quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

Mudança de Padrões

Padrões de chuva e clima à medida que se modificam tornam-se preocupações ao lado de  mudanças climáticas, com a Cúpula do Calor da Índia 2025, por exemplo, deliberando sobre o aumento das temperaturas e soluções compartilhadas, além de aconselhar o governo sobre medidas de longo prazo para lidar com seu impacto. Como um dos países mais vulneráveis aos impactos projetados das mudanças climáticas a Índia coloca o estresse térmico emergindo como maior preocupação, já que, a perspectiva de calor extremo e estresse térmico surgem das mudanças generalizadas e rápidas nas temperaturas oceânica, ao lado do aumento constante da retenção de calor na atmosfera. A deliberação decorrente a Cúpula de calor indiana de 2025, se concentra em questões relativas às chuvas fora de época, intensas e frequentes, que ocorrem nas partes ocidentais dp pais, incluindo  Mumbai quebrando recorde de 100 anos preocupando ambientalistas pela alta intensidade em curto período, com Saumya Swaminathan, presidente da MSSRF, esclarecendo que, inundações urbanas estão aumentando em parte, às mudanças climáticas e, em parte, ao planejamento inadequado, embora a precipitação pluviométrica total mude ao longo da década, agora,  caindo em menos horas e tornando mais difícil às cidades lidarem com a questão. Vishwas Chitale, do Conselho de Energia, Meio Ambiente e Água, ressalta que chuvas irregulares e monções precoces não são fenômenos novos, observados há muitos anos, no entanto, o que mudou foi intensidade e concentração pluviométrica em períodos curtos, com estudos mostrando que regiões como Rajastão, Gujarat, Maharashtra central e Karnataka registraram aumento de 30% nas chuvas na última década comparados a média dos últimos 30 anos, esse aumento não tem distribuíção uniforme ao longo da estação, em vez disso, é marcado por chuvas curtas e intensas como observadas em Mumbai, resultado cada vez mais errático das monções. Existe consenso que tais padrões climáticos extremos resultam das mudanças climáticas, apontando à lacunas na governança, com Aarti Khosla, da Climate Trends, observando que o aquecimento oceânico carrega mais umidade levando à chuvas mais intensas e erráticas enfatizando que cidades mal preparadas à tais eventos carecem de infraestrutura resiliente ao transporte, saúde pública e resposta a emergências, segundo ela, o início precoce das monções, como em Mumbai, é sinal de alerta e a Índia precisa integrar dados meteorológicos ao planejamento urbano à proteger populações vulneráveis.

O IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, órgão científico climático da ONU, projeta a Índia como uma das regiões mais vulneráveis ​​a ondas de calor, estresse por calor úmido e eventos climáticos extremos em mundo 1,5°C mais quente, ameaças que podem trazer consequências irreversíveis com mais de 90% da força de trabalho empregada no setor informal, enfrenta maior exposição a perigos físicos e riscos econômicos do aumento do estresse por calor. Tem experimentado nos últimos anos temperaturas recordes, com o início do verão já em fevereiro ou março e ondas de calor frequentes, prolongadas e intensas, em muitas áreas as temperaturas atingiram 50°C nos últimos anos levando ao aumento de doenças e morte, especialmente grupos vulneráveis como idosos, crianças e trabalhadores ao ar livre. Lembrando que, a Índia abrange 5 zonas climáticas distintas, tropical, árida, semiárida, temperada e alpina, todas, sofrendo perturbações devido ao aumento das temperaturas, com o norte, apresentando derretimento das geleiras e formação de lagos glaciais agravando riscos de inundações, além de Incêndios florestais e água escassa pressionando ecossistemas montanhosos. Regiões áridas e semiáridas apresentam padrões de chuvas irregulares, alterando ciclos agrícolas em que zonas climáticas tradicionais se invertem e áreas de inundações enfrentam secas e, vice-versa, ao longo dos 7.500 km de litoral indiano a Baía de Bengala e o Mar Arábico testemunham aumento da ciclogênese, levando a tempestades mais e frequentes, intrusão de água salgada, ondas de calor úmidas, afetando pescaria e riscos crescentes de aumento do nível do mar. Estudos científicos mostram mudança espaço-temporal na ocorrência de ondas de calor na Índia, com tendências crescentes no noroeste, centro e centro-sul, conforme a NDMA, Autoridade Nacional de Gestão de Desastres, o custo econômico e social dessas condições extremas são estimados pelo Reserve Bank of India que calor e umidade extremos podem levar a perda de 4,5% no PIB até 2030 devido à redução da produtividade no trabalho, que mudanças nos padrões de monções e aumento das temperaturas podem reduzir o PIB em 2,8% até 2030 potencialmente diminuindo padrões de vida de metade da população até 2050. Por fim, observa-se que em maio de 2024, o consumo de energia nacional aumentou 15%,com pico recorde de demanda de 250,07 GW, impulsionado pelo calor extremo superando recordes anteriores, com especialistas projetando aumento de 9%/10% na demanda por energia em 2025 impulsionado por forte aumento nas vendas de aparelhos de ar condicionado destacando crescente demanda por energia e crescente disparidade no acesso.

