sábado, 20 de dezembro de 2025

A Comissão

A Comissão Européia publicou Condições ao 1º leilão piloto para descarbonização do calor industrial com orçamento de 1 bilhão de euros, o Fundo de Inovação lançará o leilão  atribuindo subsídios ligados à redução de carbono abrindo caminho ao futuro Banco de Descarbonização Industrial. Os Termos e Condições,T&Cs, referem-se à energia utilizada para gerar temperaturas à atividades de fabrico em setores, químico, aço ou cimento, implementado através do Fundo de Inovação anunciado no Acordo Industrial Limpo e visa apoiar aceitação pelo mercado de tecnologias de calor eletrificado e renovável no aquecimento de processos industriais promovendo descarbonização da indústria europeia. Financiado pelo Sistema de Comércio de Licenças de Emissão da UE, tem orçamento de 1 bilhão de euros para projetos que eletrifiquem calor de processos industriais com tecnologias como bombas de calor, caldeiras, tochas de plasma, aquecimento por resistência e aquecimento por indução, além de apoiar projetos que aproveitem calor renovável direto como energia solar térmica ou geotérmica bem como projetos híbridos que combinem tecnologias de eletrificação e calor renovável direto. O Fundo de Inovação à produção de hidrogênio renovável no âmbito do Banco Europeu do Hidrogênio, foram preparados pós consultas colaborativas com a indústria e partes interessadas, no entanto, o novo leilão piloto deve ser aberto em dezembro de 2025 e a publicação dos Termos e Condições finais oferece oportunidade aos candidatos ​​revisarem requisitos e prepararem propostas antes da abertura do período de licitação. Os vencedores receberão prémio fixo, vinculado e proporcional a cada tonelada de emissões diretas de CO2 reduzidas por período de 5 anos, sendo que o Leilão de Calor está aberto a projetos de todos os setores industriais do Espaço Econômico Europeu, atendendo projetos que utilizam processos industriais contínuos incentivando soluções de flexibilidade para evitar consumo de eletricidade nos horários de pico. O Fundo de Inovação é programa de financiamento à comercialização e implantação de tecnologias inovadoras de baixo carbono e emissões líquidas zero, financiado por receitas do Sistema de Comércio de Licenças de Emissão da UE, auxiliando empresas investirem em energia limpa e levar soluções ao mercado impulsionando descarbonização industrial e fortalecendo competitividade ao destinar 12 bilhões de euros à 200 projetos inovadores no Espaço Econômico Europeu, sendo que o Leilão de Calor IF25 segue anúncio feito no Acordo Industrial Limpo de leilão do Fundo de Inovação sob Banco de Descarbonização Industrial, que visa fornecer 100 bilhões de euros em financiamento à descarbonização industrial.  

