terça-feira, 2 de setembro de 2025

Transição Energética

A Suécia lidera o ETI, Índice de Transição Energética 2025 do Fórum de Davos, indicando melhoria na descarbonização rumo à energia sustentável, embora, haja variações globalmente sendo que países com melhor desempenho são os países nórdicos, enquanto Letônia e  Emirados Árabes Unidos se destacam pelas ​​melhorias ano pós ano com estratégias eficazes, bem financiadas e orientadas por metas globais personalizadas surgindo como caminho a seguir e apoiadas pela cooperação global com resultados tangíveis. A transição energética registrou sua maior melhora desde 2021 marcando início da crise energética com o ETI 2025 registrando  aumento anual de 1,1% nas pontuações globais, mais que o dobro do ritmo médio dos últimos 3 anos, em estrutura  que avalia 118 países em dimensões de desempenho do sistema, ou, segurança, equidade e sustentabilidade e dimensões que refletem prontidão à transição em que energia limpa é o motor ao crescimento econômico atraindo mais de US$ 2 trilhões em 2024, dobro de 2020, gerando mais de 16 milhões de empregos. O relatório constata que investimentos estão abaixo dos US$ 5,6 trilhões anuais, necessários até 2030, incluindo US$ 2,2 trilhões em mercados emergentes à se alinhar a trajetória zero emissões líquidas cujo progresso no mundo é desigual com velocidades e abordagens variadas adotadas pelos diversos países, embora haja caminhos à atingir zero líquido, o relatório destaca que compartilhar conhecimento é prioridade para acelerar transição energética em momento de tensões geopolíticas, volatilidade econômica e interrupções na cadeia de suprimentos.

O melhor desempenho no ETI se manteve relativamente estável desde 2024, liderados pelos europeus que emergiram como líderes globais da descarbonização com países nórdicos na vanguarda tendo a Suécia, ETI 77,5, em primeiro, seguida pela Finlândia, 71,8, Dinamarca, 71,6, e Noruega, 71,5, sendo que a  Suíça, 71,0, aparece  em 5º lugar, compartilhando 5 fatores comuns, ou, matriz energética limpa diversificada, grande porcentagem de energia renovável e nuclear comparada à combustíveis fósseis, por exemplo, energias renováveis ​​representando 83% na Suíça e 80% na Suécia . Governos proporcionam certeza de longo prazo através de metas climáticas claras com políticas à eletricidade de baixo carbono e eficiência energética, modernizando e expandindo redes à acomodar renováveis ​​e geração descentralizada de energia, além de políticas industriais verdes nos principais mercados ETI visando gerar investimentos públicos e privados em tecnologias de escala como hidrogênio, armazenamento de energia e redes inteligentes, buscando descarbonizar produção e uso de energia com o caso da Suécia com o maior número de bombas de calor per capita do mundo, um dos primeiros países estabelecer unidade de produção de aço verde. O relatório ETI 2025 nos Lembra que países com melhor desempenho conseguem apoio público em impostos ambientais, acesso justo à energia verde e sistemas de bem-estar social fortes visando amortecer impacto da transição energética, no entanto, apesar do desempenho estável na transição energética, o maior impulso surge em outras partes do mundo, caso da Letônia com ETI 69,4, maior crescimento, beneficiando-se de recursos hidrelétricos, com variação anual de 7,9%, no top 10 pela primeira vez em 2025, pontuação sustentada por ganhos no acesso equitativo à energia e novos investimentos, além de fatores com a queda de 59% nos preços da eletricidade e participação de energias renováveis ​​na matriz energética permitindo independência, embora a energia hidrelétrica na matriz energética tenha diminuído com combustíveis fósseis, a Letônia se beneficiou do crescimento de renováveis, como eólica, solar e bioenergia. Os EAU estão diversificando a economia e matriz energética, com variação anual de 7,85% na pontuação ETI, maior melhoria no Oriente Médio, graças a investimentos na expansão da capacidade renovável, maior parte da energia oriunda do gás natural e petróleo, no entanto, investe no potencial solar desde 2014 e a maior parte da capacidade adicionada na energia solar, com o relatório ETI atribuindo progresso às reformas de subsídios direcionadas e à maior eficiência energética, destacando políticas focadas em acelerar a descarbonização. A China continua como referência na transição energética, ETI 67,5, 12ª posição global, ator fundamental na transição com aumento de 2,2 %, liderando a Ásia e alcançando a 5ª maior pontuação global em prontidão, com o  relatório ETI atribuindo liderança contínua em renovável aos ecossistemas de inovação bem desenvolvidos e solidez financeira.

Moral da Nota: o Carbon Brief relatou que as emissões de CO2 permaneceram estáveis ​​ou em queda por mais de um ano apesar da demanda por energia, além do rápido crescimento da geração renovável superando crescimento médio de demanda, reduzindo uso de combustíveis fósseis, sendo que as energias renováveis representam atualmente 50% da matriz energética chinesa, nos levando observar experiências dessas economias vital para acelerar transição em outros mercados com estratégias eficazes e bem financiadas orientadas por objetivos globais e adaptadas às circunstâncias e recursos de cada país, surgindo como caminho seguir, incluindo aí, a atualização da infraestrutura para melhor acomodar as renováveis, o desenvolvimento de força de trabalho à transição e fomento da inovação energética. O relatório do ETI conclui que os objetivos que não podem depender de iniciativas de mercado único, mas sim de alianças globais e regionais em cooperação que deve migrar de alianças estratégicas mais amplas à iniciativas focadas na execução, visando alcançar resultados tangíveis para acelerar a transição à futuro energético mais sustentável, equitativo e seguro.

Em tempo: o Parlamento francês aprovou a lei agrícola Duplomb-Menonville, que prevê a reintrodução excepcional do pesticida da classe dos neonicotinóides, o acetamipride, proposta que dividiu a Assembleia Nacional já que o  acetamipride, proibido na França em razão do potencial cancerígeno e, autorizado em outros países da UE até 2033, é defendido por produtores de beterraba e avelã sob alegação de não terem alternativas eficazes contra pragas, no entanto, apicultores alertam aos riscos à saúde das abelhas com a  lei prevendo reavaliação da autorização pós 3 anos e, depois, anualmente por conselho de supervisão.