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sexta-feira, 20 de junho de 2025

Pesticidas

Presença alarmante de pesticidas nas casas europeias é o que nos mostra estudo realizado em 2021 em residências  de 10 países revelando a presença de 197 pesticidas no total, quase 200 pesticidas em amostras de pó recolhidas com cientistas pedindo avaliação mais rigorosa dos riscos combinados destes produtos incluindo os chamados PFAS, “químicos eternos”. Os responsáveis pelo estudo defendem que reguladores deveriam considerar  “cocktails tóxicos” de substâncias químicas quando decidir sobre proibições ou restrições, sublinhando que a avaliação de riscos deve levar em conta efeitos individuais dos pesticidas e a forma como interagem entre si, abordagem que deve aplicar-se a substâncias em uso como às que aguardam aprovação, quer dizer, os efeitos tóxicos e exposição elevada estão associados a doenças graves como câncer e perturbações do sistema endócrino. Vale dizer que o número de pesticidas variou entre 25 e 121 por casa, com níveis mais elevados registrados em habitações de agricultores com o professor Paul Scheepers do Instituto Radboud de Ciências Biológicas e Ambientais, Países Baixos, nos avisando que “existem muitos estudos epidemiológicos demonstrando existência de doenças associadas a misturas de pesticidas” tendo como fontes de contaminação, sapatos, animais e produtos de consumo e, segundo investigadores, pesticidas chegam às casas através de vias diversas e, “se não tirarmos os sapatos à porta, certamente traremos contaminantes do exterior ao interior e os ingerimos de alguma forma com os animais de estimação também como fonte importante de contaminação”. Produtos domésticos que contêm pesticidas como tratamentos contra pulgas, frutas, legumes e flores adquiridos em lojas são fontes adicionais de exposição e, apesar das baixas concentrações individuais encontradas, cientistas alertam que a combinação de produtos químicos pode representar risco à saúde com o estudo detectando resíduos de DDT, pesticida proibido em vários países desde 1972 e, para Scheepers, este dado reforça necessidade de avaliar a persistência ambiental das substâncias químicas enquanto os “PFAS, permanecerão no ambiente por décadas, mesmo  proibidos agora”, alertando o cientista.

Os PFAS, poluentes quimicos eternos, ou, substância per- e polifluoroalquiladas, são compostos químicos sintéticos caracterizados pela extrema persistência no ambiente e organismo humano usados em produtos de consumo e processos industriais associados a doenças como câncer, disfunções hormonais e problemas no sistema imunitário. Dentre alguns exemplos de PFAS e compostos relacionados estão o ácido perfluorooctanoico, PFOA, usado em  tecidos impermeáveis, antiaderentes e espumas de combate a incêndios, ácido perfluorooctano sulfonico, PFOS, usado em espumas de combate a incêndios e produtos de impermeabilização como carpetes e tecidos, PFHxS perfluorohexano sulfonato, encontrado em produtos de impermeabilização como roupas e tecidos além de espumas contra incêndios, ácido perfluorobutanoico, PFBA, usado no fabrico de produtos que resistem à água, óleo e manchas, ácido perfluoropropano sulfonato, PFPS, utilizado em espumas de combate a incêndios e produtos de proteção à tecidos, perfluorotridecano, PFTrDA, usado em produtos que requerem repelência à água e óleo como roupas impermeáveis, ácido perfluorooctanoic, PFNA, encontrado em espumas de combate a incêndios e produtos químicos industriais, perfluorociclohexano, PFCAs, grupo de compostos usados em antiaderentes e repelentes de manchas, genX substituto ao PFOA utilizado na produção de plásticos e produtos industriais, perfluorotetradecano, PFTeDA, usado em revestimentos industriais e produtos de consumo, perfluorohexanoico, PFHxA, usado em espumas de combate a incêndios encontrado em produtos de consumo como roupas impermeáveis, vale dizer que, além dos PFAS, existem substâncias químicas consideradas persistentes e problemáticas mas o grupo dos PFAS é o mais discutido como “químico eterno”. A UE intensifica esforços para controlar os "químicos eternos" em particular os PFAS devido sua persistência ambiental e potenciais riscos à saúde humana e, ​em fevereiro de 2023, a Agência Europeia dos Produtos Químicos, ECHA, em colaboração com a Dinamarca, Alemanha, Países Baixos, Noruega e Suécia, apresentou proposta para restringir 10 mil PFAS buscando limitar o fabrico, comercialização e uso na União Europeia com o objetivo de reduzir emissões além de exposição humana e ambiental, já a Comissão Europeia adotou medidas específicas ao abrigo do regulamento Reach, Registration, Evaluation, Authorisation and Restriction of Chemicals,  para restringir uso de subgrupos de PFAS como o PFHxA e substâncias relacionadas decorrente elevada persistência e mobilidade na água com riscos à saúde humana e ambiente. ​Quanto aos pesticidas, a Comissão Europeia busca implementar programas de controle coordenado para monitorar resíduos de pesticidas em alimentos vegetais e animais, avaliando exposição dos consumidores aos resíduos, programas que visam garantir cumprimento dos limites máximos estabelecidos e proteção da saúde pública considerando que a Comissão Europeia pretendia rever o regulamento Reachem 2022 para torná-lo mais rígido e reduzir riscos ambientais e à saúde com a presidente da Comissão prometendo “simplificar o Reach” e clarificar a legislação sobre “poluentes eternos”.

Moral da Nota:  incêndios de Eaton e Palisades, Califórnia, liberaram materiais perigosos enquanto as chamas consumiam casas antigas com tinta contendo chumbo e amianto, armários de cozinha com soluções de limpeza, carros, micro-ondas e outros dispositivos eletrônicos com metais pesados e, após os incêndios, autoridades federais romperam com a tradição de testar o solo em áreas de queimadas para determinar se e quando é seguro às pessoas voltarem para casa. Testes conduzidos pelo Los Angeles Times revelaram arsênio, chumbo e mercúrio excedendo padrões de segurança em propriedades na área queimada incluindo terrenos marcados como limpos por autoridades federais do Corpo de Engenheiros do Exército dos EUA, além de repórteres do The Times se espalhando por Altadena e Pacific Palisades coletando solo de 20 propriedades limpas pelo Corpo de Bombeiros do Exército bem como 20 casas que sobreviveram aos incêndios, cuidadosamente coletadas, armazenadas e transportadas à BSK Associates, laboratório certificado pelo estado em Fresno e serem testadas à 17 metais tóxicos. Daí, o estado utiliza metas de limpeza baseadas em saúde para identificar concentrações perigosas desses metais como medidas em miligramas de contaminante por kg de solo que os trabalhadores de recuperação devem remediar já que números fornecidos pelas agências estaduais e federais de proteção ambiental se baseiam no risco de exposição ou probabilidade de um contaminante do solo entrar no corpo através da pele, inalação ou ingestão e no risco de efeitos negativos à saúde decorrentes dessa exposição. Dentre os mais comuns destacam o arsênio, As, elemento encontrado no solo, água, ar tintas, pesticidas e bactérias, amplamente utilizado em madeira tratada à estruturas externas, como decks, galpões e mesas de piquenique, embora não mais recomendada, conhecido cancerígeno, a ingestão de altos níveis de arsênio pode ser fatal, a exposição a níveis mais baixos pode causar náuseas, vômitos, queda da produção de glóbulos vermelhos e brancos, ritmo cardíaco anormal, danos aos vasos sanguíneos sendo que se liga às cinzas e fuligem de incêndios florestais, atualmente problema na água em Bengladesh e plantio de arroz. O chumbo é metal pesado encontrado em baterias de automóveis, eletrônicos, cerâmica, encanamentos e etc, usado na gasolina e tinta e, quando liberado no ar, pode viajar distâncias antes de se depositar no solo onde adere as partículas podendo se mover nas águas subterrâneas e, se inalado ou ingerido, pode causar danos cerebrais permanentes em crianças bem como atraso no desenvolvimento e problemas comportamentais, em adultos, a exposição ao chumbo é associada a problemas renais, cardiovasculares e reprodutivos e, mulheres grávidas, em particular, devem evitá-lo pois a exposição pode prejudicar o feto em desenvolvimento. O mercúrio, Hg, é metal pesado utilizado em termômetros e dispositivos médicos embora seja metal atua como líquido à temperatura ambiente constituindo-se em neurotoxina podendo causar tremores, insônia, alterações emocionais, dores de cabeça, baixa da função mental, insuficiência respiratória,  efeitos renais e morte, dependendo da quantidade e forma de exposição. Tanto a EPA dos EUA quanto o Departamento de Controle de Substâncias Tóxicas da Califórnia consideram riscos de desenvolver câncer e sofrer outros efeitos adversos à saúde decorrente exposição prolongada a metais ao determinar “níveis seguros” no solo residencial, ao passo que concentrações perigosas se baseiam na probabilidade do contaminante entrar no corpo através da pele, inalação ou ingestão bem como risco de efeitos negativos à saúde decorrentes dessa exposição.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Epicentro

Mudou do noroeste ao leste dos EUA o epicentro da epidemia de opioides com pesquisadores identificando pontos  em overdoses fatais que permitiram rastrear a disseminação entre 2005 e 2020, que matou 665.341 pessoas neste período e mudou geograficamente, conforme análise geográfica. O estudo publicado no The Lancet Regional Health, America mostra que epidemiologistas da Universidade de Cincinnati rastrearam o epicentro da epidemia no pais ao longo do espaço e tempo, impulsionada em parte pela mudança de opiáceos prescritos para heroína e substâncias sintéticas como o fentanil, esclarecendo que a mudança geográfica pode ser reduzida entre 2013 e 2016 à medida que legisladores implementaram regulamentações mais rígidas limitando acesso aos opioides e as autoridades iniciaram  processos médicos por supostamente prescrevê-los de forma irresponsável. O professor Diego Cuadros da Faculdade de Artes e Ciências da UC diz que a "mensagem principal é uma epidemia em evolução" e, a ausência de solução legal, fez com que pacientes com transtorno por uso de substâncias buscassem drogas ilícitas como heroína e fentanil, considerando que pesquisadores do Laboratório de Epidemiologia Digital da UC descobriram que populações afetadas pelo transtorno por uso de substâncias mudaram ao longo da epidemia mortal, de populações homogeneamente brancas à populações que incluem vítimas negras, daí, a substância de escolha mudar de opioides prescritos à heroína e, agora, opioides sintéticos, concluindo que, "entre 2013 e 2016, comunidades negras começaram a acessar  opiáceos sintéticos principalmente pelo fentanil". Já, overdoses de drogas, principal causa de morte entre americanos de 18 a 44 anos, dados, dos Centros de Controle e Prevenção de Doença que forneceram estatísticas de mortalidade ao estudo, com o principal autor e graduado pela UC, Santiago Escobar, dizendo que, "os resultados sugerem que populações vulneráveis ​​à mortalidade por transtornos por uso de substâncias não se mantiveram estáveis ​​ao longo do tempo", concluindo que, "à medida que a dinâmica de oferta e demanda evolui, o mesmo ocorre com populações vulneráveis", dizendo que, "o tipo de substância, bem como meios utilizados para acessá-la, foram determinantes às populações que sofreram maior mortalidade." Em 2018, a pesquisa identificou pontos onde a epidemia tinha efeito desproporcional em Ohio e, posteriormente, identificou tendências semelhantes no país em 2021 usando dados de condados encontrando 25 grupos onde as taxas de overdoses fatais por drogas eram mais altas, daí, concluiu que "epidemias como HIV, estão estáveis, no caso da COVID, o surgimento de variantes como a delta e a ômicron" tiveram efeito desproporcional nos casos de infecções e mortes nos EUA, concluindo que, "temos situação semelhante aqui com o transtorno por uso de substâncias, estamos enfrentando uma epidemia complexa e dinâmica que evolui com o tempo." Por fim, a pesquisa avisa que uma intervenção potencial seria a realização de testes de rotina em substâncias ilícitas para determinar se foram adulteradas com opioides sintéticos potencialmente fatais, além de alertar usuários locais sobre riscos observados, reconhecendo os desafios legais que isso representaria.

