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sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Níveis de Mercúrio

Continuam subindo os níveis de mercúrio em animais do Ártico, segundo o  The New York Times, impulsionados por correntes oceânicas e poluição antiga preocupando comunidades que dependem da caça tradicional, quer dizer, a contaminação na vida selvagem persiste mesmo com a queda das emissões, já que mercúrio se acumula em grandes predadores como focas e ursos polares em concentrações dobrando nos últimos 40 anos, daí, comunidades indígenas que dependem de mamíferos marinhos para alimentação enfrentam riscos à saúde e o aquecimento do permafrost, terras eternamente geladas,  pode liberar mais mercúrio no ecossistema com o professor da Universidade de Aarhus e coautor do estudo, Rune Dietz, concluindo que "é situação singular, a população que deveria estar em ambiente limpo, tem algumas das maiores concentrações." O mercúrio é neurotoxina  que ameaça a saúde da vida selvagem e humana, especialmente no Ártico que depende da caça para se alimentar, lembrando que apesar da distância e falta de indústria pesada, o Ártico tornou-se sumidouro global de mercúrio devido padrões de circulação atmosférica e oceânica e, à medida que o mercúrio penetra na cadeia alimentar se concentra nos  predadores representando riscos à saúde humana através de dietas tradicionais, considerando que a persistência nas águas oceânicas e o iminente do degelo do permafrost libera mais toxina piorando a contaminação independente de reduções das emissões, além de corroer tradições culturais ligadas à caça de subsistência destacando o impacto duradouro da poluição em ecossistemas e comunidades.

Nos Grandes Lagos após décadas de reduções consistentes e promissoras o mercúrio aumenta novamente em alguns peixes e pássaros com cientistas tentando descobrir o que pode estar acontecendo, sendo um dos suspeitos o aumento na temperatura da água induzido pelas mudanças climáticas, já que na vida selvagem, prejudica reprodução, crescimento, comportamento ou mata, com relatos de aumentos surpreendendo visto que houve redução do mercúrio desde a década de 1970 por conta da redução de usinas a carvão domésticas responsáveis ​​por metade das emissões de mercúrio nos EUA. No entanto, como o carvão aumentou na Ásia nos últimos 20 anos aumentou a exportação atmosférica de mercúrio tóxico em adições que compensaram as reduções de carvão nos EUA e Europa, além disso, mudanças climáticas estão alterando o modo como produtos químicos tradicionais são armazenados, transformados e transportados na terra, na água e ar, já que a água mais quente converte o mercúrio de modo mais rápido na forma mais tóxica, ou, o metilmercúrio que se acumula em peixes e aves, piorando em cada etapa da cadeia alimentar mais contaminada que a anterior, além do fato que a água mais quente não dissolve oxigênio tão bem quanto água fria, daí, necessidade dos peixes bombearem mais água através das guelras que pode levar a mais contato com substâncias tóxicas. Outro fato é que mais chuvas nos Grandes Lagos já que a precipitação total anual aumentou 11% desde 1900 significando mais inundações, com Agnes Richards, pesquisadora do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Canadá, dizendo que "as inundações retiram terra da superfície e a erosão de solos e sedimentos carrega mercúrio e metilmercúrio", quer dizer, outro problema resultante da interação complexa de substâncias tóxicas, aquecimento global, alimentação e saúde. Analisaram níveis totais de mercúrio em ovos de gaivota-prateada, truta-de-lago, walleye e eperla-arco-íris em 22 locais nos Grandes Lagos ao longo dos últimos 42 anos e, nas 3 primeiras décadas de 1974 ao início dos anos 2000 o mercúrio diminuiu nas espécies em locais testados, enquanto na década de 2000 a tendência para ovos de gaivota-prateada se inverteu em 4 locais, dois no Lago Erie e dois no Lago Ontário, sendo que a mesma tendência ocorreu em peixes nesse período já que aumentos de mercúrio ocorreram em trutas-de-lago nos Lagos Superior, Huron, Erie e Ontário. O comportamento dos produtos químicos no ambiente é complexo, e não há total clareza sobre o motivo do aumento dos níveis de mercúrio com outras possibilidades incluindo espécies invasoras alterando cadeias alimentares, níveis de água mais baixos, litoral mais exposto e redução da carga de nutrientes, fato é que as mudanças climáticas estão impactando de modo mais pronunciado nos lagos mais frios do norte, já que no Lago Superior, o maior, mais profundo, mais frio e mais setentrional dos Grandes Lagos, a cobertura média de gelo diminuiu de 23% à 12% no último século e as temperaturas do verão aumentaram  de 1,9°C no mesmo período.

Moral da Nota: o consumo de peixe contaminado é a principal causa da exposição humana ao mercúrio, mais prejudicial a fetos, recém nascidos e crianças, pois pode impedir o desenvolvimento adequado do cérebro enquanto fetos expostos ao mercúrio têm maior probabilidade de apresentar problemas de memória, atenção, linguagem e coordenação motora, com pesquisa de saúde realizada em Michigan, Wisconsin e Minnesota descobrindo que 8% dos recém-nascidos tinham níveis de mercúrio acima do limite seguro estabelecido pela EPA, Agência de Proteção Ambiental dos EUA. Estima-se que 37% das atuais emissões anuais de mercúrio produzidas pela humanidade sejam devidas a queima de combustíveis fósseis principalmente carvão, enquanto outros 25% das emissões sejam provenientes da mineração de ouro em pequena escala, com China e Índia dominando as emissões totais de mercúrio na última década e, mesmo com ganhos, as emissões de mercúrio atingiram o pico na década de 1970 estando "relativamente estáveis" desde então, conforme relatório de 2024. A produção de carvão nos EUA atingiu em 2016 o ponto mais baixo desde 1978, segundo a Administração de Informação de Energia dos EUA e, apesar do transporte global de mercúrio as reduções locais de emissões são importantes com pesquisadores relatando que, de 1992 a 2014, as concentrações de mercúrio no ar do nordeste dos EUA caíram como resultado direto do fechamento e limpeza na região de usinas a carvão. Para concluir, a SpaceX é acusada de poluir as águas do Texas com mercúrio dos lançamentos de teste da Starship, gerando investigação da EPA que em relatório e comunicações internas entre a agência e os reguladores do Texas publicados originalmente pela CNBC, alegam que a SpaceX vem contaminando águas locais perto de Boca Chica, Texas, com mercúrio devido descargas não autorizadas de seus sistemas de água. Ignorou avisos e processos regulatórios da EPA levando a incidentes ambientais, incluindo danos a habitats de vida selvagem e problemas de saúde à moradores próximos, considerando que as supostas violações ambientais da SpaceX podem impactar ecossistemas e comunidades locais levantando questões sobre a supervisão regulatória.

segunda-feira, 28 de julho de 2025

Política Ambiental

A NEPA, Lei Nacional de Política Ambiental dos EUA, uma das primeiras escritas, busca estabelecer estrutura nacional à proteção ambiental cuja política básica é garantir que poderes do governo levem devida consideração ao meio ambiente antes de empreender ação federal que o afete de modo significativo, com requisitos invocados quando propostos de aeroportos, edifícios, complexos militares, rodovias, compras de parques e outras atividades federais, daí, as AAS, Avaliações Ambientais e DIAs, Declarações de Impacto Ambiental, avaliando probabilidade impactos de cursos de ação alternativos exigidas das agências federais e como requisitos mais visíveis. A Lei Nacional de Política Ambiental, NEPA, sancionada em 1º de janeiro de 1970 no governo Nixon, exige que agências federais avaliem efeitos ambientais de proposições antes de decidirem e composta por ações na tomada de decisões sobre pedidos de licença, gestão de terras federais, construção de rodovias e demais instalações de propriedade pública, daí, a importância das agências sobre as avaliações. Declaração de Política Ambiental Nacional se insere no conceito de NEPA, política que exige do governo federal utilização dos meios possíveis à criar e manter condições nas quais o homem e a natureza coexistam em harmonia produtiva, com a Seção 102 do Título da Lei exigindo que agências federais incorporem considerações ambientais no planejamento e decisões através de abordagem interdisciplinar sistemática, especificamente, as agências federais devem elaborar declarações detalhadas avaliando impacto ambiental e alternativas às principais ações federais que afetam o ambiente, chamadas de Declarações de Impacto Ambiental, DIA, e Avaliações Ambientais, AA. Um segundo conceito estabelece o Conselho Presidencial de Qualidade Ambiental, CEQ, para supervisionar  implementação da NEPA cujas atribuições incluem garantir que agências federais cumpram obrigações sob a Lei, supervisionar implementação da avaliação de impacto ambiental pela agência federal, emitir regulamentações e  orientações à agências federais sobre conformidade com a NEPA.

O CEQ detalhou documentos de orientação sobre a implementação da NEPA em que agências federais desenvolveram seus procedimentos que variam de agência à agência, pois são adaptados às atividades específicas de cada agência, daí, o papel de uma agência federal no processo NEPA depende da expertise e relação com a ação proposta ao passo que a  agência que executa a ação federal responde por cumprir requisitos da NEPA, daí, a possibilidade de haver mais de uma agência federal envolvida na ação proposta, nesse caso, uma agência líder é designada para supervisionar a preparação da análise ambiental. Agências federais com agências estaduais, tribais ou locais, podem atuar como agências líderes conjuntas e uma agência federal, estadual, tribal ou local com expertise específica em relação a uma questão ambiental ou jurisdição legal, pode ser uma agência cooperante com responsabilidade de auxiliar a agência líder participando do processo NEPA mais cedo possível e participar do processo de escopo, desenvolver informações, preparar análises ambientais e disponibilizar suporte. A agência federal pode encaminhar ao CEQ divergências inter-agências sobre propostas de ações federais que possam causar efeitos ambientais insatisfatórios, daí, o papel do CEQ, ao aceitar encaminhamento é desenvolver conclusões e recomendações consistentes com os objetivos políticos já que o processo de encaminhamento consiste em etapas realizado dentro de prazo especificado. 

Moral da Nota: em artigo de 1988 'Passado, Presente e Futuro', Alvin L. Alm, escreveu que a NEPA estabeleceu política nacional para proteger o meio ambiente no mesmo ano em que o Dia da Terra foi comemorado pela primeira vez e que a Lei Nacional de Política Ambiental, NEPA, sancionada no primeiro dia de 1970, contrasta com legislações ambientais promulgadas nas décadas de 1970 e 1980, a partir da Lei do Ar Limpo a legislação ambiental tornou-se mais prescritiva, detalhada e complexa e, por sua vez, a NEPA, era concisa, simples e abrangente, estabelecendo política nacional de proteção ambiental, criando o Conselho de Qualidade Ambiental, CEQ, exigindo relatórios de impacto ambiental às principais ações federais que interagem ao meio ambiente. Pode ser comparada a leis ambientais que ocupam páginas e geram estantes de regulamentações com pouca orientação legal, o recém-criado CEQ formou equipe e definiu agenda sendo a maior prioridade se tornar o braço federal da política ambiental com requisitos da declaração de impacto ambiental e do relatório anual, ambos de menor prioridade, além de desenvolver na década de 1970 programa ambiental que incluía, emendas à Lei Federal de Controle da Poluição da Água, à Lei de Controle de Substâncias Tóxicas, precursoras da Lei de Conservação e Recuperação de Recursos, RCRA, e da Lei de Água Potável Segura e emendas à legislação sobre pesticidas, o CEQ, lançou bases à legislação ambiental vigente, exceto a Superfund e a legislação de controle do amianto. Desenvolveu diretrizes ao processo de declaração de impacto ambiental, já que os funcionários do CEQ não tinham ideia de quão revolucionário o processo se tornaria, quando evento em que o Departamento de Transportes dos EUA se recusou divulgar comentários da agência sobre declaração de impacto ambiental ao proposto Transporte Supersônico, aí, o Congresso adicionou a Seção 309 à Lei do Ar Limpo de 1970 que estabelecia que a EPA deveria comentar os EIAs e que os comentários deveriam ser tornados públicos e transmitidos ao CEQ para ação caso os impactos ambientais fossem "ambientalmente insatisfatórios", em consequência, a EPA criou programa estruturado à revisão e classificação de projetos de agências federais que continua até os dias atuais e, em paralelo à criação da NEPA, houve a fundação de organizações de litígios ambientais, como o Conselho de Defesa dos Recursos Naturais e o Fundo de Defesa Ambiental. Por fim, grupos ambientalistas e cidadãos usaram a Lei para processar agências federais por descumprimento da NEPA e tribunais geralmente se posicionavam a favor deles, interpretando a NEPA como abrangendo impactos diretos de projetos e atividades federais e, efeitos indiretos, podendo incluir o aumento do tráfego ou desenvolvimento secundário decorrente projetos, por exemplo, a proposta inicial à biblioteca John F. Kennedy em Harvard foi abandonada quando a declaração de impacto ambiental projetou aumento do congestionamento e poluição do ar, valendo a ressalva de críticas em relação as declarações de impacto ambiental usadas para contestar projetos de habitação social com questões de vizinhança, às vezes, raciais. Em suma, o CEQ, criado pela NEPA, desempenhou papel político e educacional além de se tornar zelador do processo de impacto ambiental, ou, o braço político indiscutível do aparato ambiental do governo cujos relatórios anuais eram confiáveis ​​e respeitados, ainda a melhor análise geral das questões e tendências ambientais desenvolvendo leis e políticas de controle da poluição, abordando questões não relacionadas à poluição como o meio ambiente urbano, desmatamento, controle de predadores e uso de veículos off-road, quer dizer, a NEPA codificou compromisso político nacional e criou ferramentas processuais e organizacionais úteis para promover esse objetivo político.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Ciência do Clima