A Ketamina tem usos legítimos como analgésico e anestésico em ambientes clínicos e veterinários, licenciado ao tratamento agudo da depressão resistente ao tratamento em alguns países, incluindo Reino Unido, embora esteja disponível apenas através de prescrição privada e não pelo Serviço Nacional de Saúde, no entanto, possui propriedades dissociativas, estimulantes e alucinógenas sendo os que buscam tais efeitos impulsionam o aumento da disponibilidade e prevalência ilícita no Reino Unido nos últimos anos, por exemplo, o crime organizado explora cadeias de suprimentos legais usando empresas de fachada para importar ketamina, principalmente da Índia, China e Paquistão à suposto uso médico, desviando-a à mercados ilícitos europeu, comparativamente de baixo custo e comparada a outras substâncias, oximetanfetamina, MDMA, e cocaína, facilmente acessível nas ruas e online através de plataformas de mídia social e 'dark web'. No Reino Unido é  cada vez mais usada em ambientes não clínicos por conta dos efeitos psicoativos, com relatos de danos, incluindo internações, dependência e mortes à luz dos debates em torno da reclassificação sob o Misuse of Drugs Act 1971 e quantificar tendências em mortes pós uso ilícito no Reino Unido, País de Gales e Irlanda do Norte examinando mudanças nas características demográficas e contextuais desde a última análise nacional buscando compreender mortes ilícitas por Ketamina até 2019. Os casos em que a droga ilícita foi detectada na autópsia foram extraídos do Programa Nacional de Mortalidade por Uso de Substâncias,identificadas 696 mortes relacionadas ao uso da ketamina ilícita entre 1999 e 2024, sendo que o número anual de mortes aumentou mais de 10 vezes entre 2014,15 mortes, e, 2024, projeção de 197 mortes. Embora o número absoluto de mortes relacionadas ao uso aumentou, 2014, 6 mortes, 2023, 123 mortes projetadas, a proporção de mortes relacionadas diminuiu, 2014, 60,0% dos casos, 2024, 42,6% dos casos, no entanto, o policonsumo de drogas aumentou, substâncias coadministradas 1999-2004, 3, 2005-2009, 3, 2010-2014, 4, 2015-2019, 6, 2020-2024, 6, e o perfil demográfico dos falecidos mudou à contextos de maior privação e dependência. Houve aceleração nas mortes pós uso ilícito de ketamina nos últimos anos, apresentando padrões complexos de policonsumo de drogas e vulnerabilidade socioeconômica com respostas políticas devendo se estender além dos controles legislativos de substância única para abranger redução de danos, integração do tratamento e estratégias de apoio social. A prevalência do uso ilícito de Ketamina é evidente globalmente com dados de pesquisas indicando aumento do uso entre jovens na Holanda, Dinamarca, Romênia e EUA, EUDA 2023, e análises de águas residuais revelando aumento do consumo na Austrália, Espanha, Itália, Dinamarca e Portugal, em que danos relacionados abrangem danos físicos, psicológicos e sociais como evidenciado no Reino Unido pelo aumento de internações hospitalares, dependência e mortes sendo classificada pela primeira vez pelo Governo inglês como substância Classe C em 2006 sob a Lei de Uso Indevido de Drogas de 1971, elevada à Classe B em 2014. O número de adictos no Reino Unido continua aumentar com pessoas entre 16 e 59 anos relatando uso ilícito de ketamina em 2024, o maior já registrado com análises de águas residuais indicando aumento de 85% no consumo entre 2023 e 2024. As tendências atuais de aumento da prevalência, uso e danos levaram a discussões visando considerar uma maior escalada dos controles e reclassificando-a como substância Classe A,sendo que o perfil farmacoepidemiológico do uso ilícito da droga evoluiu para refletir tendências mais amplas nas quais substâncias antes vistas como recreativas estão cada vez mais inseridas em padrões de uso complexos, dependentes e mais arriscados impulsionados por privação econômica, instabilidade habitacional e marginalização. A coadministração de substâncias de alto risco, como opioides, benzodiazepínicos, cocaína e gabapentinoides, indica que o uso ilícito de ketamina não se limita mais a cenários recreativos, agora, usado para desempenhar papel funcional nas estratégias de autorregulação e enfrentamento de danos empregados por pessoas que usam drogas de forma dependente e reconhecer mudança em direção ao uso ilícito dependente de ketamina é essencial para informar serviços apropriados de redução de danos e tratamento que devem ir além das estruturas de substância única para abordar realidades do uso de múltiplas drogas em populações socioeconomicamente desfavorecidas.

Moral da Nota: o Brasil quer integrar o PIX com o UPI da Índia para criar rede de pagamentos instantâneos, com estudos entre Brasil e Índia podendo conectar Pix e UPI criando sistema de pagamentos instantâneos sem dólar e com liquidação direta em reais e rúpias, criando sistema de pagamentos diretos entre 2 países sem passar pelo dólar norte americano. A proposta não utiliza stablecoins, nem bridge entre CBDCs, que podeira conectar o Drex com a rupia eletrônica da Índia, sendo que a solução prevê integração do Pix, no Brasil, com o UPI, na Índia, em rede de liquidação instantânea permitindo transferências em reais e rúpias em menos de 0,1 segundo, passo concreto na agenda de desdolarização do comércio internacional discutida em fóruns multilaterais como o BRICS. Ao contrário do uso de CBDCs que envolveria a criação de bridges entre blockchains, do ponto de vista técnico, Pix e UPI são compatíveis já que utilizam APIs abertas que permitiria integração sem intermediários e habilitaria participantes dos sistemas financeiros a interagirem entre si. O desafio, além da política internacional, é harmonizar regulamentações e definir modelo de câmbio transparente estabelecendo regras claras de governança, sendo que a mesma integração poderia unir nações com a Rússia que está ampliando seu “pix” local, o SBP, e sistemas chineses como o, IBPS, NUCC, e-CNY ou CBDC local que não usa blockchain. O comércio entre Brasil e Índia gira em torno de US$ 15 bilhões anuais com destaque à exportações brasileiras de petróleo, açúcar e óleo de soja enquanto a Índia fornece medicamentos, fertilizantes e bens industriais e, com sistema de pagamentos integrado esses fluxos poderiam se tornar mais previsíveis e menos onerosos atraindo empresas e fortalecendo relação comercial, além disso, remessas pessoais e pagamentos de serviços seriam, simples, seguros e imediatos. Especialistas afirmam que a medida reduziria custos de intermediação, exposição cambial e daria autonomia financeira aos países, entretanto, alertam à necessidade de mecanismos de segurança, compliance e prevenção à lavagem de dinheiro. Por fim, solução permite brasileiros converterem Pix em euros com liquidação imediata sem taxas ocultas reforçando transparência e segurança nas transferências internacionais, sendo que o serviço não tem taxas e permite envio de euros à conta bancária no Brasil com recebimento via Pix.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Multimorbidade