Dados de análise que inclui informações de 215 países e compilados na "Global Electricity Review 2025", nos avisa que através da energia solar, 40% da eletricidade global é limpa e, entender a magnitude da conquista, nos leva a vida cotidiana, ou, se ligássemos 10 eletrodomésticos, 4 deles funcionariam somente com energia solar, eólica, hidrelétrica ou nuclear, sendo que, tal mudança decorre do crescimento da energia solar apoiado por avanços na geração eólica e recuperação da energia hidrelétrica incluindo contribuição de energia nuclear, embora em menor extensão. O relatório informa que a China atenderá 81% da demanda de eletricidade a partir de fontes renováveis ​​até 2024, enquanto isso, a UE atingiu 71% tornando-se o bloco que mais reduziu globalmente o uso de carvão, não significando que ambos os territórios abandonaram completamente os combustíveis fósseis mas demonstrando mudança de prioridades nas políticas energéticas, quer dizer, na prática, esses países instalaram quantidades de painéis solares e turbinas eólicas, muitos deles de última geração, já em operação e, somente a China, gerou mais energia solar em 2024 que vários países europeus juntos. A fonte de energia campeã de 2024 sem dúvida foi a solar cuja geração cresceu 29% em relação a 2024, maior aumento em 6 anos, atingindo 2.131 TWh, terawatts-hora, em perspectiva, com essa quantia abasteceríamos mais de 400 milhões de domicílios médios por um ano, sendo que EUA e China foram os principais impulsionadores do progresso, enquanto a UE contribuiu com crescimento de 21% na energia solar, neste contexto, pela primeira vez na história a energia solar ultrapassou o carvão na geração de eletricidade europeia com 2024 como o 20º ano consecutivo que a energia solar liderou o crescimento entre todas as fontes. Já a energia eólica teve crescimento mais moderado, 7,9% a mais que em 2023, atingindo recorde de 2.494 TWh  equivalente a 8,1% da matriz elétrica global e, desde 2015, triplicou presença global embora o ritmo tenha diminuído em 2024 decorrente condições climáticas, especialmente na China e, mesmo assim, a instalação de turbinas gigantes compensou parte dessa perda, nos EUA, a combinação de energia solar e eólica ultrapassou o carvão pela primeira vez como fonte de geração de eletricidade ao produzir 757 TWh por meio das tecnologias limpas, 3 vezes mais que em 2015, no entanto, o gás natural continua predominante respondendo por 43% da geração total de eletricidade, com os EUA respondendo ​​por mais da metade do crescimento global no uso de gás até 2024, apesar disso, o aumento de 64 TWh na energia solar foi o maior aumento anual até o momento. Destaca a Índia, ultrapassando a Alemanha como 3ª maior geradora de energia solar e eólica do mundo, entre 2019 e 2024, a geração de energia limpa quase dobrou chegando a 215 TWh e, em 2024, a geração solar cresceu 18% no país com aumento de 20 TWh, mais que o Reino Unido produziu em 2024, no entanto, dependente com força do carvão cuja geração quase dobrou desde 2012, atingindo 1.534 TWh, tornando-se o 3º maior emissor no setor energético. O relatório conclui que as ondas de calor responderam ​​por aumento, 1,4%, no uso de combustíveis fósseis em 2024, considerando que altas temperaturas estimularam demanda de eletricidade decorrente uso intensivo de sistemas de resfriamento forçando países recorrer ao gás ou carvão, entretanto, se eliminássemos tal efeito climático específico a geração limpa teria coberto 96% do aumento da demanda global de eletricidade, número, sugerindo que estamos próximos de um estágio em que fontes limpas não apenas acompanham crescimento da demanda, mas começam reduzir a dependência de combustíveis fósseis.

Moral da Nota: o monitor da UE avisa que março de 2025 foi o mais quente já registrado na Europa e o 2º mais quente no mundo, que a temperatura média global foi de 14,06 °C, ou,1,60 °C acima do nível pré-industrial, dados do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, C3S da UE, tendo sido o 20º mês nos últimos 21 meses que a temperatura média global na superfície ultrapassou 1,5 °C, com a Europa como o continente que mais aquece, permanecendo acima da média com temperatura média em 6,03°C, ou, 2,41°C acima da média de março de 1991-2020. O relatório da World Weather Attribution avisa que as mudanças climáticas deixaram a onda de calor na Ásia Central até 10°C mais quente, com temperaturas subindo em fins de março à quase 30°C no Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Tajiquistão e Quirguistão, ou, até 15°C acima da média sazonal, concluindo que as mudanças climáticas responderam ​​por 4°C desse aquecimento no período de 5 dias, alertando que, "provavelmente" é  subestimação, já que modelos não levam em conta aumento anormalmente rápido da temperatura na região em março que está esquentando "mais rápido" comparada com qualquer outro mês. por fim, os EUA abandonaram negociações globais para descarbonizar o setor de transporte marítimo e ameaçaram retribuir quaisquer taxas que os navios americanos pudessem incorrer, o que não impediu acordo da OMM impondo taxas de carbono ao setor marítimo, obrigando empresas de transporte marítimo pagar pelo CO2 produzido pelos navios, de acordo com novas regras do órgão de fiscalização marítima mundial. Arábia Saudita, Rússia, Emirados Árabes Unidos se opuseram às regras, mas a maioria dos países da OMI aprovou acordo a partir de 2028 à taxa sobre emissões de gases efeito estufa, que aumentará a partir de determinado limite, e  poderão negociar créditos de carbono entre si, prevendo-se que a medida arrecade US$ 10 bilhões/ano, inferior aos US$ 60 bilhões anuais esperados com um imposto direto sobre o carbono, sendo que a receita deverá ser usada no setor de transporte marítimo para ajudar introduzir tecnologias mais limpas em vez de desviada à países vulneráveis ​​que sofrem efeitos de condições climáticas extremas, como seria o caso de um imposto. Estimativa da Umas, consultoria de transporte marítimo comercial, diz que as reduções de emissões serão modestas, ou, 8% até 2030, valor abaixo da redução de 20% exigida pela estratégia climática da OMI, definida em 2023, com China, Brasil e outras economias emergentes se opondo ao imposto, mas, votando a favor do compromisso de comércio de carbono.

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Conceito

A investigação post-mortem fornece sobre lesões no cérebro, informações finais e definitivas, estáticas, no entanto, biomarcadores permitem monitoramento dinâmico in vivo de alterações patológicas informando sobre relações com início e progressão dos sintomas, daí, concluir que, alinhados com definição histórica, Doença de Alzheimer é entidade clinicopatológica que deve ser desemaranhada de alterações patológicas de Alzheimer, frequentemente observadas em cérebros post-mortem de indivíduos idosos que morreram sem declínio cognitivo ou funcional. Lesões de natureza patológica diversas são observadas post-mortem devido prevalência de comorbidades e sinergia entre patologia, combinações de agregados de α-sinucleína, corpos de Lewy, agregados insolúveis de proteína de ligação ao DNA TAR 43, TDP-43, tauopatias não-DA e patologias vasculares existentes com amiloidopatia e tauopatia de DA, portanto, mais a norma que exceção em estudos patológicos esporádicos. Critérios levam à conclusão que o desenvolvimento de biomarcadores emergentes de copatologias, por exemplo, α-sinucleína, TDP-43 e outros, poderão resultar no diagnóstico de mais doenças neurodegenerativas em pacientes cognitivamente normais, como norma, embora diagnósticos múltiplos sejam comuns em adultos mais velhos, levou décadas para demonstrar abordagem baseada em comorbidade versus abordagem aditiva de doença única, agora aceita como condição clínica válida, portanto, biomarcadores sozinhos devem permanecer marcadores de processos patológicos e não marcadores de doença específica, além disso, a contribuição dos biomarcadores no ambiente clínico depende do contexto de uso e, mais importante, diferir entre avaliação de indivíduos com e sem comprometimento cognitivo.

Capacidade financeira, CF, é a habilidade de administrar finanças de forma independente de modo consistente com o interesse próprio em que domínios cognitivos, sintomas neuropsiquiátricos e transições de cognição normal, CN, à comprometimento cognitivo leve, MCI, ou doença de Alzheimer, DA, com análise secundária da população da Alzheimer's Disease Neuroimaging Initiative, ADNI, usando o Financial Capacity Instrument short form, FCI-SF,  compreendendo ampla gama de habilidades conceituais, pragmáticas e de julgamento, variando de habilidades básicas como contar moedas e priorizar notas, habilidades mais complexas como usar conhecimento conceitual financeiro e tomada de decisão de investimento na vida cotidiana, sendo que declínios em uma ou ambas as habilidades são observados pela primeira vez em indivíduos com DCL com piora progressiva dos aspectos da CF na transição à demência enquanto essas relações longitudinais se inserem em 2 modelos, um de efeitos aleatórios, intercepto aleatório, “tempo médio” e um modelo de “tempo desde a visita anterior” onde regride cada uma das pontuações financeiras componentes em pontuações compostas cognitivas.  874 participantes foram incluídos nas análises e, em relação aos modelos de visita anteriores, descobriu-se que pontuações compostas mais baixas de função executiva estavam relacionadas ao declínio na pontuação do talão de cheques complexo e no tempo total de conclusão havendo interação multifacetada entre cognição mais pobre e função financeira cotidiana, onde função executiva, memória e cognição visuoespacial estão relacionadas destacando declínio na capacidade financeira, CF, observado na transição à demência e aumentando risco de resultados negativos, função executiva, memória e cognição visuoespacial relacionadas à CF, o preditor mais forte da conversão de normal para comprometimento cognitivo leve, CCL, ou doença de Alzheimer, DA,  é o tempo de conclusão ou a velocidade de processamento. Estima-se que 6,2 milhões de americanos tenham doença de Alzheimer, DA, número que deve crescer à 13,8 milhões até meados do século cujo comprometimento na execução de tarefas cotidianas, como dirigir, viajar, cozinhar, administrar medicamentos e assuntos financeiros, coletivamente chamados de atividades instrumentais da vida diária, AIVDs, é critério diagnóstico essencial à demência, ao lado do declínio cognitivo, além disso, o declínio funcional tem influência na progressão e conversão de formas leves de comprometimento cognitivo, MCI, à demência especificamente, a capacidade prejudicada de tomar decisões financeiras afetando desproporcionalmente indivíduos mais velhos, muitos dos quais apresentando declínio cognitivo. A tomada de decisão financeira prejudicada expõe idosos a risco de exploração e responde por 30% dos relatórios de abuso de idosos e, em 2010, idosos vítimas de abuso financeiro perderam nos EUA US$ 2,9 bilhões com alguns relatórios chegando a US$ 30 bilhões, incluindo perdas alegadas de dinheiro e bens para empresas legítimas, golpes e familiares e amigos, perdas indiretas por meio de fraude de seguro médico, com incapacidade de administrar finanças como um dos preditores mais fortes da sobrecarga do cuidador, onde as únicas intervenções disponíveis envolvem a execução de mecanismos legais, tutela, curatela, que restringem a função financeira independente, sendo a função financeira área de preocupação com saúde pública, conforme revisado pelo Institute of Medicine que patrocinou iniciativa com a Social Security Administration focada em idosos na função financeira e seus beneficiários. Correlatos cognitivos de FC prejudicada, em MCI, foram associados ao controle executivo e cálculo numérico, especificamente, subdomínios de controle executivo, atenção seletiva, automonitoramento e memória de trabalho, fortemente correlacionados com FC, além disso, a perda de funções executivas responde pela maior proporção de variância da capacidade funcional cotidiana, com estudos incluindo  trabalho anterior mostrando associações específicas entre funções executivas, memória e velocidade psicomotora e FC, sugerindo interação multifacetada entre cognição e função cotidiana, de forma relacionada, a incidência de sintomas de humor e comportamento em MCI e DA demonstrou estar associada ao comprometimento da função cognitiva e executiva, bem como ao declínio de AIVD. Sintomas neuropsiquiátricos, NPS, como depressão, ansiedade e apatia, é quase universal, 80%–90%, na DA e fases prodrômicas, como no DCL, síndromes que afetam desempenho cognitivo, incluindo funções executivas, e demonstraram afetar a FC em pacientes com depressão tardia, demência vascular e doença de Parkinson, além disso, aumento da depressão demonstrou afetar a FC em estudos transversais de adultos mais velhos descobrindo que mais que o dobro de adultos mais velhos com depressão grave em relação a adultos mais velhos não deprimidos demonstraram dificuldade em testes de FC baseados em desempenho com  déficits de controle executivo prevendo diagnóstico subsequente de demência em adultos mais velhos deprimidos sendo que o controle executivo sozinho, no entanto, pode não ser suficiente para explicar associação entre depressão e FC. 

