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sexta-feira, 15 de março de 2024

Trocas de valor

Faz sentido entender o que é moeda fraca já que forte e fraco são comparativos, ao passo que algo só é forte contrastando com algo fraco, enquanto 2 objetos com a mesma força comparados isoladamente do resto não são nem fortes, nem fracos, são iguais e, ao investir, sempre há escolha e comparação e caso o capital de um investidor seja escasso e limitado, é preciso comparar opções de investimento e escolher a que parece melhor. Moedas surgem como forma de auxiliar indivíduos trocarem bens e serviços através de representação que fosse guardada sem perder valor, ser dividida em menores unidades, com o mesmo valor cada uma, ser transportada à outros locais e ser escassa e, aquelas que cumprem estes princípios, podem ser consideradas moedas fortes e quanto melhor cumprirem cada um destes itens, mais forte é a moeda enquanto o inverso também é verdade. Os princípios de moeda forte como ser guardada sem perder valor, durabilidade, na troca de determinado produto por moeda, tem que poder guardar a moeda em local seguro e saber que não perderá valor, ou, irá se desfazer no futuro, por exemplo, uma maçã, seria moeda fraca pois pode apodrecer e não ser trocada por outro produto, matéria prima ou serviço na frente enquanto uma nota de papel tem durabilidade melhor que a maçã, então é moeda forte comparada a ela, mas tem durabilidade menor que o ouro ou que o Bitcoin, por exemplo. Existe necessidade de ser dividida em unidades menores de igual valor, divisibilidade e fungibilidade, por exemplo para gastar a moeda em vários produtos mais baratos, ou, gasta-se  uma parte e guarda o restante e, segundo esse princípio, quanto quanto mais divisível mais forte é a moeda, por exemplo, o ouro físico é menos divisível que o dinheiro digital, como o Bitcoin ou até mesmo seu saldo na conta bancária ou em um aplicativo, ao passo que o BTC, por exemplo, pode ser dividido em até oito casas decimais, na menor unidade chamada satoshi, em homenagem a seu criador. Quanto mais “iguais” forem cada uma das unidades entre elas, mais forte é a moeda em relação às outras, já que 2 moedas de ouro do mesmo peso e tamanho, por exemplo, deveriam ter o mesmo valor, aí, o princípio de fungibilidade e, no ponto de fungibilidade, o ouro é mais fungível que o Bitcoin já que na moeda de Satoshi Nakamoto é possível rastrear a origem das unidades gastas através do modelo de UTXO enquanto no ouro isso é mais difícil, ou, impossível, considerando que o Bitcoin é mais fungível que 2 tokens NFTs de uma mesma coleção, já que os 2 podem ser negociados por valores completamente diferentes no mercado. Quanto maior a facilidade de transporte do dinheiro de modo seguro, com menores custos, mais forte é aquele dinheiro, aí, o princípio da portabilidade em que o Bitcoin é uma moeda forte no princípio de portabilidade se comparado ao ouro, ou, com o real brasileiro ja que este não pode ser usado em outros países, mas o BTC pode ser moeda fraca em portabilidade se comparada com outras redes com taxas menores ou transações mais rápidas. O princípio mais usado por entusiastas da Escola Austríaca de Economia é o da escassez, porque moedas criadas do nada ou que tenham grandes reservas desconhecidas que possam ser encontradas, podem perder valor em relação à outras mais escassas graças à lei da oferta e procura, por exemplo, conchas são exemplo de moeda fraca já que uma caminhada na praia poderia render grandes quantidades da “moeda”. O Ouro é moeda forte se comparada com moedas fiduciárias criadas do nada, mas uma moeda muito fraca se comparada com o Bitcoin que possui limite máximo de 21 milhões de unidades monetárias e, apesar disso, as 21 milhões de unidades só serão completamente criadas por volta de 2140, que significa que a cada 10 minutos novas unidades de bitcoin entram em circulação através da mineração, aí, uma moeda com limite máximo fixo já totalmente distribuída poderia ser moeda mais forte que o BTC ao falar no princípio de escassez.

