Faz sentido entender o que é moeda fraca já que forte e fraco são comparativos, ao passo que algo só é forte contrastando com algo fraco, enquanto 2 objetos com a mesma força comparados isoladamente do resto não são nem fortes, nem fracos, são iguais e, ao investir, sempre há escolha e comparação e caso o capital de um investidor seja escasso e limitado, é preciso comparar opções de investimento e escolher a que parece melhor. Moedas surgem como forma de auxiliar indivíduos trocarem bens e serviços através de representação que fosse guardada sem perder valor, ser dividida em menores unidades, com o mesmo valor cada uma, ser transportada à outros locais e ser escassa e, aquelas que cumprem estes princípios, podem ser consideradas moedas fortes e quanto melhor cumprirem cada um destes itens, mais forte é a moeda enquanto o inverso também é verdade. Os princípios de moeda forte como ser guardada sem perder valor, durabilidade, na troca de determinado produto por moeda, tem que poder guardar a moeda em local seguro e saber que não perderá valor, ou, irá se desfazer no futuro, por exemplo, uma maçã, seria moeda fraca pois pode apodrecer e não ser trocada por outro produto, matéria prima ou serviço na frente enquanto uma nota de papel tem durabilidade melhor que a maçã, então é moeda forte comparada a ela, mas tem durabilidade menor que o ouro ou que o Bitcoin, por exemplo. Existe necessidade de ser dividida em unidades menores de igual valor, divisibilidade e fungibilidade, por exemplo para gastar a moeda em vários produtos mais baratos, ou, gasta-se uma parte e guarda o restante e, segundo esse princípio, quanto quanto mais divisível mais forte é a moeda, por exemplo, o ouro físico é menos divisível que o dinheiro digital, como o Bitcoin ou até mesmo seu saldo na conta bancária ou em um aplicativo, ao passo que o BTC, por exemplo, pode ser dividido em até oito casas decimais, na menor unidade chamada satoshi, em homenagem a seu criador. Quanto mais “iguais” forem cada uma das unidades entre elas, mais forte é a moeda em relação às outras, já que 2 moedas de ouro do mesmo peso e tamanho, por exemplo, deveriam ter o mesmo valor, aí, o princípio de fungibilidade e, no ponto de fungibilidade, o ouro é mais fungível que o Bitcoin já que na moeda de Satoshi Nakamoto é possível rastrear a origem das unidades gastas através do modelo de UTXO enquanto no ouro isso é mais difícil, ou, impossível, considerando que o Bitcoin é mais fungível que 2 tokens NFTs de uma mesma coleção, já que os 2 podem ser negociados por valores completamente diferentes no mercado. Quanto maior a facilidade de transporte do dinheiro de modo seguro, com menores custos, mais forte é aquele dinheiro, aí, o princípio da portabilidade em que o Bitcoin é uma moeda forte no princípio de portabilidade se comparado ao ouro, ou, com o real brasileiro ja que este não pode ser usado em outros países, mas o BTC pode ser moeda fraca em portabilidade se comparada com outras redes com taxas menores ou transações mais rápidas. O princípio mais usado por entusiastas da Escola Austríaca de Economia é o da escassez, porque moedas criadas do nada ou que tenham grandes reservas desconhecidas que possam ser encontradas, podem perder valor em relação à outras mais escassas graças à lei da oferta e procura, por exemplo, conchas são exemplo de moeda fraca já que uma caminhada na praia poderia render grandes quantidades da “moeda”. O Ouro é moeda forte se comparada com moedas fiduciárias criadas do nada, mas uma moeda muito fraca se comparada com o Bitcoin que possui limite máximo de 21 milhões de unidades monetárias e, apesar disso, as 21 milhões de unidades só serão completamente criadas por volta de 2140, que significa que a cada 10 minutos novas unidades de bitcoin entram em circulação através da mineração, aí, uma moeda com limite máximo fixo já totalmente distribuída poderia ser moeda mais forte que o BTC ao falar no princípio de escassez.
