O glitter é acessório aos foliões com impacto ambiental considerável, permanecendo em lagos e oceanos como microplásticos, sendo que o glitter tradicional é um microplástico, significando que a maior parte acaba em corpos d'água pós um único uso e, no início deste ano, a UE proibiu a venda de glitter de plástico solto, citando impactos ao ambiente. Inventado por Ronald Britton Ltd, fornecedor de pó metálico sediado no Reino Unido, o Bioglitter se decompõe naturalmente em habitats de água doce em um mês, de acordo com o marketing, com o diretor do Centro de Química Verde e Engenharia Verde da Universidade de Yale explicando que “devido seu tamanho menor, microplásticos penetram literalmente no ambiente” e “talvez o mais importante seja o fato de serem encontrados nos seres vivos, de plantas a microrganismos, organismos, vida marinha e humanos.” Depois de consultar especialistas em biodegradabilidade a empresa voltou-se ao glitter que pudesse degradar-se com segurança em água doce, menos ambicioso que o glitter que se biodegrada em ambientes marinhos, mais complexos, melhor que um produto que só se decompõe em condições de compostagem industrial e, de acordo com o gerente de vendas de glitter da Signmund Lindner, “a química da água doce em rios e lagos ao redor do mundo é semelhante e bem compreendida, com métodos de teste de laboratório que recriam condições muito bem compreendidos”. O glitter tradicional é feito de folha fina de 2 tipos de plástico, cloreto de polivinila, PVC, e tereftalato de polietileno, PET, revestido com alumínio e cortado hexágonos, daí, equipe de Ronald Britton decidiu substituir o plástico por celulose regenerada, material das paredes celulares das plantas, geralmente de eucaliptos, com certificação FSC ou PEFC, florestas manejadas com rígidos padrões de sustentabilidade, enquanto moléculas de celulose são extraídas da polpa e reconstituídas em filme transparente, evestido com fina camada de alumínio e cor. O teste final da criação de Ronald Britton foi a certificação de água doce, administrado pela empresa de testes e inspeção TUV Áustria, podendo levar até 12 meses, requerendo análise das matérias-primas e custando mais de US$ 50 mil, sendo que a Ronald Britton considera o Bioglitter único glitter biodegradável em água doce certificado no mercado.
A Consumer Reports, grupo de consumidores sem fins lucrativos, avisou que 84 dos 85 alimentos de supermercado e fast food testados recentemente tinham “plastificantes” conhecidos como ftalatos, produto químico usado para tornar o plástico mais durável. Descobriu que os plásticos mantêm presença “generalizada” nos alimentos, apesar dos riscos à saúde, apelou aos reguladores para reavaliarem segurança dos plásticos que entram em contato com os alimentos na produção, sendo que o estudo afirma que 79% das amostras de alimentos continham bisfenol A, BPA, produto químico encontrado no plástico, e outros bisfenóis, embora os níveis fossem mais baixos que nos testes realizados em 2009. No entanto, avisa que nenhum dos níveis de ftalato encontrados excedeu limites estabelecidos pelos reguladores dos EUA e Europa e que não há nenhum nível de ftalatos que os cientistas confirmem ser seguro, o que não garante segurança dos alimentos que ingerimos, sendo que ftalatos e bisfenóis podem perturbar produção e regulação do estrogênio e outros hormônios, aumentando risco de defeitos congênitos, cancer, diabetes, infertilidade, perturbações do desenvolvimento neurológico e obesidade. Foram testados o Ravioli de queijo orgânico da Annie com o maior número de ftalatos em nanogramas por porção, 53.579, seguido por pêssegos fatiados Del Monte e salmão rosa Chicken of the Sea, ftalatos elevados foram encontrados em produtos como Cheerios, comida para bebês Gerber e iogurte Yoplait, e em hambúrgueres, nuggets e batatas fritas da Wendy's, Burger King e McDonald's. A Consumer Reports encontrou variações entre similares, com 33.980 ftalatos em nanogramas por porção do Wendy's Crispy Chicken Nuggets, por exemplo, eram mais de 4 vezes o nível do McDonald's Chicken McNuggets, “nos dizendo que, por mais difundidos que sejam esses produtos químicos, existem modos de reduzir a quantidade presente nos alimentos”, segundo o supervisor de testes de segurança de produtos da Consumer Reports, vale dizer que o seltzer polar de framboesa e limão foi o único produto testado que não continha ftalatos. A Chicken of the Sea, TU.BK, e Del Monte disseram que não adicionam ftalatos nos alimentos e recebem garantias semelhantes dos fornecedores, com a Del Monte esclarecendo que os ftalatos estão “difundidos no meio ambiente”, a Gerber e McDonald's, MCD.N, disseram que seguem requisitos regulamentares e exigem testes rigorosos à produtos químicos em embalagens.
