O Sistema de Contas Nacionais 2025, SCN 2025, do PNUMA, Programa da ONU ao Meio Ambiente, incentiva governos tratar o esgotamento de recursos naturais, petróleo, gás e minerais, como custo às economias fornecendo orientação sobre reflexão dos fatores que afetam o bem-estar e resiliência a longo prazo, quer dizer, mudança de paradigma no modo como países devem medir o crescimento econômico, podendo fazer com que extração de combustíveis fósseis pareça menos valiosa, redefinindo crescimento econômico levando em conta esgotamento dos combustíveis fósseis. A mudança fundamental é a utilização do PIB ao produto interno líquido, PND, como "meio conceitualmente preferido de crescimento econômico", se implementada, impactaria nos países que dependem da extração de recursos e, de acordo com o estatístico-chefe do Fundo Monetário Internacional, Noruega, Rússia e Arábia Saudita podem ver seus NDPs encolherem entre 10 e 20% quando o esgotamento de petróleo e gás for levado em consideração. O economista do PNUMA, Pushpam Kumar esclarece que o uso do PND resolve "até certo ponto" a questão que números do PIB superestimando benefícios econômicos da detenção e extração de combustíveis fósseis e o recálculo levaria governos repensar planos de exploração e extração, considerando recomendação que recursos de energia renovável, barragens hidrelétricas, turbinas eólicas e painéis solares, sejam "explicitamente reconhecidos, boa notícia à países ricos como o Canadá em energia hidrelétrica, no entanto, a abordagem não impulsionaria economias de países com muito sol e vento a menos que tivessem painéis e turbinas para transformar tais recursos em energia. Na reunião anual da Comissão Estatística da ONU, em Nova York, mais de 600 estatísticos-chefes do mundo se comprometeram implementar o novo SCN em seus países até 2030, considerando que o SCN 2025 fornece “orientações explícitas” sobre como contabilizar “produção de eletricidade e aquecimento pelas famílias, à venda e uso final próprio”, além da recomendação da inclusão de terras, depósitos minerais, reservas de combustível, recursos de energia renovável, florestas ou outras vegetações e animais selvagens nos balanços, desde que as instituições estejam em condições de se beneficiar deles, seriam "identificados como categoria separada dentro da classificação de ativos". Bram Edens, estatístico da Organização à Cooperação e Desenvolvimento Econômico, diz que a “contabilidade não se traduz em políticas até que analistas e tomadores de decisão tomem nota e mudem o curso de ação” com Ken Henry saudando o SCN 2025 como “trabalho impressionante” explicando que a métrica atual apoia "desmatamento em larga escala à madeira e agricultura, o esgotamento rápido dos outros recursos naturais e a queima de combustíveis fósseis não leva em conta consequências de longo prazo" e, apontando à escalada das crises climática e biodiversidade, alertou que as consequências eclipsariam até mesmo os piores colapsos econômicos e, ao adotar o novo SCN, os países agiriam com base na realidade que "a nossa é, inevitavelmente, uma economia finita, assim como a biosfera da qual fazemos parte".