O fim do padrão ouro no dólar e o Choque Nixon há 51 anos foi momento histórico que aconteceu em 1971 quando o presidente americano terminou com o padrão dólar-ouro, um dos maiores golpes financeiros da história, afetando até hoje a economia global e norte-americana, sendo que o Padrão Ouro clássico ocorreu de 1870 a 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial conhecido como o Padrão Libra-Ouro já que a moeda dominante como reserva mundial era a Libra Esterlina, do Reino Unido, potência econômica no período. O principal objetivo era trazer equilíbrio à economia internacional com cada país sendo obrigado a manter reservas de ouro, escasso, mantendo base monetária consistente, com paridade cambial e balança econômica equilibrada e, com o fim do padrão ouro clássico em 1914, a economia global viveu momento de dominado pela desordem monetária e inexistência de um país hegemônico enquanto potências médias buscavam posição de liderança. Em 1941, Roosevelt e Churchill, negociaram a Carta do Atlântico, documento diplomático oficial que estabelecia regras entre os 2 países em cenário pós 2ª Guerra incluindo decisões econômicas como a exclusão de barreiras e acordo de colaboração à economia internacional saudável e, em 1944, o Acordo de Bretton Woods deu início ao novo padrão ouro conhecido como Padrão Dólar-Ouro que durou até 15 de agosto de 1971, há 51 anos atrás. O Acordo de Bretton Woods criou o Sistema de Bretton Woods, com propostas definidas na Conferência Monetária e Financeira Internacional das Nações Unidas e Associadas, em 1944, que elaborou regras ao sistema monetário internacional, neste momento foram criados o FMI e o Banco Mundial, sendo que o sistema envolvia fixação da taxa de câmbio entre diferentes moedas de diferentes países que definiram taxa cambial fixa com base no ouro ou dólar norte-americano, quer dizer, uma espécie de stablecoin governada pelo FMI, daí, não só moedas eram definidas com base no dólar e ouro, como o próprio dólar tinha preço fixado no valor de US $35 por onça de ouro. Vale dizer que o Choque de Nixon em 1971 marcado pela Guerra do Vietnam e crise econômica que assolou os EUA sendo que o preço da gasolina e bens locais começou a subir frente à desvalorização do dólar no mercado cambial com os EUA exibindo taxa de desemprego de 6,1%, agosto de 1971, e taxa de inflação de 5,84%, 1971, números muito altos e, pressionado pelos eleitores e cenário macro desfavorável, Nixon estabeleceu medidas econômicas conhecidas como “O Choque Nixon” envolvendo congelamento de preços e salários, buscando assim “conter a inflação”, além da sobretaxa de 10% sobre importações para proteger a economia interna dificultando importação e a concorrência aos produtos produzidos nos EUA e, com consequências devastadoras, emergiu um dos maiores golpes financeiros da história humana criando uma das maiores fraudes financeiras, a moeda fiduciária com o fim do padrão ouro. As criptomoedas como o Bitcoin, BTC, e outras, buscam mitigar questões causados pelo sistema fiduciário e, ao oferecerem moedas com inflação controlada, via emissão programada em sistema escasso, ou, mesmo não-inflacionárias, quando não existe emissão de novas unidades em economia economia descentralizada, renova a sistema monetário que funciona conforme leis econômicas, protegendo usuários.
Moral da Nota: a sabedoria convencional diz que nunca devemos deixar dinheiro na mesa em uma negociação, enquanto pesquisas sugerem que esta pode ser exatamente a abordagem errada com provas que uma vitória a curto prazo na mesa de negociações pode significar perda em termos de confiança e cooperação globais deixando todos, inclusive o “vencedor”, em situação desconfortável, quer dizer, segundo a teoria dos jogos, conseguir a melhor barganha possível agora não é a melhor estratégia de longo prazo. Teóricos econômicos defendem que melhores resultados surgem quando pessoas colaboram para criar valor a longo prazo, em vez de lutarem por vitórias a curto prazo, por exemplo, investigação em arte, ciência e prática de abordagens colaborativas remonta à década de 1940, quando o matemático John von Neumann e o economista Oskar Morgenstern usaram a análise matemática para modelar competição e cooperação em seres vivos. Abordagens colaborativas crescem quando investigadores como John C. Harsanyi, Reinhard Selten e John Nash, Prêmio Nobel em Ciências Econômicas em 1994, no trabalho que inspirou acadêmicos a se aprofundarem no que é conhecido como teoria dos jogos, ou, estudo do resultado das interações estratégicas entre tomadores de decisão e, ao utilizar métodos estatísticos rigorosos investigadores podem modelar o que acontece quando pessoas optam por cooperar ou adotar abordagem de negociação agressiva e baseada no poder. Líderes aprendem estratégias focadas em usar poder e jogar para vencer, muitas vezes às custas da outra parte, e, na teoria dos jogos, conhecido como jogo de soma zero e armadilha fácil de cair, no entanto, nem todo jogo tem vencedor ou perdedor claro, em economia, um jogo onde todos ganham é chamado de jogo de soma diferente de zero e, nesse tipo de situação, pessoas não brigam para saber qual fatia do bolo será maior, trabalham para fazer crescer a torta à todos. Visando a criação de valor, Kate Vitasek estabelece regras no intuito de desenvolver estratégia em que uma 2ª dimensão da teoria dos jogos em que as pessoas jogam um jogo único ou repetido como ir ao mercado de pulgas onde provavelmente não verá o parceiro comercial novamente, então, o risco de enfrentar as consequências é baixo, daí, descoberta pelo estudo de jogos repetidos nos remete a que uma parte usa o poder na negociação criando o desejo de retaliação da outra parte. O matemático Robert Axelrod, da Universidade de Michigan, teórico dos jogos, cunhou a estratégia de "olho por olho" em sua investigação, mais conhecida no livro “A Evolução da Cooperação”, em que utiliza estatísticas para mostrar que quando indivíduos cooperam saem-se melhor que quando não o fazem, considerando que o economista americano Oliver Williamson ofereceu conselhos de negociação em mudança de paradigma, ou, heresia, dizendo que sempre deixe dinheiro na mesa especialmente quando voltar ao mesmo “jogo” pois envia sinal de confiabilidade e credibilidade ao parceiro de negociação quando alguém escolhe conscientemente cooperar e construir confiança. A abordagem oposta leva à perda de confiança e, ao que Oliver Hart, ganhador do Nobel, chama de “sombreamento”, comportamento retaliatório que ocorre quando uma parte não está obtendo o resultado esperado de um acordo e sente que a culpa é da outra parte, quer dizer, abordagens não colaborativas causam desconfiança e criam atritos que acrescentam custos de transação e ineficiências, concluindo, jogar juntos para alcançar interesses mútuos é melhor que jogar exclusivamente com interesses próprios em mente.