O cientista climático Zeke Hausfather nos ensina que "a física não se importa com nossa política e, em última análise, o mundo continuará aquecer até que as emissões globais de CO2 cheguem a zero líquido" e conforme o IPCC "limitar o aumento da temperatura média global em qualquer nível exige que emissões globais de CO2 se tornem zero em algum momento no futuro", significando reduzir emissões de dióxido de CO2 o suficiente para que sejam equilibradas pela sua remoção como sendo absorvidas por florestas e dissolvidas nos oceanos, caso contrário, a concentração de CO2 na atmosfera continuará a crescer. A Terra já aqueceu a tal ponto que, em vez de absorver e armazenar CO2, sumidouros de carbono estão se tornando fontes de emissão de CO2 com oceanos mais quentes e menos capazes de absorção, além disso, o permafrost terra eternamente gelada, está derretendo, florestas queimando, feedbacks climáticos que indicam que estamos perdendo aliados na natureza essenciais à luta climática. Johan Rockstrom, diretor do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático, avisa que "a natureza até agora equilibrou nosso abuso, isso parece chegar ao fim com "mudanças climáticas afetando desproporcionalmente nações mais pobres e seus cidadãos mais vulneráveis, com relatório do Fundo da ONU à Infância dizendo que "crise climática é desafio definidor dos direitos humanos e da criança desta geração e está tendo impacto devastador no bem-estar das crianças globalmente", em que 1 bilhão de crianças são consideradas em "risco alto" devido a perigos climáticos como ondas de calor, seca e escassez de água sendo que a maioria vive na África e Sul da Ásia que contribuíram muito pouco para esse problema global, daí, os 10 países onde as crianças correm mais risco respondem por 0,5% das emissões mundiais.
O relatório, A Era das Consequências: Implicações da Mudança Climática Global na Política Externa e Segurança Nacional, nos informa que "a mensagem predominante é que as primeiras medidas à limitar ou mitigar mudanças climáticas são essenciais porque esforços de longo prazo à adaptação ou antecipação podem não ser possíveis." No "A Perfect Moral Storm: The Ethical Tragedy of Climate Change", Stephen M. Gardiner mostra que a mudança climática é discutida em termos científicos e econômicos, "o desafio mais profundo é ético", esclarece que, "importa o que fazemos para proteger os vulneráveis às nossas ações e incapazes de nos responsabilizar, especialmente pobres do mundo, gerações futuras e natureza não humana", daí, reduzir emissões de gases efeito estufa, proteger florestas e pântanos por causa da capacidade de armazenar carbono e financiar adaptação estão entre as maiores obrigações morais da humanidade, mesmo pequenas mudanças na trajetória do aquecimento da Terra podem significar vidas melhores por décadas à milhões de pessoas. Em paradoxo, estudo descobriu que o aumento de CO2 na atmosfera está fazendo com que culturas como trigo e arroz cresçam mais rápido, no entanto, com menor qualidade nutricional decorrente ao aumento da fotossíntese e eficiência no uso da água nas plantas, especialmente regiões propensas à seca, reduzindo teor de proteínas, vitaminas e minerais nas culturas, quer dizer, alto nível de CO2 aumenta crescimento e reduz nutrientes, baixo teor de proteína no trigo, -7,4%, e minerais no milho impactando segurança alimentar e saúde. Zinco, ferro e cobre diminuem em culturas expostas a altos níveis de CO2, minerais essenciais ao sistema imunológico e desenvolvimento cognitivo, portanto, a redução agrava deficiências nutricionais em áreas já vulneráveis com o CO2 alterando atividade enzimática e retardando absorção de minerais que reduz benefícios das estratégias de biofortificação usadas para melhorar o conteúdo nutricional dos alimentos. Reflorestamento e enriquecimento do solo fixadores de nitrogênio melhora a fertilidade reduzindo dependência de fertilizantes artificiais, enquanto IA e genômica permitem análise de grandes volumes de dados para selecionar culturas com melhor absorção de minerais e resistência às mudanças climáticas, além da diversificação de culturas mitigando efeitos negativos do CO2 e aumentando segurança alimentar ao combinar culturas com alta absorção de carbono, como certos arbustos e árvores, com espécies resistentes à deficiência de nutrientes podendo manter a dieta equilibrada.
Moral da Nota: os EUA maior emissor cumulativo do mundo, com emissões históricas 71% maiores que a China, 2ª colocada, em que metade do CO2 emitido pelos humanos permanece na atmosfera por séculos ou mais, em consequência, a 4ª Avaliação Climática Nacional dos EUA concluiu que "mudanças climáticas resultantes das emissões antropogênicas de CO2 e quaisquer riscos associados ao ambiente, à saúde humana e sociedade são essencialmente irreversíveis em escalas de tempo humanas" e como nação mais poderosa do mundo, deve responder assumindo papel de liderança no enfrentamento da crise climática. O atual Secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, ex CEO da Liberty Energy, 2ª maior empresa de fracking da América do Norte, afirmou "sou um realista climático" e que o atual governo dos EUA tratará mudança climática como ela é, fenômeno físico global efeito colateral da construção do mundo moderno e que o único grupo de interesse com o qual estamos preocupados é o povo americano, "no entanto, deter o aquecimento da Terra não é consistente com a agenda do governo atual de "Perfure, baby, perfure!" e "domínio energético americano", mesmo sendo verdade que algumas formas de geração de combustíveis fósseis sejam mais limpas que outras, todas estão aumentando a concentração de carbono que retém calor na atmosfera.