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segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Impossível ignorar

Escolas médicas norte americanas atualizam seus currículos à medida que mudanças climáticas tornam-se impossíveis de ignorar, com a conscientização emergindo à medida que a pandemia aumentava, destacando que, desigualdades socioeconômicas na assistência médica e condições de trabalho é ameaça iminente. Evidências revelam impacto das mudanças climáticas na saúde humana, conforme descrito em relatório de 2022 do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, sobressaindo efeitos do aquecimento das temperaturas e mudanças nos padrões climáticos de aumento nas doenças transmissíveis em condições respiratórias crônicas e preocupantes mortes relacionadas ao calor, além disso, o relatório destaca como mudanças climáticas exacerbam insegurança alimentar global levando à desnutrição generalizada e forçando deslocamentos em massa, sobrecarregando sistemas de saúde pública. Nessas realidades, a maioria das escolas médicas dos EUA adicionou mudanças climáticas aos currículos entre os anos acadêmicos de 2019 e 2021, com a porcentagem de escolas que concedem MD e exigiram currículo sobre mudanças climáticas e saúde aumentando de 27% à 55%, conforme pesquisa da Association of American Medical Colleges no ano letivo de 2022, ano que, a porcentagem aumentou para 65% . A Harvard Medical School desenvolveu programa piloto sobre efeitos do clima na saúde respiratória, com diretores do curso aprovando a integração das aulas no currículo médico do 1º ano de Harvard em 2021 com o cuidado de não sobrecarregar o currículo já lotado, introduzindo informações em pequenas porções espalhadas pelo curso existente, por exemplo, no aprendizado sobre asma infantil alunos foram solicitados considerar fatores de risco sociais e ambientais de paciente hipotético, como viver em um bairro poluído pela queima de combustíveis fósseis ou incêndios florestais, desenvolvendo explicador sobre diferentes tipos de poluição, fontes e interações pulmonares, além do tamanho das partículas determinando onde a poluição é depositada no pulmão, conceito já abordado na faculdade de medicina, discutindo como diferentes tipos de poluição interagem com a fisiologia pulmonar no desenvolvimento de doenças. Em 2023 o Comitê de Política Educacional e Currículo da Harvard Medical School aprovou adições de cursos como parte dos currículos de temas sociais do programa de MD abordando determinantes sociais da saúde, além de esforço em adicionar cursos à todos os sistemas do corpo em estreita colaboração com o corpo docente, incluindo o médico de atenção primária, o diretor de educação e a política do Center for Climate, Health, and the Global Environment da Harvard TH Chan School of Public Health que, juntos, alunos e corpo docente, publicaram detalhes da implementação em artigo no PLOS Climate. O currículo revisado de Harvard inclui lições sobre planejamento de desastres e redução da pegada de carbono do sistema de saúde, nas seções de saúde renal e endócrina incorporaram módulo à planejamento de desastres naturais em que pacientes com doença renal crônica que dependem de diálise necessitam plano de desastre em vigor se um evento climático interferir no acesso ao tratamento, enquanto isso, Stanford adiciona cursos sobre medicamentos que tornam pessoas mais suscetíveis a riscos do calor, como evacuar um hospital com segurança e como filtros de ar e máscaras ajudam pessoas reduzir o risco de fumaça de incêndios florestais.

Incorporar questões do conselho à mudança climática na faculdade de medicina e no treinamento de residência estão em andamento em Harvard, mas, embora remodelada, a maioria dos médicos praticantes não recebeu essa instrução formal em seu treinamento, pois segundo a professora associada de medicina de emergência no Columbia Irving Medical Center, “somos treinados em paradigmas de modelos de doenças relacionados a mecanismos moleculares, genética e epigenética, que são importantes, mas, cada vez mais, vemos impactos ambientais na origem da doença”, concluindo que, “precisamos entender impactos ambientais para que possamos diagnosticar pacientes adequadamente e prescrever planos de tratamento que os farão melhorar.” Em 2017, co-desenvolveu a Climate & Health Science Policy Fellowship da University of Colorado visando profissionais de saúde com o professor de medicina de emergência especializado em medicina ambiental e de áreas selvagens, formando 25 médicos até agora, muitos dos quais desenvolveram e lideram programas de saúde climática, sendo que um desses médico dirige o currículo de saúde planetária e mudanças climáticas na Universidade de Washington onde é assistente de medicina de emergência. Bolsistas do programa trabalham com mentores na área de saúde ambiental e participam de reuniões de políticas nacionais e internacionais, muitos testemunhando na América Central como o calor extremo afeta trabalhadores agrícolas, ao passo que pessoas jovens e saudáveis adoecem com doença renal crônica devido exposição a temperaturas mais altas que o normal e, quando o furacão Maria devastou Porto Rico, avaliaram efeitos do desastre na saúde. Vale dizer que o Consórcio Global sobre Educação em Clima e Saúde que equipa profissionais de saúde no mundo com conhecimento e habilidades necessárias, organização que inclui mais de 360 ​​escolas de medicina, enfermagem, farmácia, saúde pública, serviço social, odontologia e veterinária, cujos Conceitos Básicos de Clima e Saúde para Profissionais de Saúde foram publicados pela primeira vez em 2018, estão agora na 3ª edição, além de oferecer aulas online gratuitas à profissionais de saúde criando repositório de acesso aberto de recursos educacionais médicos revisados ​​por especialistas sobre clima, em que, banco de recursos é organizado por sistemas de órgãos e especialidades variando de prevenção primária à violência de parceiro. Por fim, em Stanford, por exemplo, o corpo docente busca pensar sobre como o campo médico contribui à mudança climática e trabalha em modos de descarbonizar o hospital e reduzir desperdício médico. Não é difícil imaginar que as futuras gerações de médicos treinados em clima podem ser capazes de realizar, considerando que, salas de cirurgia não se concentram nos impactos ambientais mas um movimento crescente entre equipes cirúrgicas tenta mudar isso com o centro cirúrgico moderno e consumidor de muita energia produzindo sacos de resíduos plásticos e emitindo quantidades substanciais de gases efeito estufa e, mudanças simples, desde troca de medicamentos anestésicos por materiais reutilizáveis podem fazer diferença.