O fim do padrão ouro no dólar e o Choque Nixon há 51 anos foi momento histórico que aconteceu em 1971 quando o presidente americano terminou com o padrão dólar-ouro, um dos maiores golpes financeiros da história,  afetando até hoje a economia global e norte-americana, sendo que o Padrão Ouro clássico ocorreu de 1870 a 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial conhecido como o Padrão Libra-Ouro já que a moeda dominante como reserva mundial era a Libra Esterlina, do Reino Unido, potência econômica no período. O principal objetivo era trazer equilíbrio à economia internacional com cada país sendo obrigado a manter reservas de ouro, escasso, mantendo base monetária consistente, com paridade cambial e  balança econômica equilibrada e, com o fim do padrão ouro clássico em 1914, a economia global viveu momento de dominado pela desordem monetária e inexistência de um país hegemônico enquanto potências médias buscavam posição de liderança. Em 1941, Roosevelt e Churchill, negociaram a Carta do Atlântico, documento diplomático oficial que estabelecia regras entre os 2 países em cenário pós 2ª Guerra incluindo  decisões econômicas como a exclusão de barreiras e acordo de colaboração à economia internacional saudável e, em 1944, o Acordo de Bretton Woods deu início ao novo padrão ouro conhecido como Padrão Dólar-Ouro que durou até 15 de agosto de 1971, há  51 anos atrás. O Acordo de Bretton Woods criou o Sistema de Bretton Woods, com propostas definidas na Conferência Monetária e Financeira Internacional das Nações Unidas e Associadas, em 1944, que elaborou regras ao sistema monetário internacional, neste momento foram criados o FMI e o Banco Mundial, sendo que o sistema envolvia fixação da taxa de câmbio entre diferentes moedas de diferentes países que definiram taxa cambial fixa com base no ouro ou dólar norte-americano, quer dizer, uma espécie de stablecoin governada pelo FMI, daí, não só moedas eram definidas com base no dólar e ouro, como o próprio dólar tinha preço fixado no valor de US $35 por onça de ouro. Vale dizer que o Choque de Nixon em 1971 marcado pela Guerra do Vietnam e crise econômica que assolou os EUA sendo que o preço da gasolina e bens locais começou a subir frente à desvalorização do dólar no mercado cambial com os EUA exibindo taxa de desemprego de 6,1%, agosto de 1971,  e  taxa de inflação de 5,84%, 1971, números muito altos e, pressionado pelos eleitores e cenário macro desfavorável, Nixon estabeleceu medidas econômicas conhecidas como “O Choque Nixon” envolvendo congelamento de preços e salários, buscando assim “conter a inflação”, além da sobretaxa de 10% sobre importações para proteger a economia interna dificultando importação e a concorrência aos produtos produzidos nos EUA e, com consequências devastadoras, emergiu um dos maiores golpes financeiros da história humana criando uma das maiores fraudes financeiras, a moeda fiduciária com o fim do padrão ouro. As criptomoedas como o Bitcoin, BTC, e outras, buscam mitigar questões causados pelo sistema fiduciário e, ao oferecerem moedas com inflação controlada, via emissão programada em sistema escasso, ou, mesmo não-inflacionárias, quando não existe emissão de novas unidades em economia economia descentralizada, renova a sistema monetário que funciona conforme leis econômicas, protegendo usuários.

