sexta-feira, 25 de abril de 2025

Fórum C40

O Fórum UrbanShift África organizado pelo C40 Cities e o PNUMA, Programa das Nações Unidas ao Meio Ambiente, reuniu autoridades municipais, formuladores de políticas, investidores e líderes da sociedade civil do continente africano para acelerar a ação climática, na busca por futuro melhor, seguro e saudável aos africanos em meio à rápida urbanização da África. Destacou conquistas e desafios climáticos das cidades africanas, enquanto os prefeitos do continente continuam se destacar como líderes climáticos globais, daí, 15 cidades pedem aos governos nacionais que mudem investimentos à setores verdes e criadores de empregos, com a carta instando priorizar investimentos na economia verde e resiliência climática, criar bons empregos verdes, fortalecer finanças municipais e remover barreiras às parcerias público-privadas para acelerar projetos de ação climática. O C40 Cities, UrbanShift e o GCoM, Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e Energia, lançaram o Sustainable Investment Roadmap, ferramenta delineando etapas práticas que prefeitos e equipes devem tomar para agir e defender a ação climática, acessando financiamento a projetos como energia limpa e transporte público, enquanto atendem necessidades dos moradores e mitigam riscos. Os delegados do UrbanShift foram levados à visitas em Nairóbi e arredores, destacando planejamento sustentável de bairros e resiliência climática inovadora que podem melhorar a vida dando conhecer projetos relacionados aos tópicos do fórum, inspirando em soluções sustentáveis ​replicadas em outros lugares e gerando engajamento entre delegados e parceiros locais. As cidades que fazem parceria com a ONU-Habitat para promover desenvolvimento urbano sensível ao clima C40 Cities e UN-Habitat anunciaram parceria para criar Acelerador de Planejamento Urbano integrado que ajudará cortar emissões em 25% até 2050 ao mesmo tempo criará ambientes urbanos mais seguros, justos e inclusivos, sendo que o Acelerador de Planejamento Urbano fornecerá experiência e estratégias à remodelar desenvolvimento urbano priorizando cidades regenerativas, incentivando bairros reduzir dependência de carros e regulamentando a construção em áreas vulneráveis ​​para proteger ecossistemas naturais contra eventos climáticos extremos. O Fórum UrbanShift Africa em Nairóbi é trampolim à reunião U20/2025 na África do Sul, que abrirá caminho á discussões na COP30 no Brasil, oportunidade a líderes globais realinharem esforços climáticos, se comprometerem com reduções de emissões e abordarem lacuna de financiamento urbano.

