quarta-feira, 18 de junho de 2025

Austrália

Pesquisa publicada no European Heart Journal indica que uma média de 50 mil anos de vida saudável são perdidos por doenças cardiovasculares anualmente na Austrália decorrente o aquecimento climático equivalente a 7,3% do fardo total devido doenças e mortes por patologias cardiovasculares, sugerindo que pode dobrar, ou, triplicar, até meados do século se continuarmos na tendência atual de emissões de gases efeito estufa. Os autores observam que como o risco de doenças cardiovasculares aumenta com temperaturas mais altas, as descobertas são relevantes ao redor do mundo, liderada por Peng Bi, Professor de Saúde Pública e Medicina Ambiental na Universidade de Adelaide, dizendo que, "quando o tempo está quente, os corações trabalham mais para nos ajudar esfriar, daí, pressão adicional pode ser perigosa, especialmente às pessoas com doenças cardiovasculares, concluindo que, "já vivenciamos como um clima mais quente pode nos fazer sentir mal particularmente em períodos mais longos de calor extremo, no entanto, não está claro quantas pessoas estão vivendo com doenças cardíacas graves ou morrendo cedo por causa de temperaturas mais altas, precisamos entender como esse fardo aumentará no futuro." A pesquisa utilizou uma medida chamada anos de vida ajustados por incapacidade, DALYs, que quantifica o número de anos de vida saudável perdidos por doença ou morte e, para calcular o impacto atual das altas temperaturas, usaram dados do Australian Burden of Disease Database sobre doenças ou mortes causadas por doenças cardiovasculares entre 2003 e 2018, em seguida, utilizaram modelo estatístico para calcular quanta doença cardiovascular ou morte pode ser atribuída ao clima quente em diferentes partes da Austrália e, do país como um todo, mostrando que havia uma média de 49.483 anos de vida saudável perdidos anualmente por doenças cardiovasculares causadas pelo clima quente sendo que a maioria desses anos foi perdida devido, morte, em vez de doença. Os pesquisadores usaram o modelo para analisar provável impacto da mudança climática causada pelas emissões de gases efeito estufa no futuro com dois dos cenários de mudança climática delineados pelo IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, sendo que em um cenário as emissões se estabilizam, Representative Concentration Pathway 4.5 ou RCP4.5, e outro com emissões continuamente crescentes, RCP8.5, além de analisarem o impacto do crescimento populacional e como podemos nos adaptar para lidar com temperaturas mais altas. O modelo mostra que, até 2030, o número de DALYs perdidos devido doenças cardiovasculares causadas pelo clima quente aumentará em 83,5%, atingindo 90.779,7 DALYs, no cenário RCP4.5 e, até 2050, espera-se que esse número aumente à139.828,9 DALYs, 182,6%, e, sob cenário mais severo RCP8.5, os DALYs devem aumentar em 92,7% à 95.343,0 DALYs em 2030 e em 225,6% à161.095,1 em 2050, mostrando que seria possível reduzir o impacto das altas temperaturas nas doenças cardiovasculares com estratégias que ajudem pessoas se adaptarem ao clima mais quente.

Em ecossistema de envelhecimento e efeito estufa, a perda auditiva, PA, é fator de risco modificável inexplorado afetando 41% da população indiana, com estudo buscando determinar a prevalência de PA e investigar associação entre PA e comprometimento cognitivo em idosos avaliando estruturas neuronais envolvidas e no comprometimento cognitivo através de imagens comportamentais e de ressonância magnética, RM. Forma estudados 589 indivíduos com 45 anos ou mais usando audiometria portátil, testes cognitivos e ressonância magnética HearCheck cujos partícipes com PA têm 1,69 vez mais probabilidade de apresentar comprometimento cognitivo comparado com os sem PA, ao passo que a neuroimagem revelou significativamente menos substância cinzenta em regiões temporais e hipocampais nos indivíduos com PA e comprometimento cognitivo comparada com audição e cognição normais, sendo que as descobertas ressaltam importância de explorar ligação entre deficiências sensoriais, especificamente PA, e deficiência cognitiva enfatizando necessidade de estratégias preventivas em populações. Quer dizer, em destaque, grande grupo urbano fornece informações sobre audição e função cognitiva, sendo que a perda auditiva, PA, está associada a probabilidade 69% maior de comprometimento cognitivo enquanto a ressonância magnética, RM, revela perda reduzida de substância cinzenta, MC, com avaliações cognitivas e auditivas abrangentes fortalecendo as descobertas alinhadas com hipóteses de privação sensorial e fatores de risco compartilhados. Considerando que a demência afeta atualmente 57 milhões de pessoas no mundo e com projeções indicando rápido aumento à 132 milhões até 2050, atualmente, abordagens farmacêuticas e de tratamento existentes oferecem, na melhor das hipóteses, benefícios limitados com modificação dos sintomas, portanto, explorar fatores de risco e implementar intervenções cognitivas e comportamentais adequadas é crucial, com a  75ª Pesquisa Nacional por Amostragem, NSS, definindo deficiência auditiva/perda auditiva, PA, como dificuldade com a fala conversacional diária excluindo deficiência auditiva unilateral. A prevalência de PA é estimada em 0,3% da população com quase metade relatando dificuldade em ouvir apenas sons altos ou incapacidade de ouvir completamente, sendo que o censo Indiano de 2011 destaca que 2,21% da população nacional com aumento da prevalência que pode ser atribuído ao envelhecimento populacional, aprimoramento de métodos de identificação e exposição excessiva a ruído. No estudo de Nova Delhi, a maior prevalência de perda auditiva, PA, 67%, foi observada na população com 60 anos ou mais, seguida pela população entre 40 e 59 anos com prevalência de 40,7% e, recentemente, a associação entre PA e demência ganhou impulso uma vez que a PA foi identificada como fator de risco potencialmente mais modificável,  aproximadamente 8%, à prevalência de demência, ao seu desenvolvimento, considerando ainda que na  Índia a prevalência de demência é de 7,4% e à adultos com deficiência auditiva, 1,2%, com pesquisas anteriores explorando associação entre demência e genética, problemas vasculares, fatores cognitivos, fatores de risco cardiovascular e problemas genéticos, havendo necessidade de evidências experimentais buscando testar a população local em audição e cognição.  Estudos relacionam PA e morfologia cerebral, ou, seja, redução do volume do músculo liso craniano, GM, nos córtices auditivos sugerindo que as reduções do volume do GM nas regiões cerebrais temporal superior, frontal, insular e hipocampal se associam a pior compreensão da fala no ruído e à audição em participantes mais velhos e, apesar das evidências de atrofia cortical, permanecem questões se a privação da entrada auditiva exacerba atrofia cerebral no envelhecimento e se exacerba atrofia cerebral com consequências à organização cortical. Em resumo, os achados sugerem que a PA estava associada ao comprometimento cognitivo conforme observado em testes cognitivos e ressonância magnética, não sendo possível estabelecer relação causal específica a partir dos resultados obtidos devido à natureza transversal do estudo, no entanto, a abordagem abrangente incluindo avaliações comportamentais, cognitivas, auditivas e de neuroimagem em população urbana ampla e diversa, enriquece a literatura existente, oferecendo informações sobre a complexa relação entre PA e comprometimento cognitivo na população idosa.