Moral da Nota: a França implementou a partir de 1º de janeiro de 2024 medidas ambientais para eliminar plásticos e desperdício, parte da lei contra o desperdício e, pela economia circular do governo francês, entre elas, obrigação de separar lixo orgânico e a ambiciosa medida para eliminar as embalagens de plástico de frutas e verduras em vigor com 1 ano de atraso, de modo limitado. A proibição da venda de frutas e legumes em embalagens plásticas encontrou barreiras à sua aplicação, decorrente Decreto de 2021 prevendo proibição da comercialização de embalagens plásticas à certo número de frutas e verduras vendidas frescas sem transformações, mas, o texto foi retocado pelo Conselho de Estado, órgão que arbitra sobre a constitucionalidade das leis, pressionado pela indústria do plástico, obrigando o governo rever intenções e acrescentar lista de 29 exceções à regra. A proibição em vigor com atraso, permitiu escoar estoques de embalagens já fabricados e, como a medida diz respeito a legumes e frutas não transformados, um abacaxi cortado ou um melão descascado, por exemplo, podem ser vendidos em embalagens plásticas, assim como lotes de mais de 1,5 kg, considerando ainda que, dentro do pacote de medidas previstas na lei contra o desperdício, os bônus distribuídos à reparação de utensílios domésticos e de informática avariados será aumentado e novos aparelhos serão incluídos. Prefeituras estão obrigadas colocar à disposição dos moradores solução à separação do lixo orgânico para compostagem, restaurantes escolares devem servir 50% de produtos sustentáveis ou com certificação oficial de qualidade e origem, com 20% provenientes da agricultura orgânica e, por fim, o governo oferece leasing mais econômico de carros elétricos, novos ou usados, incluindo ajuda à compra de bicicletas elétricas, novas ampliada e usadas.
Rodapé: artigo do JAMA Network Open de Zhang et al, 2023, usando dados de 2016-2022 do banco de dados de prescrição longitudinal IQVIA, que afirma capturar 92% das prescrições de farmácias no varejo, informa que prescrições opióides pós cirurgia, diminuem nos EUA. Foram feitas menos prescrições de opióides, margem extensa, de janeiro de 2016 a dezembro de 2022, taxa mensal de dispensação de opióides cirúrgicos diminuindo de 661,2 para 426,0 prescrições por 100 mil pessoas, ou, 35,6%, queda de 0,89% por mês durante janeiro de 2016 a janeiro de 2020 e se recuperando durante fevereiro a julho de 2020, diminuindo 0,45% ao mês a partir de agosto de 2020. Quando os opióides foram prescritos, a quantidade por prescrição também diminuiu, margem intensiva, a média mensal total de MMEs, equivalentes em miligramas de morfina, por prescrição, diminuindo de 414,0 à 222,0 prescrições, aproximadamente 44 comprimidos contendo 5 mg de hidrocodona, durante janeiro de 2016 a dezembro de 2022, 46,4%, queda de 0,47% por mês durante janeiro de 2016 a maio de 2017 e 1,34% durante maio de 2017 a janeiro de 2020, e com aumento e diminuição de fevereiro a julho de 2020, queda de 0,39% por mês de agosto de 2020 em diante.