Dados divulgados ao The Globe and Mail relativos ao fentanil sobre o papel do Canadá na crise das drogas nos EUA, indicam que um décimo de 1% das apreensões na fronteira norte dos EUA foram atribuídas ao Canadá pela agência de fronteira norte americana, números, obtidos através das leis americanas de liberdade de informação, revelando que agentes de fronteira rastreiam origem das drogas que apreendem no que chamam de região da fronteira norte, área compreendendo 34 estados. O ano fiscal de 2024, mostra que 99,87% do fentanil que recuperaram estava ligado ao México ou EUA, ou, origens desconhecidas, com o fentanil identificado como vindo do Canadá totalizando 0,74 libras, ou, 0,13%, sendo que os dados excluem apreensões sob investigação incluindo um caso que as autoridades dos EUA conectaram ao Canadá, daí, dados da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA foram usados para afirmar que 43 libras de fentanil apreendidas na fronteira norte no último ano fiscal apontam ao Canadá de responder por "aumento maciço de 2.050 %" comparados ao ano anterior. Investigação do Globe determinou que os critérios da agência para atribuir apreensões à região norte não dependem se as drogas foram interceptadas na fronteira ou se realmente vieram do Canadá, descobrindo que um terço da contagem de 43 libras foi apreendida no interior e rastreada pelas autoridades dos EUA até cartéis de drogas mexicanos, enquanto a região da fronteira norte compreende área de 5,8 milhões de kms², incluindo o Alasca, ou, 63 % da área total do país. O número de 43 libras é baseado em números da agência de fronteira postados em um portal online público, não fornece informações sobre a origem das drogas e, na busca por resposta à questão de quanto das 43 libras realmente veio do Canadá, o The Globe entrou com solicitação de liberdade de informação pedindo detalhes relacionados ao país de origem de cada uma das apreensões atribuídas à fronteira norte, obtendo como resposta que o valor total para o ano fiscal de 2024 é de 555 libras, com o Canadá determinado como o país de origem em 19 apreensões, totalizando 0,74 libras, no entanto, a agência não explicou a discrepância e não forneceu abordagem a questão. Das 555 libras, o México foi listado como o país de origem em 35 apreensões no total de 174 libras, ou, 31 %, enquanto os EUA foram originários em 66 apreensões no total de 156 libras, ou, 28 %, e quase 224 libras de fentanil foram consideradas de origem "desconhecida", ou, 40 %, possibilitando que algumas apreensões "desconhecidas" envolvessem fentanil com conexão no Canadá. A ex-diretora interina do Escritório de Política Nacional de Controle de Drogas da Casa Branca sob o governo anterior, disse que a avaliação mais recente da Drug Enforcement Administration dos EUA nem sequer mencionou o Canadá, destaca cartéis mexicanos em que aproximadamente 21.100 libras de fentanil foram apreendidas na fronteira sul com o México no ano fiscal de 2024.
Polêmicas à parte, mostram que demissões em massa começaram em agências de saúde dos EUA em reforma que deve demitir até 10 mil pessoas incluindo pesquisadores, cientistas, médicos, equipe de apoio e líderes seniores, deixando o governo federal sem muitos dos especialistas que orientam decisões dos EUA sobre pesquisas médicas, aprovações de medicamentos e outras questões. No Instituto Nacional de Saúde, principal agência médica e de saúde do mundo, as demissões ocorreram já no primeiro dia de posse dos novos diretores com o secretário de Saúde e Serviços Humanos, HHS, Robert F. Kennedy Jr., escrevendo nas redes sociais enquanto comemorava a posse de seus últimos contratados, Bhattacharya e Martin Makary, o novo comissário da Food and Drug Administration, FDA, “a revolução começa hoje!”. Kennedy anunciou plano para reestruturar o departamento, que, por meio de suas agências, responde por monitorar tendências de saúde e surtos de doenças, conduzir e financiar pesquisas médicas, monitorar segurança de alimentos e medicamentos e administrar programas de seguro saúde à quase metade do país, que consolidaria agências que supervisionam bilhões de dólares em financiamento à serviços de tratamento de dependência e centros de saúde comunitários em novo escritório chamado Administração para uma América Saudável. Daí, as demissões reduzam o HHS à 62 mil cargos, eliminando um quarto da força de trabalho, 10 mil empregos por meio de demissões e outros 10 mil que aceitaram ofertas de aposentadoria antecipada e demissão voluntária, sendo que muitos dos empregos estão localizados na área de Washington e Atlanta, sede dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, e em