Moral da Nota: considerar sobre se pessoas cognitivamente normais com biomarcadores positivos à patologia de Alzheimer devem ser rotuladas como assintomáticas em risco ou já afetadas por DA não é apenas semântica, porque por trás dos diferentes conceitos e diferenças semânticas estão diferentes estratégias de gerenciamento, havendo necessidade de adquirir conhecimento detalhado e personalizado de risco e ser capaz de comunicá-lo efetivamente na prática clínica. A narrativa da divulgação e modo como resultados são comunicados têm impacto na experiência do paciente e envolvem esclarecer que o estado amiloide não é igual a DA, não havendo benefício em dar diagnóstico de DA à aqueles cognitivamente normais e biomarcadores positivos com chance de não desenvolver comprometimento cognitivo na vida, daí, consequências psicológicas e sociais resultantes de diagnostico de DA e nunca desenvolver sintomas podem ser consequentes, além disso, há inclinação maior para depender de um biomarcador substituto e explicar o efeito clínico tardio que aumenta incerteza na determinação da eficácia do tratamento, especialmente se o biomarcador for definitivo. O potencial de erro diagnóstico não deve ser subestimado considerando parâmetros estatísticos realistas dos respectivos biomarcadores na prática clínica do mundo real, por exemplo, valor preditivo positivo e valor preditivo negativo, por definição, influenciados pela prevalência da doença em determinado contexto de uso, em princípio, biomarcador de proteína sempre fornece distinção probabilística de grupos em oposição a biomarcadores genéticos que podem oferecer separação determinística de grupos, como exemplo, pontos de corte à biomarcadores de DA extrapolados de amostras de populações brancas norte-americanas e europeias à populações mais diversas revelando diferenças significativas. Daí, interpretar biomarcadores no contexto clínico é crucial, como enfatizado pelos critérios, ressalta limitações inerentes de confiar em definição biológica de DA na prática clínica com consequências potenciais facilmente compreensíveis à pacientes que consultam para queixa benigna de memória devido distúrbios de atenção ou alterações relacionadas à idade e positividade do biomarcador representando diagnóstico falso-positivo. Riscos amplificados quando o teste for feito diretamente ao consumidor, pois está se tornando disponível comercialmente e por meio de fontes on-line sem o envolvimento de médicos ou clínicos e dada a disponibilidade atual de biomarcadores no sangue para amiloide e tau, pode-se esperar explosão de pessoas cognitivamente normais rotuladas como portadoras de DA em definição puramente biológica da doença, como resultado, é previsível o aumento da pressão social por medicamentos antitau ou antiamiloides para prevenir declínio cognitivo, incluindo tratamento off-label em pessoas cognitivamente normais. A avaliação de risco difere da avaliação diagnóstica, que pode ser feita no contexto de jornadas de pacientes não diagnosticados, já que critérios diagnósticos para DA podem ter implicações sociais, políticas, organizacionais e econômicas de longo alcance e considerar DA como entidade puramente biológica pode ser útil à estudos de pesquisa em indivíduos cognitivamente normais, no entanto, abordagem de considerar positividade do biomarcador na ausência de comprometimento cognitivo como condição de risco em vez de doença, na maioria dos casos, aumenta motivação à tratamentos de prevenção secundária, aumenta relevância social da DA, semelhante ao impacto de risco às doenças cardiovasculares, ajuda avaliar melhor relação risco-benefício dos medicamentos de acordo com cada contexto de uso e comunica condição de risco pode estimular indivíduos controlar fatores de risco e mudar estilo de vida, bem como levar formuladores de políticas de saúde pública promover iniciativas e programas para reduzir risco de demência à nível populacional.


segunda-feira, 28 de abril de 2025

Medicamentos essenciais

A Comissão Europeia apresentou o rascunho da CMA, Lei de Medicamentos Críticos, com o Science Media Centre da Espanha dizendo que o objetivo da CMA é lidar com a escassez de medicamentos e produtos de saúde, reduzindo dependência externa de medicamentos e ingredientes essenciais, especialmente Ásia, e garantir fornecimento de medicamentos acessíveis na UE. A necessidade é motivada por interrupções no fornecimento de medicamentos de alta qualidade que salvam vidas, relacionadas à pandemia, além disso, a instabilidade geopolítica levou a ameaças às cadeias de fornecimento globais de medicamentos essenciais com escassez na Europa, ao passo que a Comissão caracteriza como CMA Projetos estratégicos à medicamentos essenciais ou ingredientes designados para que se beneficiem de acesso mais fácil ao financiamento e procedimentos rápidos. A Contratação pública incentiva resiliência das cadeias de fornecimento de medicamentos essenciais ou melhora o acesso a outros medicamentos de interesse comum, enquanto a aquisição colaborativa entre diferentes estados-membros é apoiada pela Comissão a pedido dos estados-membros, visando abordar disparidades de disponibilidade e acesso a medicamentos essenciais de interesse comum, além de parcerias internacionais com países/regiões com ideias semelhantes ampliando cadeia de suprimentos e reduzindo dependências de fornecedores únicos, com o CMA usando requisitos além do preço, por exemplo, resiliência da cadeia de suprimentos, que selecionam fornecedores. A proposta compreende iniciativas estratégicas para remodelar o cenário farmacêutico da UE, incluindo investimentos na fabricação nacional, apoio regulatório à projetos industriais e incentivos para que empresas farmacêuticas estabeleçam produção na UE, com a Lei introduzindo projetos estratégicos que se concentrarão na expansão e modernização das capacidades de fabricação de medicamentos essenciais e ingredientes na UE. Os projetos se beneficiarão do acesso simplificado ao financiamento, bem como de assistência regulatória e científica priorizada para acelerar o desenvolvimento e produção, com a Comissão publicando diretrizes de auxílio estatal permitindo que os Estados-Membros apoiem financeiramente projetos estratégicos que garantirão que países da UE tenham ferramentas para fortalecer o setor farmacêutico mantendo ao mesmo tempo concorrência justa no mercado. Componente significativo do Critical Medicines Act é a revisão das estratégias de aquisição que incluirá requisitos voltados para melhorar resiliência da cadeia de suprimentos, significando que os responsáveis ​​pelas compras devem levar em consideração fatores como fontes de insumos diversificadas, monitoramento da cadeia de suprimentos e redução da dependência de um único país, além disso, nos casos em que for identificada alta dependência de nações específicas as regras de aquisição favorecerão a produção na UE para aumentar segurança. O Ato prioriza colaboração internacional para mitigar riscos de fornecimento com a UE explorando parcerias com países e regiões com ideias semelhantes para expandir redes de fornecimento e diminuir dependências do número limitado de fabricantes farmacêuticos, sendo que a Lei de Medicamentos Essenciais se alinha aos objetivos mais amplos da União Europeia Saúde, reforçando compromisso de garantir que os cidadãos da UE tenham acesso confiável a medicamentos essenciais. A Comissão introduziu regulamento para aumentar disponibilidade de medicamentos essenciais fortalecendo a produção farmacêutica e incentivando cadeia de suprimentos diversificada, ao reduzir dependência de fontes limitadas, a iniciativa, conhecida como Lei de Medicamentos Críticos, fortalece resiliência diante dos desafios globais ao mesmo tempo que fortalece o setor farmacêutico, pilar fundamental da economia europeia. A pandemia e questões políticas expõe vulnerabilidades críticas nas cadeias de suprimentos de medicamentos da UE, desafios, combinados com competição global por recursos farmacêuticos e contratempos na fabricação levando à escassez de medicamentos que colocam a vida dos pacientes em risco e sobrecarregam sistemas de saúde na Europa.

Importa dizer que a Índia não cumpre o padrão de qualidade do ar da OMS, considerando que 13 das 20 cidades mais poluídas do mundo estão lá e Byrnihat em Assam no topo da lista, no entanto, Nova Deli continua sendo a capital mais poluída do mundo, apesar do registro que a Índia observou declínio de 7% nas concentrações de PM2,5 em 2024, Chade e Bangladesh foram identificados como os países mais poluídos em 2024. Austrália, Nova Zelândia, Bahamas, Barbados, Granada, Estônia e Islândia, conforme dados compilados pela IQAir, empresa suíça de monitoramento da qualidade do ar respeitam padrões estabelecidos pela OMS estando entre as menos poluídas, enquanto a Índia luta contra a poluição ocupando 5º lugar no ranking mundial em termos de níveis de poluição atmosférica, atrás do Chade, Bangladesh, Paquistão e República Democrática do Congo. No quesito cidades, 13 das 20 cidades mais poluídas do mundo estão na Índia, com o relatório dizendo que o país viu declínio de 7% nas concentrações de PM2,5 em 2024, com média de 50,6 microgramas por metro cúbico em comparação com 54,4 microgramas por metro cúbico em 2023, no entanto, a poluição do ar em Déli piorou, com a concentração média anual de PM2,5 aumentando de 102,4 microgramas por metro cúbico em 2023 para 108,3 microgramas por metro cúbico em 2024, sendo que a OMS recomenda níveis de PM2,5 de no máximo 5 microgramas por metro cúbico, padrão atendido por apenas 17% das cidades no mundo, com Chade e Bangladesh identificados como países mais poluídos em 2024 com níveis médios de PM2,5 excedendo as diretrizes da OMS em mais de 15 vezes. Vale dizer que a Byrnihat, em Meghalaya, tem o ar mais poluído do mundo decorrente padrões industriais não regulamentados e emissões de veículos causadores da poluição urbana sendo que a poluição do ar na Índia foi associada a redução na expectativa de vida em 5,2 anos, sendo que Byrnihat tem 41 fábricas em área 49,5 km², piorando a poluição, com especialistas estimulando fitorremediação por meio do plantio de árvores que absorvem poluição como o nim, peepal e outras espécies nativas auxiliando captura de carbono. Na contramão da luta global contra poluição do ar, a decisão do Departamento de Estado norte americano de encerrar o programa de monitoramento da qualidade do ar devido restrições orçamentárias removendo mais de 17 anos de dados do site oficial de qualidade do ar do governo dos EUA, airnow.gov, impactando a capacidade da África de monitorar níveis de poluição. As mudanças climáticas agravam poluição ao aumentar frequência e gravidade dos incêndios florestais, complicando esforços para melhorar a qualidade do ar, com especialistas alertando que a perda de dados confiáveis ​​prejudica o progresso na redução da poluição, enfatizando que estratégias alternativas de monitoramento à preencher a lacuna deixada pelo programa dos EUA são urgentes já que poluição do ar contribui à milhões de mortes prematuras anualmente e cresce a urgência de enfrentar esses desafios.

