quarta-feira, 19 de abril de 2023

Risco financeiro

Blockchain fala de contratos inteligentes ou eleições transparentes e nos últimos tempos, de bens não dispensáveis ​​mais conhecidos como NFTs,  se relacionando com metaverso,  sendo que é mito, blockchain e bancos divorciados e cada um por si, no entanto,  cada vez mais ligados. Transacionalidade de ativos criptográficos, emissão e negociação de ativos digitais, bancos emitindo títulos blockchain que negociam no mercado, tokenização ou pagamentos NFT e finanças descentralizadas são casos de uso populares que os bancos estão fazendo do blockchain. No futuro, governos e bancos centrais emitirão moedas digitais como banco central, CBDC,  utilizados como meios de pagamento em Blockchain, ou,  DeFi, produtos financeiros descentralizados, com centenas de ensaios e testes-piloto realizados pelos bancos que verão regulamentação cada vez mais mais em conformidade a esse tipo de progresso.

A preocupação pública e o debate sobre danos ambientais e mudanças climáticas com seus impactos sociais, aumentaram dramaticamente sendo que as mudanças climáticas podem ter impacto direto nos custos de uma organização. Instituições financeiras que não avaliam risco climático em suas carteiras, ou, não fazem hedge ou alienam exposições adequadamente, podem ver ativos perderem valor ao longo do tempo, portanto, prioritário às instituições financeiras é a realização de avaliação na gestão de riscos climáticos que  permite identificação da exposição às mudanças climáticas, divulgando as descobertas e desenvolvendo estratégias de mitigação. Reguladores trabalham para garantir estabilidade do sistema financeiro diante riscos climáticos, bancos começam planejar estratégias para gerenciar esses riscos, com dados, processos, governança, políticas, modelos e infraestrutura corretos garantirá que meçam e gerenciem a transição e  riscos físicos, identificando oportunidades de negócios à medida que avançamos em direção a futuro mais verde, daí,  aproveitar dados via ciências, como análises avançadas e soluções de gerenciamento de riscos levando a progresso global na direção da eficiência energética acelerando no cumprimento de metas na mudança climática. A Agência Internacional de Energia, AIE, em seu mais recente relatório pediu que priorize esforços para melhorar eficiência energética em edifícios e transportes, pois as ambições de reduzir emissões e travar aumento das temperaturas não podem ser cumpridas apostando apenas na construção de fontes renováveis ​​de geração de energia. Dados preliminares da AIE indicam que o investimento global em eficiência energética, como bombas de calor e isolamento de edifícios, aumentará 16% em 2023, para US$ 560 bilhões com investimentos tornando a energia usada 2% mais eficiente em relação a 2022, quase o dobro dos últimos 5 anos, abaixo dos 4% ao ano que, para a IEA, são necessários para atender cenário de emissões líquidas zero em 2050. A agência nos avisa que quase três milhões de bombas de calor que usam energia mecânica movida a eletricidade em vez de combustíveis fósseis para aquecer e resfriar edifícios, devem ser vendidas na Europa em 2023, o dobro do número de unidades vendidas em 2019.

Moral da Nota:  stablecoins são criptomoedas cujo valor é pareado a outro ativo, como dólar, euro e real e, não são garantidas pelo estado existindo riscos jurídicos de tecnologia e má gestão da tesouraria na emissora da stablecoin. O projeto da CBDC brasileira prevê a criação do Real Tokenizado tratando-se de stablecoin emitida por um banco comercial sob a autorização do Banco Central e com lastro no Real Digital. Especialistas em ativos tokenizados avaliam que o Real digital é  'alavanca à  tokenização',  previsto para lançamento em 2024, impactará o sistema financeiro com mudanças relacionadas no ambiente de tokenização e previsão de interação entre ativos tokenizados e a versão digital do real. A moeda digital emitida pelo banco central, CBDC,  tem mudanças propostas incluindo possibilidade de bancos comerciais criarem stablecoins lastreadas na CBDC, integrações com o ambiente de finanças descentralizadas e praticidade nas negociações do atacado. Estudo publicado em 2022 pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, ANBIMA, avalia que o Real Digital é alavanca à tokenização, com o CEO da Liqi Digital Assets, dizendo que “não tem dúvidas” que a versão digital do real impulsionará tokenização no Brasil afirmando que o Real Digital é moeda de liquidação em infraestrutura para o mercado financeiro e de capitais e, essa infraestrutura, é a blockchain.  Operações do mercado de capitais são firmadas entre ativos e dinheiro, por isso, necessita que a parte do “dinheiro” esteja inserida na estrutura para que a eficiência não seja perdida.  O diretor de projetos especiais do Mercado Bitcoin, credita que a CBDC facilita ambiente regulado e criação de modelos tokenizados de títulos públicos, sendo que o  “Real Digital teoricamente facilitará pagamento e trocas entre partícipes do sistema e o novo meio de consolidação e integração com transações ocorrendo diretamente na rede do Banco Central". O Real Digital,  segundo o CEO da Vórtx QR Tokenizadora, resolve o “risco de liquidação” dos títulos públicos tokenizados afirmando que nos mercados onde não existe contraparte central garantidora para liquidação de títulos como os mercados de títulos públicos e privados, há risco do comprador não receber o título no final do dia, após a liquidação, gerando custos e limitações nas negociações, enquanto no ambiente tokenizado, o Real Digital resolve este problema já que  “num mesmo comando, será feita a transferência do ativo, o débito na conta ‘Real Tokenizado’ do banco do comprador, a transferência em Real Digital para o banco do vendedor e o crédito em Real Tokenizado na conta do vendedor do ativo”. A relação entre Real Digital e tokenização possibilita criação de mercado de capitais com liquidação online, em tempo real, sem risco de liquidação, operando a qualquer momento em qualquer dia da semana.