Moral da Nota: a sabedoria convencional diz que nunca devemos deixar dinheiro na mesa em uma negociação, enquanto pesquisas sugerem que esta pode ser exatamente a abordagem errada com provas que uma vitória a curto prazo na mesa de negociações pode significar perda em termos de confiança e cooperação globais deixando todos, inclusive o “vencedor”, em  situação desconfortável, quer dizer, segundo a teoria dos jogos, conseguir a melhor barganha possível agora não é a melhor estratégia de longo prazo. Teóricos econômicos defendem que melhores resultados surgem quando pessoas colaboram para criar valor a longo prazo, em vez de lutarem por vitórias a curto prazo, por exemplo, investigação em arte, ciência e prática de abordagens colaborativas remonta à década de 1940, quando o matemático John von Neumann e o economista Oskar Morgenstern usaram a análise matemática para modelar competição e cooperação em seres vivos. Abordagens colaborativas crescem quando investigadores como John C. Harsanyi, Reinhard Selten e John Nash, Prêmio Nobel em Ciências Econômicas em 1994, no trabalho que inspirou acadêmicos a se aprofundarem no que é conhecido como teoria dos jogos, ou, estudo do resultado das interações estratégicas entre tomadores de decisão e, ao utilizar métodos estatísticos rigorosos investigadores podem modelar o que acontece quando pessoas optam por cooperar ou adotar abordagem de negociação agressiva e baseada no poder. Líderes aprendem estratégias focadas em usar poder e jogar para vencer, muitas vezes às custas da outra parte, e, na teoria dos jogos, conhecido como jogo de soma zero e  armadilha fácil de cair, no entanto, nem todo jogo tem vencedor ou perdedor claro, em economia, um jogo onde todos ganham é chamado de jogo de soma diferente de zero e, nesse tipo de situação, pessoas não brigam para saber qual fatia do bolo será maior, trabalham para fazer crescer a torta à todos. Visando a criação de valor, Kate Vitasek estabelece regras no intuito de desenvolver estratégia em que uma 2ª dimensão da teoria dos jogos em que as pessoas  jogam um jogo único ou repetido como ir ao mercado de pulgas onde provavelmente não verá o parceiro comercial novamente, então, o risco de enfrentar as consequências é baixo, daí, descoberta pelo estudo de jogos repetidos nos remete a que uma parte usa o poder na negociação criando o desejo de retaliação da outra parte. O matemático Robert Axelrod, da Universidade de Michigan, teórico dos jogos, cunhou a estratégia de "olho por olho" em sua investigação, mais conhecida no livro “A Evolução da Cooperação”, em que utiliza estatísticas para mostrar que quando indivíduos cooperam saem-se melhor que quando não o fazem, considerando que o economista americano Oliver Williamson ofereceu conselhos de negociação em mudança de paradigma, ou, heresia, dizendo que sempre deixe dinheiro na mesa especialmente quando voltar ao mesmo “jogo” pois envia sinal  de confiabilidade e credibilidade ao parceiro de negociação quando alguém escolhe conscientemente cooperar e construir confiança. A abordagem oposta leva à perda de confiança e, ao que Oliver Hart,  ganhador do Nobel, chama de “sombreamento”, comportamento retaliatório que ocorre quando uma parte não está obtendo o resultado esperado de um acordo e sente que a culpa é da outra parte, quer dizer, abordagens não colaborativas causam desconfiança e criam atritos que acrescentam custos de transação e ineficiências, concluindo,  jogar juntos para alcançar interesses mútuos é melhor que jogar exclusivamente com interesses próprios em mente.

                                                                                   

terça-feira, 4 de julho de 2023

Fórum Econômico

O WEF, Fórum Econômico de Davos, publicou recomendações de regulamentação de criptoativos à governos e indústrias para incentivar  cooperação entre organizações internacionais, reguladores e  setor de criptomoedas. O white paper sobre regulamentação cripto, auxiliado pelo  Digital Currency Governance Consortium, explica que a necessidade de regulamentação é urgente e a cooperação é fundamental, sendo necessária a coordenação global a fim de evitar ambiguidade, arbitragem regulatória e aplicação inconsistente, conforme o documento, os autores identificaram desafios para regular criptoativos incluindo presunção de “mesmo negócio, mesma regulamentação”. O anonimato  por carteiras pessoais e trocas descentralizadas complicam a regulamentação, enquanto a crescente interconexão com finanças tradicionais aumenta os riscos potenciais de contágio da indústria cripto que estava cheia de "turbulência". O documento criou classificações de estruturas regulatórias visando facilitar comparação, sendo consideradas a regulação em resultados, caracterizada por "mesmo risco, mesmo resultado regulatório", e a regulação em risco, onde o nível de intervenção regulatória é determinado pelo nível de risco da atividade. A regulamentação "adota abordagem reativa com desenvolvimento de políticas e regulamentações não mais limitado aos governos, mas esforço de partes interessadas" , através de Sandboxes, orientações e cartas de não objeção dos reguladores, citados como exemplos de regulamentação ágil. A Autoridade de Supervisão dos Mercados Financeiros da Suíça é exemplo de regulador ágil e, com o Japão, citados como exemplos de autorregulação e co-regulação, no entanto, os EUA foram o único país considerado berço da regulação pela execução, sendo que o documento faz recomendações gerais dirigidas à organizações internacionais, autoridades reguladoras e setor de criptomoedas, enfatizando compartilhamento e coordenação das melhores práticas.

