O MOSPI, Ministério de Estatísticas e Implementação de Programas da Índia divulgou Relatório de Estatísticas de Energia de 2024 declarando que o carvão continua sendo importante fonte de eletricidade nacional, enquanto o mundo se apressa para fazer transição da eletricidade gerada por combustíveis fósseis à energia renovável, afastando-se da eletricidade movida a carvão, visto como o maior desafio à Índia. Estudo publicado em Proceedings of the National Academy of Sciences afirma que as emissões de carvão impactam rendimentos a até 100 km de distância das usinas de energia, "partes de Bengala Ocidental, Madhya Pradesh e Uttar Pradesh expostas ao NO2 ligado ao mineral, cujas perdas anuais de rendimento excedem 10% equivalente a 6 anos de crescimento médio anual de rendimento em arroz e trigo na Índia entre 2011 e 2020". A poluição do ar é uma das principais causas do declínio no rendimento das safras agrícolas, sendo que emissões do carvão, que incluem dióxido de nitrogênio, em particular, prejudicam rendimentos agrícolas como arroz e trigo, alimentos básicos do povo indiano, com o autor principal do artigo esclarecendo que, "entender o impacto das emissões de eletricidade do carvão da Índia na agricultura leva a compensações reais entre atender à crescente demanda de eletricidade com geração de carvão e manter a segurança alimentar". O NO, óxido de nitrogênio, pode interferir diretamente no mecanismo das enzimas críticas dos vegetais, pois é fitotóxico por natureza, Indiretamente, precursor da formação de ozônio, podendo levar à formação de material particulado, MP, no entanto, sabe-se que tanto o ozônio quanto o MP, material particulado, reduzem os rendimentos com perdas globais relativas de rendimento para trigo e arroz de 7-12% e 3-4%, respectivamente, sendo que a eliminação das usinas de carvão da proximidade de campos de cultivo aumentaria a produção de arroz à US$ 420 milhões e de trigo para US$ 400 milhões por ano.
Biodiversidade é a multidão de organismos diversos em determinado ecossistema, essencial para dar suporte à saúde e sustentabilidade da vida na Terra, referindo-se à variedade completa de vida, bactérias e plantas a animais e ecossistemas inteiros, como florestas de mangue ou recifes de corais, espécies de flora e fauna florescentes indicando saúde geral de um ecossistema e, como a biodiversidade é crítica à uma série de indústrias, de produtos farmacêuticos à agricultura, há forte relação entre biodiversidade e economias saudáveis. Trata-se de componente essencial a integridade da biosfera, um dos 9 sistemas planetários que mantêm a Terra em equilíbrio e preservam sua estabilidade e resiliência geral, sendo que 6 deles, incluindo a integridade da biosfera, estão em perigo de maior degradação e colapso, cujos indicadores da saúde do ecossistema natural caíram nos últimos 50 anos, com pesquisa de líderes empresariais pelo Fórum Econômico Mundial classificando a perda de biodiversidade e o colapso do ecossistema como 3º maior risco global nos próximos 10 anos, sendo que a principal razão à perda de biodiversidade é a conversão de terras, com a maior parte causada por alimentos e sistemas agrícolas, com estimativas que a pecuária contribui com 53 % da perda de biodiversidade terrestre, enquanto a agricultura de cultivos responde por 32 %. Já a COP, Conferência das Partes da ONU, que se reúne anualmente para discutir o progresso mundial em direção ao net zero e, o grupo relacionado, a Conferência das Partes da ONU à Convenção sobre Diversidade Biológica, que se reúne a cada 2 anos para discutir a prevenção da perda de biodiversidade, enquanto a primeira COP sobre biodiversidade, COP1, realizada em 1994 nas Bahamas, a COP15, presidida pela China e realizada em Montreal em 2022, foi a maior conferência sobre biodiversidade de todos os tempos com quase 20 mil líderes e representantes, aumento em relação aos menos de 4 mil que compareceram à reunião anterior que adotaram acordo para proteger o capital natural e limitar a perda de biodiversidade. O Kunming-Montreal Global Biodiversity Framework