Moral da Nota: estudo analisa mais de 107 países usando dados contínuos de 20 anos, revelando que nenhum país está no caminho certo para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, 17 ODS da ONU até 2030, ligações complexas entre objetivos podem dificultar o progresso de cada um com pesquisadores pedindo abordagens específicas para atingir os ODS considerando que se passaram quase 10 anos desde a implementação dos ODS, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das ONU, e nova análise foi divulgada sobre o progresso dos países em direção a esse objetivo. Os ODS da ONU, conhecidos como Objetivos Globais foram adotados pela ONU em setembro de 2015 como chamado universal à ação para acabar com pobreza, proteger o planeta e garantir que, até 2030, se desfrute paz e prosperidade, trata-se de 17 objetivos que reconhecem ações que influenciam resultados e enfatizam necessidade de equilibrar sustentabilidade social, econômica e ambiental. Através de ferramentas de aprendizado de máquina, o estudo analisou mais de 20 anos de dados contínuos, examinando pontuações de 231 indicadores designados pela ONU de progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para 107 países, bem como dados do PIB, revelando ligação complexa entre os objetivos pois os países descobriram que atingir um objetivo pode prejudicar outro, por exemplo, apoiar metas de ação climática pode parecer prejudicar objetivos econômicos do país, mas a erradicação da pobreza pode parecer o progresso de uma nação, aí, fato crucial, nenhum país está no caminho certo para atingir as 17 metas até 2030. Países africanos e asiáticos categorizados como países de baixa renda não alcançam as metas de pobreza, igualdade de gênero, boa saúde e bem-estar, mas apresentam o melhor progresso em ação climática, consumo e produção responsáveis, portanto, pesquisadores pedem abordagem sistêmica para atingir os 17 objetivos específicos de cada região e levam em conta ligações complexas entre eles, acrescentando que, “é evidente que os padrões atuais de produção e consumo globais não estão se alinhando bem com as metas de ação climática e parecem impactar negativamente outros Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e, se realmente aspiramos futuro melhor, ação imediata é necessária."


domingo, 6 de abril de 2025

Polêmicas à parte

Dados divulgados ao The Globe and Mail relativos ao fentanil sobre o papel do Canadá na crise das drogas nos EUA, indicam que um décimo de 1% das apreensões na fronteira norte dos EUA foram atribuídas ao Canadá pela agência de fronteira norte americana, números, obtidos através das leis americanas de liberdade de informação, revelando que  agentes de fronteira rastreiam origem das drogas que apreendem no que chamam de região da fronteira norte, área  compreendendo 34 estados. O ano fiscal de 2024, mostra que 99,87% do fentanil que recuperaram estava ligado ao México ou EUA, ou, origens desconhecidas, com o  fentanil identificado como vindo do Canadá totalizando 0,74 libras, ou, 0,13%, sendo  que os dados excluem apreensões sob investigação incluindo um caso que as autoridades dos EUA conectaram ao Canadá, daí, dados da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA foram usados para afirmar que 43 libras de fentanil apreendidas na fronteira norte no último ano fiscal apontam ao Canadá de responder por "aumento maciço de 2.050 %" comparados ao ano anterior. Investigação do Globe determinou que os critérios da agência para atribuir apreensões à região norte não dependem se as drogas foram interceptadas na fronteira ou se realmente vieram do Canadá, descobrindo que um terço da contagem de 43 libras foi apreendida no interior e rastreada pelas autoridades dos EUA até cartéis de drogas mexicanos, enquanto a região da fronteira norte compreende área de 5,8 milhões de kms², incluindo o Alasca, ou, 63 % da área total do país. O número de 43 libras é baseado em números da agência de fronteira postados em um portal online público, não fornece informações sobre a origem das drogas e, na busca por resposta à questão de quanto das 43 libras realmente veio do Canadá, o The Globe entrou com solicitação de liberdade de informação pedindo detalhes relacionados ao país de origem de cada uma das apreensões atribuídas à fronteira norte, obtendo como resposta que o valor total para o ano fiscal de 2024 é de 555 libras, com o Canadá determinado como o país de origem em 19 apreensões, totalizando 0,74 libras, no entanto, a agência não explicou a discrepância e não forneceu abordagem a questão. Das 555 libras, o México foi listado como o país de origem em 35 apreensões no total de 174 libras, ou, 31 %, enquanto os EUA foram originários em 66 apreensões no total de 156 libras, ou, 28 %, e quase 224 libras de fentanil foram consideradas de origem "desconhecida", ou, 40 %, possibilitando que algumas apreensões "desconhecidas" envolvessem fentanil com conexão no Canadá. A ex-diretora interina do Escritório de Política Nacional de Controle de Drogas da Casa Branca sob o governo anterior, disse que a avaliação mais recente da Drug Enforcement Administration dos EUA nem sequer mencionou o Canadá, destaca cartéis mexicanos em que aproximadamente 21.100 libras de fentanil foram apreendidas na fronteira sul com o México no ano fiscal de 2024.

Polêmicas à parte, mostram que demissões em massa começaram em agências de saúde dos EUA em reforma que deve demitir até 10 mil pessoas incluindo pesquisadores, cientistas, médicos, equipe de apoio e líderes seniores, deixando o governo federal sem muitos dos especialistas que orientam decisões dos EUA sobre pesquisas médicas, aprovações de medicamentos e outras questões. No Instituto Nacional de Saúde, principal agência médica e de saúde do mundo, as demissões ocorreram já no primeiro dia de posse dos novos diretores com o secretário de Saúde e Serviços Humanos, HHS, Robert F. Kennedy Jr., escrevendo nas redes sociais enquanto comemorava a posse de seus últimos contratados, Bhattacharya e Martin Makary, o novo comissário da Food and Drug Administration, FDA, “a revolução começa hoje!”. Kennedy anunciou plano para reestruturar o departamento, que, por meio de suas agências, responde por monitorar tendências de saúde e surtos de doenças, conduzir e financiar pesquisas médicas, monitorar segurança de alimentos e medicamentos e administrar programas de seguro saúde à quase metade do país, que consolidaria agências que supervisionam bilhões de dólares em financiamento à serviços de tratamento de dependência e centros de saúde comunitários em novo escritório chamado Administração para uma América Saudável. Daí, as demissões reduzam o HHS à 62 mil cargos, eliminando um quarto da força de trabalho, 10 mil empregos por meio de demissões e outros 10 mil que aceitaram ofertas de aposentadoria antecipada e demissão voluntária, sendo que muitos dos empregos estão localizados na área de Washington e Atlanta, sede dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, e em escritórios menores espalhados pelo país. O HHS espera que as demissões economizem US$ 1,8 bilhão anualmente do orçamento de US$ 1,7 trilhão do departamento, sendo que a maior parte é gasto na cobertura de seguro saúde Medicare e Medicaid para milhões de americanos, sendo que no NIH, os cortes incluíram pelo menos 4 diretores dos 27 institutos e centros do NIH colocados em licença e quase todos os funcionários de comunicação demitidos. Na FDA funcionários que regulamentam medicamentos, alimentos, dispositivos médicos e produtos de tabaco receberam notificações incluindo o escritório responsável pela elaboração de regulamentos para cigarros eletrônicos e outros produtos de tabaco, cujas notificações surgiram após a demissão do chefe de tabaco da FDA, com o ex-comissário do FDA, Robert Califf, em publicação online dizendo que, “o FDA como conhecíamos chegou ao fim e a maioria dos líderes com conhecimento institucional e profundo entendimento do desenvolvimento e segurança de produtos não estão mais empregados”. O CDC não forneceu detalhamento dos cortes, mas funcionários descreveram demissões generalizadas em programas que monitoram asma, poluição do ar, tabagismo, violência armada, saúde reprodutiva, mudanças climáticas e outras ameaças à saúde, com o Dr. Georges Benjamin, diretor executivo da American Public Health Association, informando que a intenção parece ser criar "agência de doenças infecciosa menor"​ destruindo trabalhos e colaborações que permitiram governos locais e nacionais prevenirem mortes e responderem emergências. Uma das mais afetadas é o NIOSH, Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional do CDC, que emprega mais de mil pessoas, sediado em Cincinnati, com funcionários em Pittsburgh, São Paulo, SP; e Morgantown, Virgínia Ocidental, no entanto, foram menos drásticos nos Centros de Serviços Medicare e Medicaid que cobrem metade dos americanos, muitos deles pobres, deficientes e idosos, havendo corte em grande parte da força de trabalho no Escritório de Saúde da Minoria que não tem mais um site funcional, valendo dizer que o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, HHS, cortou financiamento de mais de US$ 11 bilhões relacionado à COVID-19, identificando empregos que poderiam ser eliminados. O HHS forneceu detalhamento de alguns dos cortes com 3.500 na FDA, inspeciona e define padrões de segurança à medicamentos, dispositivos médicos e alimentos, 2.400 no CDC, monitora surtos de doenças infecciosas e trabalha com agências de saúde pública,1.200 empregos no NIH, 300 empregos nos Centros de Serviços Medicare e Medicaid, que supervisionam o mercado do Affordable Care Act, Medicare e Medicaid. Uma coalizão de procuradores-gerais estaduais processou o governo federal em 1º de abril, argumentando que os cortes são ilegais, reverteriam o progresso na crise dos opioides e lançariam os sistemas de saúde mental no caos.

Moral da Nota: estudo publicado na revista Nature, realizado no País de Gales, descobriu através de registros de saúde de 280 mil idosos que aqueles que receberam vacina contra herpes zoster tiveram 20% menos probabilidade de desenvolver demência nos 7 anos seguintes do que aqueles que não receberam a vacina. As descobertas baseiam-se em outros estudos que demonstraram associações entre infecções pelo vírus do herpes e o risco aumentado de desenvolver demência, com o autor principal, Pascal Geldsetzer,  da Universidade de Stanford, esclarecendo que  efeitos protetores da vacina pareciam ser "substancialmente maiores" para demência que os oferecidos pelos medicamentos existentes, sendo que mais pesquisas eram necessárias para determinar se os efeitos observados eram realmente causais, concluindo que, "se a vacina contra herpes zoster realmente previne ou retarda a demência, então esta seria uma descoberta importante à medicina clínica, a saúde da população e a pesquisa sobre  causas da demência". Os pesquisadores esclarecem que há 2 mecanismos potenciais que podem explicar como a vacina contra herpes zoster pode reduzir o risco de demência e, podem funcionar em conjunto, a primeira é que a vacinação reduz  reativações do vírus varicela-zóster latente que comprovadamente causa comprometimento cognitivo duradouro e patologia cerebral semelhante ao observado na doença de Alzheimer, já que, vírus varicela-zóster é um tipo de vírus  herpes, causa catapora, podendo permanecer no corpo por anos, reativando-se posteriormente como herpes-zóster, sendo que "um crescente corpo de pesquisas mostram que vírus que têm como alvo preferencial o sistema nervoso e hibernam durante grande parte da vida, podem estar implicados no desenvolvimento de demência." 

domingo, 23 de março de 2025

Crescimento

A empresa de dados e análises, Global Data, nos avisa que o mercado de doença de Parkinson abrangendo EUA, França, Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido e Japão deve crescer de US$ 3,4 bilhões em 2023 à US$ 7,9 bilhões em 2033, decorrente introdução de 10 produtos em desenvolvimento e adoção de métodos de administração levodopa e pela prevalência da Doença Parkinson, DP, devido ao envelhecimento da população nestes países. O relatório “ Parkinson's Disease: Seven-Market Drug Forecast and Market Analysis ,” mostra aumento nas vendas para DP, especificamente, terapias com levodopa, inibidores de catecol-o-metiltransferase, COMT, agonistas de dopamina, inibidores de monoamina oxidase B, MOA-B, além de agentes antiparkinsonianos e de demência à DP e, dentre as classes de medicamentos pré-existentes, espera-se que agentes que visam demência DP vejam crescimento no período previsto, além disso, o lançamento de 10 terapias pipeline em estágio avançado incluindo 2 terapias modificadoras da doença e tratamentos sintomáticos visando diversas necessidades DP deve impulsionar estimativa de US$ 3,5 bilhões em vendas até 2033. A expansão do sistema de administração levodopa Produodopa/Vyalev da AbbVie após lançamento no Japão em 2023, tem lançamento previsto nos EUA em 2025 com vendas projetadas de US$ 1,2 bilhão até 2033, no entanto, a análise destaca prevalência de Doença de Parkinson, com casos diagnosticados devendo aumentar de 2,6 milhões em 2023 à 3,1 milhões até 2033 ao longo dos países em questão, sendo que o número de casos tratados é previsto para aumentar de 1,9 milhão em 2023 à 2,3 milhões em 2033, refletindo envelhecimento da população, valendo dizer que espera-se que a expiração da patente de terapias-chave, incluindo Nuplazid, pimavanserina, Rytary carbidopa/levodopa, Ongentys, opicapona e Xadago, mesilato de safinamida, restrinja o crescimento do mercado, enquanto coletivamente, as terapias que devem perder proteção de patente no período previsto foram responsáveis ​​por US$ 1,1 bilhão em vendas em 2023 nos países em questão, devendo cair para US$ 202,8 milhões até 2033.