Moral da Nota: relatório do WELL Labs de 2023 observa que "transição sustentável à cultura com menor consumo de água exige estabelecimento de vínculos de mercado à alternativas, o contrário, o status das águas subterrâneas na maioria das regiões continuará crítico e superexplorado", ao passo que culturas indianas como leguminosas, lentilhas, baunilha, pimenta-do-reino utilizam relativamente pouca água e podem ser promovidas em áreas que lutam com esgotamento dos lençóis freáticos. Em conseuência, agricultura intensiva piora a crise das mudanças climáticas, modelo insustentável que contribui às emissões de gases efeito estufa aprofundando poluição do ar, aquecendo cidades e alterando ecossistemas, enquanto o cultivo de culturas híbridas e arroz contribui ao aumento das mudanças climáticas e degradação do solo. A Índia se esforça para alimentar sua população e reduzir dependência de importações de alimentos, no entanto, a rápida intensificação da agricultura leva a alto custo ambiental, já que, a expansão agressiva de terras agrícolas, o aumento do uso de fertilizantes químicos e práticas de uso intensivo de água como o cultivo de arroz, não apenas degradam o solo, mas, aceleram mudanças climáticas. A agricultura contribui com 16%/18% do PIB indiano, 2º maior contribuinte às emissões de gases efeito estufa, GEE, e, conforme relatório submetido à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, UNFCCC, pelo Ministério do Meio Ambiente, Florestas e Mudanças Climáticas da União, as emissões totais devido à agricultura aumentaram 4,5%, de 2.531 MtCO2e em 2016 à 2.647 MtCO2e em 2019. A agricultura indiana se expandiu com destruição de terras florestais para atender  demanda de população e reduzir dependência de importações, além do desmatamento, cultivo de culturas híbridas e arroz contribuírem ao aumento das mudanças climáticas e  degradação do solo. Considerando que a Índia é o 2º maior produtor e consumidor de arroz em casca do mundo, com área cultivada de 40,87 milhões de hectares em 2024 que pode levar a 60 milhões de toneladas de emissões de metano/ano, estimativa do IPCC, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, daí, emissões de metano ocorrerem a partir da prática de alagamento usada para cultivar arroz em estágios iniciais, prática, que levou ao aumento das emissões de óxido nitroso e degradação do solo. Para concluir, pulverização de fertilizantes aumenta rendimento das culturas levando ao aumento da poluição com escoamento do solo podendo levar à contaminação de águas subterrâneas, já que, gotículas de fertilizantes misturadas no ar levam a problemas respiratórios e de pele sendo o nitrato principal componente da poluição causada por fertilizantes e pesticidas, dissolvido em água quando consumido, prejudica a saúde humana causando irritação nos olhos e pele, produzindo sensação de queimação, sendo que o cobalto pode causar danos aos pulmões, o boro leva a baixa contagem de espermatozoides e o manganês prejudica a saúde respiratória, reprodutiva e gastrointestinal.

terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Blockchain Imortal

A atual tecnologia permite reter dados por milhares de anos sem consumir energia, enquanto a do  futuro poderia garantir armazenamento que levaria a blockchains imortais, sendo que avanços no campo do armazenamento de longo prazo abrem caminho ao desenvolvimento de registros digitais imutáveis que armazenarão dados por anos sem energia, quer dizer,  blockchains imortais. A tecnologia blockchain está baseada na premissa que dados são mais seguros em livro-razão descentralizado que em servidor centralizado e, no caso de interrupção local, como falha na rede elétrica, o livro-razão permanece seguro enquanto houver nós em outros lugares que funcionem, ao passo que um servidor centralizado só pode armazenar e fornecer dados enquanto receber energia, na realidade, não há preocupações com falta de energia, por exemplo, com perda de informações bancárias, sendo que os sistemas informáticos modernos operam com baterias de reserva capazes de garantir retenção de dados por meses ou anos, caso necessário, no entanto, existem ameaças futuras concebíveis aos sistemas de armazenamento de dados descentralizados e centralizados, caso de apagão global, mesmo com sistemas de baterias de reserva, poderia fazer com que sistemas eletrônicos deixem de funcionar,  