Moral da Nota: o Brasil, maior exportador de carne bovina do mundo, enfrenta desafios para tornar a produção de gado mais sustentável e transformar o setor pecuário envolvendo identificar e dimensionar tecnologias e práticas de baixo carbono que podem aumentar produtividade e, ao mesmo tempo, reduzir impacto ambiental implementando sistemas de rastreabilidade, essencial para garantir conformidade com regulamentações de desmatamento e manter acesso ao mercado, especialmente à pequenos agricultores. A exportação de carne bovina brasileira representaram 30% do total das exportações mundiais em 2022, segundo Relatório Carne Bovina da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne Bovina, ABIEC, no entanto, a produção pecuária se relaciona ao desmatamento e representa fonte de emissões de metano gerando impactos nas mudanças climáticas, daí, o desafio de conciliar contribuição nacional à segurança alimentar global com ações para mitigar mudanças climáticas e perda de biodiversidade exigindo transição da produção pecuária à modelo mais sustentável. O setor pecuário na última década, implementou compromissos e iniciativas para tornar a produção mais sustentável e abordar práticas ilegais incluindo acordos de gado entre frigoríficos de carne bovina, Ministério Público do Brasil e o desenvolvimento do protocolo Beef On Track, compromissos voluntários de desmatamento zero por grandes empresas, possíveis através de iniciativas como o Protocolo do Cerrado que envolve exportadores de carne bovina brasileira adotando voluntariamente critérios à aquisição de gado no bioma Cerrado, no entanto, desafios em desassociar produção pecuária do desmatamento e promover adoções de tecnologia voltadas à redução de emissões de gases efeito estufa envolvem sistema inteiro e estão interconectados, clamando por abordagem multissetorial crítica.


segunda-feira, 21 de junho de 2021

Educação blockchain

O continente africano é o lar de start-ups e soluções de tecnologia com visão de futuro, por exemplo, no Quênia, o M-Pesa revoluciona o banco de telefonia celular desde os anos 1990, produto que tornou mais fácil enviar dinheiro e chegar aos que não têm conta bancária. A África do Sul se tornou o centro de fintech da África com cidades como a Cidade do Cabo como terreno fértil à construção de novas empresas. Países africanos adotaram blockchain na tecnologia financeira, vanguarda das principais soluções no continente, mas no quesito criptomoedas a aceitação entusiasmou pouco e, apesar de contratempos regulamentares, bolsas como a Luno crescem de modo consistente transformando a Nigéria no segundo maior mercado bitcoin do mundo depois dos EUA.

Fora das criptomoedas, a blockchain teve o maior anúncio recente através da IOHK anunciando projetos que diz ser o maior negócio blockchain da história, que planeja implementar para melhorar serviços em países como Etiópia e Tanzânia. A parceria entre Cardano e o governo da Etiópia implementa blockchain na educação fornecendo identidade digital à mais de 5 milhões de alunos, no entanto, a blockchain da Cardano poderá ser usada numa variedade de projetos no continente. Pela parceria, alunos etíopes receberão identidade digital, DID, metadados que transportam informações sobre desempenho acadêmico ao longo da escolaridade através da tecnologia Atala Prism integrada ao blockchain Cardano, acompanhando cada etapa do desenvolvimento acadêmico do aluno. Caso um aluno que atinja melhores notas em matemática ao longo de sua vida escolar no sistema escolar tradicional seja reprovado em seu trabalho final, pode não entrar na universidade desejada afetando seu futuro. Com o DID, esse sistema é substituído por visão holística das habilidades, além de proteção contra fraude ou fabricação pela imutabilidade e acessibilidade blockchain. A tecnologia móvel e saúde estão sobre a mesa com a plataforma digital global de saúde Ask The Doctor, planejando mudança da blockchain da Ethereum à Cardano. A Ask The Doctor permite usuários obterem criptografia ou tokens ao aprender sobre cuidados básicos de saúde, podendo utilizar o que ganharam para pagar médicos e medicamentos, sendo este quesito, parte do motivo da mudança do Ask The Doctor decorrente a forte presença da Cardano no continente africano. A parceria com o World Mobile Group fornecerá serviços vitais à Tanzânia e Etiópia, que juntas levarão internet sustentável à Tanzânia através de energia renovável além de fornecer nós de rede acessíveis com base na infraestrutura blockchain da Cardano. Esses nós de rede atuarão como retransmissores locais à conectividade com Internet permitindo que assinantes acessarem solução de identidade usada na Etiópia e, em vez da educação, permitirá acesso a serviços como banco digital.