A Journées Francophones de la Nutrition de 2024 realizado em Estrasburgo, reuniu especialistas para discutir impacto da exposição a contaminantes na saúde da tireoide, implicações ao bem-estar materno/fetal considerada área-chave decorrente o papel crítico que os hormônios tireoidianos maternos desempenham para garantir o desenvolvimento cerebral fetal adequado e a saúde neurológica ao longo da vida. Considerando que os Hormônios tireoidianos maternos são indispensáveis ​​à maturação cerebral adequada no feto, com Jean-Baptiste Fini, PhD, biólogo do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica, esclarecendo que embora a deficiência grave de iodo na gravidez, que causa cretinismo não é mais vista na França e mesmo deficiências leves podem ter efeitos profundos no desenvolvimento fetal, considerando que estudo de coorte, populacional, destaca impacto de níveis insuficientes de hormônio tireoidiano materno, já que crianças nascidas de mães com hipotiroxinemia, antes da gravidez ou no 1º trimestre, apresentaram pontuações de QI mais baixas, densidade de matéria cinzenta reduzida e volumes corticais menores, daí, o metabolismo da tireoide fetal pode ser interrompido por contaminantes transmitidos pela dieta da mãe, pois a barreira placentária não bloqueia certas substâncias nocivas, com estudos investigando efeitos da exposição intrauterina a contaminantes em distúrbios do desenvolvimento infantil. Estudo epidemiológico identifica correlação entre atrasos de linguagem em crianças de 30 meses e exposição materna a produtos químicos específicos, medido em amostras de sangue e urina maternas, determinando experimentos com girinos expostos aos mesmos produtos químicos revelando função prejudicada em múltiplos genes envolvidos na atividade das células-tronco neurais, com redução significativa na mobilidade. Em 2021, o Instituto Nacional Francês de Saúde e Pesquisa Médica, INSERM, publicou relatório sobre os efeitos da exposição a pesticidas na saúde, em comparação com o relatório anterior de 2011 as descobertas de 2021 vinculam patologias adicionais incluindo distúrbios da tireoide, à exposição a pesticidas com nível moderado de causalidade presumida, embora ligação causal definitiva não tenha sido estabelecida à mulheres grávidas, recém-nascidos ou mulheres expostas a pesticidas, por exemplo, que vivem próximo de áreas agrícolas ou industriais, a exposição ocupacional a certos produtos químicos foi associada a riscos aumentados de hipotireoidismo, considerando que os produtos químicos incluem inseticidas organoclorados, como clordano, herbicida e pesticida organofosforado, sendo que notavelmente, a exposição ao clordano foi associada ao hipotireoidismo em esposas de fazendeiros, daí, estudos de toxicologia experimental são necessários para confirmar essas associações, considerando que pesquisas in vivo mostraram que certos pesticidas, como organoclorados, organofosforados, carbamatos e piretróides, interrompem a síntese de tiroxina.

Moral da Nota: pesquisadores israelenses ​​desenvolveram pesquisa de aprendizado de máquina com sensores vestíveis podem avançar no monitoramento e tratamento da doença de Parkinson, sendo que o projeto da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Universidade de Tel Aviv visa auxiliar neurologistas criando sistema contínuo e automatizado para rastrear episódios de congelamento da marcha, FOG, sintoma debilitante que afeta pacientes de Parkinson. O FOG, afeta 38-65% dos portadores de Parkinson, é fenômeno que leva a incapacidade repentina e temporária de andar, episódios que podem durar de alguns segundos a mais de um minuto durante os quais os pés do paciente parecem “colados” ao chão, segundo o Prof. Jeff Hausdorff, que liderou o estudo, “o FOG pode prejudicar a mobilidade, independência e qualidade de vida na doença de Parkinson, frequentemente levando a quedas e lesões”, atualmente, o diagnóstico e o rastreamento de FOG depende de questionários auto relatados, observação visual por clínicos ou análise de vídeo quadro a quadro de pacientes em movimento, embora a análise de vídeo seja confiável e precisa, consome tempo, requer vários especialistas e é impraticável à monitoramento de longo prazo. Um dos coautores do estudo, Amir Solomon, esclarece que “pesquisadores estão tentando usar sensores vestíveis para rastrear e quantificar o funcionamento diário dos pacientes” e, “até agora, os testes bem-sucedidos se basearam em número pequeno de indivíduos” e para superar as limitações, a equipe da TAU coletou dados de vários estudos existentes, compilando informações sobre mais de 100 pacientes e 5 mil episódios de FOG, dados que foram carregados no Kaggle, plataforma do Google conhecida por hospedar competições internacionais de aprendizado de máquina, com pesquisadores convidados a desenvolver modelos a serem incorporados em sensores vestíveis e quantificar episódios de FOG em termos de duração, frequência e gravidade, obtendo como resposta, 1.379 equipes de 83 países enviando quase 25 mil soluções.  Os modelos desenvolvidos tiveram desempenho adequado com resultados próximos aos obtidos por análise de vídeo, atualmente padrão ouro, na verdade, os modelos de aprendizado de máquina superaram testes anteriores que dependiam de sensores vestíveis únicos, sendo que uma das descobertas do estudo foi a relação entre a frequência de FOG e a hora do dia, com Eran Gazit, outro coautor, observando que "pela primeira vez, um padrão diário recorrente, com picos de episódios de FOG em certas horas do dia", pode estar ligado a fatores clínicos como fadiga ou efeitos de medicamentos, oferecendo informações sobre tratamento e gerenciamento de FOG.


sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Rastreamento e IA

Estudo  de 116.495 mulheres com idades entre 50 e 69 anos sem histórico prévio de câncer de mama antes de se submeterem  a pelo menos 3 exames de triagem consecutivos utilizando pontuações de algoritmo IA, INSIGHT MMG, versão 1.1.7.2; Lunit Inc, entre 2022 e 2023, além de dados de detecção e triagem de câncer de mama de várias rodadas consecutivas de mamografia realizadas de 2004 a 2018 em 9 centros de mama na Noruega cujas análises estatísticas foram realizadas de 2023 a 2024, mostram que diferenças médias nas pontuações IA entre mamas que desenvolveram câncer detectado por triagem em que pontuações absolutas médias IA foram maiores às mamas que desenvolveram câncer versus não desenvolvimento 4 a 6 anos antes da eventual detecção, sugere que pontuação IA no nível da mama pode ser capaz de estimar risco de câncer de mama futuro e pode ser usada para identificar mulheres de alto risco se beneficiando de medidas preventivas, incluindo exames complementares. Importa, pois a detecção precoce do câncer de mama está associada a menor morbidade e mortalidade ao examinar se um algoritmo comercial IA para detecção de câncer de mama poderia estimar o desenvolvimento de câncer futuro, sendo que a pontuação do algoritmo IA indicando suspeita de presença de câncer de mama, forneceu pontuação contínua de detecção de câncer para cada exame variando de 0 a 100, com valores crescentes indicando maior probabilidade de câncer estar presente na mamografia atual. A pontuação máxima do algoritmo IA para detecção de câncer entre mamas que desenvolveram câncer detectado por triagem   e mulheres que tiveram triagem negativa mostrou que a idade média na 1ª rodada foi de 58,5- 4,5- anos para 1265 mulheres com câncer detectado por triagem na 3ª rodada, 57,4 -4,6- anos para 342 mulheres com câncer de intervalo pós 3 rodadas de triagem negativas e 56,4 -4,9- anos para 116 495 mulheres sem câncer de mama nas 3 rodadas de triagem. Mamografia de rastreamento e pontuações médias absolutas IA foram maiores para mamas em desenvolvimento versus não desenvolvimento de câncer 4 a 6 anos antes da detecção, sendo as descobertas sugestivas que algoritmos comerciais IA desenvolvidos para detecção de câncer de mama podem identificar mulheres com alto risco de um futuro câncer de mama, oferecendo caminho à abordagens de rastreamento personalizada podendo levar ao diagnóstico precoce do câncer. O rastreamento mamográfico reduz a mortalidade por câncer de mama, no entanto, a precisão é imperfeita em que  estratégias para melhorar o desempenho interpretativo da mamografia têm sido usadas, em que algoritmos comerciais IA obtiveram aprovação regulatória como ferramentas auxiliares à interpretação de radiologistas com resultados promissores à detecção de câncer presente em mamografias. Foram desenvolvidos à áreas de preocupação e fornecer pontuações de neoplasia maligna em nível de mama e nível de exame para auxiliar radiologistas na interpretação, no entanto, pesquisas  sugerem que as pontuações IA podem detectar características de imagem associadas a futuros cânceres de mama anos antes de serem detectados clinicamente e, se as pontuações de algoritmos IA comerciais desenvolvidos para detecção imediata de câncer  puderem estimar o risco futuro de câncer, uma estimativa de risco de curto prazo mais precisa e confiável pode levar a medidas preventivas personalizadas e sob medida, por exemplo, imagens mais frequentes ou suplementares, resultando em detecção precoce do câncer de mama e tratamento menos agressivo. 

A IA  transforma a assistência médica melhorando precisão do diagnóstico, permite detecção precoce de doenças e melhora resultados dos pacientes cujas soluções exigem colaboração entre engenheiros IA, cientistas de dados, especialistas de domínio e partes interessadas, resultando em modelos IA mais eficazes, no entanto, diagnósticos em IA estão democratizando a assistência médica ao tornar mais acessíveis diagnósticos precoces e precisos, especialmente em regiões com acesso limitado a profissionais médicos especializados com setor de saúde pronto para revolução, com IA desempenhando papel fundamental na transformação do modo como diagnosticamos e tratamos doenças. A capacidade IA ​​de processar grandes quantidades de dados com rapidez e precisão remodela o cenário, oferece modos de melhorar os resultados de saúde globalmente, no entanto, construir soluções  culturalmente sensíveis e inclusivas requer colaboração entre conjuntos de habilidades cujo resultado é acesso melhor e mais rápido a soluções de saúde. A colaboração no desenvolvimento IA é essencial para criar soluções nos desafios mais urgentes, seja incluindo engenheiros  IA, cientistas de dados e especialistas de domínio, com o  CEO da Omdena, plataforma IA colaborativa, nos esclarecendo que “esse tipo de colaboração entre pessoas de diferentes setores e regiões ajuda construir soluções IA mais éticas e confiáveis”,  já que a Omdena aplica IA a processos de diagnóstico, particularmente em comunidades carentes, modelos que auxiliam profissionais médicos identificar doenças com mais precisão como tuberculose e retinopatia diabética, em estágios iniciais, aumentando chances de tratamento bem-sucedido, sendo que esses projetos envolvem treinamento de algoritmos IA em grandes conjuntos de dados de imagens médicas, além de adotar abordagem colaborativa que os modelos IA sejam robustos, culturalmente sensíveis e adaptáveis ​​a cenários diversificados de assistência médica, com o aplicativo IA da Omdena na Libéria por exemplo, prevendo surtos de malária e identificando áreas de alto risco, além de permitir que autoridades de saúde tomem medidas proativas à grupos vulneráveis como crianças e mulheres grávidas. O diagnóstico precoce é a chave à tratamento bem-sucedido em que doenças como o câncer têm taxa de sobrevivência maior quando detectadas precocemente e quando o câncer de mama é detectado no estágio um, a taxa de sobrevivência de 5 anos é superior a 90%, o câncer colorretal produz taxa de sobrevivência de 5 anos de 14% quando diagnosticado em estágios posteriores, podendo ser em torno de 90% com o diagnóstico precoce, portanto, o impacto dos diagnósticos em IA nos resultados de saúde não pode ser exagerado, com o aprendizado de máquina usado para analisar ECGs, imagens médicas e dados de pacientes, cujos estudos mostram taxas de precisão incluindo classificação de doenças cardíacas de 93% , sendo que IA está melhorando os diagnósticos e oferecendo métodos não invasivos para avaliar riscos cardiovasculares.

