Na Irlanda, a Positive Carbon desenvolveu sistema de sensores que colocados em caixotes do lixo, registram tipo e quantidade de alimentos descartados, sendo que a integração desta tecnologia com softwares de compras das empresas permite gestão de estoques mais precisa, reduzindo desperdício. Os sensores que combinam tecnologias de câmera e método de detecção remota que utiliza luz para medir distâncias, fornece dados sobre hábitos de desperdício, resultando em decisões informadas sobre quantidade de alimentos a comprar e preparar, sinergia entre tecnologia e gestão culinária, beneficiando finanças das empresas e contribuindo à conservação ambiental. O líder da Positive Carbon enxerga futuro onde a tecnologia expande horizontes com planos que incluem análise de conteúdo nutricional e sugestão de ajustes de cardápio conforme padrões de consumo, sendo que o sistema promete ser pilar na automatização e otimização da indústria culinária e, com a recente injeção de 2,3 milhões de euros na Positive Carbon, a coloca em posição para investigação e desenvolvimento sendo que o capital não só reforça o desenvolvimento atual, mas abre portas à futura implementação IA, com potencial de prever e aconselhar sobre gestão alimentar antes que se transforme em desperdício.
O desperdício tornou-se problema global crítico com quase 10% das 8 bilhões de pessoas subnutridas e quase um terço dos alimentos descartados antes de consumidos, com a Positive Carbon desenvolvendo sistema em sensores que rastreia e reduz o desperdício de alimentos, tecnologia, que provocou reduções de 50% no desperdício economizando mais de 4 mil toneladas e projetada para cozinhas comerciais, reduz custos e lixo. A Positive Carbon usa câmeras e sensores no teto, acima das caixas de alimentos que rastreiam de modo autônomo o que entra na caixa ao passo que os sensores estão conectados ao software de compras do cliente, como resultado, o sistema monitora o que a empresa compra e conecta a informação ao desperdício sendo que os dados são agregados para gerar intervenções direcionadas, enquanto os planos de compras são ajustados podendo significar comprar menos de um ingrediente específico, preparar menos porções de um prato específico ou simplesmente colocar menos comida nos pratos. Os resíduos sólidos são preocupação crescente e, dentro desta área as fraldas descartáveis ocupam um lugar de destaque, com o Programa da ONU ao Meio Ambiente informando que mais de 300 mil fraldas são jogadas fora a cada minuto no mundo, muitas vezes acabando em aterros sanitários ou incineradores, contribuindo no impacto ambiental, tendo como principal obstáculo à reciclagem o polímero superabsorvente conhecido como poliacrilato de sódio, utilizado no revestimento. A reciclagem do poliacrilato de sódio envolvia imersão do material em ácido forte e aquecimento a 80°C por 16 horas, método ineficiente que consome energia, tornando-o impraticável para uso extensivo, com cientistas do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, na Alemanha, desenvolvendo técnica que utiliza luz ultravioleta para decompor o poliacrilato de sódio em 5 minutos, mais rápido e eficiente em termos energéticos. O processo envolve umedecer forros das fraldas com água e expô-los à luz ultravioleta de mil watts, cujo resultado é a dissolução do polímero num líquido que pode ser convertido em agente espessante ou adesivo, além de ser método 200 vezes mais rápido que a abordagem ácida tradicional enquanto o agente resultante poderia ser usado em outras tarefas, embora não tenham sido especificadas quais.
Moral da Nota: a indústria alimentar é dominada por multinacionais que incentivam padrões de produção e consumo insustentáveis e pouco saudáveis como principal motor da perda de biodiversidade no planeta, na verdade, só a agricultura é a ameaça identificada à 24 mil das 28 mil, 86%, espécies em risco de extinção. Responde por 30% das emissões globais de CO2 e 80% do desmatamento decorrente a expansão agrícola, ainda assim, o sistema não consegue erradicar a fome e inanição sendo que o “sistema alimentar falha no fornecimento de nutrição às pessoas” com “900 milhões passando fome,” segundo a diretora do KM ZERO Food Innovation Hub. Até 2050 a tarefa será alimentar 9,8 bilhões de pessoas, além disso, doenças relacionadas a alimentação são uma das 3 principais causas de morte no mundo colocando sistemas de saúde públicos sob pressão com grandes custos à sociedade. A KM ZERO facilita e acelera mudança através da inovação aberta e investimento analisando necessidades da indústria alimentar que assumem a forma de desafios de sustentabilidade, estando relacionados com embalagens, utilização de água, emissões de carbono, qualidade do solo, etc, essencialmente, o que a ONG faz é procurar soluções de startups à novos materiais e produtos e ligá-las a investidores, à indústria alimentar e aos retalhistas para que dimensionem suas ideias. Trabalha com educação através da iniciativa Gastro Genius Lab, oferecendo as crianças oportunidade de mudar sua relação com a comida e, talvez, aprender a amar um ou dois vegetais no processo, sendo um exemplo de startup que busca fazer sua parte para reduzir o desperdício de alimentos é a Mimica, sediada em Londres, que desenvolveu etiqueta sensível à temperatura para colocar nas embalagens de alimentos e ajudar discernir quando um produto realmente estragou, em vez de depender de uma data de validade muitas vezes conservadora e, quando a comida começa a estragar, o adesivo, chamado Bump, passa da textura lisa à textura acidentada. Outra empresa é a Trazable que usa blockchain com software que digitaliza registros de rastreabilidade do fornecimento de alimentos, sendo os contaminados rastreados até a origem, acelerando tempos de resposta aos alertas e permitindo fornecedores controlarem o ciclo de vida de um produto internamente ou ao longo de toda a cadeia de valor do campo ao prato.