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domingo, 22 de agosto de 2021

Comércio de carbono

Emitida na cidade de Tianjin, conhecida pelas indústrias pesadas e refinarias de petróleo, a primeira compensação de carbono blockchain da China em paralelo ao desenvolvimento pelo governo da plataforma nacional de comércio de carbono. De acordo com o Binhai Times o certificado de compensação de carbono segue a abertura do mercado nacional de carbono, notícia revelada na conferência fintech e finanças verdes, com offset criado pela AntChain do Ant Group, focado na blockchain tornar transparente e rastreável a emissão, o comércio e a auditoria de compensação de carbono, em linha com o plano Quinquenal chinês que pretende ser neutro em carbono até 2060. Títulos verdes e um mercado nacional de carbono foram lançados como parte de esforço em aumentar a utilização do financiamento verde, com o governo local de Tianjin, emergindo ambições blockchain ao anunciar em 2019 o lançamento de plataforma de gerenciamento alfandegário blockchain, parte da estratégia em conectar operações através da blockchain.

Acelerado pelo tweet de Elon Musk ao mencionar que mineração de moedas digitais  afeta o meio ambiente, ambientalistas, ONGs e governos, apontam impacto das emissões de gases de efeito estufa no planeta. Relatórios cada vez mais críticos sobre como a "mineração" de criptomoedas que requer enormes quantidades de energia e consequente pegadas mais altas de carbono, levou o economista de criptomoedas Alex De Vries informar que o uso de energia em uma única transação de Bitcoin equivale ao consumo de uma família americana média em 25,91 dias. A aceitação do Bitcoin e outras criptomoedas leva mais mineradores e atividades de mineração, com computadores de alta potência consumindo mais energia, além de estudos concordarem que a mineração de criptomoedas é prejudicial ao meio ambiente e que empresas de criptografia e blockchain devem procurar modos ecologicamente corretos de alimentar os computadores à transações de mineração e processamento. Neste desafio, a Jelurida, empresa de desenvolvimento por trás das blockchains Nxt e Ignis, do Ardour, oferece solução sustentável eficiente, interoperável e ecológica, comparada com outros blockchains baseados em PoW, cujo ecossistema depende do protocolo de consenso, PoS, conhecido pelo baixo consumo de energia e limitado impacto ambiental. A blockchain Ardor de Jelurida e seu ecossistema sustentável foca projetos descentralizados promissores ao lado do modelo Proof-of-Stake do Nxt, colocados à prova em casos de uso do mundo real, incluindo projetos apoiados pelo governo.

Moral da Nota: a Jelurida apoiou em 2020 o Ministério Federal austríaco com o projeto HotCity, tendo como objetivo reciclar o calor de fontes de energia usadas com a interoperabilidade e escalabilidade do Ardour, ao lado do protocolo de consenso 100% PoS do Nxt, projetando solução blockchain permitindo residentes ganhar tokens enviando fontes de recursos usados. O Cycle4Value, projeto baseado em Ardour, usa protocolo de consenso PoS para promover o ciclismo, projeto apoiado pelo Ministério austríaco, visando reduzir tráfego rodoviário e melhorar a saúde pública com o dApp permitindo partícipes ganhar tokens pedalando. Outro projeto ecológico, o TreeCycle, usa o Ignis e o Nxt de Jelurida para impulsionar a iniciativa em transformar em florestas sustentáveis ​​e lucrativas grandes extensões de terras não cultivadas no Paraguai, oferecendo até 40% de retorno aos usuários. O ecossistema Jelurida, projetado para oferecer suporte ao uso real blockchain, permite que dApps atendam população maior e, ao mesmo tempo seu protocolo de consenso 100% PoS tem requisitos mínimos de hardware, tornando-o eficiente em termos de energia e totalmente equipado para oferecer suporte a projetos blockchain novos e futuros sob o Crypto Climate Accord, CCA.


