quarta-feira, 15 de novembro de 2023

JPMCoin

O chefe global de pagamentos da JPMorgan, falando a Bloomberg TV, revelou que a empresa processa mais de US$ 1 bilhão em transações diárias através de seu ativo digital, o JPM Coin,  citou ineficiências dos sistemas de pagamento atuais, ou, velocidade dos pagamentos, especialmente transfronteiriças,  o movimento separado de dinheiro e informação, dificultando rastreamento ou conciliação de transações e a fungibilidade monetária sendo que o JPMorgan tenta resolver essas questões com seu ativo digital, o JPM Coin. O próximo passo, segundo o executivo, é criar versão de varejo do ativo embora a moeda digital do banco central, CBDC, seja o meio de fazê-lo dando oportunidade aos bancos criarem versão digitalizada dos depósitos através da blockchain, no entanto, a JPM Coin é stablecoin lastreada no dólar americano em proporção de garantia 1:1, lançado em 2020, buscando servir como veículo temporário à liquidação bruta em tempo real entre clientes institucionais da JPMorgan. Em junho de 2023, o banco informou que mais de US$ 300 milhões foram transacionados via JPM Coin desde o lançamento em 2020, sendo que os novos dados, relatando transações diárias que ultrapassam US$ 1 bilhão, representam aumento em 4 meses que pode ser explicado pelo lançamento das transações denominadas em euros através do sistema JPM Coin em junho, foi lançado em 2019 para movimentar dólares, entrou em operação à transações em euros com a Siemens AG da Alemanha realizando o primeiro pagamento desta modalidade na plataforma.

Neste clima, o Brasil ganha token vinculado a títulos de financiamento de reflorestamento e preservação de vegetação nativa em áreas rurais, denominado Cédula de Produto Rural Verde, CPR Verde,  instituída em 2021 a partir do Decreto 10.828/2021, sendo título de crédito focado no financiamento de atividades de reflorestamento e manutenção de vegetações nativas localizadas em propriedades rurais, ativo do mundo real, RWA, que ganhou versão blockchain através do CLCC, um token lastreado em CPRs Verde que será negociado na CoinLivre. Trata-se do 1º token do mundo voltado a remunerar o carbono estocado nas reservas das propriedades rurais com base na safra anual comercializada, fruto de parceria entre o marketplace de negociação de criptoativos RWA e a Soma Sustentabilidade, empresa com sedes em Goiânia e Brasília que participou do desenvolvimento do texto base da criação do CPR Verde, enquanto o CLCC foi desenvolvido em tecnologia que inclui serviços ecossistêmicos na CPR Verde, analisando mercado externo, mercado interno brasileiro, leis federais e estaduais. A proposta, segundo a CoinLivre, remunera o carbono já estocado nas reservas das propriedades rurais, independe de ação futura, pois a emissão dos ativos financeiros tem lastro na safra anual que antecede o lançamento do título, portanto, sem risco ao mercado voluntário de carbono, com a empresa ressaltando que o CLCC é baseado na mensuração de carbono equivalente de áreas preservadas operadas pela Soma Sustentabilidade e certificada pela Big Four do mercado, ou,  as 4 maiores empresas de auditoria, consultoria e serviços financeiros do mundo e, conforme as normas do Banco Central, Bacen, com as regulamentações da Comissão de Valores Mobiliários, CVM, e leis federais com respaldado por CRPs. A oferta de CLCC acessa benefícios fiscais proporcionais e diretos ao Selo Verde para negócios e empresas com operações no Brasil e no exterior como comprovação de “Produto Livre de Desmatamento” e GEE, compensação de emissões, enquanto o diretor da Soma Sustentabilidade e presidente do Conselho de Sustentabilidade da Associação Comercial do Distrito Federal, ACDF, avalia “a maior robustez e segurança à CPR Verde na tokenizaçāo do ativo no Agro, enquanto a  parceria com a CoinLivre melhora metodologia e processos através do Decreto Lei, apoiado em Leis Federais, Normas do Bacen, CVM, ISO’s e respectivas NBR’s contra o  ‘greenwashing.’ Em relação ao CLCC, crédito de carbono tCO2-eq, a CoinLivre informou que o utility token possui especificações padrão ERC-1155, que padroniza funções do smart contracts registrados em blockchain e, após a criação do token e seu registro na blockchain através do smart contract, contrato inteligente, o emissor terá o ativo representado digitalmente, podendo negociá-lo com terceiros no mercado secundário via P2P, peer to peer, na wallet da CoinLivre e a quantidade de Tokens será igual e limitada à quantidade de crédito de carbono gerados pelas áreas certificadas pela Soma.

Moral da Nota: especialistas apontam que o principal problema do Drex,  nova moeda do Banco Central do Brasil, é a falta de privacidade, explicado no 1º Fórum de Inovação, DREX, sendo que o evento destacou impactos da agenda inovação do Bacen e lançou luz sobre a privacidade, considerada desafio central no processo de desenvolvimento e lançamento da 1ª moeda digital oficial da história do Brasil. Apontaram desafios significativos, prevendo incorporação dos benefícios da economia tokenizada, ou, automação, simplificação e redução da burocracia nos processos, redução no custo das transações e, longo prazo, inclusão digital e acesso a produtos e serviços financeiros à novos participantes, com o diretor executivo da Associação Brasileira de Fintechs, descrevendo inovações implementadas na última década até os testes para viabilizar o Drex. Esclarece que “a falta de privacidade é problema a ser resolvido, já que no projeto piloto DREX, um banco realiza a transação à outro banco e as demais instituições na plataforma têm acesso às informações como ocorre no ambiente de natureza transacional das criptomoedas, sendo necessário mudar esse aspecto, garantindo que não haja perdas de desempenho e que não cause degradação da solução", acrescentando que não temos sistema blockchain que funcione como o Pix, com baixa latência, baixo consumo de energia e rápido tempo de resposta. A coordenadora de cripto e CBDC do Itaú Unibanco, líder da equipe de GT CBDC Business da Febraban, Federação Brasileira de Bancos, corroborou a posição apresentada destacando que a privacidade é o maior desafio atual da Drex, afirmando que “existem soluções, mas, levantam questões sobre como iremos adaptar as características, regulamentações e exigências de um ambiente regulamentado, estável e resiliente como o mercado financeiro para serem incorporadas em tecnologia que é antagônica e descentralizada em sua essência, com acesso universal a tudo", sendo que os especialistas que participaram de painel discutiram como o sistema de registro de operações financeiras transformará o sistema econômico, investigando consequências da implementação do DREX a curto, médio e longo prazo no Brasil.