Análise da Environmental Defence Canada demonstra em análise produzida como parte do esforço para envolver em futuro de matriz energética, que Toronto pode suprir necessidades futuras de energia sem gás ou energia nuclear já que mais de 50% do aumento projetado na demanda de eletricidade seria atendido de forma econômica nos limites da cidade, usando gerenciamento do lado da demanda, armazenamento e energia solar em telhados. Consultas com o Operador Independente do Sistema Elétrico de Ontário, IESO, buscam determinar como a maior cidade do Canadá e regiões vizinhas se abastecerão nas próximas décadas, em "visão de alto nível" divulgada ao planejamento elétrico, com a Environmental Defence concluindo que mais gás ou energia nuclear não são a resposta, principalmente após ataques econômicos do governo Trump que destacam riscos de depender de combustíveis fósseis importados dos EUA. Toronto consome 24 terawatts-hora, TWh, de eletricidade anualmente, com pico atingindo 4.700 megawatts, MW, em 2023 e, com base nas projeções do IESO para 2035, no verão 6.300 MW e inverno 7.000 MW, com a Environmental Defence estimando que o uso anual de eletricidade da cidade aumentará à 34–37 TWh até lá, 10 a13 TWh em relação ao consumo atual e que a cidade poderia suprir mais de 50% desse aumento de demanda projetado até 2035 através de Programas de resposta à demanda com adaptações de eficiência energética, termostatos inteligentes, programas de flexibilidade comercial e industrial e mudança de carga de veículos elétricos reduzindo consumo de eletricidade em 3,6 TWh, além de expansão em 50 % da energia solar em telhados gerando 4,9 TWh/ano, sendo que o plano climático de Toronto já promete 100% de cobertura de telhados até 2050 e, por fim, armazenamento de energia maximizando em escala de serviços públicos, residencial e térmico à mil MW até 2035 alinhado a meta de 2.000 MW da TransformTO. Estimativas do IESO diz que as fontes de eletricidade mais acessíveis de Ontário em 2024 foram eólica em grande escala, US$ 48/MWh, e solar, US$ 69/MWh, indicando que os custos devem cair à US$ 42/MWh à eólica e US$ 47/MWh à solar, com base em projeção de 2022, além de estimar que energia nuclear convencional em US$ 140/MWh e pequenos reatores modulares em US$ 155/MWh em 2024 e gás em valor ainda mais alto, US$ 185/MWh. O IESO constatou que medidas de eficiência energética são opção mais barata, custando US$ 20/MWh para economizar eletricidade em vez de gerar novo fornecimento e a energia solar em telhados custaria US$ 157/MWh caindo à US$ 70/MWh até 2050, no entanto, custos reais devem levar em conta a economia obtida ao evitar custos de transmissão, segundo o Environmental Defence, além do armazenamento de energia que recebeu contratos custando menos da metade do preço de novas usinas a gás", lembrando que o preço médio ponderado do armazenamento foi de US$ 672/MW-dia comparado com US$ 1.681 ao gás. Relatório Clean Energy Canada mostra que economias mensais de US$ 700 à um motorista de Vancouver que mudou ao VE, US$ 550 à família de Toronto que adotou atualizações de eficiência e US$ 777 à família de Vancouver que fez o mesmo, mostra economias mensais que variam de US$ 21 por mês em Alberta a US$ 921 na Ilha do Príncipe Eduardo à uma casa isolada, refletindo diferenças no aquecimento por província, com economias menores, bastante variáveis, à casas geminadas e condomínios, desmentindo mitos persistentes sobre veículos elétricos, explicando que carros a gasolina emitem 3 vezes mais poluição ao longo da vida útil, baterias dos veículos elétricos podem durar mais de 20 anos de uso, muitas vezes mais que o próprio veículo e a autonomia média diária de um carro a gasolina canadense, 60 kms, é menor que a autonomia média de um veículo elétrico, 480 kms.
Moral da Nota: Paris vota para tornar mais 500 ruas livres de carros e, no Reino Unido, os primeiros moradores se mudam à cidade recém-construída nos arredores de Cambridge, onde a bicicleta, não o carro, tem a prioridade, com o referendo em Paris aprovando proposta da prefeitura de fechar 500 ruas à carros e remover 10% das vagas de estacionamento existentes, com 66% dos eleitores dizendo, sim, no entanto, a participação foi baixa, 4% dos eleitores elegíveis votaram levantando questões sobre a força da medida. As faixas de carros e vagas de estacionamento serão substituídas por "mistura de pavimentação e áreas plantadas, tendendo a proporção de dois terços de pavimentação à um terço de plantio", as "ruas verdes" mais frias e porosas são projetadas para reduzir o efeito de ilha de calor urbana e melhorar resiliência alimentar, com a Bloomberg dizendo que, "o objetivo é tornar 5 a 8 ruas por bairro exclusivas à pedestres, com moradores locais consultados para determinar quais ruas seriam mais adequadas". Já o empreendimento Waterbeach, nos arredores de Cambridge, de 3 kms², possui ciclovias ladeadas por canteiros verdes e carros relegados a vagas de estacionamento atrás das casas, recebendo moradores voltados à bicicletas, que moldada por circunstâncias únicas incluiu congestionamento intenso nas vias locais de transporte, tem 6.500 casas em construção e "está programada para ser grande o suficiente justificando infraestrutura específica incluindo ciclovias e conexões de transporte público".