quarta-feira, 23 de julho de 2025

Compromisso Global

A Agência Internacional de Energia, AIE, indica em último relatório que o metano excede levemente níveis registrados em 2019, ponto mais alto de concentração em efeito estufa, embora o Global Methane Tracker se concentre na indústria de combustíveis fósseis, a agricultura é maior produtora de metano que responde por 30% do aumento da temperatura global desde a Revolução Industrial, mesmo com a produção de CO2 maior, o metano é 80 vezes mais potente no aquecimento do planeta, parte do risco como gás de efeito estufa que mais cresce. Nos últimos anos tem aumentado progressivamente e, em 2024, sua concentração quase ultrapassa o recorde de 2019 referindo-se como gás produzido por combustíveis fósseis e, conforme observado pela AIE no relatório anual que se concentrou na quantidade de  metano emitida pelo petróleo, gás e carvão no mundo, daí, é verdade que o maior produtor de metano é o setor agroindustrial decorrente decomposição de esterco animal e matéria orgânica decomposta em águas paradas sem tratamento adequado, ao passo que, a 3ª fonte de metano no mundo são resíduos como o lixo. O foco da AIE no metano produzido pelo petróleo, carvão e gás, ressalta a China maior poluidor em 2024, especialmente devido ao carvão que extrai, seguida pelos EUA, Rússia, Irã e Turcomenistão e, em menor grau, Índia, Venezuela e Indonésia e, na maioria deles, fatores poluentes são petróleo e gás com fato adicional que a infraestrutura abandonada de combustíveis fósseis é a 4ª maior fonte de emissões de metano. A AIE coleta informações com 25 satélites cujos dados são, em média, 80% mais exatos em relação aos que países relatam à Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas, concluindo-se que a sub-notificação se repete no mundo e o único continente onde tal lacuna não existe é a Europa, segundo a AIE,  esclarecendo que ocorre porque os europeus enviam inventários regularmente e alguns produtores relatam emissões com base em dados já medidos. O Global Methane Pledge promovido pela UE e EUA em 2021 em Glasgow, foca ações à reduzir emissões globais de metano em pelo menos 30% até 2030 comparadas aos níveis de 2020 e, desde sua criação, 159 países e o bloco europeu aderiram ao compromisso, incluindo nações produtoras de petróleo, no entanto, esforços são ainda insuficientes já que metade da indústria de combustíveis fósseis não tem compromissos em atingir emissões líquidas zero de metano e, conforme a AIE, dos maiores poluidores de metano, apenas EUA, Indonésia e Turcomenistão aderiram ao pacto, com a agência estimando que 70% das emissões de metano provenientes de combustíveis fósseis poderiam ser evitadas com a tecnologia existente e de baixo custo.

O combustível fóssil responde atualmente por um terço das emissões de metano proveniente da atividade humana e, a  produção recorde de petróleo, gás e carvão, combinada a esforços limitados de mitigação, mantem emissões anuais acima de 120 milhões de toneladas, Mt, além de Poços e minas abandonados incluídos pela primeira vez no Rastreador Global de Metano de 2025 contribuíram com 8 Mt às emissões em 2024, considerando que a produção e o consumo de bioenergia resultam em mais 20 Mt de metano, grande parte da combustão incompleta de biomassa tradicional usada para cozinhar e aquecer em economias em desenvolvimento, pedindo urgente modernização. Agricultura e os resíduos são fontes de emissões de metano, no entanto, o fornecimento de combustíveis fósseis oferece maior potencial à reduções imediatas nas emissões de metano, soluções que reduzem emissões nos combustíveis fósseis à quase zero  e poderiam ser implementadas a baixo custo, ou, negativo, em que 5% da produção global de petróleo e gás atende a padrão de emissões próximo de zero, 3 milhões de barris/dia de petróleo e 130 bilhões de mts³ de gás natural, levando atores estabelecerem metas de redução das emissões de metano até 2030, no entanto, até o momento, poucos países ou empresas formularam planos reais de implementação aos compromissos e menos ainda demonstraram reduções de emissões verificáveis, relativas ao carvão a vapor e linhito, carvão de coque, instalações abandonadas. A sub-notificação leva a distorção, ou, emissões medidas tendem ser maiores que relatadas e, à medida que dados medidos são disponibilizados mostram que a estimativa do total de emissões de metano relacionadas à energia global é 80% maior que o total relatado pelos países à UNFCCC, Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima, lacuna mais estreita na Europa onde países enviam regularmente inventários e produtores relatam emissões com base em dados medidos, já que, dados aprimorados levarão a alocação de recursos mais eficiente e confiança nos esforços de redução de emissões. Além dos 25 satélites em órbita que fornecem informações sobre emissões de metano, novos satélites focados em metano entraram em operação em 2024, incluindo o MethaneSAT e o Tanager-1, que possuem limiares de detecção sensíveis e fornecem dados de alta resolução, com dados do MethaneSAT mostrando que fontes dispersas que emitem menos de 500 kg de metano/hora respondem ​​por parcela significativa liberadoa nas principais bacias produtoras de petróleo e gás, somados às evidências dos EUA indicando importância em abordar super-emissores quanto fontes menores, considerando que, análise do Carbon Mapper em mais de 2 mil plumas de metano ao redor do mundo indica que um quarto das fontes de emissões detectadas em instalações de petróleo e gás eram recorrentes, ou seja, vazamento detectado em várias ocasiões no mesmo local, já, dados do Sentinel 5P, que opera há vários anos, sugerem que as emissões de eventos de super-emissão em instalações de petróleo e gás atingiram recorde em 2024 apesar da redução na cobertura, ou seja, o número de dias que as observações foram possíveis. 

Moral da Nota: a ONG Clean Air Task Force relatou altos níveis de emissões escapando dos campos de petróleo na Romênia e, quase 3 anos depois de mais de 100 países se comprometerem controlar suas emissões de metano, vazamentos continuam proliferar, valendo lembrar que na COP26 de 2021, 160 países aderiram ao Compromisso Global sobre Metano se comprometendo limitar emissões em 30% até 2030, comparados aos níveis de 2020. A Clean Air Task Force uma das organizações nos alerta sobre o metano emitido deliberadamente por instalações de combustíveis fósseis, caso da Romênia, no entanto, novas regulamentações da UE em vigor a partir de maio de 2025, dificultará tais vazamentos evitando que fiquem impunes, considerando obrigatoriedade das empresas em monitorar e limitar suas emissões ou enfrentar penalidades, valendo dizer que, iniciativas da indústria na Romênia são limitadas pois o país abriga infraestrutura antiga e propensa a vazamentos.