Moral da Nota:  a Theoriq, empresa IA descentralizada e Web3, anunciou o lançamento de sua Testnet sendo que o lançamento é a primeira rede blockchain desse tipo à agentes IA, sistemas autônomos que realizam tarefas específicas, considerando que a Theoriq foi aceita no Programa de Startups do Google Cloud e, como parte do programa, recebeu acesso como parceira aos serviços e infraestrutura do Google Cloud ao desenvolvimento de seu protocolo. Os agentes IA fazem parte de ecossistema maior em blockchain, onde podem supostamente se combinar como coletivos para realizar funções de nível superior e executar ações simultâneas em múltiplos domínios, com o CEO e cofundador da Theoriq, dizendo que a mainnet da empresa está prevista para lançamento ainda em 2024, mostrando que “usuários  podem esperar fundamentos do protocolo open-source e auditoria de segurança abrangente”, concluindo que, “subsídios à desenvolvedores apoiam a inovação na plataforma”. A empresa utiliza a fase de Testnet para desenvolver seus “Agentes”,  projetados para planejar, acessar dados, usar ferramentas, tomar decisões e interagir com o mundo real para executar funções específicas, na crença que “Agentes especializados colaborando em equipes conhecidas como Coletivos, para lidar com tarefas mais complexas, superarão Agentes monolíticos de propósito geral, sendo que tais Agentes IA podem se especializar em tarefas ou ferramentas como analisar dados sociais, consultar e acessar dados de negociação, gerar código e criar imagens, permitindo que trabalhem de modo coletivo com  resultados em direção a objetivo unificado.” Exemplo de DePIN, provedores de infraestrutura física descentralizada, usando Agentes para interagir com contratos inteligentes, controlar ativos e realizar micropagamentos, melhora significativamente a automação na Web3 e além, concluindo que, "os Agentes IA estão prontos para remodelar o modo como interagimos com tecnologia, estamos começando a entrar na Era Agêntica”.

domingo, 24 de novembro de 2024

A Crise dos Opioides

Em momento de pessimismo sobre a crise de dependência e overdose nos EUA, decorrente aumento antes da pandemia com patamares em elevação nos 12 meses anteriores a setembro de 2023, impulsionada pela proliferação de fentanil de fabricação ilícita no fornecimento a rua, cada vez mais combinado com cocaína e metanfetamina, em que a crise de overdose é desafio unificador e fonte de divisão ideológica. Diferente da epidemia de crack da década de 1980, concentrada entre comunidades urbanas negras, legisladores expressaram disposição para conceber a crise dos opioides como algo que justifica resposta de saúde pública, em vez de resposta de aplicação da lei, cuja estrutura da saúde pública reflete visão que, com foco na prevenção, tratamento e redução de danos, é possível restaurar comunidades atingidas. A legislação atual no Congresso dos EUA declara o fentanil "arma de destruição em massa", aumenta penalidades criminais à venda de drogas que causam overdose fatal e expande operações de aplicação da lei através das fronteiras, embora resistindo a medidas mais extremas, o governo expandiu a atividade diplomática e de aplicação da lei relacionada ao tráfico de drogas, enquanto isso, pesquisas de opinião pública mostram opioides como ameaça número um à saúde pública nos EUA enquanto a violência armada como ameaça mais séria. Seguindo o exemplo de Portugal, eleitores do Oregon aprovaram medida em 2020 tornando posse de todas as drogas penalidade civil em vez de infração criminal, com lei que expandiu o financiamento à tratamento de drogas, serviços de crise e programas de redução de danos, enquanto promotores distritais em São Francisco, Baltimore e Filadélfia reduziram processos de casos simples de posse de drogas, esforços recebidos com reação negativa e imagens na mídia mostrando áreas centrais tomadas pelo uso público de drogas, falta de moradia e crime, em março de 2024, a legislatura do Oregon aprovou lei recriminalizando a posse de drogas, permitindo processo por drogas e fornecendo meios que incentivem jurisdições desviar pessoas do sistema jurídico criminal. Locais de prevenção de overdose, OPSs, que permite medicamentos obtidos antes sob supervisão médica, são outro modelo de saúde pública em observação em 2024 e, na cidade de Nova York, o OnPoint foi estabelecido em 2022 como o primeiro OPS operar com a permissão das autoridades locais, no 1º ano, recebendo 48.533 visitas e revertendo 636 overdoses enquanto OPSs foram aprovados em Rhode Island e em discussão em outras jurisdições, no entanto, a política dos OPSs continua controversa, por exemplo, na Califórnia, a legislação para expandir OPSs foi bloqueada pelo governador em 2022.

Mortes por overdose diminuíram nos EUA, mas aumentaram em muitos estados ocidentais, com o epicentro da crise mudando-se à Costa do Pacífico e, apesar de queda encorajadora em 2023 as mortes por overdose aumentam em muitos estados do oeste, à medida que o epicentro da crise contínua se deslocando à Costa do Pacífico onde o fentanil e metanfetamina fazem mais vítimas, sendo que as mortes por overdose continuam mais altas desde 2019, muitos estados trabalhando em estratégias de “redução de danos” enfatizando cooperação com pessoas que usam drogas, em alguns casos, estados ficam mais duros com os processos com acusações de assassinato à traficantes. Alasca, Nevada, Washington e Oregon no top 10 em mortes por overdose desde 2019, com análise da Stateline de dados dos Centros Federais de Controle e Prevenção de Doenças, enquanto isso, melhorias em um ano foram em Nebraska, queda de 30%, Carolina do Norte, queda de 23%, e Vermont, Ohio e Pensilvânia, todos com queda de 19%, ao passo que a disseminação do fentanil, opioide sintético que pode causar overdose e morte mesmo em pequenas quantidades, explica parte do movimento leste/oeste no número de mortes, segundo o vice-presidente do programa de prevenção de overdose da Vital Strategies, grupo de defesa internacional que trabalha para fortalecer a saúde pública. Os dados provisórios do CDC estimam mortes por overdose de drogas no ano que termina em abril de 2024, com queda de 10%, com mais de 11 mil mortes menos que em 2023, aumentando em 10 estados e, no Distrito de Columbia, incluindo 42% no Alasca, 22% no Oregon, 18% em Nevada e 14% no estado de Washington, as mortes aumentaram em quase 1.300 nesses estados e em outros como Colorado, Utah e Havaí com aumentos mais modestos. A ideia inicial indica que pode ser resultado de melhor aceitação de políticas de redução de danos para ajudar usuários de drogas, incluindo testes sem perguntas de drogas de rua e fornecimento de naloxona para neutralizar overdoses, ou, usuários podem estar ficando mais cautelosos com o fentanil e os perigos e efeitos colaterais desagradáveis, considerando que “Fentanil é muito potente, mas potência não é a única coisa, valendo dizer que o Alasca aparece com a 2ª maior taxa de mortes por overdose de drogas, 53 por 100 mil habitantes, atrás de West Virginia, 73 por 100 mil, outros estados ocidentais no top 10 são Nevada, 47 por 100 mil, Washington, 46 por 100 mil, e Oregon, 45 por 100 mil. Dados do CDC mostram que o Alasca teve maior aumento em relação a 2023, alta de 42%, para 390 mortes, com o governador propondo legislação tornando traficantes de fentanil sujeitos a acusações de homicídio em casos de morte por overdose, escrevendo “drogas e overdoses de drogas tiveram efeito devastador em nosso estado” além de campanha nacional de conscientização “One Pill Can Kill”, uma pílula pode matar, alertando sobre perigos do fentanil, na forma de pílulas falsificadas de oxicodona de 30 mg tremendamente lucrativo para contrabandistas no Alasca que fazem uso de passageiros de companhias aéreas e remessas aéreas de outros produtos para levar drogas ao estado vendidas por menos de US$ 1 perto da fronteira sul dos EUA com o México rendendo US$ 20 no Alasca.

Moral da Nota: quer dizer, dados provisórios do CDC, Centro Nacional de Estatísticas de Saúde, indicam estimativa de 107.543 mortes por overdose de drogas nos EUA em 2023, redução de 3% em relação às 111.029 mortes estimadas em 2022, primeira redução anual em mortes por overdose de drogas desde 2018, apresentados em visualização interativa de dados da web considerando que dados de 2023 apresentados nesta visualização são provisórios, incompletos e sujeitos a alterações à medida que dados de 2023 são enviados ao National Vital Statistics System. Os novos dados mostram que as mortes por overdose por opioides diminuíram de uma estimativa de 84.181 em 2022 para 81.083 em 2023, enquanto mortes por overdose de opioides, fentanil, diminuíram em 2023 comparadas a 2022, cocaína e psicoestimulantes, metanfetamina, aumentaram, sendo que tiveram reduções os estados de Nebraska, Kansas, Indiana e Maine, 15% ou mais, enquanto tiveram aumentos, Alasca, Washington e Oregon se destacando com aumentos notáveis ​​de pelo menos 27% comparados com o mesmo período em 2022. O NCHS divulga contagens provisórias de mortes por overdose relatadas e previstas mensalmente, representam os números dessas mortes devido a overdose de drogas ocorrendo nos períodos de 12 meses terminando no mês indicado sendo que as mortes são relatadas pela jurisdição em que a morte ocorreu, dai, pela primeira vez em décadas, dados de saúde pública mostram queda repentina e esperançosa nas mortes por overdose de drogas nos EUA. Por fim, um dos grandes desafios é o mercado dark web, onde são vendidas drogas, armas e outros produtos ilegais, mercado inacessível através de motores de busca comuns que dificulta sua monitorização, nesta ideia, IA entra em jogo com ferramentas avançadas de inteligência web, WEBINT que usam algoritmos para rastrear esses mercados de modo automatizado e preciso, com pesquisas complexas baseadas em palavras-chave específicas e processamento de linguagem natural com investigadores podendo detectar e rastrear transações ilícitas mais rapidamente, sendo que IA é utilizada para antecipar e neutralizar ameaças emergentes, por exemplo, na Universidade de Alberta desenvolveram na plataforma chamada NPS-MS, ferramenta que utiliza aprendizagem profunda para prever a composição química de novas substâncias psicoativas conhecidas como designer drug, substâncias formuladas para imitar efeitos de drogas conhecidas, evitando ao mesmo tempo leis atuais e, com o NPS-MS, pesquisadores identificam esses novos medicamentos, reduzindo tempo e esforço necessários nos laboratórios. Análise de dados é área em que IA consegue resultados, desde registros de vigilância a transações financeiras para detectar padrões e anomalias em que Algoritmos de aprendizagem automática analisam dados históricos para prever atividades de contrabando auxiliando autoridades mobilizar recursos estrategicamente, outro exemplo é a utilização de satélites combinados com IA para detectar locais de produção de cocaína, por exemplo, dados do Planet Labs identificam infraestruturas relacionadas à produção de coca em regiões remotas permitindo monitorização da cadeia de abastecimento de drogas, algo extremamente dispendioso e arriscado de outra forma. 