sábado, 14 de agosto de 2021

Iatrogenia e ambiente

Segundo o Fórum Econômico Mundial 269 milhões de pessoas no mundo são usuárias de drogas anualmente, inundando esgotos com componentes químicos degrados com efeitos semelhantes ao das próprias drogas. Estudo publicado no “Journal of Experimental Biology” na República Tcheca indica que poluição por medicamentos pode alterar até sexo dos peixes expostos à metanfetamina, que acabam preferindo água contendo a droga, manifestando modificações comportamentais e na saúde cerebral. Estações de tratamento de esgoto não filtram substâncias químicas, além do esgoto in natura que chega aos rios, permitiu estudo sobre metanfetamina afetando a truta marrom selvagem. Concentrações de metanfetamina e um de seus subprodutos, a anfetamina, a partir de medições das concentrações de drogas ilícitas nos cursos de água e detectadas no cérebro da truta marrom, suficientes para causar dependência nos animais. As trutas expostas à droga em tanques por oito semanas passaram por “período de abstinência” de dez dias sem drogas, tempo que os pesquisadores testaram a preferência dos peixes por água doce ou água com metanfetamina, comparando com respostas de peixes que nunca haviam sido expostos à droga. As descobertas indicam que peixes expostos à metanfetamina preferiram a água contendo a droga, preferência não demonstrada em peixes não tratados e, no período de abstinência as trutas expostas à metanfetamina se moviam menos, interpretado como sinal de ansiedade ou estresse típico de abstinência à drogas em seres humanos.

A química do cérebro divergia entre peixes expostos e não expostos, mudanças que correspondem ao que é visto na dependência humana, com efeitos comportamentais diminuindo pós dez dias de abstinência, sugerindo que exposição à metanfetamina pode ter efeitos de longa duração semelhantes aos observados em humanos. O estudo indica que as trutas estão “gostando” das drogas e se tornando viciadas, ficando inclinadas a pendurar em canos onde resíduos são descarregados. Os peixes podem se comportar de modo semelhante aos humanos dependentes, visto em estudos de diferentes espécies, com uma das marcas do vício a perda de interesse por outras atividades, mesmo as altamente motivadas, como comer ou reproduzir, coisa vista nos animais em seu comportamento natural causando problemas com alimentação, reprodução e, em última instância, sobrevivência, com menor propensão a escapar de predadores. Importante notar que a exposição às drogas não afeta apenas os peixes, mas seus descendentes sendo que o vício pode ser herdado ao longo das gerações com implicações nos ecossistemas. Em 2019, cientistas do Reino Unido relataram cocaína em camarões de água doce em todos os 15 rios amostrados, detectando drogas ilícitas com mais frequência do que produtos farmacêuticos comuns, sendo que os efeitos mais amplos dessas drogas permanecem desconhecidos.

Moral da Nota: medicamentos não se decompõem totalmente em nossos corpos chegando às estações de tratamento de águas residuais nas fezes e urina, com a maioria descarregada com efluentes de águas residuais entrando nos rios ou vazando de aterros, ou, campos agrícolas onde esgoto humano é usado como fertilizante. Animais selvagens de rios e águas costeiras onde o rejeito é despejado são expostos a coquetéis de medicamentos, de analgésicos a antidepressivos, inclusive com peixes de estações de tratamento mudando de sexo em semanas, decorrente exposição a produtos químicos que desregulam hormônios encontrados em pílulas anticoncepcionais. Antidepressivos causam mudanças comportamentais em organismos aquáticos como agressividade, atração pela luz e coragem crescente, além do vício em drogas ser problema de saúde global pode devastar comunidades e lidar com as consequências ambientais é caro. stimarivas indicam que seriam gastos US$ 50 bilhões para atualizar estações de tratamento de águas residuais na Inglaterra e País de Gales para remover produtos químicos, parecendo óbvio que drogas prescritas e ilegais mudam o comportamento dos humanos e da vida selvagem. No entanto, não há certeza que produtos sintéticos em produtos domésticos como cosméticos, roupas e produtos de limpeza, afetam comportamento das pessoas e de outras espécies. 


domingo, 8 de agosto de 2021

Compensação de carbono

Balanço da PlantVerd desde sua criação em 2013 com a missão de diminuir o custo do reflorestamento no Brasil, indica mais de 2 milhões de mudas plantadas, 1.428 hectares recuperados e 47.608 kg de carbono neutralizados/dia. A startup oferece consultoria e serviços ambientais de recuperação de áreas degradadas à portos,  construtoras, hidrelétricas, concessionárias de rodovias, plantio e restauração de áreas com espécies arbóreas nativas, obras de contenção de erosão, construção de canais e bacias hidrográficas, recuperação de nascentes, conservação de vegetação em rodovias e aterros. Em 2020 implementou o Ativo Verde com o apoio do estado de São Paulo, ferramenta que possibilita cadastro de propostas ecológicas à geração de créditos ambientais, cumprindo obrigações de restauração florestal como compensações, conversão de multas ou licenciamento ambiental. Uma compensação ambiental consequente construção de complexo industrial por exemplo, contratará projetos previamente aprovados e cadastrados pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, plantando espécies nativas da Mata Atlântica ou Cerrado.

