O continente africano é o lar de start-ups e soluções de tecnologia com visão de futuro, por exemplo, no Quênia, o M-Pesa revoluciona o banco de telefonia celular desde os anos 1990, produto que tornou mais fácil enviar dinheiro e chegar aos que não têm conta bancária. A África do Sul se tornou o centro de fintech da África com cidades como a Cidade do Cabo como terreno fértil à construção de novas empresas. Países africanos adotaram blockchain na tecnologia financeira, vanguarda das principais soluções no continente, mas no quesito criptomoedas a aceitação entusiasmou pouco e, apesar de contratempos regulamentares, bolsas como a Luno crescem de modo consistente transformando a Nigéria no segundo maior mercado bitcoin do mundo depois dos EUA.
Fora das criptomoedas, a blockchain teve o maior anúncio recente através da IOHK anunciando projetos que diz ser o maior negócio blockchain da história, que planeja implementar para melhorar serviços em países como Etiópia e Tanzânia. A parceria entre Cardano e o governo da Etiópia implementa blockchain na educação fornecendo identidade digital à mais de 5 milhões de alunos, no entanto, a blockchain da Cardano poderá ser usada numa variedade de projetos no continente. Pela parceria, alunos etíopes receberão identidade digital, DID, metadados que transportam informações sobre desempenho acadêmico ao longo da escolaridade através da tecnologia Atala Prism integrada ao blockchain Cardano, acompanhando cada etapa do desenvolvimento acadêmico do aluno. Caso um aluno que atinja melhores notas em matemática ao longo de sua vida escolar no sistema escolar tradicional seja reprovado em seu trabalho final, pode não entrar na universidade desejada afetando seu futuro. Com o DID, esse sistema é substituído por visão holística das habilidades, além de proteção contra fraude ou fabricação pela imutabilidade e acessibilidade blockchain. A tecnologia móvel e saúde estão sobre a mesa com a plataforma digital global de saúde Ask The Doctor, planejando mudança da blockchain da Ethereum à Cardano. A Ask The Doctor permite usuários obterem criptografia ou tokens ao aprender sobre cuidados básicos de saúde, podendo utilizar o que ganharam para pagar médicos e medicamentos, sendo este quesito, parte do motivo da mudança do Ask The Doctor decorrente a forte presença da Cardano no continente africano. A parceria com o World Mobile Group fornecerá serviços vitais à Tanzânia e Etiópia, que juntas levarão internet sustentável à Tanzânia através de energia renovável além de fornecer nós de rede acessíveis com base na infraestrutura blockchain da Cardano. Esses nós de rede atuarão como retransmissores locais à conectividade com Internet permitindo que assinantes acessarem solução de identidade usada na Etiópia e, em vez da educação, permitirá acesso a serviços como banco digital.
Moral da Nota: o CEO da IOHK, Charles Hoskinson, explica que grande parte da sua visão para o continente africano está na crença em aceitar novas tecnologias por parte do continente, que considera demanda maior nos países em desenvolvimento, tornando-os melhores nações para esse tipo de inovação. Em vídeo no YouTube explica que grandes potências como os EUA não serão de onde virá o crescimento da tecnologia explicando que “está tudo na mesa, novos sistemas de votação, novos sistemas de propriedade, novos sistemas de pagamento, novas formas de identificar pessoas, novas formas de negociar títulos”. Na verdade, o sucesso não é garantido e só o futuro dirá sem saber exatamente como tais projetos progredirão, mas a Cardano faz avanço empolgante para um continente muitas vezes é esquecido.