Incêndios florestais no Canadá transformaram-se em catástrofe ambiental com chamas consumindo extensões de floresta enquanto liberam bilhões de toneladas de CO2 na atmosfera, tornando-se a 2ª pior temporada de incêndios florestais da história canadense superada apenas pelos de 2023, em junho, haviam devorado 3,7 milhões de hectares, quase 5 vezes os 800 mil hectares típicos queimados no mesmo período em anos anteriores, em julho, devastaram 5.863.583 hectares, área equivalente à Croácia, ou, mais que o dobro da média de 10 anos de 2.488.772 hectares afetados no período. Relatório Nacional de Situação de Incêndios Florestais de 23 de julho, emitido pelo Ministério dos Recursos Naturais do Canadá, observou que a fumaça "dos incêndios florestais pode ofuscar o sol e criar nasceres e pores coloridos, pode causar problemas de qualidade do ar em grupos sensíveis, sendo que o Relatório Stanford entrevistou médicos que tinham visão mais séria da situação, um deles observou que "os dados indicam que não existe nível seguro de exposição à fumaça de incêndios florestais, quanto maior a exposição, pior a gama de resultados à saúde, outro especialista acrescenta que "a fumaça dos incêndios florestais é 10 vezes mais tóxica que a poluição atmosférica normal da queima de combustíveis fósseis. Artigo da CBC de 20 de julho nos informa que "o Canadá abriga um quarto das turfeiras do mundo, ou, áreas úmidas pantanosas rico depósito de carbono de milhões de anos de decomposição da vida vegetal e animal, também estão queimando, mas, a escala das emissões dos incêndios nas turfeiras não é contabilizada nas estatísticas governamentais, grande parte da área é vulnerável à ameaça de incêndio, quer dizer, está na zona de floresta boreal onde árvores como o abeto negro, propensas a incêndios, são comuns e com depósitos de carbono no solo podem tornar as turfeiras inflamáveis, especialmente nos períodos de seca. Vale dizer, que incêndios de turfa ardem lentamente por períodos mais longos em vez de se alastrarem em uma única chama gigante, alguns podem durar meses ou anos, conforme pesquisadores, liberando carbono na atmosfera, assim, as turfeiras são parcialmente transformadas de sumidouro vital de carbono à fonte mortal de carbono, isto decorre porque as mudanças climáticas tornaram o clima propício à incêndios mais frequentes e severos agravando as próprias mudanças climáticas. Pesquisadores da Universidade McGill em Montreal descobriram que poços de petróleo e gás inativos abandonados no Canadá emitem quase 7 vezes mais metano que as estimativas oficiais, significando que emissões de metano desses poços são 230 quilotoneladas/ano em oposição à estimativa do governo de 34 quilotoneladas, com o governo se preparando para aumentar a extração e exportação de petróleo e gás, com o World Resources Institute calculando que a temporada de incêndios florestais de 2023 no Canadá "produziu 3 bilhões de toneladas de CO2, ou, 4 vezes as emissões de carbono da aviação global em 2022", concluiu ainda que, ocorreu em contexto que, em escala global, "incêndios florestais queimam o dobro da cobertura florestal que há 2 décadas".
