quarta-feira, 28 de maio de 2025

Mineração Ilegal

A mineração ilegal de ouro na Amazônia pode ser avaliada por cientistas através de anéis de árvores usados ​​para determinar a liberação de mercúrio no ar devido atividades de mineração na América do Sul e Central, visto em estudo que busca determinar a atividade de mineração ilegal e reduzir a poluição por mercúrio conforme a Convenção de Minamata da ONU. O mercúrio liberado pela mineração polui o ambiente e prejudica a saúde humana, com estudo publicado na Frontiers in Environmental Science, ao examinar a espécie de árvore Ficus insipida cientistas buscaram determinar onde e quando o mercúrio atmosférico foi liberado, com a professora assistente de engenharia biológica e ambiental na Universidade Cornell dizendo que “os núcleos das árvores Ficus insipida podem ser usados ​​como biomonitor para caracterizar pegada espacial e potencialmente temporal das emissões de mercúrio da mineração artesanal de ouro nos neotrópicos”, concluindo que, “as árvores fornecem ampla rede relativamente barata de biomonitoramento, arquivando registro da concentração de mercúrio no tronco”, ao extrair ouro, mineradores adicionam mercúrio ao solo que contém  partículas de ouro e o mercúrio se liga ao metal, criando amálgamas, queimados para extrair ouro, processo que libera mercúrio gasoso na atmosfera. Figueiras selvagens, Ficus insipida, árvore comum nos neotrópicos, castanhas-do-pará, Bertholletia excelsa, e tornillos, Cedrelinga catenaformis, são espécies de árvores com anéis anuais previamente documentados e examinadas para testar o potencial como biomonitores, já que nem todas as árvores formam anéis na região amazônica, América Central e Sul, devido ao clima constante, exceto F. insipida, que os exibiu, sendo que amostras de árvores foram coletadas em 5 locais, 2 distantes da atividade de mineração e 3 a 5 km  de cidades mineradoras onde os amálgamas são frequentemente queimados. As concentrações de mercúrio foram maiores nos locais próximos ao local de mineração que em relação aos locais mais distantes, por exemplo, “na Amazônia peruana, onde a mineração é a principal fonte de mercúrio, a associação entre as maiores concentrações e a proximidade do local de mineração pode ser facilmente traçada”, aumento observado após o ano 2000 devido o crescimento das atividades de mineração na região.

Modelos computacionais sugerem que o mercúrio atmosférico tem potencial de viajar pelo globo e se depositar nas paisagens, ao cair no solo ou água, acumula-se em organismos como peixes e demais fontes de alimento, onde atua como neurotoxina à humanos e animais selvagens. A mineração artesanal em pequena escala de ouro responde por 20% do ouro produzido no mundo, maior fonte isolada de poluição por mercúrio, usado para separar ouro do minério podendo entrar no ambiente quando resíduos são despejados na paisagem ou queimados, prática empregada em 70 países no mundo considerando que estudos anteriores usaram no Canadá anéis de árvores para rastrear níveis de mercúrio na combustão de carvão, no entanto, o método não havia sido usado nos trópicos para medir o mercúrio da mineração de ouro, já que atualmente, monitores de mercúrio bombeiam ar através de dispositivo para coletar o mineral que requer eletricidade, enquanto mostradores de ar passivos usam carvão ativado para coletar mercúrio ambiente em áreas remotas que custam até US$ 100 cada. A floresta amazônica abrange vários países sendo crucial à estabilidade climática global, cujo desmatamento levou a taxas de perda florestal ameaçando biodiversidade e comunidades indígenas, com a COP30 devendo proporcionar plataforma em que 2025 marca momento crucial à floresta, enquanto Belém do Pará focará questões climáticas que afetam a região, lembrando que a conferência abordará o papel dos povos indígenas na conservação florestal já que estudos mostram que empoderar comunidades indígenas é um dos modos mais eficazes de proteger áreas florestais. O Greenpeace afirma que garimpo ilegal em terras indígenas do Brasil diminuiu durante o atual governo com imagens de satélite revelando que, entre 2023 e 2024, o ritmo anual de desmatamento provocado pela mineração ilegal caiu à metade considerando que o garimpo ilegal destruiu 4.219 hectares de floresta amazônica, equivalentes a quase 5.900 campos de futebol em terras indígenas demarcadas pelo Estado, onde desmatamento é crime, com cálculos da rede MapBiomas indicando que nos 4 anos anteriores a mineração devastou 16 mil hectares. Alerta no relatório 'Ouro Tóxico' que o garimpo "continua sendo um dos principais vetores de desmatamento, contaminação por mercúrio, perda de biodiversidade e desestruturação social" se deslocando à outras regiões com o caso mais crítico a Terra Indígena Sararé, em Mato Grosso, onde o desmatamento provocado pela mineração cresceu 93% de 2023 à 2024, concluindo que o ouro extraído ilegalmente na Amazônia entra por vários mecanismos na cadeia de abastecimento legal e, exportado, com a Suíça como principal destino.

Moral da Nota: a mineração ilegal de ouro, segundo o Greenpeace, destruiu nos últimos 2 anos mais de 4.219 hectares da floresta amazônica em 4 territórios indígenas, sendo que atividades de mineração foram reduzidas nas terras Yanomami, Munduruku e Kayapó, 7%, 57% e 31%, enquanto terras Sararé tiveram um aumento com mineração ilegal em 93% devastando área equivalente a quase metade da área total de Manhattan. O relatório mostra que as importações suíças excederam em 2022 as exportações relatadas do Brasil em 67% e 62% em 2023, traçando caminho do ouro ilegal da Amazônia aos mercados globais, cujos 3 principais destinos foram Canadá, Suíça e Reino Unido, centros internacionais de refino e comércio, com a Suíça desempenhando papel significativo servindo como o maior centro de comércio internacional de ouro e porta de entrada à mais da metade das importações de ouro da UE. A mineração ilegal de ouro é um dos principais causadores da perda de biodiversidade e tensões sociais no Brasil, afetando comunidades indígenas e demais grupos vulneráveis, com cientistas descobrindo que o mercúrio usado na extração contamina a floresta e cursos d’água colocando em risco a vida selvagem e saúde humana. Valendo a nota que o STF fechou brecha legal que permitia compradores aceitarem ouro sem provar origem, que floresce a mineração ilegal em territórios indígenas obrigando compradores verificar legalidade das compras e ao governo, supervisionar, passo, no combate à mineração ilegal, com o Greenpeace Brasil enfatizando que mais ações são necessárias para garantir proteção duradoura. Em 2024 a lógica, segundo o Greenpeace, é a seguinte, Canadá USD $ 1.838.546.881, 29,4 toneladas, Suíça, USD $ 948.234.971, 16 toneladas, Reino Unido, USD $ 579.388.660, 7,5 toneladas, EAU, USD $ 211.441.948, 3 toneladas, EUA, USD$ 185.659.448, 2.8 toneladas, Alemanha, USD $ 155.350.990, 2.2 toneladas, Índia, USD $ 29.515.833, 0,4 toneladas.