A P4F, Partnerships for Forests, iniciativa governamental britânica, junto com o governo do Pará desenvolve plataforma blockchain para rastrear fornecedores de gado no estado. O projeto cruzará dados do Cadastro Ambiental Rural da Guia de Trânsito Animal, documento oficial para transporte de animal, e pecuaristas que desejem fornecer informações voluntariamente em troca de auxílio de resolução dos passivos. A expectativa é 300 imóveis rurais que levem a quatro produtores indiretos sejam incluídos na plataforma estimando-se 1,4 mil produtores indiretos cadastrados, responsáveis pela movimentação média de 1 milhão de cabeças de gado/ano. A P4F atuará em consórcio com a startup mineira de rastreabilidade da cadeia produtiva de alimentos Safe Trace, a TNC, The Nature Conservancy Brasil, organização sem fins lucrativos, e a ONG Amigos da Terra. O governo do Pará destinará R$ 92 milhões da Lava-Jato para ações de fomento, fiscalização e regularização.
No foco, a Bayer, Sicredi, Orbia e AgTech Garage lançam iniciativa “Desafio Covid-19: soluções digitais ao agronegócio” conectando soluções em novas tecnologias, agronegócio e combate ao coronavírus, promovendo difusão e adoção de ferramentas de startups selecionadas com soluções aos produtores e cadeia produtiva no enfrentamento aos efeitos da pandemia. A iniciativa contribui para manutenção da produção, garantindo abastecimento e acesso da população aos alimentos. A plataforma digital Orbia, oferece aos produtores rurais contribuição à manutenção da produção agrícola no período de isolamento social pelo Covid-19, especializada na conexão entre agricultores e rede de fornecedores facilitando processos, negócios e gerando valor. A iniciativa foca ferramentas de impacto digital com adoção e implementação sob condições facilitadas em logística, atendimento remoto, comercialização da produção, acesso a insumos e crédito de maneira digital.
Moral da Nota: no Rio de Janeiro, o cartório do 15º Ofício de Notas realizou a primeira procuração digital pública do Brasil usando blockchain. Aprovada pelo Conselho Nacional de Justiça através do provimento 95/20, que determinou funcionamento eletrônico dos cartórios enquanto durar a pandemia do coronavírus. A procuração assinada por brasileira isolada na Itália, cede poderes a seu irmão que mora no Rio de Janeiro autorizando-o vender imóvel da família, herança da avó.
Rodapé: o MPF, Ministério Público Federal, redigiu em 2009 os TACs da carne, Termos de Ajuste de Conduta, com a tecnologia blockchain preservando sigilo de cada elo da cadeia produtiva de bovinos, incluindo frigoríficos, produtores e governo. Desde 2016 a blockchain é usada no Brasil para registros cartoriais de nascimentos com parceria entre IBM, Hospital e Cartório. O Cartório do Rio de Janeiro utilizou blockchain em outros procedimentos como as 9 mil reclamações e saques atrasados da Unick Forex, que pediu aos clientes declararem em cartório que quitou a dívida. Um consultor jurídico e Oficial Registrador Titular de Cartório, deu entrevista à ANOREG/SE, Associação dos Notários e Registradores do Estado de Sergipe, falando sobre blockchain e como pode ser usada nos cartórios e mercado imobiliário do estado.