escritórios menores espalhados pelo país. O HHS espera que as demissões economizem US$ 1,8 bilhão anualmente do orçamento de US$ 1,7 trilhão do departamento, sendo que a maior parte é gasto na cobertura de seguro saúde Medicare e Medicaid para milhões de americanos, sendo que no NIH, os cortes incluíram pelo menos 4 diretores dos 27 institutos e centros do NIH colocados em licença e quase todos os funcionários de comunicação demitidos. Na FDA funcionários que regulamentam medicamentos, alimentos, dispositivos médicos e produtos de tabaco receberam notificações incluindo o escritório responsável pela elaboração de regulamentos para cigarros eletrônicos e outros produtos de tabaco, cujas notificações surgiram após a demissão do chefe de tabaco da FDA, com o ex-comissário do FDA, Robert Califf, em publicação online dizendo que, “o FDA como conhecíamos chegou ao fim e a maioria dos líderes com conhecimento institucional e profundo entendimento do desenvolvimento e segurança de produtos não estão mais empregados”. O CDC não forneceu detalhamento dos cortes, mas funcionários descreveram demissões generalizadas em programas que monitoram asma, poluição do ar, tabagismo, violência armada, saúde reprodutiva, mudanças climáticas e outras ameaças à saúde, com o Dr. Georges Benjamin, diretor executivo da American Public Health Association, informando que a intenção parece ser criar "agência de doenças infecciosa menor" destruindo trabalhos e colaborações que permitiram governos locais e nacionais prevenirem mortes e responderem emergências. Uma das mais afetadas é o NIOSH, Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional do CDC, que emprega mais de mil pessoas, sediado em Cincinnati, com funcionários em Pittsburgh, São Paulo, SP; e Morgantown, Virgínia Ocidental, no entanto, foram menos drásticos nos Centros de Serviços Medicare e Medicaid que cobrem metade dos americanos, muitos deles pobres, deficientes e idosos, havendo corte em grande parte da força de trabalho no Escritório de Saúde da Minoria que não tem mais um site funcional, valendo dizer que o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, HHS, cortou financiamento de mais de US$ 11 bilhões relacionado à COVID-19, identificando empregos que poderiam ser eliminados. O HHS forneceu detalhamento de alguns dos cortes com 3.500 na FDA, inspeciona e define padrões de segurança à medicamentos, dispositivos médicos e alimentos, 2.400 no CDC, monitora surtos de doenças infecciosas e trabalha com agências de saúde pública,1.200 empregos no NIH, 300 empregos nos Centros de Serviços Medicare e Medicaid, que supervisionam o mercado do Affordable Care Act, Medicare e Medicaid. Uma coalizão de procuradores-gerais estaduais processou o governo federal em 1º de abril, argumentando que os cortes são ilegais, reverteriam o progresso na crise dos opioides e lançariam os sistemas de saúde mental no caos.
Moral da Nota: estudo publicado na revista Nature, realizado no País de Gales, descobriu através de registros de saúde de 280 mil idosos que aqueles que receberam vacina contra herpes zoster tiveram 20% menos probabilidade de desenvolver demência nos 7 anos seguintes do que aqueles que não receberam a vacina. As descobertas baseiam-se em outros estudos que demonstraram associações entre infecções pelo vírus do herpes e o risco aumentado de desenvolver demência, com o autor principal, Pascal Geldsetzer, da Universidade de Stanford, esclarecendo que efeitos protetores da vacina pareciam ser "substancialmente maiores" para demência que os oferecidos pelos medicamentos existentes, sendo que mais pesquisas eram necessárias para determinar se os efeitos observados eram realmente causais, concluindo que, "se a vacina contra herpes zoster realmente previne ou retarda a demência, então esta seria uma descoberta importante à medicina clínica, a saúde da população e a pesquisa sobre causas da demência". Os pesquisadores esclarecem que há 2 mecanismos potenciais que podem explicar como a vacina contra herpes zoster pode reduzir o risco de demência e, podem funcionar em conjunto, a primeira é que a vacinação reduz reativações do vírus varicela-zóster latente que comprovadamente causa comprometimento cognitivo duradouro e patologia cerebral semelhante ao observado na doença de Alzheimer, já que, vírus varicela-zóster é um tipo de vírus herpes, causa catapora, podendo permanecer no corpo por anos, reativando-se posteriormente como herpes-zóster, sendo que "um crescente corpo de pesquisas mostram que vírus que têm como alvo preferencial o sistema nervoso e hibernam durante grande parte da vida, podem estar implicados no desenvolvimento de demência."