A parceria com o CoVida20, programa de financiamento para negócios de impacto comprometidos com a manutenção de emprego e renda durante a Covid-19, se insere na criação de floresta de 3.510 mts² na preservaão da Cantareira em São Paulo, iniciativa, que mobilizou R$ 6,6 milhões através de 367 investidores, impactando 772 pessoas e 47 negócios nacionais. A empresa presta serviços à Vale na descaracterização de barragens, processo de encerramento definitivo das estruturas que são reincorporadas ao relevo e ambiente através da revegetação. Com a Fundação Renova, criada pela Samarco, joint venture com a BHP Billiton Brasil, a PlantVerd trabalha na recuperação da bacia do Rio Doce reflorestando 40 mil hectares impactados pelo desastre ambiental em Mariana, com cerca de 20% do quadro de funcionários se inserindo em programa de reintegração de ex detentos à sociedade. Após registrar R$ 7,6 milhões de faturamento em 2019, pretende fechar 2021 com mais de 200 funcionários e R$ 20 milhões focada no lançamento de plataforma de financiamento coletivo viabilizando plantação de 300 hectares de ativo verde no Brasil. 

Moral da Nota: entre nós ainda, o BNDES liberou R$ 1,6 bilhão à 10 parques eólicos em Pernambuco e Piauí, da joint venture entre Votorantim Energia e o fundo canadense CPP Investments. O financiamento implantará 409,20 MW de capacidade da VTRM Energia Participações, com novas usinas devendo começar  operação em 2022, compondo os Complexos Eólicos Ventos do Piauí II e III, nos municípios de Betânia do Piauí, Curral Novo do Piauí, Paulistana, no Piauí, e Araripina e Ouricuri, em Pernambuco. A superintendente de Energia do BNDES avisa que cada complexo eólico se conectará ao SIN, Sistema Interligado Nacional, através de linha de transmissão até a subestação Curral Novo do Piauí II, já operacional, afirmando em nota que “o apoio à expansão das energias renováveis no Brasil continua estratégia de atuação do BNDES, permitindo desenvolvimento do mercado livre e propiciando que investidores de ativos sustentáveis estabeleçam parcerias comerciais com consumidores.


sábado, 22 de maio de 2021

Green rail

A Alstom estreará na Alemanha, estabelecendo como ponto de apoio à tecnologia na Europa, os primeiros trens movidos a hidrogênio. Com teste em pista de 123 kms na Baixa Saxônia, as operações comerciais começarão com 14 trens de passageiros Coradia iLint Alstom na linha regional entre Buxtehude, fora de Hamburgo, e a cidade litorânea de Cuxhaven. Os trens da Alstom funcionam com células de combustível há mais de cinco anos como alternativa aos motores diesel que emitem carbono. Segundo maior fornecedor de equipamentos ferroviários do mundo, a Alstom ganhou ainda um pedido na ferrovia nacional da França à trem hidrogênio-elétrico e conquistou outros contratos na Alemanha e Itália.

Fornecerá seis trens de células a combustível de hidrogênio à FNM, Ferrovie Nord Milano, principal grupo de transporte e mobilidade da Lombardia, por 160 milhõesde euros com entrega prevista para 36 meses a partir da data da assinatura. Os trens a hidrogênio são baseados na plataforma ferroviária Coradia Stream da Alstom, dedicada ao mercado europeu, produzida para Itália pelas principais unidades da companhia. O Coradia Stream para FNM, movido a hidrogênio, será equipado com tecnologia de propulsão de célula de combustível apresentada pelo Coradia iLint, mantendo padrões de conforto da versão elétrica. A França também encomendou trens hidrogênio-elétrico bimodais marcando passo histórico na redução das emissões de CO2 do transporte ferroviário, trabalhando na direção da transição energética, reduzindo emissões de gases de efeito estufa e poluição sonora através do plano de hidrogênio lançado em junho de 2018, em linha com o programa Planeter para reduzir o impacto ambiental das soluções de mobilidade regional da SNCF Voyageurs. O trem polivalente Coradia elétrico-hidrogênio bimodal atende requisitos da diversificada rede ferroviária da França, com autonomia de até 600 km em trechos de ferrovia não eletrificada. De 72 mts de comprimento e quatro vagões com capacidade de 218 assentos, com mesmo desempenho dinâmico e nível de conforto da versão elétrico-diesel de modo duplo.