O conceito de CO2 como "gás efeito estufa" significando que impede a radiação solar ou de calor retornar ao espaço  mantendo clima aquecido na Terra, remonta há quase 200 anos não especificamente em relação ao CO2, quer dizer, a história de como essa propriedade física foi descoberta, como seu papel no passado foi avaliado e como entendemos que sua concentração aumenta através da queima de combustíveis fósseis afetando de modo negativo o futuro, já vão  2 séculos de investigação entre, descoberta, inovação e tentativa de solução. A história do efeito estufa nos leva à França na década de 1820 com Jean Baptiste Joseph Fourier, 1768–1830, se interessando pelo comportamento do calor ao calcular que um objeto planetário do tamanho da Terra não deveria, simplesmente, ser tão quente quanto é, por conta de sua distância do Sol já que era conhecida a distância ao sol pois foi calculada na década de 1770 através de observações da passagem de Vênus pelo disco solar e trigonometria, observando-se valor próximo das medições modernas, ou, 149 milhões de kms naquela época contrapondo aos 153 milhões de kms hoje. Daí, a conclusão de Fourier que além da radiação solar incidente que mantém o planeta mais quente imaginou que a energia vinda do sol na forma de luz visível e ultravioleta conhecida na época como "calor luminoso" era capaz de passar pela atmosfera e aquecer a superfície do planeta, no entanto, o "calor não luminoso" hoje, radiação infravermelha emitida pela superfície, não retornava na direção oposta facilmente concluindo que o ar deveria agir como isolante já que 35 anos depois, John Tyndall,1820-1893, considerou que o norte da Europa havia sido coberto por gelo através de variações na composição da atmosfera ao descobrir que o vapor de água era agente de retenção de calor e que o CO2 era excelente em reter calor apesar de concentrado na faixa de centenas de partes por milhão, ppm. No artigo, "Sobre a absorção e radiação de calor por gases e vapores, e sobre a conexão física de radiação, absorção e condução" de 1861, Tyndall declarou que “como os experimentos indicam influência exercida pelo vapor aquoso, cada variação deste constituinte deve produzir uma mudança de clima, observações semelhantes se aplicariam ao ácido carbônico difundido pelo ar enquanto mistura quase imperceptível de qualquer um dos vapores de hidrocarbonetos produziria efeitos nos raios terrestres e mudanças correspondentes de clima.” Além de Tyndall, Eunice Foote, 1819-1888, em Nova York, investigava os efeitos da luz solar usando tubos de vidro contendo ar e misturas de gases incluindo CO2 anunciando resultados na reunião da American Association for the Advancement of Science em 1856 e publicados no American Journal of Science and Arts artigo intitulado 'Circumstances Affecting the Heat of the Sun's Rays', dizendo que, “o maior efeito dos raios solares que descobri são no gás ácido carbônico e uma atmosfera desse gás daria à Terra uma alta temperatura e, se, como alguns supõem, em um período de sua história o ar se misturou a ele em proporção maior que no presente, uma temperatura aumentada por sua ação bem como pelo aumento de peso deve ter necessariamente resultado.” Quer dizer, a história do clima começa com 2 cientistas independentes separados pelo Atlântico chegando às mesmas conclusões-chave com poucos anos de diferença, isto é, o CO2 atmosférico retém calor e mudanças de concentração causariam alterações na temperatura global, sendo que, a existência do “manto isolante” de Fourier foi confirmada e seus principais ingredientes identificados.

O conceito foi revisitado em fins do século XIX pelo sueco Svante Arrhenius, 1859-1927, raciocinando que, por flutuar diariamente, o vapor de água se reciclava para dentro e para fora da atmosfera, voltando a atenção ao CO2, gás residente na atmosfera cuja concentração naquela época era alterada por grandes fontes como vulcões ou eventos em escalas de tempo geológicas longas, descobrindo que um aumento de CO2 na atmosfera resultaria em certa quantidade de aquecimento, além disso, já se sabia que o ar mais quente pode reter mais vapor de água, 7% a mais por grau Celsius de aquecimento, sendo que este vapor de água adicional causaria mais aquecimento em feedback positivo no qual o CO2 atua como regulador direto da temperatura, acompanhado por mais vapor de água conforme o aumento da  temperatura. Arrhenius imaginou que se reduzisse pela metade a quantidade de CO2 atmosférico a temperatura da Europa cairia em até 4-5 °C e, em contato com Arvid Hogbom,1857-1940, que investigava os ciclos naturais de CO2 e considerava que as emissões de CO2 das fábricas causadas pelo homem eram semelhantes às que ocorrem na natureza, levou Arrhenius a cálculos para ver o que uma duplicação dos níveis de CO2 faria com as temperaturas, chegando a resposta de 5-6 °C de aquecimento como número global médio. Vale considerar que, naquela época, as taxas de queima de 1890 não eram problema já que levaria milhares de anos para duplicar e acreditava-se que os oceanos absorveriam cinco sextos das emissões e, quando a hipótese apareceu em livro publicado em 1908 a taxa de queima já havia aumentado significativamente levando a revisão relativa ao tempo de duplicação para alguns séculos, apenas uma curiosidade científica.

Moral da Nota: no século XX foi levantada a questão que o vapor de água também absorve radiação infravermelha e, nos espectrógrafos da época disponíveis e de baixa resolução aos padrões modernos, as bandas de absorção dos 2 gases se sobrepunham, daí, concluindo-se que o aumento do CO2 seria neutralizado por ser incapaz de absorver radiação infravermelha em bandas do espectro que o vapor de água mais abundante bloqueava levando a ideia que Arrhenius estava enganado com o adormecimento da hipótese do efeito estufa do CO2 por mais de 2 décadas. Na década de 1930 a trilha foi retomada quando o físico americano EO Hulburt fez cálculos à determinar novamente o efeito da duplicação do CO2 incluindo carga adicional de vapor de água, chegando ao número de 4°C de aquecimento argumentando que a fuga da radiação infravermelha ao espaço, ou, o impedimento dela, era de importância fundamental sendo ignorado por parte da comunidade científica, em qualquer caso, pensava-se que o sistema climático da Terra se mantinha em algum tipo natural de equilíbrio, em retrospectiva, dadas as mudanças climáticas dramáticas que levaram às eras glaciais. Posteriormente Guy Callendar, reviveu a ideia ao observar evidências de tendência de aquecimento da temperatura no início do século XX a partir de compilações de registros de temperatura e, revisando níveis reais de CO2 na atmosfera descobriu que aumentaram 10% sugerindo que pode ter causado o aquecimento, acrescentando que nos próximos séculos haveria mudança climática à estado permanentemente mais quente, no entanto, dúvidas foram lançadas sobre a precisão das medições de concentração de CO2 do século XIX, ou, que a vastidão dos oceanos absorveria a maior parte desse gás extra. Cálculos de Callendar chegaram ao aumento de temperatura de 2°C relativos a duplicação de CO2, sendo que uma das principais críticas foi que se referia apenas a radiação deixando de fora efeitos de outra maneira importante pela qual o calor é movido, objeções razoáveis porque não havia dados suficientes na época para esclarecer melhor as coisas.

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Causalidade

Pesquisa financiada pela Bloomberg Philanthropies e Institutos Nacionais de Saúde mostram que dados de mortalidade cardiovascular do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde, IHME, e estimativas regionais de exposição ao DEHP de diversas fontes, apresentam nexo da causalidade relacionadas a 356.238 mortes no mundo em 20218 atribuídas à exposição ao DEHP, 13,497%, das mortes cardiovasculares entre indivíduos de 55 a 64 anos, destas, 349.113 foram atribuídas ao uso de plásticos, enquanto globalmente, o DEHP resultou em 10,473 milhões de mortes por acidente vascular cerebral, YLL, um plastificante encontrado em produtos de uso diário como cortinas de chuveiro, equipamentos médicos e calçados, altamente tóxico, cuja exposição impacta o Sul da Ásia, Oriente Médio e países com má gestão de resíduos. Presente no PVC, brinquedos, embalagens, cortinas, calçados, canos e recipientes de alimentos, interfere em hormônios, causa de obesidade, diabetes e inflamação, inexistindo nível seguro de exposição conforme especialistas, daí, pobreza associada a resíduos plásticos importados leva a maior exposição em que mais de 16 mil compostos químicos são usados ​​na fabricação de plásticos, muitos deles sem regulamentação adequada, com um dos mais preocupantes o DEHP,  di2-etilhexil-ftalato, composto quase inodoro e incolor há anos associado ao câncer e distúrbios hormonais, no entanto, estudo publicado no The Lancet eBioMedicine revela impacto maior em que 350 mil pessoas morreram em 2018 de doenças cardiovasculares atribuíveis ao DEHP. A descoberta mais alarmante é a diferença por região e, segundo pesquisadores, Oriente Médio e Sul da Ásia mostram níveis de exposição com 17% das mortes por doenças cardíacas atribuídas ao DEHP, maior que Europa, 8% e, EUA, 10%, disparidade refletindo diferenças na produção de plásticos, regulamentações químicas e, acima de tudo, gestão de resíduos. Trata-se de desregulador endócrino que interfere no sistema hormonal podendo levar ao aumento do risco de obesidade e diabetes tipo 2, Inflamação crônica contribuindo à doenças cardiovasculares, além do aumento do risco de ataques cardíacos, derrames e morte súbita especialmente quando presentes no corpo com microplásticos e nanoplásticos não havendo nível seguro de exposição, segundo o professor Leonardo Trasande, um dos autores do estudo. Encontrado em produtos de PVC, cloreto de polivinila, plástico utilizado em tubos e revestimentos, brinquedos infantis, embalagem de alimentos, móveis e estofados cuja utilização contaminou o ar, o solo e a água em partes do mundo afetando desproporcionalmente países com baixa regulamentação ambiental e economias mais vulneráveis, já que, desde 2021, países como Índia, Malásia e Vietnã receberam toneladas de resíduos plásticos da América do Norte e Europa, parte queimada ou enterrada em aterros ilegais liberando no ambiente substâncias tóxicas como o DEHP. Os EUA exportaram em 2012 mais de 540 milhões de kgs de resíduos plásticos aos países em desenvolvimento, exportação que não apenas transfere resíduos, mas riscos à saúde de comunidades com menos recursos para gerenciá-los em meio a regulamentações desiguais que variam drasticamente na UE restrita a 0,1% em peso em brinquedos e têxteis infantis, além de uso limitado em materiais em contato com alimentos e cosméticos, enquanto Japão e China proibiram o DEHP em embalagens de alimentos e produtos infantis, a Índia restringiu em embalagens de alimentos em 2022 e os EUA promoveu restrições parciais em 2022 com o FDA rejeitando petição para proibir o DEHP em materiais de contato com alimentos. A falta de coerência regulatória permite que a exposição persista em escala global especialmente em países com menor capacidade regulatória ao passo que o combate ao DEHP e outras poluições por ftalatos é oportunidade à acelerar transição à modelo de produção e consumo mais sustentável, daí, medidas incluem desenvolver alternativas ao PVC usando bioplásticos ou materiais recicláveis ​​sem produtos químicos tóxicos promovendo eco design dos produtos reduzindo carga química no desenvolvimento, melhorando gestão de resíduos em países em desenvolvimento com tecnologias limpas e economia circular além de fortalecer tratados internacionais como o Tratado Global sobre Plásticos da ONU incluindo listas de substâncias e polímeros proibidos, ou, restritos, interrompendo produção de plástico, medida que reduziria a exposição humana e ambiental.

