quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Longo Declínio

A Califórnia há muito tempo vista como Hollywood, sol e praias atraindo milhões, na realidade, o grande ímã de crescimento foi a produção, indústria aeroespacial, petróleo e agricultura, no entanto, a transição da manufatura acontecendo, exemplificada pelo Vale do Silício, produz ideias à dispositivos de alta tecnologia, mas deixa a produção real para outros, no exterior, e pelos portos de Los Angeles e Long Beach descarregam manufaturados. A Chevron, gigante petrolera fundada no estado há 145 anos, tempo que  se tornou um dos principais fornecedores de petróleo e derivados, anunciou transferência da Califórnia ao Texas decorrente transição de um estado de produção e manufatura ao mundo dos serviços, considerando que, nos últimos anos, a empresa se atrita com Sacramento sobre políticas de energia e clima, que agora parecem maiores que a fabricação na mente das pessoas, daí, a transferência de Bay Área à Houston. Mudança, parte de longo e constante êxodo não apenas das operações da Chevron, mas da grande indústria petrolera californiana, em seu auge no século passado produzia mais de um quinto do petróleo do mundo, embora continue como 7º maior produtor de petróleo entre os 50 estados, sua produção de petróleo bruto vem caindo desde a década de 1980 representando 2% do total dos EUA, dados da Administração de Informação de Energia dos EUA, redução que reflete o quanto o estado afastou-se dos combustíveis fósseis migrando às renováveis ​​de energia e, em particular, carros movidos a gasolina, para se tornar centro da indústria de veículos elétricos. O professor de engenharia de petróleo na Universidade de Dakota do Norte, nos fala que “petróleo e gás moldaram a Califórnia no que se tornou, mas, está em declínio”, sendo que a mudança da Chevron para fora do estado “é marco nesse declínio”, enquanto a professora de história da Universidade Estadual de San Diego questiona em voz alta se a Chevron estava deixando a Califórnia para fugir do escrutínio regulatório, dizendo, “é lamentável que as corporações realoquem forças de trabalho em lugares com menos regulamentações ambientais em vez de trabalhar de modo que levem à comunidades saudáveis ​​e vibrantes”. O procurador-geral da Califórnia processou a Chevron e outras grandes petrolíferas alegando que as operações de produção e refino causaram bilhões de dólares em danos e enganaram o público sobre riscos dos combustíveis fósseis no aquecimento global, com o presidente-executivo da Chevron, rejeitando o processo e a abordagem da Califórnia às mudanças climáticas, dizendo que o aquecimento do planeta é problema global e que ações legais fragmentadas não ajudam. O especialista em petróleo da Universidade de Dakota do Norte esclarece que o relacionamento da Califórnia com o negócio de petróleo e gás sobreviveu até a década de 1960 e, no final daquele período, o vazamento de óleo de Santa Barbara estimulou movimento ambiental e,com a busca do estado por políticas de carbono zero, a produção de petróleo bruto caiu para menos de 300 mil barris/dia, um quarto do que era em meados da década de 1980, valendo dizer que só o Condado de Los Angeles ainda tem milhares de poços de petróleo, concluindo que, “temos bilhões de barris de petróleo recuperável na Califórnia, mas, estão apenas no solo.”

O governo norte americano anterior reverteu políticas de desregulamentação do antecessor, dentre elas estava uma ordem revogando a licença ao controverso oleoduto Keystone XL, quer dizer, cancelar o projeto foi promessa de campanha para lidar com a crise climática, no entanto, sistema jurídico internacional puderia forçar os EUA pagar bilhões de dólares à desenvolvedora canadense do Keystone XL, a TC Energy, sistema que incorporado em milhares de tratados de comércio e investimento permite que corporações arrastem governos à painéis de árbitros a portas fechadas. Governos foram condenados pagar bilhões de dólares em danos a empresas de petróleo e mineração por violar esses tratados, mesmo tendo sido criado para proteger investidores estrangeiros de tratamento injusto ou apreensão de ativos, defensores ambientais, advogados e políticos dizem que é usado para ganhar prêmios de governos que promulgam regulamentações ambientais ou aumentam impostos sobre indústrias poluentes. No entanto, emissões indiretas dos investimentos podem ser difíceis de mensurar mas estudo coloca número na pegada de carbono oculta no setor de petróleo e gás, buscando estabelecer que, legisladores que elaboraram a Lei do Ar Limpo em 1970 sabiam que cientistas consideravam o CO2 poluente atmosférico.