Paira sombra a respeito do Q-Day, dia em que a computação quântica hackearia tudo decorrente capacidades de computação e potencial matemático nunca vistos, com cientistas prevendo que a computação quântica resolveria questões “impossíveis” na astrobiologia, física e matemática, e, muito menos impactar na vida quotidiana, com organizações farmacêuticas e médicas esperando utilizar computação quântica para descobrir medicamentos, curar doenças “incuráveis” e conceber tratamentos, enquanto engenheiros procuram desenvolver materiais e conceitos enquanto desenvolvedores de aprendizado de máquina buscariam alcançar a superinteligência artificial. A indústria financeira global onde matemática rápida faz diferença entre ganhos e perdas aguardam que a computação quântica se torne norma, no entanto, apesar do futuro que promete, também lança sombra, ou, o Dia Q, com especialistas em segurança cibernética e quântica estimando probabilidade que o Dia Q, o dia que a computação quântica quebraria  padrões de segurança atuais, chegue, com Agências governamentais e de inteligência instando organizações atualizarem algoritmos e modelos criptográficos. De chamadas telefônicas a e-mails, senhas, credenciais de contas financeiras, acesso administrativo, documentos e dados confidenciais, permitiram em tese um computador quântico descriptografar, já que em 2022, a NSA apelou às organizações migrarem à criptografia segura quântica até 2035, somando-se ao apelo por segurança, em 2023, a CISA, NSA e NIST publicaram recurso com diretrizes à migração à criptografia pós-quântica, com a a diretora da CISA, esclarecendo que, “é imperativo que organizações, especialmente de infraestrutura crítica, comecem preparar migração à criptografia pós-quântica”, concluindo que, “a transição à era de computação quântica segura é esforço comunitário intensivo de longo prazo que exigirá colaboração entre governo e indústria. Valendo a ressalva que, gigantes da nuvem como Google, Microsoft, IBM, Amazon e outras são as únicas empresas com orçamento, recursos e habilidades necessárias para desenvolver, construir e operar computadores quânticos avançados. 

Moral da Nota:  nenhuma grande bolsa foi afetada pela queda do CrowdStrike decorrente o apagão de dados sofrido, que levantou questões sobre o impacto potencial em vários setores, incluindo empresas de criptomoedas, com o pesquisador Blockchain e ex-CEO da Naijacrypto, Chiagozie Iwu, fornecendo informações sobre como a interrupção poderia ter afetado empresas cripto e com recomendações para mitigar riscos associados, observando que empresas nativas blockchain que operam redes descentralizadas são mais resilientes a tais interrupções e, “para empresas nativas blockchain, não há nada com que se preocupar, pois os elementos da descentralização em nós atenuam o risco”. Alertou que plataformas centralizadas de criptomoedas podem ser vulneráveis ​​a problemas semelhantes no futuro sugerindo que poderiam considerar arquiteturas descentralizadas em nuvem como as da Internet Computer, Dfinity para fortalecer resiliência, com o analista da Quantum Economics, esclarecendo que o incidente apoiou a viabilidade blockchain como alternativa aos sistemas convencionais de TI. Quanto aos desafios regulatórios decorrentes do apagão do CrowdStrike, há ceticismo em relação a mudanças regulatórias na crença que é pouco provável que o incidente de cibersegurança conduza a mudanças regulamentares, uma vez que não é significativo para justificar tal resposta sendo que regulamentações existentes, requisitos de backup e manuseio de dados, abordaram questões de segurança cibernética reduzindo necessidade de novas mudanças regulatórias, no entanto,  o impacto potencial nas atividades comerciais e fluxos de receita das empresas de criptomoeda, destaca riscos, observando que perdas financeiras podem resultar de negociações perdidas ou de situações financeiras mal compensadas. Para mitigar riscos associados ao apagão de dados do CrowdStrike, aconselhou empresas cripto considerar soluções alternativas de segurança de endpoint em vez do CrowdStrike e a implementar camadas adicionais de segurança, embora observe que, apesar da descentralização das criptomoedas, dependências centralizadas persistem, exigindo planos de recuperação de desastres e backups frequentes, recomendando  isolamento de sistemas e dados críticos para evitar danos em partes menos importantes na segurança da rede. O fato refere-se a Microsoft que enfrentou interrupção generalizada no sistema Windows, com efeito indireto em serviços críticos no mundo, que incluem resposta a emergências, instituições financeiras, aeroportos e emissoras, no entanto, o software de segurança cibernética da CrowdStrike parece ser a causa raiz do problema.