O Fórum Econômico Mundial se reúne em Davos e assume a cidade com presença crescente no espaço de criptomoedas e blockchain, sendo que  estiveram presente em workshops onde as conversas foram mais focadas em Web3, Metaverso, CBDCs e sistemas de pagamento blockchain além de adoção de criptomoeda descentralizada. 2023 marca o 2º ano do workshop de configuração Lugano Plan B em Davos, com o objetivo de criar conexões e compartilhar a história que impulsionou a adoção e casos de uso do BTC no mundo real, com projeto em operação desde de 2022 com o diretor do departamento de Desenvolvimento Econômico de Lugano, cidade suíça que abriu pagamentos em BTC e criptomoeda à contas municipais para seus residentes por meio do projeto Lugano Plan B. O compartilhamento de experiências com outros setores, formuladores de políticas e autoridades públicas foi o foco de 2023, além da inovação em pagamentos abordada com "passos concretos"  em gateways de pagamento diferentes, mas complementares. A iniciativa de pagamentos com criptomoeda em Lugano serve como estudo de caso tangível à adoção de opções de pagamento descentralizadas no mundo, inclusive no WEF, no entanto, representantes de outras cidades pediram a Lugano o "como e o porquê" da iniciativa do Plano B. Ripple e Circle também foram participantes proeminentes do ecossistema  criptomoedas envolvidos nos workshops do WEF com abordagem aberta  necessária para que Lugano venha à mesa e descreva esforços de adoção de criptomoedas, necessitando envolvimento de serviços financeiros e jurídicos e apoio político às iniciativas semelhantes. O Bitcoin Suisse foi participante da indústria de criptomoedas com sede na Suíça destacando o papel da empresa na fundação do Crypto Valley e seu trabalho inicial na condução da adoção do BTC na Suíça,  líder na adoção de criptomoedas no mundo de modos diversos sendo que a reputação da Suíça como lugar seguro e bem regulamentado para fazer negócios ajudou o ecossistema local de criptomoedas crescer ao longo do tempo, embora admita que é jornada contínua. Lugano e outras regiões suíças são bons exemplos do potencial de adoção de criptomoedas para pagamentos diários, além disso, o Plano B e do Bitcoin Suisse em Davos demonstrou que o setor conduz as conversas com partes interessadas fora dos muros do Fórum Econômico Mundial.

Moral da Nota: a FINMA, Autoridade Supervisora ​​dos Mercados Financeiros da Suíça, disse que mantém decreto anti lavagem de dinheiro que exige verificação de identidade para transações de moeda virtual em dinheiro ou "outros meios de pagamento anônimos" superiores a  US$ 997 e expandirá a portaria anti-lavagem de dinheiro para relatar transações de criptomoeda e, de acordo com a FINMA, o regulador fez ajuste conforme a Lei Anti lavagem de Dinheiro do país e a Portaria Anti lavagem de Dinheiro de seu governo. O regulador financeiro suíço impôs limite de relatórios para transações de moeda virtual não identificadas em 2020 respondendo ao "aumento dos riscos de lavagem de dinheiro" com criptomoedas, daí, a FINMA expandir a portaria e o regulamento ajustado, em vigor desde janeiro de 2023. Lugano, no sul da Suíça, sediou a conferência Plano B relacionada à criptomoeda, na qual o governo local anunciou acordo de cooperação econômica com El Salvador, nação centro-americana que estabeleceu a presença física do governo na área, que denominaram "embaixada Bitcoin" e visitaram em Lugano locais de varejo para demonstrar casos de uso Lightning Network e criptoativos como pagamentos.