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

O Olhar entre nós

O estudo "Internações hospitalares por demência no sistema público de saúde brasileiro na última década" apoiado pela Alzheimer's Association e FAPESP, publicado na Alzheimer's & Dementia: Diagnosis, Assessment & Disease Monitoring, DADM, outubro de 2024, traça realidade relativa ao aumento da prevalência de demência, particularmente em países de renda baixa e média, LMIC, aumentando fardo nos sistemas de saúde, sendo que o trabalho relata que dados abrangentes sobre admissões hospitalares por demência são escassos. Analisadas admissão por demência, custo das internações hospitalares, duração da internação hospitalar e mortes hospitalares em 2010 e 2019 no Brasil mostram que  taxas de admissão caíram de 19,7/100 mil habitantes em 2010 à 14,6/100.000 em 2019, a mortalidade hospitalar aumentou de 3,9% em 2010 à 8,8% em 2019, estadias de curta duração, enquanto 9,6% das internações hospitalares ocorreram em regiões com menor poder econômico em 2010 e 10,4% em 2019, regiões com maior índice, 4,3% de mortes hospitalares em 2010 e 9,3% em 2019. Os dados da pesquisa mostram que entre as tendências observadas, com as disparidades regionais e de sexo, ressaltam necessidade de investimento direcionado em infraestrutura de saúde e treinamento visando melhorar tratamento da demência em países de baixa e média renda, além do fato que a taxa de internações hospitalares por demência no Brasil foi semelhante em 2010 e 2019 e o custo por internação hospitalar em 2010 diminuiu 38,5% comparado a 2019, no entanto, a pesquisa observa que houve aumento nas internações hospitalares de curta duração por demência em 2019 comparada a 2010, acompanhado por aumento nas taxas de mortalidade para essas internações de curta duração. A demência afeta mais de 55 milhões de indivíduos no mundo, número que triplicará até 2050 devido ao envelhecimento da população, esperando-se que o aumento da carga de demência seja mais pronunciado em países de baixa e média renda, LMIC, comparados a países de alta renda, HIC, isto, associado ao envelhecimento na presença de comorbidades como distúrbios cardiovasculares, depressão e diabetes, deficiências relacionadas à idade como fragilidade, incapacidade funcional e déficits sensoriais.  Os problemas de saúde mais prevalentes em pacientes com demência contribuem a risco de descompensações médicas e necessidades de assistência médica com desafios às famílias e sistemas de assistência médica além de implicações econômicas, considerando que o custo global da demência que atingiu US$ 1,3 bilhão  em 2019, exemplifica bem, representando 0,4% do PIB de países de baixo e médio rendimento, considerando que 40% dos indivíduos com 65 anos ou mais que necessitam de cuidados agudos à condições não planejadas têm demência como comorbidade, levando a maiores custos de admissão hospitalar. A demência se associa à mortalidade hospitalar, estadias hospitalares mais longas, maior incapacidade e maiores taxas de institucionalização pós a alta, com estudo norte americano informando que, mesmo após ajuste à diferenças de idade, os custos de cuidados para admissões hospitalares de pacientes com demência foram de US$ 55.938, comparados a US$ 49.285 à pacientes sem demência, embora a demência seja referida como comorbidade, dados de hospital geral no Reino Unido indicam que 5% dos pacientes admitidos tinham demência como causa primária, potencialmente chegando a 10% entre os com demência vascular e, em estudo anterior descobriram que sintomas comportamentais e psicológicos da demência foram causas de internação hospitalar, ressaltando complexidade das internações hospitalares devido à demência, além disso, meta-análise de 10 estudos descobriu que internações hospitalares entre pessoas com demência eram potencialmente evitáveis. Por fim, o estudo conclui que as taxas de internação hospitalar por demência diminuíram no Brasil em 2019 comparadas a 2010, essa tendência foi ofuscada por aumento nas taxas de mortalidade em breves internações hospitalares, enquanto disparidades nas internações persistiram em regiões de poder econômico variável e, para abordar disparidades e melhorar qualidade de vida das pessoas que vivem com demência em países de baixa e média renda, pesquisas adicionais são necessárias com registros hospitalares detalhados, particularmente regiões de menor poder econômico.

Em relação a demência, vale citação da apatia e tomada de decisão baseada em esforço na doença de Alzheimer e comprometimento cognitivo subjetivo, como característica na doença de Alzheimer, DA, e no comprometimento cognitivo subjetivo, CCL, embora mecanismos não estejam bem estabelecidos cuja estrutura de tomada de decisão baseada em esforço, EBDM, foi aplicada para investigar a apatia em 30 pacientes com DA, 41 participantes com LME e 55 controles saudáveis, HC, cujos dados foram analisados ​​usando modelo de deriva-difusão, DDM, para descobrir processos psicológicos latentes. Relatos de apatia dos informantes em pacientes com Doença Alzheimer foram maiores que os auto-relatos e indicaram apatia significativa em comparação com HC, ambos os grupos, DA e SCI, mostraram sensibilidade reduzida a mudanças de esforço, ligadas à disfunção executiva na DA e apatia na SCI enquanto o aumento da conectividade cortical funcional em repouso com o nucleus accumbens, NA, foi associado a maior apatia na SCI, tratando-se do primeiro estudo que investiga a apatia usando estrutura de tomada de decisão baseada em esforço, EBDM, na doença de Alzheimer, DA, e no comprometimento cognitivo subjetivo, SCI. Quer dizer, apatia, baixa do comportamento direcionado a objetivos, é proeminente em vários distúrbios neurodegenerativos, incluindo doença de Alzheimer, DA, a doença de Parkinson, DP, e doença dos pequenos vasos, SVD, sobrecarrega pacientes e cuidadores e é marcador da progressão da doença em alguns distúrbios, sendo que na DA, até 80% dos pacientes desenvolvem apatia, mesmo em estágios iniciais, tornando-se marcador pré-clínico valioso, no entanto, continua mal compreendida na DA com estudos comportamentais limitados e nenhum tratamento licenciado apesar de ensaios clínicos positivos, já, o comprometimento cognitivo subjetivo, SCI, é associado à carga afetiva, por exemplo, depressão, apesar de evidências sugerirem diferenças entre as 2 síndromes, distinção crucial, pois apatia, sem depressão, aumenta o risco de progressão de MCI para DA e tem sido associada à progressão de SCI para MCI, quer dizer que, o impacto diferencial da apatia na conversão da demência urge caracterização mecanicista. O frigir dos ovos é o seguinte, a apatia é prevalente na Doença de Alzheimer e surge precocemente, mesmo em estágios pré clínicos como MCI e SCI, como preditor à progressão da demência, na MCI, está associada a maior risco de conversão à DA e maior declínio cognitivo, sugerindo aspecto importante do processo da doença, na SCI, indica deterioração cognitiva futura e probabilidade de desenvolver MCI e DA enquanto clinicamente, a apatia impacta qualidade de vida, aumenta sobrecarga do cuidador e complica o manejo da doença. O estudo em questão reconhece limitações, no entanto, variações no tamanho das amostras afetaram análises, por exemplo, menor número de relatórios de AMI-CG e exames de ressonância magnética, e ausência de correlações significativas entre medidas de EBDM e conectividade funcional limitando interpretação mecanicista, relata que mais pesquisas com amostras maiores são necessárias e, apesar dessas limitações, destaca déficits compartilhados de EBDM em DA e SCI, correlacionados com apatia e disfunção executiva e associados a conectividade estriado-cortical.

Moral da Nota: duas realidades se impõe, o envelhecimento humano e a questão climática com suas nuances social, econômica e humana, colocando estrutura hospitalar no centro da questão, aí, hospitais se apressam em adaptar-se a condições meteorológicas extremas e a desafios relacionados ao clima, questão de âmbito mundial ao enfrentarem cada vez mais interrupções operacionais devido condições climáticas extremas relacionadas às mudanças climáticas, levando inovar na busca por permanecerem funcionais. Na Nigéria e entre nós, Brasil, buscam adoção da telemedicina e clínicas móveis para atender pacientes em enchentes, enquanto hospitais nigerianos constroem  instalações resistentes ao clima, hospitais indianos integram energia solar para manter operações nas tempestades e sistemas de resfriamento nas ondas de calor, reduzindo emissões de carbono, enquanto hospitais norte americanos implementam práticas sustentáveis e salas de cirurgia mais ecológicas para reduzir impacto ambiental e resistir a desastres, conforme citação indiana que diz, "se construídos de forma resiliente ao clima, os hospitais podem não apenas melhorar a prestação de serviços de saúde, mas contribuir à metas ambiciosas de mitigação das mudanças climáticas." Inseridos na lógica que mudanças climáticas causam eventos climáticos mais frequentes e severos que ameaçam operações hospitalares, acesso aos cuidados de saúde e segurança dos pacientes e, para permanecerem funcionais, os hospitais devem se adaptar a desafios, ao mesmo tempo que reduzem seu impacto ambiental.

sábado, 19 de outubro de 2024

Demência

Pesquisas mostram que estilo de vida saudável reduz chances de desenvolver demência, mesmo para pessoas cujos genes as colocam em maior risco considerando que mais de 55 milhões vivem com demência, uma das maiores causas de morte e incapacidade no mundo além de, iniciativa do Wef, Davos Alzheimer's Collaborative, investindo US$ 700 milhões em 6 anos no desenvolvimento de medicamentos e diagnósticos de saúde para combater a doença. Descobriram que os genes as colocam em risco de demência podendo reduzir chances de desenvolvê-la se seguirem hábitos de vida saudável, com a OMS esclarecendo que a demência é a 7ª principal causa de morte entre doenças no mundo respondendo por milhões de idosos em incapacidade e dependência, cuja proporção aumenta nos países com a Alzheimer's Disease International esperando que os casos de demência aumentem para 139 milhões até 2050. Estudo da Academia Americana de Neurologia investigou se o risco genético poderia reduzir chances de desenvolver a doença ao acompanhar 12 mil pessoas por 30 anos pontuando conforme seguiam o Life's Simple 7 da American Heart Association, AHA, lista de hábitos de estilo de vida ligados à boa saúde cardiovascular que adicionou um 8º hábito, o sono, e a lista agora é chamada de Life's Essential 8. Os hábitos são, controle da pressão arterial na faixa saudável reduzindo pressão sobre coração, artérias e rins, controle do colesterol, redução da glicose no sangue, atividade aumentando duração e qualidade de vida, dieta saudável como prevenção de doenças cardiovasculares, perda de peso reduzindo carga sobre coração, pulmões, vasos sanguíneos e esqueleto, não fumar prevenindo doenças cardíacas. Os participantes do estudo de demência foram solicitados se pontuarem em escala de 0 a 14, dependendo dos 7 hábitos saudáveis, enquanto pesquisadores calcularam risco genético, com base se tinham variantes ligadas a chance maior ou menor de ter Alzheimer, uma das principais causas de demência, sendo que os participantes tinham idade média de 54 anos quando a pesquisa começou, cerca de 9 mil tinham ascendência europeia e 3 mil ascendência africana. No final do estudo, 1.603 pessoas com ascendência europeia e 631 pessoas com ascendência africana desenvolveram demência enquanto aqueles com maiores pontuações para seguir estilo de vida saudável eram menos propensos a demência, incluindo participantes que tinham variantes genéticas ligadas ao Alzheimer, no entanto, há ainda estudo mais recente identificando que tratar problemas de visão e colesterol pode diminuir risco de desenvolver demência.

A taxa de mortalidade por doença de Alzheimer nos EUA de 2000 a 2021 por 100 mil habitantes coloca a demência entre as 10 principais causas de morte e, naqueles com ascendência europeia, os participantes com maiores pontuações à vida saudável tiveram até 43% menos probabilidade de ter demência que aqueles com pontuações mais baixas, enquanto aqueles com ascendência africana, seguir hábitos saudáveis ​​foi associado a risco 17% menor de desenvolver a condição, embora autores do estudo falem que o menor número de pessoas com herança africana participando significa que as descobertas são menos certas para este grupo, necessitando mais pesquisas. A pesquisadora, Rosa Sancho, da Alzheimer's Research UK, esclarece que, “o risco de demência depende de muitos fatores, alguns, como idade e constituição genética, enquanto outros, como dieta e exercícios, que podemos mudar, com o estudo apoiando o conceito que o que é bom para o coração também o é ao cérebro .” Adotar hábitos saudáveis, tratar visão e colesterol alto pode reduzir o número de pessoas com demência, não apenas os indivíduos que se beneficiarão já que a OMS diz que a demência também tem altos custos sociais e econômicos globais em que 'Cuidadores Informais' incluindo familiares e amigos passam uma média de 5 horas por dia cuidando dos doentes e a conta financeira global deve chegar a US$ 2 trilhões até 2030, com organizações ao redor do mundo trabalhando para acelerar avanços na prevenção e tratamento da doença com a Davos Alzheimer's Collaborative liderada pelo Fórum Econômico Mundial e pela Global CEO Initiative on Alzheimer's Disease investindo na pesquisa e diagnóstico.

