Colocando na mesa diríamos que o islamismo teve função libertadora na Índia pois com a saída inglesa os 'dálites', termo derivado do sânscrito que significa "chão" ou "feito aos pedaços", usado em fins do século XIX por Jyotirao Phule para designar que, no sistema indiano de castas, o grupo de trabalhadores braçais definido pelos escritos bramânicos, Manava Darmaxastra, são "intocáveis" e impuros, quer dizer, com a conversão ao islamismo tornaram-se profissionais liberais, empreendedores, militares, ou, cidadãos inseridos mais ou menos na mobilidade social, lógico, com imperfeições, além do fato que, ingleses, a bem da verdade, deixaram por lá e na Palestina, como herança ao futuro, rastro de desentendimento agravados atualmente pelo aquecimento da terra. Em 1960 houve entre indianos e paquistaneses um tratado sobre a água do Indo em espera por que a Índia também enfrenta riscos ambientais, embora a suspensão na atual crise atinja o Paquistão que enfrenta eventos climáticos extremos, crise econômica e crescente agitação civil, quer dizer, a suspensão causa preocupações ambientais na Índia semelhantes as que temos por aqui entre Chile e Bolívia, Silala, Brasil, Paraguai e Argentina, Itaipu, Colômbia, rio Amazonas, Amapá e Guiana francesa além do México e EUA especificamente Texas. No caso Índia/Paquistão, o impacto ambiental do tratado sobre águas industriais se dá em bacia que drena área de 11.655.500 km², da China à Índia, inimigos em potencial, terminando no Paquistão, chegado na China, ambos, potencia nuclear que ninguém conseguiu segurar, quer dizer, a Índia suspendeu o Tratado das Águas do Indo pós ataque terrorista de Pahalgam afetando necessidades de água do Paquistão, por conta de problemas de derretimento e armazenamento de geleiras que representam riscos ambientais à Índia, quer dizer, o CCS, Comitê de Segurança do Gabinete, liderado pelo ministro Modi suspendeu o IWT, Tratado das Águas do Indo, primeira vez, enquanto as tensões entre Índia e Paquistão atingiram o nível mais elevado de todos os tempos, com o Paquistão nos avisando que a utilização de tecnologia nuclear militar estará diretamente relacionada caso sua sobrevivência esteja ameaçada, pingo é letra. Originário das geleiras da cordilheira Kailash, perto do Lago Mansarovar no Tibete, o Indo flui em direção noroeste juntando-se no final ao Mar Arábico através do Paquistão, cobrindo na Índia o Território da União de Jammu e Caxemira, J&K, e afluentes fluindo através de Himachal Pradesh, Punjab, Rajastão, Haryana e território da União de Chandigarh, quer dizer, os rios Indo, Jhelum, Chenab, Ravi, Sutlej e Beas juntos formam a bacia do rio Indo. O Tratado das Águas do Indo assinado em 1960 entre Índia e Paquistão, mediado pelo Banco Mundial à partilha de águas da bacia do Indo considerando que ambos os países dependem dos rios à irrigação e agricultura e, pelo acordo, a Índia recebeu controle exclusivo sobre os rios orientais, Ravi, Beas e Sutlej, enquanto o Paquistão direitos sobre os rios ocidentais, Indo, Jhelum e Chenab, apesar das origens no território indiano de Jammu e Caxemira, valendo dizer que, o tratado resistiu guerras e rupturas diplomáticas, no entanto, o recente ataque em Pahalgam parece redesenhar limites.