       

domingo, 25 de junho de 2023

Paquistão

A estrutura política mostra disposição no Paquistão de integrar IA para melhoria pública e nacional, estabelecendo 15 metas com prazos de 2023 a 2028, pretendendo produzir um milhão de graduados em TI treinados em IA até 2027. Depois de anunciar que criptomoedas "nunca serão legalizadas" no país, o Ministério de TI e Telecomunicações do Paquistão elaborou política para impulsionar crescimento da  IA, com o presidente pedindo mais treinamento na tecnologia Blockchain. A política nacional de IA evoluirá no Paquistão à economia baseada no conhecimento, aprimorando o capital humano em IA e tecnologias relacionadas, entre outros investimentos e iniciativas. Acredita em abordagem inclusiva à formulação de políticas eficazes, atualizado no interesse dos cidadãos criando  Fundo Nacional de IA com "recursos subutilizados" do Ministério de TI e Telecomunicações. Casos de uso previstos para IA no Paquistão incluem previsão do tempo, otimização da cadeia de suprimentos agrícola e transformação da saúde, com abordagem integrativa à formulação de políticas IA, pois o governo está aberto à contribuições públicas em geral. Em painel de especialistas, o presidente do País disse que o pool de talentos do Paquistão deve estar pronto para atender necessidades da 4ª Revolução Industrial, que inclui  utilização Blockchain nos setores público e privado e, segundo o presidente, a tecnologia pode ser usada como ferramenta à rastrear transações, além de diminuir corrupção e aumentar transparência. Relatório publicado pela Chainalysis mostrou que o Paquistão tinha a 3ª maior taxa de adoção de criptomoedas em 2021, atrás do Vietnã e Índia, com transferências de mais de US$ 10 milhões ao país respondendo por 28% das transações, sendo que o banco central avisou em 2021 que estava estudando implementação de  moeda digital emitida pelo banco central.

No Brasil, o Banco Central avisou em workshop organizado na sede do banco em Brasília que o futuro do sistema financeiro nacional será com Real Digital, blockchain, DeFi e Tokens. O evento, intitulado  'Tokenização das finanças: dos criptoativos às moedas digitais de bancos centrais’, realizado em parceria com a Fenasbac  focou em tópicos como moedas digitais de bancos centrais, dinheiro programável, ecossistemas de pagamentos instantâneos, etc. Os temas mais evidentes foram moedas digitais de bancos centrais; dinheiro programável; ecossistemas de pagamentos instantâneos; operações transfronteiriças; regulação financeira da economia digital, impactos sociais decorrentes, soluções tecnológicas voltadas à inovação das finanças com foco do debate em inclusão e educação financeira. Houve certa unanimidade de entendimento na robustez do processo de inovação no SFN, Sistema Financeiro Nacional, e o papel de protagonista desempenhado pelo BC na promoção de ambiente inovador, destacou implementação do Pix pelo BC, Open Finance e Real Digital. Trata-se de esforço crítico necessário para que atores de cada uma das áreas, tecnologia da informação, direito e economia, entendam particularidades da perspectiva de outras áreas, processo complicado. O diretor de Regulação do BC enfatizou que o objetivo é sistema financeiro eficiente e inclusivo prevendo "tokenização" completa de ativos financeiros e contratos no futuro. Sobre o Real Digital, Central Bank Digital Currency, CBDC, afirmou que o projeto tem fases bem definidas até a implementação prevista para fins de 2024, alinhada com o coordenador da Iniciativa do Real Digital,  consultor do Deban, Departamento de Operações Bancárias e Sistema de Pagamentos.