Moral da Nota: existe certa confusão sobre o Paradoxo de Jevons preferencialmente quando usado no argumento   que baratear energias renováveis de alguma forma mantém vivos os combustíveis fósseis, gerando certa confusão na compreensão sobre o que o paradoxo diz. Se origina em William Stanley Jevons, economista do século XIX ao observar que a medida que máquinas a vapor ficavam mais eficientes tornavam mais barata a energia a carvão aumentando seu consumo total, quer dizer, não diminuiu, já que baratear ou tornar mais eficiente o uso de um recurso pode levar a maior demanda por esse mesmo recurso, por exemplo, na década de 1800, máquinas a vapor mais eficientes tornaram o carvão mais útil levando a explosão no seu uso e deslocando tecnologias mais antigas como rodas d'água e trabalho manual. No entanto, o Paradoxo de Jevons não é lei que diz que a eficiência sempre dá errado, não é razão pela qual os combustíveis fósseis persistirão para sempre, e, não se aplica quando uma fonte de energia substitui outra, chamado de substituição, sendo que substituição se insere nos casos em que tecnologias de energia ou transporte novas deslocam antigas, por exemplo, o gás natural barato extraído nos EUA por fracking deslocou o carvão na geração de eletricidade, o gás era mais barato e limpo e as usinas a carvão fecharam, quer dizer, não é Jevons, é substituição, automóveis baratos substituíram cavalos, iluminação elétrica substituiu lampiões a gás e velas, energia solar e eólica baratas estão deslocando o carvão e, cada vez mais, o gás, porque estão se tornando fontes mais baratas de eletricidade em vários mercados, quer dizer, o Paradoxo de Jevons não se aplica nesses casos, pois o contrário, mais do recurso antigo seria usado, e, o que vemos, é substituição. A energia atual demonstra que a demanda total de eletricidade está aumentando por conta de EVs, bombas de calor, data centers e desenvolvimento, no entanto, não exige que os combustíveis fósseis cresçam significando apenas que necessitamos mais energia e as fontes mais baratas deverão vencer, valendo a nota que, os combustíveis fósseis não estão sendo eliminados rapidamente o suficiente decorrente lobby político e captura regulatória, inércia do mercado e gargalos na rede, subsídios que favorecem os incumbentes, problemas reais, mas, não o Paradoxo de Jevons. Por fim, o Paradoxo de Jevons diz que tornar um recurso mais eficiente pode aumentar seu uso, não diz que mudar à fonte de energia mais barata manterá a antiga viva, quer dizer, a história mostra o contrário, ou, o recurso mais barato geralmente vence e elimina o antigo, daí, a disputa entre energia solar mais barata difere de mais carvão, gás mais barato difere de mais carvão, carros mais baratos diferem de mais cavalos. O argumento usual falho que as renováveis são aditivas ao uso de combustíveis fósseis, em vez de substitutivas, por conta do Paradoxo de Jevons que deverá sugar toda a energia extra às novas aplicações, não há nada que diga que uma dessas novas aplicações não pode ser todas as aplicações às quais o carvão e o gás são usados, concluindo, o argumento não dito poderia ser necessidade de descrescimento, não explícito inicialmente.