Moral da Nota: o CEO da IOHK, Charles Hoskinson, explica que grande parte da sua visão para o continente africano está na crença em aceitar novas tecnologias por parte do continente, que considera demanda maior nos países em desenvolvimento, tornando-os melhores nações para esse tipo de inovação. Em vídeo no YouTube explica que grandes potências como os EUA não serão de onde virá o crescimento da tecnologia explicando que “está tudo na mesa, novos sistemas de votação, novos sistemas de propriedade, novos sistemas de pagamento, novas formas de identificar pessoas, novas formas de negociar títulos”. Na verdade, o sucesso não é garantido e só o futuro dirá sem saber exatamente como tais projetos progredirão, mas a Cardano faz avanço empolgante para um continente muitas vezes é esquecido.


domingo, 21 de março de 2021

Promoção blockchain

A Ametic, empregadora espanhola da indústria digital, e a Alastria,  consórcio espanhol blockchain público-permissivo e multissetorial, são parceiros no objetivo em promover adoção de sistemas de gestão e conhecimento à tecnologias DLT, 'Distributed Ledger Technologies' e 'blockchain', promovendo sua utilização entre administrações e empresas. O acordo, segundo a Ametic, facilita desenvolvimento da indústria de tecnologia, digitalização da sociedade e economia, melhorando bem-estar e competitividade da Espanha. A Alastria promove implementação e utilização 'blockchain' como facilitadora e aceleradora da transformação digital, gerando valor econômico e dinamização do PIB, Produto Interno Bruto, na Espanha e no mundo. A colaboração comum e áreas de interesse buscam conhecimento e difusão blockchain e DLT, até o intercâmbio e divulgação de estudos e relatórios que promovam seu melhor uso.

De acordo com estudo da Ametic 'Estado da arte Blockchain nas empresas espanholas', 41% das empresas que não utilizam 'blockchain' afirmam não compreender como pode ajudá-las na transformação dos seus negócios, daí, o acordo evidenciar relevância e necessidade de aproximação do tecido produtivo à tecnologia. Já 48,3% das empresas pesquisadas percebem que 'blockchain' tem baixo nível em termos de impacto em suas estratégias digitais, considerando-se uma tecnologia com potencial pouco maduro. As organizações têm interesse em projetos utilizando vantagens blockchain convergindo com inteligência artificial, 'big data' ou cibersegurança, multiplicando impacto social e econômico da digitalização. A contribuição da Alastria “diz respeito à disponibilização de casos de uso e definição da procura da indústria e entes públicos que podem se beneficiar de soluções Blockchain”. A “blockchain é tecnologia que a Espanha lidera, segundo a Alastria, que tem impacto econômico no mercado representando mudança de paradigma na forma como empresas e cidadãos tratam, pela confiança que gera. É por suas características, tecnologia inclusiva e colaborativa, necessitando consenso, valores importantes no mundo dos negócios, da inovação e iniciativa público-privada”.

Moral da Nota: a Chainlink e The World Economic Forum divulgaram proposta de criação de framework, modelo de programação à criação de aplicativos, que permita interação de blockchains e sistemas legados implicando uso de redes oracle descentralizadas que fornecem gateway, ponte de ligação, seguro. No artigo “Bridging the Governance Gap: Interoperability for Blockchain and Legacy Systems,” propõe criação de estrutura de código aberto garantindo que sistemas legados sejam interoperáveis ​​com a DLT, Distributed Ledger Technology, criando redes oráculos descentralizadas. As preferidas são as redes blockchain do oracle que oferecem camada de abstração de fácil integração, via ponte entre sistemas blockchain e digital legado, criando novos casos de uso para contratos inteligentes na forma de contratos financeiros tecnológicamente reforçados, apólices de seguro automatizadas e etc. A rede oracle,compreenderia nós seguros auditados fornecendo garantias de segurança na integridade dos dados e sua entrega de sistemas legados à redes blockchain. 

Canto de página: Oracles são middleware seguro, software entre o sistema operacional e aplicativos nele executados usado para conectar contrato inteligente blockchain com dados do mundo real e permitindo que aplicativo blockchain interaja com qualquer ambiente fora da cadeia, incluindo sistemas digitais legados.

OBS: o documento foi revisado por líderes da indústria no setor blockchain e representantes do Centro da Quarta Revolução Industrial do WEF.