Moral da Nota: no estudo chamado The Future of Payments, a Mastercard identifica 9 tendências que acredita definir o futuro dos pagamentos em três áreas específicas que definirão o modo como compramos, vendemos e interagimos daqui até fins da década.  No relatório como moldará a "Próxima Economia" reimagina dinheiro, como seu uso é redefinido a partir da irrupção de ativos não tradicionais; experiências inteligentes que aborda interseção dos mundos físico e virtual e futuros sustentáveis onde fica evidente como o consumo com propósito afeta o design dos produtos e valor da empresa. As tendências enumeradas pela Mastercard dentro de cada área são Web 3 ameaçada por Web 2.5 e regulamentos, adverte executivo reimaginando o dinheiro, Tokenização, de acordo com estudo publicado a noção de dinheiro continua evoluir para incluir ativos tokenizáveis, incluindo pontos, fidelidade, dados, direitos e novas moedas, portanto, estender a tecnologia à ativos reais transformará nos próximos 5 anos ideia de valor e que usamos à pagar. Seguem segundo a Mastercard, pagamentos programáveis, IA, contratos inteligentes, APIs e soluções para simplificar pagamentos comerciais e,  conforme explicaram, novas formas de programar e fluxos de pagamentos injetarão eficiência resultando em redução de custos operacionais. A Mastercard avalia que carteiras onipresentes são a próxima geração de carteiras digitais nos permitindo gerenciar identidade e finanças, incluindo valores Tokenizados, apontando que a “super carteira” do futuro se tornará o centro de comando do dia a dia, permitindo acessar serviços e pagamentos em qualquer canal, alertando que IA sobre-humana chegará em uma década. Enumera finanças conectadas destacando como as vendas omnichannel transformaram a forma como compramos, onde novas tecnologias ampliam modos de pagamento em lojas, estádios, estações, metaverso, etc, com capacidade instantânea de acessar serviços financeiros em escala permitindo consumidores fazerem transações bancárias e pagarem de qualquer lugar por meio de qualquer canal. A Mastercard indica que é fato a interoperabilidade de pagamentos transfronteiriços, esperando que opções de aceitação aumentem mais nos próximos 2 anos, beneficiando lojistas e clientes em velocidade e conveniência, impactando inclusão financeira, permitindo que mais pessoas resolvam questões práticas como transporte público ou acesso para shows e estádios. O Crédito inclusivo, segundo a empresa, aos não-bancarizados no curto prazo, será acelerado por meio de bancos, fintechs e players digitais, impulsionando crescimento econômico global, com o consumidor privilegiando empresas alinhadas a princípios éticos, sociais e ambientais que atendem critérios ESG ou Emissões Zero. Por fim, decorrente o aumento de fraudes e roubos de identidade, o estudo da Mastercard revela que a confiança será o principal fator de diferenciação entre empresas, fazendo com que conquistem o consumidor e retenham a maior parte dos fluxos de pagamento.


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Finanças opacas

Relatório da Hindenburg Research acusa o Adani Group de manipulação de ações e fraude contábil, rejeitado como infundado,  e realizar “o maior golpe da história corporativa". A Hindenburg Research,  homenagem ao desastre do dirigível de 1937, é  pesquisadora financeira de Nova York, conhecida por apostas ousadas contra corporações na crença de supervalorização, fraude ou ambas. Surpreendeu investidores divulgando relatório no que disse ser investigação de 2 anos sobre o Adani Group,  talvez, maior conglomerado da Índia. O relatório e a venda que desencadeou, apagou US$ 70 bilhões em valor de mercado nas empresas do Adani,  renovando preocupações de governança corporativa do grupo,  alimentando debate sobre o papel, por vezes caótico, de short-sellers, venda a descoberto. Short-selling ou venda a descoberto, é tática de investimento baseada na perda de valor da ação ou título, em suma, nos remete a cambistas de ingresso de jogo de futebol que apanha ingresso emprestado na sexta feira para o jogo de domingo, por uma taxa mediante promessa de entregá-lo antes do jogo, neste ínterim vende o ingresso por R$ 50,00 apostando que no dia do jogo estará menos que isso no cambio. Ato contínuo, o dia chove caindo demanda e levando o preço do ingresso para R$20,00. Resultado, o cambista compra o ingresso por R$ 20,00, devolve ao amigo lucrando R$ 30,00 na venda a descoberto, coisa normal no mercado de capitais. 