Moral da Nota: a versão a hidrogênio corresponderá ao desempenho operacional dos trens a diesel, incluindo alcance, sendo que “a tecnologia de trens de hidrogênio confirma o papel da Alstom na definição do futuro da mobilidade, representando grande passo na transição à sistemas de transporte global sustentável." O Coradia iLint é o primeiro trem de passageiros do mundo movido por uma célula de combustível de hidrogênio, produzindo energia elétrica para tração, de emissão zero, emitindo baixos níveis de ruído e exaustão apenas de vapor e água condensada. O iLint combina elementos inovadores como conversão de energia limpa, armazenamento flexível de energia em baterias, gerenciamento inteligente da força de tração e energia disponível e projetado especificamente para operação em linhas não eletrificadas, permitindo operação limpa e sustentável garantindo altos níveis de desempenho.


domingo, 16 de maio de 2021

Algodão orgânico

O cultivo agroecológico no nordeste do Brasil contribui à segurança alimentar, apesar do algodão orgânico ter entre nós crescimento lento. Relatório da Textile Exchange avisa que o Brasil se coloca nas últimas posições com 0,04% da produção mundial entre os 19 países produtores de algodão orgânico, no entanto, houve ganho em escala de 335% na safra 2018/19. O plantio de algodão orgânico no Brasil ocorre predominantemente no Nordeste, inserido na agroecologia, sendo a Paraíba o estado com maior produção e desde 2015 desenvolve o Projeto Algodão Paraíba, parceria governo/Embrapa, apoiando núcleos de pequenos agricultores. Outro fato é que metade das empresas do segmento têxtil e de confecção encontra-se na região sudeste, sendo que na região central da cidade de São Paulo estima-se que bairros conhecidos tradicionalmente por formar o maior pólo produtivo de roupas do país, como Brás, Bom Retiro e Vila Maria, descartam mais de 60 toneladas de resíduos têxteis por dia. O algodão leva para se decompor de 10 a 20 anos e os tecidos sintéticos entre 100 e 300 anos com o poliéster podendo levar até 400 anos.

A economia circular na indústria da moda é alternativa na redução de resíduos e poluição, prolongando utilização das peças e regenerando sistemas naturais, no entanto, se apresentam como último recurso a reutilização, o reparo, a remanufatura e a reciclagem. O relatório “Fios da Moda” aponta que a reciclagem não é tarefa incentivada e descarte é sem custos aos produtores que pagam aos catadores entre R$ 0,30 e R$ 0,60 pelo quilo de resíduos têxteis recolhidos. A economia circular inclui a regeneração de terras agrícolas e florestais, diminuição de emissões de GEE, cuidados com o uso e poluição das águas e valorização do indivíduo nas etapas da cadeia produtiva. Iniciativa nesta direção é a Re-Roupa, cuja metodologia no reaproveitamento de tecidos e transformação de peças é aplicada em oficinas de criação coletiva e capacitação. O conceito de upciclyng prega a reutilização criativa de peças em vez do descarte, iniciativa praticada por novas marcas, sendo que o movimento Fashion Revolution conscientiza sobre impactos socioambientais do setor criando a Brasil Eco Fashion Week, semana dedicada à moda sustentável.