Pesquisadores analisando amostras de sangue de mais de 3.600 adultos mais velhos, descobriram que os expostos ao calor extremo frequente apresentaram envelhecimento epigenético acelerado, em estudo que relacionou viver em áreas com 140 ou mais dias acima de 32°C/ano nota-se envelhecimento até 14 meses mais rápido que aqueles em áreas mais frias, alertando que, embora a exposição ao calor e ao envelhecimento pareçam conectados, pesquisas são necessárias para determinar causa e outros fatores contribuintes. As pesquisas sugerem que o calor pode ter impacto a nível celular, potencialmente acelerando envelhecimento e, se a exposição ao calor altera mecanismos biológicos do envelhecimento pode significar fardo maior de doenças crônicas e declínio da saúde, embora o estudo abra porta à novas perguntas, cientistas alertam que muito está desconhecido. O calor extremo é bem documentado pelos efeitos adversos na saúde e mortalidade, mas a ligação com o envelhecimento biológico, precursor do processo de morbidade e mortalidade, permanece obscura, o estudo examina a associação entre calor ambiente externo e envelhecimento epigenético em amostra nacionalmente representativa de adultos dos EUA com mais de 56 anos, cujo número de dias de calor em bairros é calculado usando o índice de calor, cobrindo janelas de tempo do dia da coleta de sangue até 6 anos antes, sendo que as análises de subgrupos não mostram evidências de maior vulnerabilidade por fatores sociodemográficos e as descobertas fornecem informações sobre fundamentos biológicos que ligam o calor aos riscos de morbidade e mortalidade relacionados ao envelhecimento, sendo o objetivo do estudo é alavancar dados de amostra nacionalmente representativa de adultos mais velhos nos EUA, buscando associações entre calor e envelhecimento robustas a de análises de sensibilidade. O estudo usa parâmetros climáticos diários de alta resolução espaço-temporal cobrindo todos os EUA contíguos no nível censitário e considera as realocações dos entrevistados, abordagem que permitiu criação precisa de medidas de calor de curto prazo e medidas de calor cumulativas desde a linha de base de 2010, já que minimiza a classificação incorreta devido realocação, sendo que a pesquisa distingue entre relógios epigenéticos responsivos a eventos de calor imediatos afetados por calor prolongado incorporando dados sobre condições de calor ambiente cumulativas de 6 anos, descobrindo potenciais efeitos de dose-resposta que análises de curto prazo podem ignorar, oferecendo informações sobre implicações cumulativas do calor à saúde. O estudo fornece informações sobre fundamentos biológicos que ligam calor ao espectro mais amplo de riscos de morbidade e mortalidade relacionados ao envelhecimento, demonstrando que o calor ambiente externo de curto, médio e longo prazo pode acelerar o envelhecimento epigenético em população diversificada e nacionalmente representativa de adultos mais velhos, fornecendo evidências para orientar iniciativas de políticas públicas voltadas a desenvolvimento de estratégias de mitigação contra mudanças climáticas, além disso, as descobertas servem como base ao desenvolvimento de intervenções direcionadas de saúde pública, fornecendo estratégia à abordar  impactos biológicos adversos desencadeados pelo calor extremo. Apoiada pelo USC/UCLA Center on Biodemography and Population Health por meio de uma bolsa do National Institute on Aging, National Institutes of Health e da Network on Life Course Health Dynamics and Disparities in 21st Century America, foi financiada pelo National Institute on Aging, National Institutes of Health. 

Moral da Nota: homenageado em Paris pela FMSH, Fundação Maison des Sciences de l’Homme, Ignacy Sachs, 1927-2023, que lançou bases ao debate sobre necessidade de paradigma de desenvolvimento, na economia, ecologia, antropologia cultura e ciência política, ou, ecossocioeconomia. Nascido na Polônia, fugiu do nazismo e viveu no Brasil de 1941 a 1954 formando-se em economia, posteriormente se instalou na Índia, onde obteve doutorado sobre modelos do setor público em economias subdesenvolvidas e, em 1968 foi ensinar na EHESS, Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, em Paris, onde criou, em 1985, o Centro de Pesquisas sobre o Brasil Contemporâneo, trabalhando  na organização da 1ª Conferência de Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, em 1972, em Estocolmo, Suécia, quando foi criado o PNUMA, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Emílio Lèbre La Rovere, coordenador do Centro Clima da UFRJ, integrante do painel do IPCC que ganhou o Nobel da Paz em 2007, nos esclarece que  Sachs “trabalhou no campo da economia do desenvolvimento e contribuiu à evolução do conceito, oriundo na economia como crescimento econômico, PIB, nível de atividade econômica e tamanho da economia”. Nos avisa que incorporou “o conceito de ecodesenvolvimento, desenvolvimento em harmonia com o ambiente, além de ser consultor da ONU com contribuição na América Latina e Ásia, entre nós, foi consultor do Sebrae, Serviço Brasileiro de Apoio à pequena e média empresa, contribuição, que deu lugar a tradução em inglês ao 'desenvolvimento sustentável' no relatório 'Nosso futuro comum', em 1986, de Gro Brundtland, mostrando importância de agregar dimensão ambiental na economia”. A descentralização foi ponto levantado por Sachs, “para que ocorresse de forma mais desconcentrada, inclusive de renda e riqueza, gerando oportunidades de renda, emprego e de produção propriamente dita, especialmente ligada aos mercados locais, regionais que estimulassem a circulação de bens”.