Fumaça de incêndios florestais é mistura que vincula efeitos na saúde composta por poluentes gasosos como o monóxido de carbono, poluentes atmosféricos perigosos, HAPs, ou, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, vapor d'água e poluição por partículas que representam o componente principal da fumaça dos incêndios florestais e a principal ameaça à saúde pública, também chamada de partículas, material particulado ou MP, termo geral à mistura de gotículas sólidas e líquidas suspensas no ar. A fonte de poluição mais comum por partículas são as atividades relacionadas à combustão como incêndios florestais devido à diversificação em que se apresentam em tamanhos e formas diversas, algumas tão pequenas só visíveis através de microscópio eletrônico podendo ser compostas por diferentes componentes incluindo ácidos, por exemplo, ácido sulfúrico, compostos inorgânicos, por exemplo, sulfato de amônio, nitrato de amônio e cloreto de sódio, produtos químicos orgânicos, fuligem, metais, partículas de solo ou poeira e materiais biológicos, por exemplo, pólen e esporos de mofo. No incêndio florestal ou atividades relacionadas à combustão as concentrações de partículas aumentam no ar a ponto de se tornarem visíveis a olho nu em que o material particulado fino inalável, PM2,5, é o poluente atmosférico de maior preocupação à saúde oriundo de incêndios florestais, podendo atingir pulmões e corrente sanguínea, sendo os mais susceptíveis os portadores de doenças cardiovasculares ou respiratórias, idosos, crianças menores de 18 anos, gestantes, trabalhadores ao ar livre e pessoas de menor status econômico. As partículas podem ser agrupadas em grossas e finas com as primeiras conhecidas como PM10-2,5, com diâmetros maiores que 2,5 µm e menores ou iguais a 10 µm, geradas por operações mecânicas em construção e agricultura, enquanto pequena porcentagem está presente na fumaça de incêndios florestais, as partículas finas conhecidas como PM2,5, com 2,5 µm de diâmetro ou menores representam o principal poluente emitido pela fumaça de incêndios florestais, compreendendo 90% da massa total de partículas, este grupo também inclui partículas ultrafinas classificadas como tendo diâmetros menores que 0,1 µm. O foco na poluição ambiental é, em parte, reflexo da duração relativamente curta dos eventos de incêndios florestais, ou seja, dias a semanas e do número pequeno de eventos de saúde, por exemplo, internações hospitalares diárias ao longo de semanas em evento de incêndio florestal, comparados com anos de dados, por exemplo, internações hospitalares diárias ao longo de vários anos disponíveis para examinar a relação entre poluição do ar ambiente e saúde, resultando em informações descritas sobre efeitos à saúde da exposição à fumaça de incêndios florestais enraizadas na evidência científica que demonstra relação entre exposição à poluição por partículas finas e efeitos à saúde. Evidências epidemiológicas com foco na poluição por partículas, especificamente fumaça de incêndios florestais, apoiam a conclusão ao demonstrar efeitos semelhantes à saúde à partículas finas atribuídas à fumaça de incêndios florestais, dias com fumaça, comparados com partículas finas geradas por outras fontes, dias sem fumaça.
Moral da Nota: estudo demonstra que o clima extremo no verão custou à Europa 43 bilhões de euros em que fenômenos meteorológicos extremos e aquecimento global continuarão tornando as catástrofes cada vez mais intensas e frequentes, conclusão, de estudo divulgado pela economista e pesquisadora Sehrish Usman, da Universidade de Mannheim, Alemanha.Cerca de 100 ondas de calor, quase 200 secas e mais de 50 inundações atingiram regiões da Europa, segundo economistas, somando-se a esses eventos extremos incêndios florestais e danos causados pelo vento ou granizo, enquanto o custo dessas catástrofes supera projeções feitas antes, conforme a pesquisadora, declarando que “estima-se que, entre junho e agosto de 2025, eventos climáticos extremos nessas regiões custarão 43 bilhões de euros à economia e 126 bilhões de euros até 2029”. A pesquisa não contabiliza apenas perdas diretas causadas pelas tragédias como destruição de estrada ou de colheita, levaram em conta impacto de longo prazo na economia, com Sehrish Usman esclarecendo que, “uma onda de calor, por exemplo, reduz o tempo de trabalho e a produtividade dos trabalhadores, afeta a saúde, investimentos nessas regiões, o mercado de trabalho, a demografia e até o setor do turismo” e levando esses fatores em consideração o estudo estima que, até 2029, os custos macroeconômicos causados pelas catástrofes do verão de 2025 podem chegar a 126 bilhões euros. A escassez ou destruição de produtos devido à seca pode levar ao aumento da inflação a médio e longo prazo, sendo que Espanha, França e Itália aparecem como países mais afetados e enfrentam perdas superiores a 10 bilhões euros em 2025 que pode ultrapassar 30 bilhões euros a médio prazo, enquanto, segundo o estudo, países da Europa Central e Norte sofreram danos menores, mas as inundações crescem nesses locais o que deve aumentar o custo dos distúrbios meteorológicos, com os autores destacando que os números provavelmente estão abaixo da realidade por não levarem em conta efeitos cumulativos como ondas de calor e secas que ocorrem simultaneamente e repercussões das mudanças climáticas como incêndios. O estudo conclui que fenômenos meteorológicos extremos deixaram de ser ameaça distante e já influenciam o desenvolvimento econômico da Europa, com pesquisadores fazendo apelo urgente à redução das emissões de gases efeito estufa.