Outra do JAMA, relatório Anual à Nação sobre o Status do Câncer nos EUA diz que mortes por câncer diminuíram nos últimos 20 anos impulsionadas pela queda nos diagnósticos relacionados ao tabagismo, observando tendências no curto prazo de 2019 a 2022, com pesquisadores observandi que mortes por câncer diminuíram 2%/ano à homens e 1%/ano à mulheres embora o número de casos novos de câncer tenha sido menor que o esperado no início da pandemia de COVID-19 decorrente interrupções no rastreamento cujas taxas de mortalidade permaneceram estáveis, quem não se lembra do advogado norte americano que enfrentou a indústria do tabaco. Entre crianças de 0 a 14 anos,  mortes por câncer caíram 1,5%/ano de 2001 a 2022 e, de 15 a 39 anos, taxas de mortalidade se estabilizaram em 2020 a 2022 apesar da queda entre 2001 e 2020, embora a incidência de cânceres relacionados ao tabaco tenham caído, taxas de cânceres associados ao excesso de peso em mulheres como câncer de mama, útero, pâncreas e rim tiveram aumento em mais locais de câncer primário, com pesquisadores observando que disparidades como de raça e etnia, necessitam exploração e compreensão aprofundada para mitigá-las. Para concluir, a China enfrenta crescente fardo neurológico com o envelhecimento populacional considerando que em 2021, distúrbios neurológicos afetaram 1 em cada 3 chineses de acordo com pesquisa usando dados do Estudo da Carga Global de Doenças, descobrindo que o envelhecimento da população impulsionou aumento de 329 milhões de casos em 1990 à 468 milhões em 2021 e, nos últimos 10 anos a carga de doenças na China mudou de distúrbios infecciosos e neonatais à doenças crônicas, daí,  distúrbios neurológicos incluindo AVC, acidente vascular cerebral isquêmico, doença de Alzheimer e Parkinson que resultaram em 3,28 milhões de mortes, 28% do total de mortes por todas as causas. Pesquisadores encontraram disparidades na carga neurológica entre províncias do leste e do oeste que se correlacionaram com variações no desenvolvimento socioeconômico, sendo que distúrbios neurológicos responderam por 78 milhões de anos de vida ajustados por incapacidade em 2021 ressaltando necessidade de melhor acesso a serviços para lidar com crescente pressão sobre a saúde pública chinesa.

Moral da Nota: instalações industriais como refinarias de petróleo e plantas químicas emitem poluição tóxica, em decorrência, o Congresso dos EUA votou para reverter regras que limitavam essa poluição afrouxando regras de contaminação do ar desfazendo regulamento da Lei do Ar Limpo que controla a quantidade de poluentes atmosféricos tóxicos emitidos por instalações industriais. Trata-se da 1ª vez desde a publicação da lei ambiental que o Congresso reverte proteções ambientais, com ambientalistas e defensores da saúde pública condenando a votação dizendo que a reversão causará maior poluição e prejudicará a saúde humana sendo que a votação mira regra finalizada no final da administração anterior que re-impôs regulamentos rígidos sobre instalações que emitem 7 "super poluentes" como mercúrio, chumbo e dioxinas. As regras que regulam esse poluentes com mais de 180 outros foram impostas pela 1ª vez na década de 1990 e revertidas na 1ª administração Trump em que a Câmara aprovou a resolução com o Senado votando a favor da mudança da regra no início de maio e, de acordo com a Lei de Revisão do Congresso, legisladores poderão revisar regulamentos da EPA em janela pós sua implementação e revertê-los com voto de maioria simples.  Especialistas em ambiente e saúde pública alertam que a mudança resultará em níveis mais altos de poluição em comunidades vizinhas a instalações industriais como "refinarias de petróleo, plantas químicas, fornos de coque, plantas de alumínio, fundições de chumbo, com a regra dizendo respeito à regulamentação de 7 poluentes perigosos como dioxinas e mercúrio que se movem pelo ar e acumulam no solo, poeira e pessoas conhecidos por causar câncer, problemas neurológicos e defeitos congênitos, mesmo em níveis de exposição baixos, em última análise, o que importa à saúde humana não é quanto cada instalação emite e, sim, quanto é liberado em região específica e os regulamentos mais rigorosos da EPA se destinam manter esse nível geral baixo.

Rodapé: a Califórnia vai processar governo federal dos EUA pós o Senado retirar poder do estado sobre regras de emissões veiculares, ou, o direito de impor suas próprias regras de emissões veiculares, privilégio concedido ao estado há décadas, com o governador Gavin Newsom afirmando que, caso o presidente Trump sancione a medida, o estado ingressará com ação judicial contra o governo federal e, segundo o governador, além de juridicamente questionável, a proposta representa retrocesso ambiental e risco à saúde pública. Dois órgãos não-partidários do governo federal alertaram que seria ilegal revogar unilateralmente a chamada “waiver”, ou, autorização especial que permite à Califórnia adotar regras mais rigorosas que as normas federais, e mesmo assim, a medida avançou no Senado com defensores da revogação argumentando que a Califórnia exercia influência excessiva sobre a política ambiental dos EUA criando uma espécie de regulação federal paralela, pois diversos estados seguiram padrões californianos como o banimento da venda de carros movidos a gasolina a partir de 2035. O Dr. John Balmes, da Universidade da Califórnia em Berkeley, destacou que estudos demonstraram benefícios reais das políticas ambientais da Califórnia, dizendo que, “houve redução significativa nos atendimentos de emergência por asma nas regiões com maior número de veículos elétricos” citando pesquisa da Universidade do Sul da Califórnia, no entanto, a decisão final poderá redefinir o equilíbrio entre a autonomia dos estados e o poder regulatório federal debate além das emissões tocando diretamente os rumos da política ambiental dos EUA. 

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Ferramenta C40

Lançada ferramenta pela C40 Cities para ajudar a criar cidades mais saudáveis, no quesito planejamento e remodelação, sendo que a Healthy Neighbourhood Explorer criada com base em princípios que os moradores podem acessar serviços e comodidades a curta distância de suas casas. Destaca a abordagem da Cidade de 15 Minutos de Paris como um dos exemplos de utilização do planeamento para criar cidades mais saudáveis, com o C40 Cities através da ferramenta buscando entender como as mudanças nos bairros podem proporcionar benefícios à saúde das comunidades locais, em ferramenta que busca criar condições para que os moradores acessem serviços essenciais e ampla gama de comodidades urbanas a curta distância das casas, de bicicleta ou a pé.  O C40 acredita que através de abordagem de bairro saudável, as cidades podem identificar e remover barreiras que impedem moradores de caminhar e andar de bicicleta, como a falta de segurança no trânsito, mistura inadequada de uso do solo e alta poluição do ar, destacando conjunto de evidências que mostram que projetar cidades para oferecer mais serviços e comodidades perto das casas melhora a saúde e o bem-estar dos moradores. Os principais programas para melhorar a saúde dos bairros incluem Barrios Vitales e Manzanas del Cuidado, em Bogotá, Complete Neighbourhoods, Vancouver, e 20 Minute Neighbourhoods, em Melbourne, além do Paris 15-Minute City, quer dizer, “de Bogotá a Vancouver, de Melbourne a Paris, as cidades demonstram potencial transformador do planejamento urbano”, com o especialista em saúde pública do Instituto de Saúde Global de Barcelona esclarecendo que “a maior parte da saúde não é determinada pelo setor de saúde, mas pelos lugares onde vivemos, trabalhamos e socializamos”, concluindo que, “para os moradores da cidade, o planejamento urbano contribui à saúde e bem-estar, com o Healthy Neighbourhood Explorer sendo ferramenta que visualiza e entende essas conexões.”  Desenvolvida em parceria com a Chaire-ETI, Inetum e Novo Nordisk, fornece pontuação instantânea do Healthy Neighbourhood Index para explorar como as cidades e bairros C40 se classificam em diferentes indicadores de cidade do Healthy Neighbourhood Explorer auxiliando projetar ações de planejamento urbano para melhorar a saúde das comunidades locais. 

Destacam como indicadores a Mobilidade inserida na Qualidade do varejo que pontua área com base na densidade de estabelecimentos de varejo oferecidos, por exemplo, supermercados, roupas e restaurantes, na área urbana selecionada, seguem a Densidade de interseção que reflete a densidade de interseções de estradas na área urbana selecionada, no conceito que Interseções de estradas são junções onde 2 ou mais estradas convergem ou divergem, além de Densidade populacional que reflete a densidade de moradores que vivem na área urbana selecionada e a Mistura de uso do solo que mede o equilíbrio entre áreas residenciais e não residenciais na área urbana selecionada. Outro quesito é a Habitabilidade inserida em Acesso a comodidades que avalia o número de acessíveis na caminhada de 15 minutos, combinando pontuações de acessibilidade à cada comodidade como saúde, esportes, lazer, educação e comodidades de varejo, segue a Segurança no trânsito, com base na taxa de acidentes fatais de veículos dentro da área urbana selecionada, a Qualidade do ar externo que mede concentrações médias externas de poluentes em comparação aos limites da OMS onde poluentes abrangidos são material particulado, PM2,5, e NO2 que refletem concentrações médias anuais, ug/m3, além de Acesso a espaço verde que combina aspectos como área total de espaço verde e espaço verde por habitante, disponível a caminhada de 15 minutos, incluindo parques e outros ambientes naturais, por fim, a Taxa de criminalidade urbana que avalia a criminalidade urbana com base na taxa de criminalidade dentro da população. As “Cidades C40 no mundo estão adotando bairros saudáveis, reconhecendo impacto que o design urbano pode ter na saúde pública, de Bogotá a Vancouver, Melbourne a Paris, demonstram potencial transformador do planejamento urbano”, conforme o diretor executivo da C40 Cities que conclui dizendo que “o lançamento da ferramenta Healthy Neighbourhood Explorer marca passo significativo na jornada, capacitando governos municipais criar bairros onde os moradores podem acessar serviços e comodidades essenciais a curta caminhada ou passeio de bicicleta de suas casas, melhorando a saúde e reduzindo as emissões de combustíveis fósseis.”

Moral da Nota: o IN² anunciado por incubadora como programa de descarbonização de edifícios, tem como objetivo apoiar corporações e comunidades em direção a metas de sustentabilidade, fornecendo orientação prática de implementação e acesso a tecnologias validadas, se concentrando em como implementar novas tecnologias no ambiente construído através da digitalização e gestão de mudanças. O Wells Fargo Innovation Incubator, IN², programa de tecnologia limpa de US$ 50 milhões financiado pela Wells Fargo Foundation, selecionou 10 organizações para participar da coorte inaugural do novo programa Scalable Tech Track para adoção de tecnologia limpa, coadministrado pelo Laboratório Nacional de Energia Renovável, NREL, do Departamento de Energia dos EUA, o foco do programa foi a comercialização de soluções que reduzissem o impacto energético de edifícios comerciais e, posteriormente, expandiu à promover tecnologias que abordassem a produção sustentável da agricultura e acessibilidade à moradia. Após 10 anos comercializando tecnologias limpas emergentes, a IN² lança o Scalable Tech Track, com a Overlay Build, para abordar barreiras de mercado do lado da demanda e aumentar a adoção generalizada de soluções de tecnologia limpa, sendo que o Scalable Tech Track dará suporte a empresas e comunidades na busca por metas de sustentabilidade, fornecendo orientação prática de implementação e acesso a tecnologias validadas. As organizações participaram de um programa até dezembro de 2024, que consiste em workshops virtuais e presenciais, focados em implementar tecnologias no ambiente construído através da digitalização e gerenciamento de mudanças, ao final do programa, adquiriram estratégia sobre como absorver inovações e competir para receber até US$ 250 mil para conduzir projetos piloto com startups IN² ou outros com base em suas necessidades específicas. O IN² auxilia participantes com abordagem à adoção de tecnologias limpas que inclui identificação de pontos problemáticos, fornecimento de validação de terceiros do NREL, fomento de grupos de trabalho colaborativos entre pares e construção de caminhos à implementação, priorizando equidade e justiça ambiental, sendo que a coorte inaugural é composta por organizações de todo o mundo, abrangendo variedade de setores e indústrias que compartilham objetivo comum de descarbonizar o ambiente construído através da colaboração e inovação. 