Pacientes com multimorbidade, particularmente portadores de doenças neurológicas ou com número maior de patologias em idades mais jovens, apresentam risco aumentado de demência, sendo que a prevenção ou melhor controle de doenças crônicas mostram potencial de retardar início ou diminuir número de pessoas propensas a desenvolver demência. Estudos que demonstram risco de demência em portadores de multimorbidade tem sido associados ao envelhecimento, no entanto, pesquisas sugerem que mais da metade dos casos incidentes ocorrem em adultos com menos de 50 anos e, no Reino Unido, são utilizados dados de atenção primária, ou, regressões de Cox ajustadas, ou, modelos de risco de morte que buscam determinar prevalência de demência em portadores de multimorbidade, no geral, ou, por sistema orgânico. Pacientes com multimorbidade apresentam risco maior de demência em relação aos sem multimorbidade e, dentre os pacientes com multimorbidade, o risco foi maior naqueles com condição neurológica incluída, daí, o manejo da multimorbidade particularmente na condição neurológica é fundamental, podendo retardar ou reduzir risco de demência. Por fim,  a multimorbidade neurológica apresentou maior risco de demência progressivamente com início precoce das multimorbidades e o manejo eficaz reduz ou retarda o aparecimento de demência, com pesquisas futuras que buscam se concentrar no impacto da medicação, trajetórias comuns da doença e diferenças de risco entre subgrupos populacionais.  Concluindo, estudo da Northern Arizona University propõe técnica para detectar Alzheimer sem utilizar agulhas no cérebro ou exames invasivos antes dos sinais de doença, quer dizer, analisam microvesículas cerebrais circulantes no sangue que demonstram alterações no uso da glicose, principal fonte de energia do cérebro, anos antes de sintomas como confusão mental ou perda de memória, sendo que a técnica, em fase de testes, podendo tornar-se divisor de águas detectando riscos antes que o problema agrave.

