Considerando como Web 1.0, da década de 90 a 2004, cujos conteúdos eram menos atualizáveis e os usuários pouca participação, na Web 2.0 a partir de 2004, surgem blogs e redes sociais com conteúdos criados por usuários e, em consequência, concentração do Google, Facebook e demais Bigtechs monetizando dados. A Web 3.0 emerge com blockchain abrindo possibilidades de descentralização e privacidade com usuários empoderando dados, aí, internet construída sobre novas tecnologias, entre elas, Blockchain, livro-razão descentralizado e distribuído digitalmente em rede de computadores facilitando registro de transações e, à medida que os dados são adicionados a rede, novo bloco é criado e anexado à cadeia, cujos nós da blockchain são atualizados refletindo mudança e significando que o sistema não está sujeito a um único ponto de controle ou falha. Os Contratos inteligentes são programas de software executados automaticamente quando condições são atendidas, como termos acordados entre partes, estabelecidos em códigos na blockchain que não podem ser alterados e, por fim, ativos digitais e tokens, itens de valor que existem digitalmente, incluindo, criptomoedas e stablecoins ou moedas digitais do banco central, CBDCs, e NFTs, além de versões tokenizadas de ativos em itens reais como arte ou ingressos à shows.
Essas tecnologias buscam avanços relacionados à tokenização em que líderes do setor crêem que a tokenização transforma a estrutura dos serviços financeiros e dos mercados de capitais ao permitir que detentores de ativos colham benefícios blockchain como operações em tempo real e disponibilidade de dados, sendo que a Blockchain oferece liquidação de transações mais rápidas e maior grau de automação via código incorporado ativado em determinadas condições. Dentre os benefícios da tokenização incluem liquidação de transações mais rápidas alimentada pela disponibilidade 24 horas por dia, 7 dias por semana e, atualmente, a maioria das liquidações financeiras ocorrem em 2 dias úteis pós execução da negociação dando as partes tempo para colocar documentos e fundos em ordem, enquanto liquidações instantâneas são possibilitadas pela tokenização traduzindo em poupança significativa à empresas financeiras em ambiente com taxas de juros elevadas. Além de economia de custos operacionais proporcionada pela disponibilidade de dados 24 horas por dia e programabilidade de ativos, é particularmente útil à classes de ativos que o serviço ou emissão tendem serem manuais e, portanto, propensos a erros, caso das obrigações empresariais que incorporam operações como cálculo de juros, sendo que o pagamento de cupons no contrato inteligente do token automatiza essas funções exigindo menos esforço humano. Emerge a democratização do acesso, simplificando processos manuais intensivos cujo atendimento a pequenos investidores é atraente aos prestadores de serviços financeiros, no entanto, a verdadeira democratização do acesso e a distribuição de ativos tokenizados terá de ser dimensionada valendo a transparência alimentada por contratos inteligentes como conjuntos de instruções codificadas em tokens emitidos na blockchain autoexecutados sob condições específicas, por exemplo, um contrato inteligente à créditos de carbono em que a blockchain fornece registro imutável e transparente de créditos mesmo enquanto são negociados e, por fim, infraestrutura mais barata e ágil já que Blockchains são de código aberto, portanto, mais baratos e fáceis de iterar que a infraestrutura tradicional de serviços financeiros. Apesar das previsões, tokenização não se concretizou de modo significativo, enquanto movimento lento da Broadridge, empresa de infra-estruturas fintech sediada nos EUA, facilita mais de US$ 1 bilhão mensais em plataforma de contabilidade distribuída.
Moral da Nota: a tokenização de ativos se apresenta em fases com obtenção de ativos como primeira etapa ao descobrir como tokenizar determinado ativo em questão, por exemplo, a tokenização de um fundo do mercado monetário é diferente da tokenização de um crédito de carbono constituindo processo que exige saber se o ativo será tratado como valor mobiliário ou mercadoria e quais quadros regulamentares são aplicáveis, a seguir, a emissão e custódia de ativos digitais, em caso de contraparte física será movida à instalação segura e neutra à ambas as partes e, em seguida, um token, uma rede e funções de conformidade são selecionados reunindo-se para criar representação digital do ativo na blockchain armazenado enquanto se aguarda a distribuição. Outra fase é a distribuição e negociação em que o investidor configura carteira digital para armazenar o ativo digital e, dependendo do ativo, uma plataforma de negociação secundária, alternativa a bolsa oficial regulamentada de modo mais flexível pode ser criada para o ativo e, por fim, manutenção de ativos e reconciliação de dados, uma vez distribuído ao investidor exigirá manutenção contínua incluindo relatórios regulamentares, fiscais, contabilísticos e aviso de ações corporativas. Atualmente, US$ 120 bilhões em dinheiro tokenizado estão em circulação como stablecoins totalmente reservadas e, conforme observado acima, stablecoins são criptomoeda atrelada a moeda física, ou, commodity, ou, instrumento financeiro com objetivo de manter valor ao longo do tempo e, desde o lançamento da tokenização há 5 anos, empresas de serviços financeiros aumentaram equipes digitais experimentando e expandindo capacidades e, à medida que amadurecem vemos tokenização cada vez mais utilizada em transações financeiras.