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Passo à frente

Físicos da Universidade de Sydney deram passo significativo no campo da microscopia óptica, desenvolvendo microscópio que não requer uso de super lentes, avanço, que terá aplicações em campos como medicina, arqueologia e tecnologia em geral e, desde quando o microbiologista holandês do século XVII, Van Leeuwenhoek, introduziu o primeiro microscópio, cientistas procuram modos de melhorar a potência dos dispositivos, no entanto, encontraram uma barreira física conhecida como limite de difração que impede a observação de objetos menores com metade do comprimento de onda da luz utilizada. Uma super lente é uma lente feita de materiais metamórficos que excede o limite de difração, embora eficaz em teoria, apresentam desafios como absorção de luz e distorção de imagem decorrente a proximidade do objeto examinado, daí, a equipe da Universidade de Sydney enfrentou o desafio da microscopia óptica de modo não convencional evitando utilização de super lentes, sendo uma das inovações a decisão de colocar a fonte de luz a distância considerável do objeto examinado, abordagem, que contrasta com técnicas convencionais que exigem que as super lentes estejam próximas do objeto e, ao fazer isso,  capturaram dados do objeto em alta e baixa resolução. Após a captura das imagens, a etapa seguinte é o pós-processamento do computador, aqui,  a mágica acontece, usando algoritmos especializados em que a equipe filtra dados de baixa resolução deixando apenas informações de alta qualidade, sendo que o processo de remoção é crucial para obter uma imagem final clara e detalhada, sendo que o método de manter a fonte de luz afastada do objeto tem vantagem de preservar a integridade dos dados de alta resolução e, nas técnicas anteriores, a proximidade da super lente ao objeto resultava na degradação da informação de alta resolução e, ao evitar esse problema, a equipe de Sydney conseguiu manter a qualidade da imagem. Os cientistas destacam que a técnica produz imagem “verdadeira” do objeto, amplificando seletivamente ondas de luz evanescentes ou desbotadas que normalmente se atenuam amplificadas para contribuir à alta resolução da imagem final e a utilização da frequência de terahertz, entre o espectro visível e as microondas,  útil para imagens biológicas como visualização de estruturas proteicas ou células cancerígenas, beneficiando áreas como Diagnóstico Médico melhorando visualização de estruturas celulares, Arqueologia e Ciências Forenses com Imagens detalhadas de artefatos e evidências e Ciência dos Materiais com avaliação não destrutiva da integridade do microchip.

No foco dos avanços, aparece projeto do MIT que aproveitaria 40% do calor do sol para produzir combustível de hidrogênio limpo, já que sistemas convencionais de produção de hidrogênio dependem de combustíveis fósseis, enquanto o novo sistema utiliza apenas energia solar em que 8 caixas são interligadas em 2 linhas e passam por uma área vermelha chamada “estação quente” e uma área azul chamada “estação fria”, enquanto uma seta vermelha aponta para fora das caixas identificada como “O2” e uma seta azul semelhante identificada como “H2”, sendo que a seta azul escura aponta para dentro rotulada como “H2O”. O estudo publicado no Solar Energy Journal, em que engenheiros apresentam o projeto conceitual de sistema que produz hidrogênio de modo eficiente denominado  “hidrogênio termoquímico solar” que aproveita calor do sol para dividir água e gerar hidrogênio, um combustível limpo que pode alimentar caminhões, navios e aviões de longa distância, sem emitir, no processo, gases efeito de estufa. O hidrogênio é  produzido via processos que envolvem gás natural e outros combustíveis fósseis, tornando o combustível verde fonte de energia “cinza” quando considerado desde o início da sua produção até utilização final, em contraste, o hidrogênio termoquímico solar, ou, STCH, oferece alternativa livre de emissões uma vez que depende da energia solar renovável para impulsionar a produção de hidrogênio, até agora, projetos existentes de STCH têm eficiência limitada, apenas 7% da luz solar que entra é usada para produzir hidrogênio e os resultados até agora têm sido de baixo rendimento e alto custo. Em passo na direção à produção de combustíveis solares, o MIT estima que o projeto aproveitará até 40% do calor do Sol para gerar mais hidrogênio e o aumento da eficiência reduzirá o custo do sistema, tornando o STCH opção escalável e acessível para descarbonizar a indústria dos transportes e semelhante a outros projetos, o sistema do MIT seria combinado com fonte existente de calor solar como usina solar concentrada, CSP, um conjunto circular de espelhos que coletam e refletem luz solar à torre receptora central, enquanto um sistema STCH absorve o calor do receptor e o direciona para dividir a água e produzir hidrogênio, processo diferente da eletrólise que utiliza eletricidade em vez de calor para dividir a água. Os pesquisadores realizaram simulações do projeto conceitual e descobriram que aumentaria a eficiência da produção de hidrogênio termoquímico solar, 7%, demonstrado em projetos anteriores, para 40% e, em 2024, a equipe construirá um protótipo do sistema que pretende testar em instalações de energia solar concentrada em laboratórios do Departamento de Energia, que financia o projeto.

Moral da Nota: artigo da Universidade de Oklahoma publicado na Geophysical Research Letters destaca extremos medidos registrados no projeto de campo da Dinâmica e Química da Estratosfera de Verão da Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço, cujo foco é determinar a profundidade, a quantidade e frequência com que a água na estratosfera aumenta devido às tempestades. O aumento do vapor de água na estratosfera contribui para o aquecimento climático e pode contribuir à destruição do ozônio, sendo que a compreensão do aumento do vapor de água extratosférico auxilia na compreensão do sistema climático da Terra, cujas medições do ar impactado por tempestades e estratosfera têm sido esporádicas e incidentais em grande parte das últimas 5 décadas e, somente nos últimos anos, foram feitos esforços para mostrar ambientes para tais medições.  Pesquisadores do projeto no verão de 2021 e 2022, baseados em Salina, Kansas, em aeronaves de pesquisa de alta altitude ER-2 da NASA fizeram medições com a intenção de determinar os efeitos na estratosfera, sendo que as aeronaves foram equipadas com 12 instrumentos e as implantações resultaram em até 29 voos com dados de qualidade de pesquisa, voos, que quebraram recordes de medição da profundidade estratosférica de hidratação por convecção, sendo que as observações recolhidas demonstram que as tempestades de alto nível aumentam o vapor de água na estratosfera em níveis mais elevados que se entendia antes.


segunda-feira, 1 de abril de 2024

Ambiente e tecnologia

A tecnologia transforma radicalmente e abre oportunidades na forma em que se comunica, trabalha e diverte, no entanto, o impacto que esta revolução digital tem no ambiente natural deve ser observado e, para a UE, trata-se de relação necessária e de sucesso e, segundo seus cálculos, cada euro investido em bio economia gera 10 euros de valor para 2025, por isso,  a relação entre ambiente e tecnologia é colaborativa oferece oportunidades sustentáveis ao crescimento econômico, sendo a abordagem que se adota  baseada na proteção e preservação dos recursos naturais com perspectiva de longo prazo. A nova mentalidade da sociedade está consciente da necessidade de vetar ações tomadas em benefício do ambiente, embora com impactos negativos e, dentre eles, o consumo de recursos naturais decorrente produção de dispositivos eletrônicos em obsolescência programada e o desenvolvimento de infraestruturas mais potentes, exigindo  recursos naturais como extração de minerais, metais e combustíveis fósseis  trazendo impactos significativos como desmatamento, degradação do solo ou contaminação da água. A Geração de resíduos eletrônicos decorrente obsolescência e oferta de novos produtos geram grande quantidade de resíduos com substâncias tóxicas, como bromo, mercúrio e arsênico que filtradas no subsolo afetam a água caso não administradas de modo adequado, além disso, o desmantelamento inadequado libera substâncias tóxicsd com risco à saúde. A Contaminação do ar e água na falta de gerenciamento dos resíduos eletrônicos envolve processos industriais intensivos que emitem contaminantes ao ar e água que podem ter efeitos negativos na qualidade, bem como na saúde e sobrevivência de espécies.

A tecnologia e digitalização tornaram-se aliados na proteção do planeta e, a cada dia, surgem aplicativos que preservam e restauram a natureza e, perseguindo diferentes objetivos, as energias renováveis, peça fundamental na proteção do ambiente e transição à futuro sustentável em processo de fontes não limitadas como radiação solar, vento, biomassa, geotermia e energia hidrelétrica cuja exploração não escala resíduos perigosos e, em geral, contribui na redução das emissões de gases efeito estufa e à diminuição na dependência dos combustíveis fósseis, nesse sentido, novas tecnologias favorecem sua utilização em detrimento das energias fósseis em cenários como mobilidade sustentável urbana ou consumo real em edifícios inteligentes em função de demanda e em tempo real. Já a gestão de resíduos implica recolha, tratamento, reciclagem e disposição final adequada de resíduos gerados por atividades humanas, sendo uma das principais estratégias a redução na origem através de práticas como adoção de hábitos de consumo responsáveis ao lado da indústria de reciclagem, componente chave na gestão de resíduos, reduzindo necessidade de extrair novos materiais ou fabricar consumindo menos energia e permitindo implementação de soluções inovadoras como o desenvolvimento de sistemas de classificação automatizada e a separação de resíduos, da mesma forma, a implementação de sensores e tecnologias de rastreamento possibilitam monitoramento dos fluxos de resíduos.  Outra questão é a gestão eficiente de recursos naturais, essencial para garantir durabilidade e reduzir impacto ambiental das atividades, consistindo na utilização dos recursos naturais de modo responsável, otimizando consumo, reutilizando e reduzindo desperdício e, ao lado de IoT e sensores inteligentes permitem monitorar e controlar consumo de água, energia e outros recursos, desta forma, otimiza uso, reduzindo gasto, inserida em aplicação IA e aprendizado automático na agricultura ou silvicultura por exemplo, minimizando emprego de pesticidas e fertilizantes ou maximizando rendimento dos cultivos. Além do desenvolvimento de infraestruturas como rede 5G mais sustentável que as anteriores, com importância no uso da energia reduzindo necessidade que completa a oferta de melhor serviço de telecomunicações, daí, relação entre ambiente e tecnologia é necessária para garantir viabilidade do planeta e, para isso, torna-se crucial promover inovação sustentável e fomento de consciência sobre importância em preservar ambientes naturais e, com abordagem adequada, a tecnologia é ferramenta para construir futuro mais verde e sustentável.