O presidente norte americano destaca a política antidrogas ao afirmar que o fluxo de narcóticos no país diminuiu e, que assinará ordem executiva classificando o fentanil como arma de destruição em massa, dizendo que, "nenhuma bomba causa o que o opióide  causa, entre 200 mil e 300 mil pessoas morrem anualmente, pelo que sabemos", disse. A base da declaração reside na Convenção sobre Armas Químicas, em vigor desde 1997 que proíbe explicitamente "desenvolvimento, produção, armazenamento, transferência e uso de armas químicas, prevendo destruição das armas em prazo específico", embora o fentanil não seja oficialmente classificado pela ONU nesta categoria, o presidente dos EUA assumiu a autoridade de fazê-lo e, assim, justificar ação considerada como necessária diante um crime universalmente estabelecido como extremamente grave. Enalteceu sucessos da força militar no combate aos cartéis nas águas do hemisfério Sul resultantes em mais de 20 bombardeios a embarcações e morte pessoas acusadas pelo governo norte americano de serem traficantes de drogas, reiterando que, visarão   alvos do narcotráfico em terra. Afirmou que a quantidade de drogas que chegam via marítima "diminuiu 94%" e "tentam descobrir" quem transporta os outros "6%", dizendo que "estuda com atenção" ordem executiva para reclassificar maconha, já que "muitas pessoas" a querem, "o que levaria a grande número de investigações". O documento argumenta que o opioide sintético representa "ameaça à segurança nacional", o que, conforme leis locais, dá a Washington carta branca para decidir os meios, de acordo com entendimento do governo norte americano, necessários para se proteger do que foi designado como perigo, quer dizer, "fabricação e distribuição de fentanil por redes criminosas organizadas que ameaçam segurança nacional e fomentam ilegalidade no hemisfério e fronteiras. A declaração apresentada como preâmbulo ao decreto, diz que a produção e venda de fentanil por organizações terroristas e cartéis estrangeiros financiam operações dessas entidades incluindo assassinatos, atos terroristas e insurgências no mundo e permitem minar a segurança nacional e bem-estar da nação". Destaca a frase, "fomenta anarquia no hemisfério e em nossas fronteiras", em linha  com a Estratégia de Segurança Nacional norte americana na qual os EUA usam o possessivo "nosso" para referir-se ao Hemisfério Ocidental e agrupam políticas à esta área geográfica. O documento anuncia em relação às medidas para "garantir segurança da fronteira e derrotar os cartéis", a execução de "desdobramentos militares direcionados" nos quais "força letal será usada quando necessária para substituir estratégia falha de aplicação da lei das últimas décadas". Os EUA exercerão seu autoproclamado direito de intervir em países terceiros, mesmo que contrariem suas obrigações internacionais como membro da ONU, com o documento afirmando que, "para um país com interesses tão numerosos e diversos como os nossos, a adesão rígida à não intervenção é impossível, no entanto, a predisposição deve estabelecer padrão elevado no que constitui intervenção justificada." O terrorismo foi justificativa militar no Iraque, Afeganistão, Líbia, Síria e Irã, sendo que o documento publicado alerta "possibilidade do fentanil ser usado como arma à ataques terroristas concentrados em larga escala por adversários, o que representa grave ameaça aos EUA". A Procuradora-Geral foi instruída iniciar investigações e processos criminais por tráfico de fentanil, incluindo apresentação de acusações criminais, quando apropriado, aumento das penas e modificação das já existentes, enquanto isso, os Secretários de Estado e Tesouro responderão ​​por identificar fontes de lavagem de dinheiro bem como indivíduos e instituições que participam ou apóiem fabricação, distribuição e venda de fentanil ilícito e seus precursores químicos. O Pentágono e a Procuradora determinarão "se as ameaças representadas pelo fentanil ilícito e seu impacto nos EUA justificam enviar recursos ao Departamento de Justiça" e, em consulta com Secretária de Segurança Interna, "atualizará diretrizes relativas à resposta das Forças Armadas a incidentes químicos em solo americano para incluir a ameaça do fentanil ilícito". Por fim, a Secretária orientou identificar "redes de ameaças relacionadas ao contrabando de fentanil, utilizando informações sobre ameaças relacionadas a armas de destruição em massa e não proliferação para apoiar espectro de operações de combate ao fentanil" para garantir que os EUA utilize ferramentas apropriadas no combate ao opiode.

Moral da Nota: a declaração do fentanil como "arma de destruição em massa", segundo especialistas, foca o México, dado seu papel na distribuição do opioide nos EUA, com o restante da América Latina não presumindo que os norte americanos se absterão de lançar operações terrestres nos países porque não estão envolvidos nesse negócio. A suposta "guerra" contra cartéis justificando deslocamento militar norte americano no Caribe nas últimas décadas, segundo relatórios de entidades especializadas como o Escritório da ONU sobre Drogas e Crime, indicam que mais de 80% da cocaína traficada à América do Norte segue a rota do Pacífico, com o detalhe que, cocaína e fentanil são eventos diversos e a declaração foi em relação ao fentanil. A narrativa norte americana sobre o fentanil, nada declara o que vai fazer com os casos adictos e ainda consumidores do opioide, além de expulsar de grandes cidades, necessitando informar ao governo norte americano que os dependentes estão migrando de região dentro dos EUA e de droga sintética, que nada tem haver com a América do Sul. O Fentanil, opióide usado em anestesia, no mundo inteiro, altamente controlado por farmacêuticos,médicos e hospitais, cuja crise nos EUA decorre de prescrição indiscriminada por médicos norte americanos nos anos 1990, devidamente corrigida, no entanto, a produção e a fácil comercialização principalmente e-commerce, levou ao descontrole atual sendo verdade sua exploração por cartéis e empresas chinesas. Por fim, emerge a pergunta que não cala, o que os norte americanos pretendem fazer com os adictos e a migração à outras drogas sintéticas ?