A Hindenburg acusou a Adami de “manipulação descarada de ações” e fraude contábil ao longo de décadas, dizendo que as ações do Adani Group estão supervalorizadas, assumindo posição vendida, significando que vence quando as ações da Adani caem. O Grupo Adani chama o relatório da Hindenburg de “nada além de mentira”, refutando em mais de 400 páginas, que a venda a descoberto de títulos e derivativos negociados no exterior pela Hindenburg equivalia a fraude de valores mobiliários e que o relatório era um ataque à Índia. A Hindenburg contradisse explicando que “a fraude não pode ser ofuscada pelo nacionalismo” e que o Grupo Adani ignorou “as principais alegações que levanta”. Desde a divulgação do relatório de Hindenburg, o grupo Adami perdeu US$ 70 bilhões em valor de mercado de ações e o patrimônio líquido pessoal de Adani despencou US$ 30 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index, embora continue entre os mais ricos do planeta, com US$ 92 bilhões..

Moral da Nota: empresas especializadas em vendas a descoberto estão entre as mais criticadas e, em Wall Street onde os ganhos impulsionam os demais, vendedores a descoberto são os que apostam contra, caso da Hindenburg,  argumentando que seu trabalho é expor fraudes evitando que os ativos fiquem inflacionados demais. A Hindenburg ganhou reputação por prevaricação financeira em 2020, quando acusou a Nikola, fabricante de veículos elétricos, de mentir aos investidores sobre as capacidades de seu caminhão, condenado por fraude. Em relatório de 2021 a Hinderburg diz que “é necessária pesquisa crítica e contraditória porque Wall Street é máquina ajustada, construída para vender títulos ao público, independente da qualidade” e o  “mundo corporativo está repleto de fraudes e os investidores têm pouca proteção”. Foram objeto de seus relatórios o Adani Group, Nikola, Clover Health, Kandi e Lordstown Motors, relatórios, que apresentam defesas da prática de venda a descoberto e como "desempenham papel crítico na exposição de fraudes e proteção de investidores" enquanto mantêm posições vendidas na empresa antes de publicar relatórios. Foi a venda a descoberto que expôs as principais fraudes do mercado, como a Enron em 2001 e a fraude hipotecária sistêmica que devastou a economia global em 2008. O advogado do Adani Group disse considera ação legal contra a Hindenburg, em resposta, Hindenburg twittou dizendo que mantém o relatório, enquanto a impressão negativa chega quando Adani pretende arrecadar US$ 2,5 bilhões com a emissão de ações da Adani Enterprises, ao passo que o The Guardian indicou que Hindenburg convocou o Adani Group para processar se acreditassem que o relatório era impreciso.

Em tempo: a Hindenburg divulgou relatório sobre o plano de vantagem do Medicare Clover Health em fevereiro de 2021, alegando que a empresa  esqueceu de informar investidores sobre o fato de estar sob investigação do Departamento de Justiça, divulgando ainda que não possui posições curtas ou longas na Clover e, após a publicação, a Clover Health rejeitou as acusações afirmando que recebeu notificação da SEC.

Pra encerrar: em maio de 2022 a Hindenburg assumiu posição vendida no Twitter, Inc. após o anúncio de sua aquisição por Elon Musk e, após a tentativa de Musk de encerrar o negócio, assumiu significativa posição comprada apostando contra Musk no fechamento da aquisição.

 

      

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Banco de Hong-Kong

O BOCHK, Banco da China Hong Kong, concluiu transação blockchain internacional em colaboração com filiais de Guangdong e Shenzhen do Banco da China, após conexão da plataforma de financiamento comercial de Hong Kong denominada eTradeConnect e a plataforma Trade Finance Blockchain na China continental. O banco destaca benefícios da atracação de duas plataformas afirmando que a conclusão de processos de comércio automatizados de transação, melhora níveis de serviço de comércio transfronteiriço e eficiência de financiamento do comércio corporativo, impulsionando empresas na redução dos custos de transação e gestão acelerando trocas econômicas e comerciais entre Hong Kong e o Continente. O pagamento transfronteiriço blockchain complementa liderança mais rápida que outras regiões em inovação, com governo local e central experimentando setores industriais. A Agência de Notícias Xinhua informa que a China busca estabelecer sistema de melhoria no mecanismo de controle da oferta de moeda, propondo otimização na formação das taxas de juros de mercado e sistemas de transmissão.