Moral da Nota: a Ericsson e iot squared lançam plataforma de reciclagem sustentável no MWC 2024, liderando  sustentabilidade ambiental no lançamento da plataforma Ericsson Connected Recycling transformando práticas de gestão de resíduos e promovendo economia circular. A iot squared, subsidiária do Grupo stc, e a Ericsson, revelaram a iniciativa inovadora no Mobile World Congress, MWC, em Barcelona 2024, colaboração que introduz a plataforma Ericsson Connected Recycling, ECR, na Arábia Saudita como solução transformadora de software como serviço, empreendimento que revoluciona gestão de resíduos no Reino, digitalizando cadeias de abastecimento reversas, melhorando otimização e promovendo princípios de economia circular. A parceria sublinha compromisso com sustentabilidade ambiental e avanço tecnológico na plataforma ECR concebida para abordar questão da gestão de resíduos e facilitando transformação de resíduos em matérias-primas recicladas, iniciativa que não visa apenas proteger recursos naturais evitando deposição em aterro ou incineração, mas permite que empresas rentabilizem resíduos através de melhor rastreabilidade e transparência, com CEO da iot squared, enfatizando o papel da plataforma em oferecer informações em tempo real à tomada de decisões críticas alinhando-se a missão de transformar cenário tecnológico e de sustentabilidade da Arábia Saudita. A plataforma possui ferramenta de relatórios de sustentabilidade que fornece informações para otimizar operações e apoiar circularidade, além da capacidade de integração em fontes de dados externas para armazenamento seguro e gerenciamento big data, recurso importante, facilitando visualizações de dados visando resíduos sólidos municipais, RSU, sendo que a implementação da plataforma na Arábia Saudita é movimento estratégico para enfrentar desafios ambientais prementes com destaque ao potencial em promover inovação e economia sustentável alinhando-se com a objetivos da Iniciativa Verde Saudita. Aproveitar tecnologia para melhorar práticas de gestão de resíduos tem o potencial de impactar no ambiente e na economia, sendo que a colaboração entre Ericsson e iot squared serve como modelo de como aproveitar inovação tecnológica para enfrentar desafios de sustentabilidade e, à medida que a plataforma ganha força, espera-se que contribua à consecução de futuro sustentável, sendo que mostra potencial das soluções digitais na abordagem das questões ambientais, reforçando importância de esforços colaborativos, testemunho do poder de inovação na promoção de mudanças positivas e promoção de ambiente mais sustentável.


terça-feira, 21 de março de 2023

MetAmazonia

Emerge projeto de conservação da floresta amazônica usando IOT, Web3 e metaverso com proteção de comunidades e natureza, via NFT de impacto AmaLand, e lançamento previsto para 2023. O AmaGroup hub ESG, foca com MetAmazonia combater mudança climática, desmatamento e pobreza, com profissionais de áreas como metaverso, especialistas em dados geográficos e equipe em campo no universo de mais de 30 milhões de espécies em 5,5 milhões de km². Através da EBCF, Empresa Brasileira de Conservação de Florestas, o AmaGroup comprou em 2010,  área de 20 hectares com plano de manejo florestal aprovado pelo Governo do Amazonas, transformando a propriedade na maior reserva privada do Amazonas. Anunciou a criação de metaverso e marketplace próprio para aumentar possibilidades de combate ao desmatamento, proteção da biodiversidade e garantir manutenção do desenvolvimento sustentável de 15 comunidades tradicionais e ribeirinhas vivendo na floresta amazônica as margens do Rio Madeira.

O MetAmazonia pretende reduzir 2,2 milhões de toneladas de CO2, integrado ao Projeto de Carbono da EBCF,  registrado na plataforma internacional à Projetos de redução de emissões, VERRA, sendo que a plataforma é metaverso 3D fotorrealista de última geração na UNREAL Engine. Através do colecionável digital AmaLand, representante digital da floresta amazônica e passaporte de entrada no Metaverso MetAmazonia, com NFT garantindo ao portador lote de terra digital com direito de colaborar em projetos ambientais reais e sociais beneficiando comunidades locais no entorno da reserva, construindo na terra metaverso, investimento, colheita não madeireira, pesquisa e desenvolvimento, escalando ​NFTs AmaLand apresentando AMACO2 na vida real, créditos cadastrados com VERRA, órgão regulador internacional. O projeto quebra barreiras geográficas, democratiza acesso à floresta, amplifica conhecimento e importância do ecossistema, promove desenvolvimento sustentável das comunidades tradicionais e, até o terceiro trimestre de 2023, além do lançamento do token MTZ, lançará os NFTs IMPACT e AMART. O AmaGroup além do objetivo de  “proteger 5 milhões de hectares de florestas nativas na Amazônia nas próximas décadas, promoverá desenvolvimento sustentável de 1 milhão de famílias tradicionais, reduzindo 1 bilhão de toneladas de CO2 emitidas e, em 2024, tem meta de criar uma DAO, desenvolver novas comunidades e escalar a redução de CO2.

Moral dsa Nota:  “AmaLand é um ativo social e climático,  combinando características do mundo físico e digital” com “ blockchain garantindo  transparência, rastreabilidade e escalabilidade para “desenvolver plataforma descentralizada, democratizando e criando mecanismos de incentivo para que a comunidade global participe do esforço de preservação e desenvolvimento sustentável”. “A MetAmazonia foi projetada utilizando blockchain, web3 e IoT garantindo transparência, segurança e escalabilidade para invistir, lucrar, engajar e monitorar conservação da floresta”. O fundador e presidente do AmaGroup, explica que "metaverso é ferramenta que permite integrar acessibilidade e educação à floresta Amazônica, com abordagem disruptiva ao papel da tecnologia no combate às mudanças climáticas, pobreza e desmatamento” além de “programa de crédito de carbono projetado para mitigar de toneladas de carbono focada em mais de 2 milhões de toneladas nos próximos 20 anos” .


segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Resíduos sólidos

A Prefeitura de São Paulo usa Ethereum para tokenizar o lixo da capital paulista, solução de desenvolvedores brasileiros no processo de rastreabilidade de resíduos sólidos destinados à reciclagem. A startup Resíduos ID  venceu o desafio socioambiental dla Prefeitura paulista na Virada ODS,  com apoio da UNICEF, UNODC, FAO, PNUMA e  Banco Cora. A solução, além de rastrear destinação do lixo reciclado, tokeniza resíduos para serem vendidos como "Créditos de Destinação Final de Descarte Correto, semelahnte a metodologia  do mercado com Créditos de Carbono. O projeto incentiva coleta e rastreio dos materiais recicláveis, da coleta inicial em grandes dispensadores como condomínios e/ou empresas, passando pela triagem nas cooperativas até a destinação final nas recicladoras. O grupo usa bots no Whatsapp com IA e tokens na Blockchain Ethereum para registro das etapas, daí, financiar descarte apropriado de lixo plástico na capital paulista através da tokenização dos resíduos. A inclusão das informações da coleta, triagem e destinação, em blockchain, bem como mapeamento do descarte, coleta e destinação dos resíduos, ficam mais fáceis de serem auditadas e estudadas por ONGs, organismos internacionais e governos locais. Operadores do processo de coleta serão beneficiados pela geração de tokens comprovando destinação dos resíduos, títulos em blockchain, que serão adquiridos pelas empresas como Créditos de Destinação Final de Descarte Correto.

No conceito de sustentatilidade, a Ifood, empresa de delivery, é parceira da startup Polen para retirar mais de 4 mil toneladas de lixo das praias do Rio de Janeiro através da tecnologia blockchain. A parceria visa equipar quiosques da orla com pontos de coleta até 2024, em espaços de estimulo  aos frequentadores auxiliarem separação correta dos resíduos. O plano prevê 325 pontos de entrega nos 35 kms de praia, sendo que os resíduos são levados ao centro de triagem para separação, compactação e venda por empresas de reciclagem. A startup Polen usa blockchain para tokenizar a ação possibilitando negociação dos tokens entre empresas envolvidas, com estimativa de converter as 4 mil toneladas em R$ 1,7 milhão. A iniciativa, de acordo com o fundador da Pólen, segue a lógica dos créditos de carbono, tokenizados e negociados pela startup MOSS no Brasil. Explica que desde o lançamento pelo iFood de programa de metas ambientais, as negociações foram abertas com a empresa de delivery, até o fechamento de contrato de 3 anos, com possibilidade de expansão.

Moral da Nota:  a Prefeitura de São Paulo avaliou o resultado como melhoria na comunicação entre catadores e cooperativas, rastreabilidade e transparência na reciclagem com recebimento de créditos na logística reversa, além de fornecimento de dados ao poder público, ONGs e FAO/ONU além da distribuição de incentivos e patrocínios via moeda social aos catadores. A startup recebeu premiação de R$ 10 mil da Prefeitura de São Paulo, 10 meses de aceleração no Programa Green Sampa, com oficinas, masterclasses, mentorias individuais, participação em eventos, rodadas de negócios e serviço ativo de networking com iniciativa pública e privada. O próximo passo é alavancar parceiros locais à operação em grande escala, com primeira meta tokenizar mil toneladas de plásticos em seis meses. 

Em tempo: humanos produzem 2.bilhões de toneladas de lixo/ano, destes, 8 milhões de toneladas são lançados nos oceanos, daí, digeridas em forma de micropartículas plásticas. Lixões no mundo são alerta, urgindo modos de mitigar a questão do lixo se não quisermos ser invadidos e contaminados por ele. 


sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Rastreamento de gases

A Siemens rastreia  emissões em toda a cadeia de suprimentos,  incluindo  software chamado SiGreen e sistema de contabilidade distribuído, chamado de rede Estainium, que permite  parceiros de vários setores troquem dados de emissões confiáveis ​​com segurança. Lançou conjunto de ferramentas incluindo dados de emissões dos seus fornecedores, emissões de escopo 3 conhecidas como emissões da cadeia de valor,  representando a maioria das emissões totais de gases  efeito estufa de uma organização, conforme a Agência de Proteção Ambiental dos EUA. Ao obter dados de emissões reais e precisos, em vez de médias do setor como outras ferramentas usam, o sistema da Siemens facilita organizações avaliar sua verdadeira pegada de carbono. As ferramentas devem atender ao crescente número de empresas que priorizam medidas de sustentabilidade decorrente  pressão para reduzir sua pegada de carbono de funcionários, investidores, clientes e reguladores.

Neste sentido, Milão, segunda cidade mais populosa da Itália,  trabalha com a Bloomberg Philanthropies para implantar sensores de baixo custo nas escolas e entender exposição das crianças à poluição do ar,  desenvolvendo dados hiper-locais sobre qualidade do ar O piloto implanta  rede local de monitoramento da qualidade do ar, medindo níveis de poluição do ar em 50 escolas e 10 locais prioritários no período de dois anos. Como parte deste projeto, a Amat, agência da cidade delegada no monitoramento local da qualidade do ar, desenvolve dados hiper-locais sobre qualidade do ar com  plataforma digital para fornecer informações à administração municipal  à fins de planejamento às escolas, pais e comunidade buscando consciência do cidadão sobre poluição do ar. A Italian Climate Network, em parceria com a editora Edizioni Ambiente, lançou campanha educativa nas escolas de Milão, cujos dados e outros recursos são usados ​​para ajudar alunos e famílias melhorar compreensão sobre  fontes de poluição e  importância do ar limpo. Milão está entre as 10 cidades da UE com maiores custos e encargos de mortalidade decorrentes poluição do ar, desenvolvendo Plano Voluntário de Qualidade do Ar e Clima, restringindo veículos poluentes, comprometendo criar área de emissão zero no centro da cidade até 2030, com ruas livres de combustíveis fósseis e fortalecendo monitoramento da qualidade do ar. A Bloomberg Philanthropies desenvolve projetos similares em Londres, Bruxelas, Paris, Mumbai e Jacarta.