Moral da Nota: a Covalent utiliza a IBM Blockchain para rastrear o impacto do carbono de seus produtos de moda baseados em AirCarbon no IBM LinuxONE, criando um novo nível validado de mapeamento de impacto ambiental. Trabalhando com o parceiro de negócios IBM Cognition Foundry, provedor de serviços integrador de sistemas, a Covalent hospeda a solução IBM Blockchain no IBM LinuxONE, um servidor para cargas de trabalho de missão crítica. A Covalent é marca de produtos de moda lançada pela Newlight Technologies, usando tecnologia IBM Blockchain no IBM LinuxONE,  permitindo que consumidores rastrearem a pegada de carbono e a cadeia de suprimentos dos acessórios de moda sustentáveis ​​baseados no AirCarbon, incluindo tudo, desde óculos a bolsas. Produtos Covalent são trablhados com AirCarbon, biomaterial fundido feito por microrganismos e usado como alternativa à fibra, ao plástico e ao couro, sendo o AirCarbon certificado como carbono negativo pela Carbon Trust significando que reduz a quantidade de carbono no ar. Produtos em AirCarbon da Covalent fornecem padrão de rastreabilidade pela aplicação da tecnologia IBM Blockchain, sendo que em cada produto covalente há um número impresso de 12 digitos conhecido como "Data de carbono", que representa hora em que o AirCarbon foi usado para fazer aquele produto específico. Inserido no site Covalent o número permite rastrear etapas de execução da criação de cada item, sendo que a jornada da cadeia de suprimentos que deu vida a cada produto é armazenada em um livro-razão blockchain, do momento em que o AirCarbon foi formado e moldado em uma bolsa até a informação de quem verificou de modo independente sua impressão carbono digital e quando foi movido ao armazém.


sábado, 27 de março de 2021

Meta 2600 kms

A Black Jaguar Foundation, BJF, ONG fundada pelo empresário e ambientalista holandês Ben Valks, pretende reflorestar 1 milhão de hectares ao longo dos rios Araguaia e Tocantins na Amazônia e Cerrado as margens dos rios Araguaia e Tocantins. Deverá plantar 1,7 bilhão de árvores no corredor natural de 2.600 kms com as primeiras mudas plantadas em 2018 na região de Santana do Araguaia, Pará, e em Caseara, Tocantins, na transição entre a Amazônia e o Cerrado no centro do corredor. Em dezembro de 2020, haviam 100 mil mudas plantadas em 130 hectares, incluindo área piloto, ganhando escala no último trimestre de 2020 quando foram plantadas 30 mil mudas. O corredor estabelecido em propriedades privadas tem objetivos ecológicos e econômicos, resultando na conservação da terra e produção agroecológica sustentável atravessando Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão e Pará. Além da restauração há a proteção da vida selvagem ligando os dois maiores e mais importantes biomas do país, o Cerrado ocupando 48% da área do projeto e a Amazônia com 52%, ambos, sob pressão da pecuária e monocultura.

Um dos maiores obstáculos à meta da ONG são os proprietários rurais, já que o corredor se estabelece apenas em terras privadas exigindo cooperação das propriedades rurais planejadas. Quando concluído, terá 20 kms de largura a partir das margens dos dois rios e o plantio de 1,7 bilhão de árvores. Pesquisa encomendada pela BJF realizada pelo EACH/USP e Universidade de Illinois Urbana-Champaign, identificou 24 mil propriedades na área do corredor com 13.148 exibindo deficit ambiental de RLs e APPs, totalizando 1 milhão de hectares, incluindo propriedade da terra e áreas de vegetação nativa e espécies. O estudo revela que só foi possível estabelecer posse clara de 81% da área total do corredor proposto decorrente ao CAR ser autodeclaratório, Registo Ambiental Rural que legaliza propriedades rurais no Brasil sobrepondo posse e com contenciosos por limites e titularidade clara, desafio à realização do projeto. O estudo conclui que a restauração do corredor verde implementa sistema de produção agroflorestal resultando nos próximos 50 anos em US$ 21,1 bilhões em benefícios ambientais e econômicos, dependendo dos ciclos de crescimento das árvores produtoras e técnicas de manejo florestal. O projeto beneficia a captura de 263 milhões de toneladas equivalentes de CO2, redução de 527 toneladas de erosão do solo, rendimentos com venda de produtos de madeira e criação de mais de 37 mil empregos a custo total estimado de US$ 2,2 bilhões.

Moral da Nota: o Código florestal possibilita criação do corredor e, quando concluído, o território reflorestado formará a Biodiversidade do Araguaia, conceito concebido em 2008 pelo biólogo Leandro Silveira. O Código Florestal brasileiro transformado em lei em 1965 e revisado em 2012, viabiliza o projeto, já que a legislação requer que proprietários particulares na Amazônia e Cerrado protejam áreas naturais nas propriedades. As áreas conservadas recebem designações incluindo áreas de preservação permanente, APP, reservas legais, RL, e áreas de uso restrito e segundo a lei federal 12.651/2012, toda propriedade privada rural deve incluir uma APP e uma RL. Dentre as funções ambientais da APP está a preservação dos recursos hídricos sendo que a RL visa a preservação da vegetação nativa, garantindo uso econômico dos recursos da propriedade de modo sustentável. Por fim, o tamanho da RL depende do bioma que se localiza no Cerrado devendo ocupar até 35% da área da propriedade e na Amazônia até 80% deve ser conservado.


