Estudo nos EUA sobre internação em saúde mental pediátrica informa que se concentram em hospitais infantis, daí, buscar características associadas à internação entre consultas de saúde mental pediátrica no PS em amostra nacionalmente representativa sendo que a hospitalização psiquiátrica no pronto-socorro, PS, pode passar por internações prolongadas quando não há leito adequado disponível. Retrospecto transversal examinou consultas de saúde mental em pronto-socorros por crianças de 5 a 17 anos através da Pesquisa Nacional de Assistência Médica Ambulatorial Hospitalar de 2018-2022, utilizando amostra probabilística gerando estimativas nacionais com a regressão logística da pesquisa examinando associação entre características das consultas e internação, definido como duração da consulta em torno de 12 horas. Em 5.900.704 visitas estimadas de saúde mental pediátrica ao pronto-socorro em nível nacional nos EUA, 42,9% de 15 a 17 anos, 56,4% mulheres, 25,2% resultaram em admissão ou transferência e, 32,1% tiveram duração em torno de 12 horas chegando a conclusão que 1 em cada 3 atendimentos de saúde mental pediátrica no pronto-socorro com internação ou transferência ultrapassou 12 horas, ao passo que as diferenças na internação por raça, etnia e plano de saúde, refletem desigualdades no acesso a serviços psiquiátricos e, para reduzir a internação no pronto-socorro há necessidade de aprimorar o acesso das crianças aos serviços de saúde mental no espectro de cuidados. Dados da Pesquisa Médica Ambulatorial Nacional de Hospitais de 2018-2022 nos EUA, estimam que atendimentos de saúde mental pediátrica que resultam em admissão ou transferência sugere necessidade de atenção à melhor acesso ao tratamento definitivo em saúde mental, além da identificação de diferenças na internação. A autora principal da pesquisa publicada no periódico JACEP Open, Jennifer Hoffmann, MD, MS, Diretora Médica de Saúde Comportamental, Medicina de Emergência no Ann & Robert H. Lurie Children's Hospital de Chicago e Professora Assistente de Pediatria na Faculdade de Medicina Feinberg da Universidade Northwestern, esclarece que "o estudo ressalta problemas com o acesso a cuidados de saúde mental em crianças e adolescentes, que muitas vezes enfrentam internações prolongadas no pronto-socorro porque não há um leito psiquiátrico disponível". Fala em prosseguimento da crise de saúde mental juvenil com observação de quadros psiquiátricos graves no pronto-socorro em que a maioria das crianças procura por atendimento de emergência em hospitais para adultos que muitas vezes têm recursos pediátricos limitados comparados a hospitais infantis, podendo não estar preparados para fornecer o suporte necessário, já que, a amostragem do estudo foi representativa das consultas pediátricas em pronto-socorros por problemas mentais, com apenas 1% ocorrendo em hospitais infantis, destacando que, diante tal situação, o financiamento contínuo é essencial aos Serviços Médicos de Emergência para Crianças, EMSC, um programa federal que oferece treinamento a hospitais não pediátricos no país sobre atendimento eficiente e eficaz a jovens no pronto-socorro. O estudo descobriu que os jovens com seguro público tinham maior probabilidade de permanecer no pronto-socorro por mais de 12 horas esperando por leito psiquiátrico, destacando desigualdades no acesso aos serviços de saúde mental com a pesquisa avaliando registros de 5,9 milhões de atendimentos de saúde mental em serviços de emergência por crianças de 5 a 17 anos em período de 4 anos estimando-se que 1,4 milhão dos atendimentos resultaram em internação ou transferência. A Dra. Hoffmann sugere soluções potenciais à aumentar o acesso dos jovens aos cuidados de saúde mental incluindo maior uso de telessaúde, serviços de saúde mental nas escolas e integração dos cuidados de saúde mental à atenção primária, além de mencionar as emergentes clínicas de atendimento de urgência psiquiátrica bem como prontos-socorros psiquiátricos autônomos que podem ajudar atender à crescente demanda por serviços mentais em crianças e adolescentes.