Moral da Nota: a governadora de Nova York, Kathy Hochul , anunciou que os novos carros de passeio, picapes e SUVs vendidos no estado devem ter emissões zero até 2035. Para atingir a meta, 2035, espera que 35% dos carros novos precisarão ter emissão zero até 2026 e 68% até 2030 e, ônibus escolares novos têm até 2027 para atender os novos padrões com as frotas obrigadas a  emissão zero até 2035. A legislação que exige carros novos elétricos ou a hidrogênio, vem depois que o conselho de recursos aéreos da Califórnia votou para eliminar gradualmente venda de novos carros movidos a gás no estado, sendo que Nova York é o segundo estado a tal mandato sinalizando que outros seguirão em breve. De acordo com o Clean Air Act de 1970, a Califórnia foi autorizada pelo Congresso a definir seus  padrões de emissões para veículos. Outros estados podem adotar as políticas da Califórnia mas não podem implementar seus padrões, como resultado, a Califórnia deve liderar a trilha para qualquer aplicação estatal de regras de emissões mais rígidas. O governador da Califórnia anunciou investimento de US$ 10 milhões no programa de descontos Drive Clean do estado, que oferece desconto de até US$ 2 mil à compra de mais de 60 modelos de carros elétricos que, ao lado de desconto nos impostos federais de US$ 7.500,  tornam a mudança ao elétrico significativamente mais acessível, sendo que o  estado já emitiu quase 80 mil descontos e gastou mais de US$ 92 milhões no programa. A New York Power Authority anunciou a 100ª instalação de carregador de alta velocidade na rede estadual de carregamento de EV EVolve NY, estações de carregamento encontradas ao longo dos principais corredores de viagem, como de Buffalo a Albany ou de Adirondacks a Long Island, sendo que a  EVolve NY comprometeu US$ 250 milhões até 2025 para expandir sua rede de carregadores. Por fim, Nova York também receberá US$ 175 milhões da alocação de US$ 5 bilhões da conta de infraestrutura para redes de carregamento de veículos elétricos no país e que a expansão da infraestrutura de carregamento disponível ajudará aumentar a venda de veículos elétricos no estado.

quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Mercado voluntário

O mercado voluntário de carbono opera sem controle de reguladores federais ou locais não tendo limite de quantas toneladas de emissões podem ser compensadas, sendo a supervisão de condução um conjunto de padrões com organizações que validam os créditos de carbono. A Agência de Proteção Ambiental executa programa de chuva ácida, reduzindo emissões de dióxido de enxofre, estabelecendo programa similar de limite e comércio e, sob esse programa, emissores de dióxido de enxofre vendem ou economizam licenças de dióxido de enxofre em excesso; se reduzirem as emissões e tiverem mais que precisam, ou, comprar licenças, se não conseguirem manter emissões abaixo do nível determinado. A Califórnia é o único estado com mercado estadual de limite e comércio para carbono e, até 2030,  pretende reduzir as emissões à 40% abaixo dos níveis de 1990.  Cerca de 450 entidades visadas pelo mercado entregarão redução geral de 15% nas emissões de gases efeito estufa em comparação com o cenário “business as usual” em 2020, sendo que as empresas cobertas pela lei estadual podem comprar certa porcentagem de créditos de carbono para permanecer sob o limite de emissões. Espera-se que os créditos de carbono da Califórnia aumentem em 66% para US$ 41 até 2030, de acordo com a Associação Internacional de Comércio de Emissões. Além da Califórnia, o Oregon considerou lei que limita emissões de setores regulamentados para atingir redução de 45% em relação aos níveis de 1990 até 2035 e  redução de 80% abaixo dos níveis de 1990 até 2050. Washington aprovou lei que limita a quantidade de gases efeito estufa que podem ser emitidos e, em seguida, leiloa licenças à setores poluentes até que esse limite seja atingido.  A meta do estado é reduzir emissões em 95% abaixo dos níveis de 1990 até 2050 com o primeiro período de conformidade do programa começando em 2023.

Já os chineses reduziram em 40% a quantidade de partículas nocivas no ar entre 2013 e 2020, segundo relatório apresentado pelo Instituto de Política de Energia da Universidade de Chicago, EPIC, nos EUA,que realiza medições por satélite. Trata-se da maior redução de poluição do meio ambiente em um país em período tão curto de tempo, por exemplo, os EUA levaram três décadas para atingir objetivo semelhante desde a histórica Lei do Ar Limpo de 1970. Em 2013 a China registrou média de 52,4 µg/m3 de partículas poluentes PM 2,5, dez vezes mais que o limite recomendado pela OMS hoje, sendo que partículas finas PM 2,5 provenientes da combustão de resíduos e combustíveis fósseis, são prejudiciais à saúde devido a capacidade de penetração nas vias respiratórias. No final de 2013, ativou o Plano de Ação Nacional da Qualidade do Ar para reduzir a poluição em um período de quatro anos, com orçamento de US$ 270 bilhões que se somaram outros US$ 120 bilhões de financiamento de Pequim. O governo proibiu construção de novas usinas de carvão nas cidades e regiões mais poluídas e forçou as existentes reduzir as emissões ou mudar para gás natural, só em 2017, foram fechadas 27 minas de carvão na província de Shanxi, a maior produtora na China, enquanto o governo cancelou planos de construir outras 103 usinas. O carvão continua como a principal fonte de eletricidade da China, passou de 67,4% da produção total em 2013 para 56,8% em 2020, segundo dados oficiais. 

Moral da Nota: em 2017 as energias renováveis ​​representavam um quarto da geração total de eletricidade na China, superando os EUA, onde o percentual foi de 18% no mesmo ano promovendo a energia nuclear e, entre 2016 e 2020 dobrou sua capacidade para 47 GW, com 20 novas usinas e até 2035 planeja alcançar 180 gigawatts, o dobro da capacidade atual americana. Comparada ao mundo, a China tem longo caminho pela frente para limpar as cidades sendo que em Pequim é de 37,9 µg/m3 em média, superior aos 6,3 µg/m3 de Nova York, 9 µg/m3 de Londres, 6,9 µg/m3 de Madri, ou 20,7 µg/m3 da Cidade do México e, em Nova Déli, a poluição chega a 107,6 µg/m3 mais de 20 vezes o limite de 5 µg/m3 recomendado pela OMS. Estudo da Universidade de Chicago estima que os habitantes da capital chinesa viverão em média 4,4 anos a mais que em 2013, graças as reduções de partículas poluentes. Os EUA têm a média de 7,1 µg/m3 enquanto Guatemala, Bolívia, El Salvador e Peru estão entre os países com maior poluição ambiental.

sábado, 8 de outubro de 2022

Poluição e saúde

Estudo avalia que a poluição do ar pode aumentar o risco de hospitalização à crianças autistas, induzindo inflamação sistêmica e neuro-inflamação.  O número médio diário de internações hospitalares por autismo no período do estudo foi de 8,5 para crianças autistas, maior para meninos que meninas.  A pesquisa publicada na revista BMJ Open, relata que admissões por questões como hiperatividade, agressão ou automutilação, podem ser evitadas minimizando exposição dessas crianças à poluição do ar. Pesquisadores do Hospital da Universidade Nacional de Seul, na Coréia, basearam em dados oficiais do governo sobre internações hospitalares diárias por autismo entre crianças de 5 a 14 anos entre 2011 e 2015. Coletaram informações sobre níveis diários nacionais de partículas finas PM 2,5, NO2 e O3 em cada uma das 16 regiões da República da Coreia por até seis dias. Um aumento de 10 µg/m3 nos níveis de PM 2,5 foi associado ao  risco 17% maior de internação hospitalar por autismo e um aumento de 10 partes por bilhão em NO2 e O3 foi associado a risco 9% e 3% maior, respectivamente. O TEA, transtorno do espectro autista, é transtorno do desenvolvimento neural com variedade de sintomas e gravidade, muitas vezes,  acompanhada por neuro-inflamação e inflamação sistêmica e, significa que medicamentos, suplementos e dieta podem melhorar sintomas principais.

Neste espectro, cientistas, das universidades de Yale e Brown nos EUA e da Universidade Nacional de Seul, na Coreia do Sul, realizaram estudo intitulado "Exposição residencial ao refino de petróleo e acidente vascular cerebral no sul dos EUA", publicado na revista acadêmica Environmental Research Letters. sobre o processo de refino de petróleo conhecido por emitir poluentes associados em pesquisas anteriores a doenças que levam ao derrame, no entanto, a relação entre risco de acidente vascular cerebral e exposição a poluentes quando se vive perto de poços de petróleo e refinarias não foi bem estudada, sendo que subprodutos da produção e refino de petróleo incluem mistura de poluentes que afetam a qualidade do ar, do solo e da água potável em áreas povoadas. Para investigar associação entre exposição a produtos químicos de refinarias e derrames em adultos, cientistas se concentraram no sul dos EUA em área com alta concentração de poços de petróleo e refinarias. A equipe coletou dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, CDC, de sete estados do sul dos EUA e analisou áreas dentro de 2,5 kms a 5 kms de refinarias de petróleo, com  alta presença de dióxido de enxofre, produto que pode aumentar o risco de acidente vascular cerebral e poluente de poços de petróleo e refinarias. Os autores do estudo calcularam que morar próximo a refinarias de petróleo seja a causa de 5,6% dos derrames em adultos, percentual que difere por estado e setor dentro de cada estado, com recorde mantido por uma seção do Texas em que 25,3% dos derrames são aparentemente atribuíveis ao refino de petróleo.

Moral da Nota: o setor de tecnologia médica enfrenta a crise climática decorrente ao fato que Doenças Respiratórias e Cardiovasculares têm sido associadas à piora da qualidade do ar, enquanto eventos climáticos extremos levaram a lesões e mortes prematuras.  A mudança climática alterou a prevalência geográfica de certas doenças infecciosas, além de efeitos sobre a saúde mental desses eventos e o risco  real de que se tornem mais frequentes e devastadores com o passar dos anos. O setor de saúde global contribui significativamente às mudanças climáticas através dp consumo de energia, transporte e fabricação, uso e descarte de produtos, a ponto do relatório de 2019 da Arup descobrir que a pegada climática da saúde é equivalente a 4,4% das novas emissões globais, duas gigatoneladas de CO2/ano e, se o setor de saúde fosse um país, seria o quinto maior emissor do mundo. Race to Zero é campanha global apoiada pela ONU que busca reunir organizações não estatais, empresas privadas, instituições financeiras e educacionais, regiões e cidades inteiras para tomar medidas imediatas à reduzir pela metade emissões globais até 2030. Mobiliza organizações se juntarem à Climate Ambition Alliance, lançada na Cúpula de Ação Climática do UNSG 2019 e atendendo critérios  que demonstrem prontidão para cumprir realisticamente o prazo de 2030 para reduzir pela metade as emissões, antes de atingir emissões líquidas de carbono zero até 2050, o mais tardar. O setor de tecnologia médica e farmacêutica se junta a grupo de 15 indústrias, com a  Philips, por exemplo,   buscando obter 75% de seu consumo total de energia de fontes renováveis ​​até 2025 em operações já neutras em carbono, enquanto a Johnson & Johnson comprometeu US$ 800 milhões com a Missão Vidas Saudáveis ​​à melhorar saúde de pessoas e do planeta via processos sustentáveis e inovação. A Race to Zero agora inclui 31 regiões, 733 cidades, 3.067 empresas, 624 instituições de ensino, 173 investidores e mais de 3 mil hospitais de 37 instituições de saúde.


sexta-feira, 7 de outubro de 2022

Poluição do ar

Segundo o 'Our World in Data', dados e pesquisas avançam afrontando questões relacionadas a vida atribuindo à poluição a morte de 7 milhões de pessoas/ano. Estudos recentes tendem encontrar número maior de mortes que os  anteriores, não porque a poluição do ar em nível global está piorando, mas por evidências científicas indicando que impactos na saúde da exposição à poluição são maiores do que se pensava anteriormente. A exposição a poluentes aumenta o risco de desenvolver doenças que se enquadram em três categorias, ou, cardiovasculares, respiratórias e cânceres. Pensar nessas estimativas como “mortes evitáveis” indica necessidade de redução da poluição a níveis que não aumentassem o risco de desenvolver tais patologias letais. Estimativas mais citadas e atualizadas regularmente para o número de mortos por poluição do ar vêm da OMS e do estudo Global Burden of Disease do IHME, cujos resultados são próximos uns das outros, 7 milhões e 6,7 milhões de mortes/ano respectivamente, mortes,  atribuídas à poluição interna e externa decorrendo de fontes naturais e artificiais de poluição do ar.