forneceu metas incluindo, proteger pelo menos 30 % das áreas terrestres, de águas interiores, costeiras e marinhas, garantir que pelo menos 30 % das áreas degradadas estejam sob restauração efetiva, mobilizar US$ 200 bilhões por ano até 2030 para investir na biodiversidade, com países buscando mudanças na política de uso da terra enquanto, o Brasil, por exemplo, se comprometeu recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas até 2030, pioneiro no uso de sistemas integrados de lavoura-pecuária-floresta, que maximizam o uso da terra e fornecem benefícios agrícolas e econômicos, sendo que em 2021, mais de 17 milhões de hectares agrícolas já estavam usando essas técnicas. Dentre os mecanismos para lidar com a perda de biodiversidade estão NCS, Soluções Climáticas Naturais, ou, ações baseadas na natureza que reduzem ou sequestram emissões de gases efeito estufa e se apoiam a biodiversidade, soluções que protegem, restauram e gerenciam a natureza para apoiar metas climáticas globais incluindo práticas florestais, práticas relacionadas a pântanos, práticas agrícolas restaurativas ou regenerativas e práticas baseadas no oceano. Pesquisa da McKinsey indica que a ação corporativa pode ajudar a colocar o capital natural no caminho da recuperação até 2050 com desenvolvimento agroflorestal, por exemplo, plantar árvores em terras de cultivo e pastagens e implementar faixas de proteção de cobertura vegetal natural, que pode trazer melhorias na biodiversidade reduzindo em 11 % o déficit de biodiversidade projetado para 2050 e a agricultura regenerativa em grande escala mitigando perda de biodiversidade até 2050, incluindo plantio de culturas de cobertura e uso de agricultura sem plantio direto, que ajuda o solo a reter mais carbono.
Moral da Nota: relatório do Fórum Econômico Mundial analisa desafios no desenvolvimento das economias de hidrogênio limpo, incluindo, baixa demanda por hidrogênio limpo, alto prêmio de preço, ritmo lento de desenvolvimento de infraestrutura, capacidade local limitada em tecnologia e falta de padrões e certificação. Diz como a América Latina pode alavancar recursos solares, eólicos e hidrelétricos para se tornar ator importante no mercado global de exportação de hidrogênio limpo em preocupações com segurança energética impulsionando crescimento econômico regional, daí, emergem Argentina e Chile com ambição de se tornarem exportadores líquidos, enquanto o Chile mostra potencial para produzir o hidrogênio verde mais barato do mundo até 2050, Brasil, Colômbia e México focam na descarbonização local usando hidrogênio limpo para reduzir emissões nacionais, por exemplo, em setores difíceis de reduzir, enquanto, o Panamá e Uruguai são atores focados no direcionamento do desenvolvimento do hidrogênio limpo à setores específicos como transporte marítimo e rodoviário. Nesta linha, surge notícia que o agronegócio brasileiro amplia geração própria de energia solar para reduzir custos testando integração renovável com baterias, fronteira tecnológica que permite estabilizar suprimento elétrico avançando em ampliações de capacidade produtiva e reduzindo consumo de diesel, enxergando nas baterias oportunidade de substituição do diesel considerando que a capacidade solar no setor cresceu mais de 7 vezes desde 2020, com empresas que fornecem soluções de energia, como a WEG, afirmando que o interesse de produtores rurais por sistemas de armazenamento se intensificou e deve se consolidar em 2025 com projetos saindo do papel pós forte queda dos custos das baterias. O agro responde por 14% da potência instalada solar no Brasil, com 4,8 gigawatts, GW, distribuídos em pequenas instalações fotovoltaicas, construídas em telhados ou terrenos sem uso, enquanto o número de unidades consumidoras atendidas no meio rural saltou de 54 mil em 2020 à 471 mil ao final de 2024, conforme Absolar, Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, com aplicações desde suprir energia à irrigação de lavoura, climatização e iluminação de granjas, bombeamento de água à reservatórios e alimentação de câmaras frias.