sábado, 20 de março de 2021

Abordagem em princípios

O presidente da Microsoft, a diretora financeira e o CEO anunciam plano visando tornar a companhia carbono negativo até 2030, na tentativa em  mitigar mais de 2 trilhões de toneladas métricas de gases efeito estufa na atmosfera desde a Primeira Revolução Industrial no século XVIII, com o detalhe que, três quartos desse carbono foi emitido desde a década de 1950. As emissões 'zero líquido' significam remoção de carbono quanto emite a cada ano com abordagens agressivas, tecnologias e políticas públicas inovadoras de importância fundamental às pessoas.

Uma questão social nova e complexa demanda aprendizado e, em seguida, definição de abordagem baseada em princípios para guiar esforços, fundamental aos objetivos agressivos de carbono, sendo sete princípios ou elementos vitais à medida que inovamos e tomamos ações de forma contínua. A Microsoft se comprometeu assumir responsabilidade pelas suas emissões e em 2030, reduzí-las em mais da metade removendo mais carbono que emitiu a cada ano. Planeja implantar US$ 1 bilhão de capital próprio em Fundo de Inovação Climática, acelerando desenvolvimento de tecnologias de redução e remoção de carbono. Capacitará clientes no mundo desenvolvendo e implantando tecnologia digital aos fornecedores e clientes, reduzindo suas pegadas de carbono. Publicará Relatório de Sustentabilidade Ambiental anual fornecendo transparência sobre o progresso baseado em padrões de relatórios globais, apoiando iniciativas de políticas públicas, acelerando oportunidades de redução e remoção de carbono. O reconhecimento que funcionários são seu maior ativo no avanço à inovação criando oportunidades em capacitá-los, contribui com esforços em questões de carbono fundamentadas em avanços científicos contínuos e confiança em conceitos matemáticos básicos, fundamentais, aos envolvidos.

Moral da Nota: a prosperidade humana, medida pelo crescimento do PIB, se liga ao uso de energia no futuro e passado, cria oportunidades econômicas e prosperidade, exige mais energia especialmente desde a década de 1950 que o desenvolvimento cada vez mais emitiu gases efeito estufa. Aprender sobre a "matemática do carbono", conceitos básicos importantes em entender como a questão do carbono se aplica a cada um de nós como indivíduos, famílias, empresas ou organizações, nos inserindo no plano para reduzir as emissões de carbono da Microsoft com três componentes, ou, em primeiro lugar redução das emissões de escopo 1 e 2 para quase zero até metade da década com energia renovável, eletrificação da frota de veículos, certificação Zero Carbon do International Living Future Institute e a certificação LEED Platinum aos projetos de modernização do Campus do Vale do Silício e Puget Sound. Em segundo lugar, reduzir emissões de escopo 3 em mais da metade até 2030 implementando imposto interno de carbono atual para cobrir emissões de escopo 3, sendo que não é "taxa sombra" calculada mas não cobrada e usada ​​para pagar melhorias de sustentabilidade. O terceiro em 2030 a Microsoft removerá mais carbono que emite e até 2050 todo o carbono que a empresa emitiu, diretamente ou por consumo elétrico desde a fundação em 1975, com sequestro de carbono no solo, bioenergia com captura e armazenamento de carbono (BECCs) e captura direta de ar (DAC).

Deu no jornal: em carta diretores executivos do Banco Mundial, maior provedor de financiamento climático ao mundo em desenvolvimento, representando países acionistas europeus e Canadá, saudaram iniciativas do Banco garantindo que os empréstimos apoiem esforços em reduzir emissões de carbono. Pediram expansão da estratégia de mudança climática excluindo investimentos em projetos relacionados a petróleo e carvão no mundo e eliminar investimento em projetos de gás natural. O Banco Mundial e suas organizações forneceram US$ 83 bilhões à ações climáticas nos últimos cinco anos e o presidente disse às autoridades financeiras do Grupo das 20 economias que o Banco faria investimentos em mitigação e adaptação à mudanças climáticas pelo segundo ano consecutivo em 2021.