Uma série de poluentes têm impactos negativos na saúde, no entanto, todos os estudos se concentram na matéria particulada. O material particulado,  abreviado como PM,  é tudo no ar que não é gás sendo micro partículas compostas de sulfato, nitratos, amônia, cloreto de sódio, carvão, poeira mineral e água no ar. Partículas com diâmetro de 10  micrômetros, 10 milionésimos de metro ou menos,  penetram  nos pulmões  sendo as menores partículas mais prejudiciais à saúde ou PM 2,5 podendo penetrar no sistema sanguíneo com cerca de um trigésimo do diâmetro de um fio de cabelo humano. Estudos consideram o impacto do ozônio troposférico em que  o número de mortos pelo ozônio é menor que o do PM, no entanto,  respondendo por centenas de milhares de mortes prematuras todos os anos. No passado, pensava-se que a relação entre exposição e consequências à saúde era menos forte, mas em  estudos recentes, acredita-se que  determinado nível de exposição leve à  número maior de mortes que em pesquisas anteriores com a função exposição-resposta mais acentuada que se pensava antes. As funções de exposição-resposta estimada por Heft-Neal et al. em 2018 para a África é mais íngreme  que a maioria dos estudos globais supõe. Para o impacto total da poluição do ar estima-se que a diminuição média da expectativa de vida por pessoa afetada é  de 26,5 anos e, como média à população mundial, a perda de expectativa de vida é de 2,9 anos.

Moral da Nota: pesquisadores observam que o efeito da poluição na expectativa de vida é seis vezes maior que o causado por HIV/Aids e 89 vezes mais elevado que as consequências de guerras e terrorismo. Relatório da Universidade de Chicago indica que poluição por partículas finas reduz globalmente  a expectativa de vida em 2,2 anos, comparada a um mundo hipotético atendendo diretrizes internacionais de saúde. A exposição mundial às chamadas PM 2,5 , matéria com diâmetro de 2,5 mícrons ou menos, tem impacto semelhante ao tabagismo, três vezes maior que o uso de álcool e água insalubre, conforme o Índice de Qualidade de Vida do Ar. O PM 2,5 representa ameaça tão grande que a Organização Mundial da Saúde diminuiu o que considera nível seguro de exposição de 10 microgramas por metro cúbico para 5 microgramas por metro cúbico e, com o novo parâmetro, 97,3% da população global passou à panorama da insegurança, de acordo com o relatório. Os piores impactos da exposição ao PM 2,5 são visíveis no sul da Ásia, onde se concentra mais da metade da carga total de poluição no mundo prevendo-se que moradores da região percam cinco anos de vida em média, se os países mantiverem os níveis de contaminação atuais levando em consideração estudos revelando que desde 2013,  44% do aumento global na emissão de poluentes vieram da Índia. Moradores de Mandalay em Mianmar, Hanói no Vietnã e regiões de Jacarta na Indonésia,  estão sofrendo os maiores impactos e devem perder, em média, três a quatro anos de vida. Se a China começar a cumprir a diretriz da OMS os habitantes podem ganhar 2,6 anos, de acordo com o estudo. A OMS considera que mais de 97% da África Central e Ocidental é insegura pelas recentes diretrizes, nas Américas, o documento só traz dados referentes aos EUA e segundo o índice, ao cumprir orientações revisadas da organização a expectativa de vida norte-americana melhoraria em média, 2,5 meses, enquanto a dos europeus 7,3 meses.

Em tempo: estudo feito nos EUA e publicado no American Journal of Kidney Diseases (AJKD) com pacientes em hemodiálise expostos a níveis mais altos de  poluição, têm mais ataques cardíacos e derrames quando comparados àqueles em condições ambientais menos insalubres. 


terça-feira, 27 de setembro de 2022

Califórnia

Relatório da CoinGecko mostra que usuários da Internet na Califórnia respondem no site de rastreamento de criptomoedas em Bitcoin e Ethereum  por 43% das pesquisas de tráfego Web,  tal fato, considera que a população do estado representa 11,9% da população americana. O estado abriga o Vale do Silício e dentre as empresas que investiram em aplicativos blockchain e startups de criptomoedas, estão a Apple, Google, Meta, PayPal e Wells Fargo. A Coinbase foi uma das primeiras empresas de criptomoedas na Califórnia, embora tenha se mudado, mas  The Graph, Helium, MakerDAO e dYdX são os mais recentes projetos Web3 com presença no Golden State.Universidades de prestígio com departamentos de engenharia e tecnologia de ponta estão localizadas lá, como a Universidade de Stanford, o Instituto de Tecnologia da Califórnia e a Universidade da Califórnia, em Berkeley.A CoinGecko observou que outros estados tem forte interesse nas duas criptomoedas, incluindo, Illinois, Nova York, Flórida e Washington, seguidos por Pensilvânia, Texas, Virgínia, Geórgia e Arizona. Nos 20 principais estados a maioria das pesquisas on-line inclina-se ao Bitcoin, no entanto, revelam que quatro estados em particular viram mais pesquisas Ethereum que seu concorrente. Os dados foram coletados entre maio e agosto de 2022, apenas tráfego da web nos EUA, indexados em escala de 0 a 100, com 100 representando o ponto mais alto de tráfego web, Califórnia, em relação aos demais estados. Pesquisa  do Study.Com revelou que mais de 64% dos pais e graduados universitários americanos com compreensão na tecnologia blockchain, querem que a criptomoeda seja ensinada nas  escolas.

A Califórnia toma dianteira como primeiro estado dos EUA a classificar eventos extremos de ondas de calor, com o governador assinando projeto de lei do sistema de classificação de ondas de calor destinado a preparar o estado para eventos perigosos de calor extremo, lei, que  entra em vigor em janeiro de 2023.  A Agência de Proteção Ambiental da Califórnia tem até 1º de janeiro de 2025 para criar o sistema de classificação de ondas de calor no estado, ainda ser estabelecido. Uma onda de calor opressiva assolou o Golden State marcando uma das mais brutais de setembro já registradas,sendo que  nos últimos dois anos a Califórnia conheceu um dia de 123 º F no Coachella Valley em 2021. O prazo de janeiro de 2025 dá a agência  janela de pouco mais de dois anos para lançar o sistema de classificação que emitiu o primeiro Relatório de Seguro Climático da Califórnia, por exemplo, Sevilha, Espanha, nomeou a primeira onda de calor do mundo, Zoe, levando 18 meses para revelar seu sistema de categorização de ondas de calor ProMeteo, de acordo com o Centro de Resiliência da Fundação Adrienne Arsht-Rockefeller. O projeto de lei californiano descreve fatores a serem considerados em sua criação, incluindo dados climáticos como temperaturas máximas e mínimas, duração de eventos de calor extremo e dados sobre impactos relacionados ao calor na saúde. medidas da gravidade do calor extremo e informações localmente relevantes como efeitos de ilhas de calor urbanas ou medidas de resfriamento.

Moral da Nota: o projeto de lei da Califórnia afirma que o sistema de classificação de calor contará com recomendações sobre limites ou gatilhos à políticas públicas que reduzem impactos do calor extremo na saúde humana, recomendações de métricas para efeitos de curto e longo prazo relacionados ao calor extremo à saúde O sistema de classificação das ondas de calor reforçaria sistemas de alerta existentes, categorizando ondas de calor com base em impactos na saúde humana, segundo a diretora do Centro de Resiliência da Fundação Adrienne Arsht-Rockefeller, em comunicado do Departamento de Seguros da Califórnia, constituindo parte dos esforços do Arsht-Rock Resilience Center para pilotar a categorização de ondas de calor nos EUA e Europa. Comunidades de baixa renda da Califórnia são desproporcionalmente atingidas pelos efeitos do calor extremo e o sistema garantirá que os californianos sejam notificados adequadamente sobre a gravidade dos próximos eventos climáticos relacionados ao calor.

sábado, 24 de setembro de 2022

Emissão de partículas

Uma "estreia mundial" aplaudida no Porto de Marselha é o  "Piana" um ferry sem emissão de partículas, inovação,  que traz esperança ao setor  com grande pegada de carbono. O ferry da empresa La Méridionale opera entre a Córsega e Marselha, cujos motores equipados com filtros neutralizam parte das emissões poluentes, filtro de partículas, apresentado após três anos de testes, não só captura 99% do óxidos de enxofre em conformidade com a legislação,  como elimina 99,9% das partículas finas e ultrafinas mais perigosas à saúde humana. O diretor de inovação da organização regional de monitorização da qualidade do ar, Atmosud,  avisa que os filtros “vão mais longe que os regulamentos exigem, tratando todas as emissões de partículas" e acrescenta que "nunca ouviu falar de tais projetos"  na Europa e Ásia. O ferry funciona com sistema elétrico e, no mar, os  filtros com bicarbonato de sódio reduzem as emissões a praticamente a zero, sendo que a tecnologia é utilizada em terra há vários anos em indústrias como as centrais térmicas. Toneladas de resíduos serão produzidos e enterradas, mal menor à atmosfera, lembrando que  9 milhões de mortes/ano no mundo são causadas pela poluição atmosférica.

Importante lembrar que a UE em Bruxelas  conseguiu  acordo quanto à redução das emissões de gases de estufa em 55% até 2030, comparada aos níveis de 1990. O Pacto Ecológico Europeu é vitória no percurso em direção à neutralidade carbônica nos países da UE e, de acordo com estudo publicado, as emissões de CO2 baixaram 11% na Europa em 2020 decorrente os efeitos da pandemia. A decisão da União Europeia tem lugar pouco mais de cinco anos após a assinatura do Acordo da ONU sobre o Clima, aprovando no orçamento plurianual 30% do pacote recorde de 1,82 trilhão de euros destinado a programas e investimentos em regiões e setores afetados pela transição verde. Cientistas relatam que atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis, abate de florestas e  produção de cimento geram emissões que, por sua vez, aumentam as concentrações de CO2 ocasionando o efeito estufa e, apesar da natureza absorver parte deste CO2, não consegue acompanhar o ritmo das emissões produzidas.  Bom lembrar que antes da COP26 em Glasgow, a ONU publicou relatório que o secretário-geral qualificou como  "sinal de alarme", segundo o qual as metas de redução das emissões de gases fixadas pelos  países, ficam aquém do que é preciso para contrariar as mudanças climáticas. O documento relata que há diferença entre o que os cientistas recomendam e o que as lideranças mundiais estão dispostas a fazer. O relatório diz que o compromisso de países em atingir  "emissões zero" até 2050,  implementado na totalidade, limitaria o aquecimento global a 2,2º C  até fins deste século, valor acima dos 2º C previstos no acordo de Paris.

Moral da nota: iniciativas como da Califórnia, responsabilizando o setor automotivo por zero emissões poluentes até 2035 e consequente proibição de veículos novos movidos a combustível fóssil,  acelera nos EUA, transição energética. Em paralelo, deputados bolivianos propõem substituir o mercúrio por tiouréia na mineração, com a comissão de meio ambiente da Câmara dos Deputados da Bolívia analisando projeto de lei que propõe a substituição  por tiouréia, semelhante à ureia, reduzindo danos ambientais. Legisladores consideram que a tiouréia pode ser agente eficaz ao ouro com  vantagens operacionais melhores que o cianeto e o mercúrio,  propondo produção pela usina de uréia e amônia da Yacimientos Petroliferos Fiscales Bolivianos, YPFB, em Cochabamba. O projeto admitido na Câmara dos Deputados, se aprovado,  seguirá ao Senado e posteriormente ao Executivo à promulgação. A Bolívia importou 1.285,3 toneladas de mercúrio entre 2015 e 2021 no valor de 44,1 milhões de dólares, dados do Instituto Nacional de Estatística, INE, apesar de signatária de acordos como Minamata para reduzir consumo de mercúrio em escala internacional.

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Pegada de carbono

Aplicativos como The Earth Hero, Klime, Map My Emissions auxiliam descobrir modos de agir em relação às mudanças climáticas, rastreando e medindo a pegada de carbono e com cerca de 100 ações personalizadas sugerindo mudanças e alternativas na dieta, transporte e estilo de vida.Para verificar as emissões de carbono ao comer um hambúrguer, viajar ao trabalho ou dormir com o ar condicionado ligado, por exemplo,  aplicativos e tecnologia desenvolvidos por startups mitigam ou calculam o impacto de carbono, Conceitualmente, pegada de carbono é a quantidade total de gases  efeito estufa gerados por nossas ações ou atividades, por exemplo, carregar o celular,  pedir hambúrguer online ou se deslocar ao trabalho, há consumo de energia, sendo a maior fonte de emissões de gases efeito estufa. O setor de energia inclui transporte, eletricidade e calor, edifícios, manufatura e construção, emissões fugitivas e queima de outros combustíveis. Empresas têm responsabilidade em relação à emissão de carbono de um país, além de organizações corporativas e indústrias, startups lideram o desenvolvimento de plataformas para resolver problemas relacionados às emissões. A startup indiana Lowsoot trabalha com indivíduos e organizações à calcular, rastrear e compensar a pegada de carbono, incorporando ferramentas digitais e rastreando atividades sustentáveis, Outra empresa, a 3SC Analytics, ajuda empresas, medir, gerenciar, reduzir e monitorar a pegada de carbono, ao mesmo tempo que atingem suas metas de economia de custos. Através da plataforma Carbonex projetada para reduzir a pegada ambiental das cadeias de suprimentos corporativas, usa análises avançadas baseadas em IA e orientadas por dados, permitindo monitoramento, triagem, medição e redução da pegada de carbono de uma organização em cada etapa da jornada da cadeia de suprimentos.