Moral da Nota: critérios revisados ​​ao diagnóstico e estadiamento da doença de Alzheimer, DA, do Alzheimer's Association Workgroup em que DA era o diagnóstico que permanecia depois do descarte de outras causas de demência com exames de sangue e imagens e, de acordo com artigo recente, DA será descartada usando biomarcadores no sangue quando pacientes vierem preocupados com comprometimento cognitivo leve, CCL, ou demência leve. Dois anticorpos monoclonais aprovados pela FDA retardam a progressão do comprometimento cognitivo em indivíduos com DCL ou demência leve por DA, e outros medicamentos em desenvolvimento à DA nas três fases, pré-clínica, sem sintomas, DCL, indivíduo com comprometimento cognitivo que não interfere nas atividades diárias e demência com comprometimento cognitivo que interfere nas atividades diárias. O princípio-chave estabelece que DA é definida pela biologia como alterações neuropatológicas no cérebro como deposição de proteína amiloide e tau, antes, descobertas que só podiam ser vistas na autópsia e, atualmente, biomarcadores para diagnóstico preciso estão disponíveis através de testes de fluido cerebrospinal que requer punção lombar ou tomografia por emissão de pósitrons, PET scan, sendo que esses testes podem ser invasivos e caros exigindo encaminhamento a especialista, agora, teremos biomarcadores no sangue que permitirão diagnosticar DA com alto grau de precisão incluindo o Beta-amiloide 42, Beta-amiloide híbrido 42/40 e a Proteína tau fosforilada, p-tau. Artigo recente no JAMA mostrou que biomarcadores no sangue, usando a proporção de 2 proteínas tau e 2 proteínas amiloides foram precisos na identificação da DA em mais de 90% das vezes com valores preditivos positivos e negativos excedendo 90%. A importância dos testes em sangue para resultados depende do contexto clínico no qual o teste é solicitado, testes não recomendados para uso em indivíduos assintomáticos.


terça-feira, 30 de julho de 2024

Saúde pública

O cirurgião-geral norte americano, Vivek Murthy, declarou que a violência armada representa crise de saúde pública nos EUA, em meio a aumento recorde no número de mortes relacionadas a armas, disse através da rede social 'X' que “pela primeira vez na história do escritório, estou emitindo Aviso do Cirurgião Geral sobre violência armada, uma crise de saúde pública representando ameaça à saúde e ao bem-estar do país", isso foi dito pois em 2022, 79% dos homicídios, 19.651 de 24.849 e 55% dos suicídios, 27.032 de 49.476, foram cometidos com arma de fogo. Explicou que espera transmitir impacto mais amplo da violência armada no país e a necessidade de resposta da saúde pública à medida que mortes e ferimentos por armas de fogo pontuam a vida diária na América, até agora, quase todos os dias de 2024, rajada de tiros atinge pelo menos 4 pessoas em algum lugar do país e, apelando aos decisores políticos considerarem medidas de segurança de armas, como proibição de armas de assalto e carregadores de munições de alta capacidade e verificações universais de antecedentes às compras de armas de fogo, pede, “aumento significativo” no financiamento à pesquisas sobre ferimentos e mortes por armas de fogo bem como acesso a cuidados de saúde mental e recursos informados sobre traumas à pessoas que sofreram violência com armas de fogo. Em 2022, 48 mil pessoas foram mortas por armas de fogo nos EUA, ou, 132 pessoas por dia, enquanto os suicídios responderam por mais de metade dessas mortes, dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, ao passo que 200 norte americanos procuram diariamente atendimento de emergência por ferimentos causados ​​por armas de fogo, conforme estimativas da pesquisa da Universidade Johns Hopkins, já que, nenhum banco de dados federal registra ferimentos não fatais por arma de fogo. Murthy, um médico, pertence ao Gabinete do Cirurgião Geral que não define nem executa políticas sobre armas, mas historicamente seus relatórios e advertências incita decisores políticos e legisladores agir, disse que esperava transmitir o impacto mais amplo da violência armada no país e a necessidade de resposta urgente de saúde pública, citando aumento do número de mortes por armas de fogo entre crianças e adolescentes observando que “o impacto da violência armada na saúde mental é mais profundo e generalizado que muitos de nós reconhece”, esclarecendo que “a cada dia, perdemos mais crianças devido à violência armada” e, concluindo que, “quanto mais crianças testemunham episódios de violência armada, mais crianças são baleadas e sobrevivem, enfrentarão uma vida inteira de impactos na saúde física e mental. ” Estudo mostra que as armas são a principal causa de morte de crianças e adolescentes, com taxas de mortalidade mais elevadas entre jovens negros e hispânicos e com pesquisadores da Universidade de Boston avaliando que no auge da pandemia, as crianças negras tinham 100 vezes mais probabilidade de sofrer ferimentos por arma de fogo que as crianças brancas e as crianças hispânicas e asiáticas registraram nesse período aumentos nos ferimentos por armas de fogo. O vice-presidente executivo de cirurgia do Hospital John Hopkins em Baltimore e diretor médico do Brady United Against Gun Violence, Joseph Sakran, avalia que a declaração do cirurgião-geral é “momento histórico soando alarme à todos os norte americanos”, acrescentando que “não pode parar aqui, temos que usar isto como mais um passo na direção certa já que ninguém quer ver mais crianças mortas a tiros.” A violência armada deveria ser enquadrada como questão de saúde argumentando que a abordagem tem sido bem sucedida no combate a problemas sociais significativos, citando esforços de controle do tabaco que se concretizaram após o relatório histórico do então cirurgião-geral de 1964, concluindo que fumar cigarros causa câncer de pulmão e outras doenças, concluindo, o Cirurgião Geral diz que “salvamos vidas e é isso que podemos fazer aqui também”, no entanto, a maioria das medidas relacionadas a armas permanecem inaceitáveis ​​no Congresso, com autoridades federais permitindo que estados usem dólares do Medicaid para pagar prevenção da violência armada e a Casa Branca apelou aos executivos dos hospitais e aos médicos recolherem dados sobre ferimentos por arma de fogo e aconselharem pacientes sobre sua utilização segura. Vale dizer que o apoio de Murthy à proibição federal da venda de armas de assalto e munições e às restrições adicionais à compra de armas atraiu ira da Associação Nacional do Rifle, dos republicanos e alguns democratas no Congresso, com o Senado norte americano confirmando Murthy no cargo por margem estreita em dezembro de 2014, mais de um ano após sua nomeação, valendo dizer que, Murthy já emitiu avisos sobre isolamento social e solidão, saúde mental dos jovens e bem-estar dos profissionais de saúde dizendo que a violência armada surge em muitas de suas conversas com jovens sobre desafios de saúde mental que enfrentam.

A violência armada explodiu nos EUA nos últimos anos desde tiroteios em massa em concertos e supermercados a brigas em escolas resolvidas a bala, quase todos os dias de 2024 há notícias de violência, em 14 de fevereiro, eclodiram tiros no desfile do Super Bowl em Kansas City, matando uma mulher e ferindo outras 22, com a maioria dos eventos atraindo pouca atenção enquanto se acumulam feridos e número de vítimas. A violência armada está entre as mais mortíferas crises de saúde pública, ao contrário de doenças como câncer e AIDS o acidentes automobilísticos e tabaco, escasso financiamento federal é destinado ao estudo da violência armada ou sua prevenção, devendo-se a alteração de frase no projeto de lei orçamentário do Congresso de 1996, ou, “nenhum dos fundos disponibilizados à prevenção e controle de lesões nos Centros de Controle e Prevenção de Doenças pode ser usado para defender ou promover o controle de armas”, de autoria de Jay Dickey, republicano do Arkansas que se autodenominava o “homem de ponta” da National Rifle Association no Capitólio e, por quase 25 anos, a alteração foi vista como ameaça e paralisou apoio e estudo da violência armada por parte do CDC (Centro de Controle de Doenças). Um grupo de acadêmicos trabalha para documentar como a violência armada percorre comunidades com resultados trágicos, fornecendo luz à medida que funcionários e comunidades desenvolvem políticas, na sua maioria, no escuro, inspirou nova geração de investigadores entrar neste campo em que pessoas que cresceram com tiroteios em massa estão determinadas investigar danos causados ​​por armas de fogo, havendo impulso, em época de aumento de ferimentos e mortes por armas de fogo. As vendas de armas atingiram níveis recordes em 2019 e 2020 quando os tiroteios dispararam, em 2021, mais pessoas morreram por incidentes com armas de fogo, 48.830, do que em qualquer ano registrado, conforme análise da Universidade Johns Hopkins decorrente dados do CDC em que armas tornaram-se principal causa de morte de crianças e adolescentes e os suicídios responderam ​​por mais da metade das mortes e os homicídios associados a 4 em cada 10, com negros 14 vezes com maior probabilidade de morrer por violência armada que os brancos e armas respondendo ​​por metade das mortes de adolescentes negros entre 15 e 19 anos em 2021, dito, pelos dados. Pesquisa de Harvard publicada no JAMA em 2022 estima que ferimentos ​​por armas de fogo se traduzem em perdas econômicas de US$ 557 bilhões de dólares anualmente, ou, 2,6% do PIB dos EUA, com violência armada afetando todos os cantos do país, com inquéritos mostrando que os norte americanos qualquer que seja a sua filiação política ou se possuem ou não armas apoiam políticas que reduzam a violência, sendo que não é segredo que estratégias propostas hoje, de detectores de metais nas escolas a policiamento reforçado, momento e forma ideais de armazenamento seguro de armas, a restrições à venda de armas têm lastro científico limitado decorrente falta de dados.

Moral da Nota: o Senado dos EUA recomenda blockchain em testes de segurança nacional, através do Comitê de Serviços Armados do Senado dos EUA o Departamento de Defesa deve explorar blockchain em aplicações de segurança nacional, incluindo gerenciamento da cadeia de suprimentos, com o Comitê de Serviços Armados do Senado dos EUA instruindo o Secretário de Defesa, General Lloyd Austin, testar aplicações potenciais da blockchain no gerenciamento da cadeia de suprimentos e outras aplicações de segurança nacional no Departamento de Defesa, DOD dos EUA. Emitiu relatório à Lei de Autorização de Defesa Nacional, NDAA, do Ano Fiscal de 2025 incluindo autorizações específicas à programas do Exército, Marinha, Aeronáutica e Defesa em geral, reconhecendo potencial da tecnologia para melhorar cadeias de abastecimento de defesa nacional dos EUA e competitividade econômica, textualmente, “o comitê observa que blockchain tem potencial de melhorar integridade criptográfica da cadeia de fornecimento de defesa, melhorar integridade dos dados e reduzir risco de manipulação ou corrupção de certos tipos de dados por concorrentes próximos.” Deseja que o DOD explore casos de uso blockchain “para atingir objetivos de segurança nacional e criar dados seguros, transparentes, responsáveis ​​e auditáveis ​​relacionados às cadeias de abastecimento”, sendo que o relatório do comitê instrui Austin fornecer relatório até 1º de abril de 2025, devendo incluir 6 conclusões principais, ou, “um plano à programas piloto ou esforços de pesquisa e desenvolvimento para explorar tecnologia blockchain em aplicações de segurança nacional, incluindo gestão da cadeia de suprimentos, segurança cibernética à ativos de infraestrutura crítica e auditabilidade de compras.” Inclui ainda identificação dos benefícios e riscos blockchain no rastreamento e gerenciamento da cadeia de suprimentos, análise atual da adoção blockchain na indústria da cadeia de suprimentos e em países estrangeiros, como China e Rússia, e identificação de viabilidade e estimativas de custos, ao passo que membros do comitê do Senado dos EUA consideram adoção blockchain em futuro próximo, os políticos norte americanos começam defender a adoção do Bitcoin, BTC, e das criptomoedas.