Nesta linha, o Diretor-Geral da NITDA, Agência Nacional de Desenvolvimento e Tecnologia da Informação da Nigéria, afirmou que o país espera fluxo potencial de receita blockchain nos próximos dez anos entre US$ 6/10 bilhões até 2030 com blockchain, chave, na criação e rastreamento de produtos e serviços. O anúncio se relaciona à revisão do Quadro de Estratégia na Adoção Blockchain Nacional, com o primeiro rascunho lançado em outubro 2020, afirmando que a tecnologia blockchain e DLT permitem desenvolvimento da economia digital nigeriana. O NITDA planeja a Nigéria estratégicamente posicionada de modo capturar o potencial econômico blockchain, com predominante população jovem nativa digital e posição-determinante na África. Destaca-se ainda o potencial blockchain com estudo da 'Price water house Coopers' revelando gama de casos de uso adicionando US$ 1,76 trilhão ao PIB global em uma década e, 1,4% do PIB global em 2030 seria através da blockchain. A tecnologia seria incorporada pela Nigéria em serviços de pagamento, provinciais, envolvimento do cliente, identidade digital e aplicativos de resolução de contratos e disputas. 

Moral da Nota: a Arcane Research divulgou relatório concluindo que a Nigéria tinha a segunda maior porcentagem de propriedade ou uso de criptografia entre usuários de internet na África, 11%, com a Comissão de Valores Mobiliários definindo oficialmente ativos digitais no guarda-chuva regulatório. Um grupo de feministas nigerianas usam criptomoedas para financiar protestos contra o Esquadrão Especial Anti-Robbery, SARS, da polícia nacional em protestos contra a brutalidade policial do estado. Já o Departamento de Justiça dos EUA apreendeu mais de US$ 1 bilhão em bitcoins associados ao mercado underground online Silk Road, afirmando que buscava o confisco da criptomoeda em posse de hacker não identificado que roubou do "notório" site. O governo tentará provar em tribunal que os itens estão sujeitos a confisco e, no passado, leiloou criptomoedas perdidas e o Silk Road apreendido pelo governo em 2013 com funcionários descrevendo o site clandestino como mercado ilegal de drogas e lavagem de dinheiro.


domingo, 14 de março de 2021

Finanças blockchain

Focado na inovação, o Banco Central do Brasil selecionou dentro do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas, LIFT, 2 projetos blockchain com potencial na modernização do sistema financeiro nacional. Os projetos, preks através da união de três tecnologias ou conta escrow, assinatura digital e registro em blockchain focam na resolução de problemas da cessão de precatórios, criando mercado secundário de precatórios mais justo, flexível, transparente e ágil. Também selecionado, o ReConID desenvolve solução de compartilhamento de dados cadastrais e transações de clientes à Fase II em DLT do Open Banking no Brasil.

O LIFT é indutor de inovação, após seleção, ocorre o processo de aceleração de ideias desenvolvendo protótipo funcional provando que a inovação melhora o SFN. Na primeira edição o LIFT induziu  desenvolvimento de 50 novos produtos em 3 anos, cujos trabalhos contribuem ao aumento da competitividade introduzindo tecnologia de ponta no SFN, além de reduzir custos emergindo modelos de negócio. As soluções focam na viabilidade do Open Banking com identidade soberana como etapa fundamental no desenvolvimento de modelos, permitindo cadastro do cliente como propriedade individual e não de instituições financeiras. O LIFT desde 2019 desenvolve soluções autorizando identidade soberana, seguindo objetivos estratégicos da Agenda BC# ao Open Banking.

Moral da Nota: na LIFT 2020 o Banco Central destaca 67 inscrições em todo o Brasil e quatro projetos do exterior, selecionando 25 à fase de desenvolvimento, com o detalhe no recorde de entrega com 21 projetos na fase final entre 25 selecionados inicialmente. A atual edição LIFT destaca maturidade dos trabalhos e potencial de impacto na inovação no SFN com contribuições em agronegócio e sustentabilidade, projetos na geração de títulos florestais, criação de marketplace oferecendo crédito agrícola rápido e fácil à agricultores familiares, soluções de auxílio ao produtor rural na obtenção de informações à tomada de crédito. Emergem ainda plataformas de promoçãp da competitividade no mercado de crédito à pessoas jurídicas, em formato de marketplace reverso.