O conceito de Monitoramento do Ar era limitado ao uso científico ou governamental,  no entanto,  o aumento da conscientização  e o avanço tecnológico e, através de sensores de monitoramento do ar, tornaram-se conceito doméstico. A contaminação do meio ambiente afetou a água, alimentação,  ar e saúde, com poluição do ar de fontes internas e externas representando risco ambiental globalmente. Diretrizes Globais de Qualidade do Ar da OMS, AQGs, fornecem evidências  dos danos que a poluição do ar inflige à saúde, em concentrações mais baixas que se entendia antes  e, de acordo com os dados, a cada ano, a exposição à poluição do ar causa 7 milhões de mortes prematuras, 3,2 milhões devido à poluição residencial causada por cozinhar, aquecer, gerar eletricidade e poeira. A Agência de Proteção Ambiental dos EUA esteve envolvida em pesquisas sobre sensores de ar de baixo custo, através de workshops e avaliações de dispositivos divulgando em 2013 conceitos no Guia do Sensor de Ar.  A OMS divulgou ideias sobre níveis de qualidade do ar recomendados  aos países, com o último relatório de Ações sobre Qualidade do Ar do Programa das Nações Unidas  ao Meio Ambiente, observa que há lacunas no monitoramento da qualidade do ar. O governo  indiano lançou o Programa Nacional do Ar Limpo, NCAP, como estratégia nacional em reduzir níveis de poluição do ar no país e, em 2021, o governo de Delhi experimentou a tecnologia instalando 2 torres Smog de 24 metros de altura registrando níveis de PM 2,5 do ar e, dizem,  purifica o ar em um raio de 1 km² ao redor da estrutura. Dispositivos plug-n-play com sensor de ar são configurados em qualquer sala para verificar a qualidade do ar em uma casa, sendo os  dados coletados apresentados em relatório com sugestão de soluções .

Moral da Nota:: o Parlamento Europeu aprovou pela primeira vez  resolução 2021/0366, aprovada com 453 votos a favor, 57 contra e 123 abstenções,  que abre possibilidade à imposição de sanções comerciais contra países devido o desmatamento. A proposta estabelece que o abastecimento de produtos agropecuários como carne e soja por empresas europeias, seja feito sem gerar desmatamento de florestas e violações de direitos humanos, podendo  elevar barreiras contra produtos cultivados em áreas desmatadas. O Parlamento Europeu ampliou a gama de commodities impactadas pela proposta, incluindo borracha, milho e couro, além de estender a definição de florestas para incluir áreas arborizadas como o cerrado brasileiro, incluiu a necessidade de garantias de respeito aos direitos humanos e de povos indígenas nas cadeias produtivas das empresas. O projeto necessita ser aprovado em cada um dos 27 países-membros da UE.

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Incentivo financeiro

A blockchain na tokenização de energia se insere na comercialização de certificados de energia renovável, REC's,  ganhando espaço no Brasil e América Latina,  com a possibilidade de tokenizar esses ativos.  De posse dos certificados, as empresas atestam que a energia foi gerada a partir de fontes renováveis sendo alternativa à maior transparência de RECs em Blockchains. Dentre as vantagens de investir em tokenização no mercado de energia renovável estão a  Flexibilidade e acessibilidade que "permitem troca de ativos tokenizados diariamente, 7 dias por semana  e sem fronteiras", a seguir, a ausência de intermediários  "reduz custos indiretos com burocracia via contratos inteligentes tornando o processo de investimento mais rápido e seguro". Já a Governança, "transforma o processo de venda de estático à dinâmico melhorando transparência e automação e permitindo transferência internacional de tokens em segundos." O Fracionamento do investimento via  "tokenização diversifica o portfólio e, dessa forma, investidores mitigam riscos não precisando comprar 100% do ativo participando de modo parcial.  Por fim, a Segurança com "Auditoria de ativos e documentos legais dentro de padrões que garantem solidez do investimento, daí, a tokenização exigir o cumprimento dos procedimentos KYC, Know-Your-Customer,  além de AML, Anti-Money Launderingl, que protege investidores."

Neste conceito, emerge a stablecoin ANZ usada para comprar créditos de carbono tokenizados através da  compra de unidades na plataforma blockchain BetaCarbon de comércio de carbono. A stablecoin A$DC do ANZ ao comprar créditos de carbono tokenizados na Austrália, fornece evidências críticas dos casos de uso do ativo na economia local, enquanto o banco "Big Four" se tornou a primeira grande instituição financeira australiana cunhar sua  stablecoin depois de supervisionar transação piloto no valor de A$ 20,76 milhões entre o Victor Smorgon Group e o gerente de ativos digitais Zerocap. A stablecoin ANZ é garantida pelo dólar australiano e mantida na conta reservada pelo banco, sendo que até agora, transações A$DC eram feitas através  da blockchain Ethereum.  O Relatório da Australian Financial Review, AFR,  informa que a última transação foi feita por Victor Smorgon para comprar unidades de crédito de carbono australianas, ACCUs. Os créditos de carbono foram tokenizados e fornecidos pela BetaCarbon que emite ativos digitais de valor apelidados de BCAU representando 1 Kg de compensações de carbono por crédito.

Moral da Nota : o mercado de carbono foi criado durante a ECO-92  com objetivo de reduzir a emissão de carbono sendo que as primeiras normas entraram em vigor em 1994 e, desde então,  países signatários se reúnem para buscar soluções visando mitigar o aquecimento global.  O crédito de carbono foi uma das soluções visando incentivos financeiros e de imagem às empresas que aderem  “boas práticas” determinadas pelas entidades participantes. Trata-se de mercado voluntário e de economia circular em que a Ambipar, por exemplo,  faz parte ao lado de outras instituições e governos e através do Ambify fraciona e facilita acesso a compensação de CO2. Da iniciativa Ambipar, conhecida empresa ESG, emerge o Token Ambify que facilita o acesso aos créditos de carbono, listado pela Foxbit , fracionando e facilitando o acesso no varejo aos créditos de carbono.  O whitepaper do projeto informa ser multinacional e presente em 18 países, empresa fundada em 1995,  que desenvolve projetos ligados à práticas ESG focada na criação de  soluções de sustentabilidade e preservação ambiental. A empresa afirma no whitepaper que o token terá outras utilidades no futuro, além da queima e por se  tratar de um token BEP-20  roda em contrato inteligente na BNB, blockchain da Binance Smart Chain, interagindo com o ecossistema da rede. Ambify é um projeto da Ambipar atuando na comercialização do token ABFY, que fraciona créditos de carbono pertencentes à empresa e os disponibiliza à compra em pequenas frações no mercado de varejo. Cada token Ambify é lastreado via número de série com crédito de carbono existente e o investidor pode comprar o ativo e participar indiretamente do mercado de crédito de carbono. No aplicativo da Ambify pode-se calcular a emissão de CO2 pessoal, preenchendo formulários e conhecendo o quanto cada um  “deve” ao ambiente. Com essa informação,  compra-se  quantidade a correspondente de ABFY, enviando-o à carteira do aplicativo para queima, burn,  recebendo certificado de neutralização de crédito de carbono. As vendas dos tokens são um modo da Ambipar financiar projetos de sustentabilidade e, quem compra ABFY investe nestes projetos.

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Algodão blockchain

Um token se define como representação digital da fração do ativo real visando simplificar negociações dos diversos tipos de bens no mundo, ao passo que, ativos são quaisquer tipos de recursos que possuam valor comercial podendo ser separados em categoria de tangíveis como empreesndimentos, equipamentos, obras de arte e etc  e intangíveis como direitos autorais, marcas registradas, recebíveis de cartão de crédito, avatares, itens de jogos etc.

No entanto, existem diferentes tokens categorizados a partir do ativo que representam com 5 principais tipos , ou, Payment Tokens, Utility Tokens, Security Tokens, Equity Tokens e NFTs. Os Payment Tokens são os mais conhecidos porque são associados às criptomoedas, funcionando como dinheiro e, nesse caso, falamos de moedas digitais como o Bitcoin, por exemplo. Tal modalidade é utilizada como modo de pagamento em ambientes online para finalidade que tenha o objetivo de realizar transferência de capital e, por conta da segurança, é pouco provável que sejam fraudados. Utility Tokens, como o próprio nome diz, possuem utilidade significando que embora também seja um tipo de moeda, só serão utilizados para aplicações específicas que podem ser acesso antecipado a serviço ou produto, físico ou digital, cupons de pré-venda, benefícios à colaboradores, direitos de voto etc. Diferença importante desse tipo de token em relação ao anterior é o fato de ter quantidade pré-determinada contribuindo para que haja escassez e consequente aumento do valor pelo crescimento da demanda, neste caso, o Utility Token costuma gerar lucros aos detentores. Securities são ativos negociáveis, obrigações, débitos, ações, garantias e etc e ter um security é como ter algo ou parte de algo sem necessidade de possuí-lo, como exemplo o ouro: um security de ouro significa posse de  quantidades dele sem necessidade de comprar quilates ou guardá-lo em cofre. Investir em securities visa  arrecadar valores de investidores, estes por sua vez, recebem seus dividendos, taxas geradas por juros ou parte do lucro da companhia ou projeto. A realização do processo através da Blockchain, utilizando tokens tem o nome de  Security Token, daí, Security Tokens serem securities criptográficos comprados por investidores gerando dividendos, dividindo lucros e pagando juros no futuro aos investidores. Devemos entender Equity Tokens como ativos tradicionais de ações que representam  participação em determinadas empresas e, com eles, o direito a parte dos lucros e direito de votos no momento de decisões na empresa. A diferença entre  Equity Tokens e  ações tradicionais reside no fato que as ações são registradas em banco de dados junto a certificado de papel, mesmo que digitalizado, já os tokens ficam registrados na Blockchain, sendo que os Equity Tokens, se divide em classes  oferecidos aos investidores por meio de STO (Security Token Offering) parecidas com as IPO (Initial Public Offering), apresentando suas próprias vantagens. Por fim, NFT é sigla para “Non-fungible Tokens” significando que é único e não pode ser substituído por outro. exemplo, um Bitcoin é passível de substituição, fungível, porque você pode trocá-la por outra criptomoeda e continuar possuindo exatamente o mesmo valor, enquanto um objeto de colecionador por outro lado, não pode ser substituído, isto é, não fungível, por exemplo, o quadro da Monalisa. Os tokens apresentam modo democrática de realizar investimentos, uma vez que é possível comprar tokens por valores baixos, diversificando a carteira de investimentos ao explorar além do mercado tradicional!

Moral da nota: a Renner e Youcom lançaram no Brasil em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Abrapa, o programa SouABR, Sou de Algodão BrasileiroResponsável, três modelos de jeans femininos 100% rastreados via blockchain. Os  modelos Jean terão todo o ciclo de produção rastreado com blockchain, desde o cultivo de algodão até a confecção de roupas e, conforme as partes envolvidas na iniciativa, a autenticidade será assegurada e qualquer alteração na cadeia de valor será evitada através da digitalização das peças tornando-as mais auditáveis, permitindo acesso à revisão da trajetória via QR code impresso na etiqueta.A certificação fornecida pela Abrapa às fazendas algodoeiras possui 183 itens de verificação, distribuídos em oito frentes, incluindo contrato de trabalho e condições dignas; vetando qualquer tipo de discriminação, saúde e segurança do trabalhador e boas práticas de preservação ambiental.