Ainda nos EUA, em relação a dependência de opioides, a sub-dosagem no tratamento pode levar à overdose de fentanil considerando que o risco de abandono do tratamento é significativo nos pacientes que normalmente enfrentam graves desafios, embora podem doar ou vender comprimidos extras, com pesquisas mostrando que os comprimidos obtidos ilegalmente são comumente usados à auto-tratamento e na tentativa de controle da abstinência auxiliando o abandono do uso de opioides quando o tratamento não está disponível. O desafio na busca pela dose certa de tratamento torna-se mais agudo à médicos e pacientes decorrente popularização do fentanil nos EUA a partir de 2013, agora, dominando o fornecimento não regulamentado de opioides, 50 vezes mais potente que a heroína, o fentanil supera a capacidade de baixas doses de buprenorfina de neutralizar seus efeitos também conhecida pelo nome comercial Suboxone, mistura de buprenorfina e naloxona, medicamento opioide com a peculiaridade de ativar receptores opioides do cérebro e bloqueá-los parcialmente proporcionando efeitos opioides suficientes para prevenir sintomas de abstinência e a vontade de fumar, além de bloquear a recompensa da euforia aliviando dor como outros opioides mas não causando parada respiratória além de reduzir o risco de morte por overdose em 70% . A preocupação geral que doses muito altas possam ter efeitos tóxicos não isenta preocupação de pesquisadores e médicos que o uso de doses muito baixas em tratamentos pode causar danos incluindo morte de pacientes que retornam ao fentanil por conta da descoberta em relatos, já em 1999, de evidências que benefícios da buprenorfina aumentam gradualmente até 32 mgrs, daí, em doses mais altas, pacientes permanecem em tratamento por mais tempo usando opioides ilícitos com menos frequência, apresentando menos complicações como hepatite C, menos visitas ao pronto-socorro e hospitalizações além de sofrimento menor com dores crônicas, considerando que, exames de imagem cerebral mostram que a buprenorfina em doses de 32 mgrs ocupa mais receptores opioides, mais de 90% dos receptores em algumas regiões do cérebro comparada com doses mais baixas, sendo que estudo demostra que uma dose suficientemente alta de buprenorfina pode prevenir diretamente a overdose de fentanil. Por fim, na gravidez, sintomas de abstinência podem se intensificar decorrente alterações metabólicas que reduzem a concentração sanguínea da maioria dos medicamentos e, uma dose mais alta pode ser necessária para manter o nível de efeitos que apresentavam antes da gravidez, além disso, pacientes com dor crônica, transtorno de estresse pós-traumático, ou, uso prolongado de opioides, tinham maior probabilidade de encontrar alívio com uma dose acima de 24 mgrs.
Moral da Nota: a combinação de dados de mapas desalinhados é desafio na pesquisa global sobre saúde e ambiente, sendo que o desenvolvimento de modelo de combinação de dados geográficos de saúde incompatíveis e desenvolvida para permitir integração rápida precisa de conjuntos de dados espacialmente desalinhados, aí, a previsão da poluição do ar e mapeamento de doenças. O estudo foi publicado na revista Stochastic Environmental Research and Risk Assessment, tratando-se de conjunto de dados que descrevem fatores socio-ambientais como prevalência de doenças e poluição, coletados em diversas escalas espaciais, variando de valores pontuais à locais específicos incluindo dados de área ou rede onde valores são agregados em regiões tão extensas quanto países e, mesclar esses conjuntos de dados geograficamente inconsistentes é desafio técnico difícil abraçado pela bioestatística Paula Moraga e o doutorando Hanan Alahmadi. Combinar dados espaciais disponíveis em diferentes resoluções como concentrações de poluentes medidas em estações de monitoramento e por satélites, com dados de saúde relatados em diferentes níveis de limites administrativos, segundo a Dra Moraga, serviu ao "desenvolvimento de métodos inovadores para analisar padrões geográficos e temporais de doenças quantificando fatores de risco e permitindo detecção precoce de surtos", através de modelo de abordagem bayesiana usada para integrar conjuntos de dados espaciais que exploram por meio de um "passeio aleatório" com algoritmos decidindo o próximo passo com base no anterior até chegarem o mais próximo possível da distribuição alvo", no entanto, pode consumir tempo computacional levando pesquisadores usarem uma estrutura chamada Aproximação Integrada de Laplace Aninhada, INLA. Demonstraram o poder do modelo integrando dados pontuais e de área em estudos de caso relativos a prevalência da malária em Madagascar, poluição do ar no Reino Unido e risco de câncer de pulmão no Alabama, EUA, e, em todos, o modelo melhorou velocidade e precisão das previsões ao mesmo tempo que forneceu informações sobre importância de diferentes escalas espaciais. Os estudos mostraram que os dados pontuais desempenharam papel dominante, no entanto, a influência dos dados de área foi maior no estudo sobre poluição do ar devendo principalmente ao fato dos dados de área sobre poluição do ar terem resolução mais precisa que os tornou mais informativos e complementares aos dados pontuais, por fim, o projeto aborda necessidade de ferramentas de análise de dados que apoiem decisões em evidências de políticas de saúde e ambiente, por exemplo, se as autoridades de saúde pública puderem avaliar rapidamente a prevalência de doenças, poderão trabalhar de modo mais eficaz para alocar recursos e intervir em áreas de alto risco.