A suspensão do tratado levanta preocupações na Índia sendo a principal delas questões de armazenamento do excesso de água que exigiria construção de novas barragens, postos de controle e reservatórios, já que de maio a junho, geleiras do Himalaia derretem rapidamente com o aumento das temperaturas levando ao transbordamento dos rios, concluindo, a capacidade atual dos reservatórios na Índia não consegue reter o excesso de água dificultando o desvio à outras regiões decorrente falta de infraestrutura, pois construção de reservatórios tem custo, podendo danificar o terreno da região do Himalaia e deslocar comunidades locais aumentando ocorrência de terremotos e deslizamentos de terra prejudicando o equilíbrio do ecossistema. Relatórios do ICIMOD, Centro Internacional ao Desenvolvimento Integrado das Montanhas, avisa que o Himalaia pode perder até 80% das geleiras até fins deste século, significando mais água nos sistemas fluviais, daí, os próximos passos relacionados ao tratado envolvem preocupações logísticas e ambientais que não podem ser ignoradas já que a construção de barragens de armazenamento em Indus, Chenab e Jhelum é empreendimento do Himalaia, quer dizer, a Índia precisaria de 22 represas do tamanho da Bhakra Nangal, a maior represa nos rios regidos pelo Tratado das Águas do Indo, IWT, para armazenar água que flui ao Paquistão, análise da equipe Open-Source Intelligence, OSINT, do India Today, considerando que o IWT concede direitos exclusivos à Índia sobre os rios orientais, Sutlej, Beas e Ravi, e ao Paquistão sobre o Indo, Chenab e Jhelum, coletivamente chamados rios ocidentais. O resultado da querela, conforme registros governamentais, mostram que 136 milhões de acres-pés de água flui pelos rios ocidentais/ano, 1 milhão de acres de água pode submergir 400 mil hectares de terra em águas com 30 cms de profundidade e, se todo o fluxo de água dos rios ocidentais for interrompido pode cobrir todo o estado de Jammu e Caxemira que se estende por 42.241 km² com 4 mts de profundidade. O tratado não permite que a Índia construa barragens de armazenamento nos rios ocidentais alocados ao Paquistão, portanto, não existe barragem de "armazenamento" em nenhum desses rios, já que a Índia não pode reter mais de 3,6 milhões de pés cúbicos de água, mas, Pakal Dul é a 1ª instalação de "armazenamento" que a Índia constrói em afluente do rio Chenab, no distrito de Kishtwar, com capacidade de armazenar 125,4 milhões mts³, ou, 0,1 kg de água, m³/ha, de água. Há 6 projetos hidrelétricos em operação nos rios ocidentais de Jammu e Caxemira, embora nenhum seja classificado como barragem de "armazenamento" e todos os projetos mantêm um pouco de água em seus reservatórios à continuidade das operações já que o armazenamento combinado de água das barragens planejadas terá capacidade inquestionável de impactar fluxos ao Paquistão, especialmente na seca, avaliação da IUCN, União Internacional à Conservação da Natureza, e, se as barragens construídas nos rios orientais armazenarem até 50% da água que deságua nos rios Ravi, Beas e Sutlej anualmente, segundo dados, poderão ocorrer interrupções na agricultura se a Índia suspender alertas de inundação ou decidir abrir as comportas nas monções.
Moral da Nota: protestos em Sindh forçaram o governo paquistanês arquivar projeto de canais no Indo que supostamente visava servir aos interesses do exército e, apesar do anúncio do governo, a população não suspendeu o bloqueio das rodovias que cortava o acesso ao Punjab e o transporte, de e para, o Porto de Karachi. A suspensão do IWT, Tratado das Águas do Indo abalou o Paquistão que depende da bacia do rio para irrigar 80% de suas terras agrícolas e sustentar 90% da produção de alimentos, no entanto, não é o rio Indo ou ações da Índia que causam ao Paquistão sua maior dor de cabeça, mas, a crise interna com o The Balochistan Post nos informando que Sindh é uma das 4 províncias paquistanesas e os protestos contra o projeto apoiado pelo exército ocorrem em momento que os militares se tornam impopulares e lutam contra rebeldes e insurgentes no Baluchistão e em Khyber-Pakhtunkhwa, respectivamente. Vale dizer que nas últimas semanas a província de Sindh no sul do Paquistão foi tomada por protestos de alguns partidos, advogados e grupos da sociedade civil contra a proposta apoiada pelo exército de 5 novos canais no Indo e 1 no Sutlej afirmando que o projeto, parte da Iniciativa Paquistão Verde, GPI, de US$ 3,3 bilhões, irrigaria 4,8 milhões de acres de terras áridas em Punjab, Sindh e Baluchistão, aproximadamente 8 vezes o tamanho de Goa, supostamente administrado por empresa privada de propriedade do exército, o GPI foi anunciado como projeto que daria vida nova à agricultura debilitada do Paquistão trazendo tecnologias e desenvolvendo redes de irrigação. Para concluir, o Exército do Paquistão está envolvido em setores imobiliários, hotelaria, manufatura, companhias aéreas, alimentos e bens de consumo, logística, bancos e seguros, além do que o projeto aborreceu Sindh que já recebe 20% menos água que sua cota-parte e, segundo especialistas, enfrentaria riscos ambientais e, a redução do fluxo de água doce poderia prejudicar sua agricultura aumentando a salinidade do solo e acelerando intrusão de água do mar no delta do Indo.