo, quando um rio fica obstruído com resíduos plásticos que causam inundações, as pessoas podem criticar o sistema de gestão de resíduos e pedir mais reciclagem, no entanto, a Teoria da Mudança Profunda vai mais fundo identificando estruturas que permitem que o desperdício se acumule como artigos de utilização única ou sistemas de produção em massa e aprofunda suposições que levam à criação destes sistemas e incentivam sua manutenção, como acreditar que "novo é melhor" ou que a produção e o consumo de materiais são sinal de progresso, daí, propõe 5 mudanças profundas, repensar o desperdício, do lixo ao tesouro, realinhar-se com a natureza, da separação à harmonia, reconsiderar responsabilidade, do eu ao nós, reimaginar o futuro, de segundos a séculos e redefinir o valor, da riqueza econômica à saúde planetária.