Moral da Nota:  o fenômeno de resfriamento do oceano que molda o clima conhecido como La Niña, com meteorologistas afirmando que o mundo pode não obter alívio do calor escaldante do verão devido à paralisação ou desaceleração de La Niña, na Índia, pode resultar em baixa precipitação e diminuição da atividade ciclônica, considerando que o fenômeno deveria ter ocorrido em julho de 2024, visto que temperaturas da superfície do mar variam, sugerindo estagnação do fenômeno, que atrasado, pode enfraquecer monções indianas, afetando chuva e calor, valendo considerar que janeiro de 2025 foi o mais quente já registrado, com temperatura média na superfície de 13,2 °C, 0,79 °C acima da média de janeiro de 1991-2020, conforme o Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, o Programa de Observação da Terra da UE. Temperaturas da Superfície do Mar, TSMs, estavam abaixo da média no Pacífico Equatorial Central, próximas ou acima da média no Pacífico Equatorial Oriental, sugerindo desaceleração ou estagnação do movimento em direção às condições de La Niña permanecendo altas em outras bacias oceânicas e mares, com o departamento meteorológico do Japão informando que não havia sinais claros de El Niño ou La Niña, embora algumas características La Niña estejam surgindo. Parte da Oscilação Sul El Niño, ENSO, caracterizada por temperaturas mais frias que o normal ao longo do Oceano Pacífico Equatorial, de acordo com a NOAA, o fenômeno é caracterizado por temperaturas oceânicas anormalmente frias no Pacífico Equatorial, comparado ao El Niño, caracterizado por temperaturas oceânicas anormalmente quentes no Pacífico Equatorial, e, na fase neutra, o lado oriental do Oceano Pacífico, regiões costeiras da América do Sul, é mais frio que o lado ocidental, Indonésia, Austrália, devido ao movimento de ventos quentes de superfície leste/oeste e à ressurgência de ventos mais frios oeste/leste, tornando o lado oriental mais frio e rico em nutrientes, ciclo, interrompido na fase do El Niño, quando ventos quentes da superfície movem do oeste a leste e os ventos mais frios do leste a oeste, causando condições de seca na Índia e África. O La Niña era esperado para ocorrer em julho de 2024, agora, meteorologistas sugerem que chances de desenvolvimento são de 57-60%, podendo levar à monções mais fracas, impactando intensidade e momento das chuvas na Índia e mais calor no verão, podendo levar à queda da atividade de ciclones tropicais na região da Baía de Bengala.

quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Perspectivas

Negociações da COP vão além de simples acordos, abordam como equilibrar o crescimento, necessidades energéticas e responsabilidade climática, pede-se proteção das florestas e da Amazônia como esforço da crise do clima, todos, ou, quase todos, estarão lá, ciente que o termo “COP” significa Conferência das Partes da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudança do Clima, UNFCCC, reunião anual de quase todos os países do mundo para negociar como responder às mudanças climáticas. Em cada reunião da COP, analisam o que foi feito, o que precisa ser feito e como financiar esforços para reduzir emissões, adaptar-se aos impactos climáticos e apoiar nações vulneráveis, esperando-se que impulsione esforços, visto que a convenção ocorre em momento que os impactos climáticos são sentidos no mundo, com mortes e destruição. Priorizar adaptação climática, garantir fundos aos países em desenvolvimento no agravar da crise, reduzir emissões e proteger florestas e lançar o fundo florestal global, projeto do Brasil buscando arrecadar US$ 125 bilhões para apoiar conservação de florestas. Em meio à cruzada contra a Ciência Climática e esforços do 3º país maior poluidor contra as mudanças climáticas, norte decidiram e argentinos preferem não participar da convenção deste ano. Com isto, preferem não abordar a questão de como equilibrar o crescimento, necessidades energéticas e responsabilidade climática, buscando equidade dos encargos em que prioridades de países em desenvolvimento deverão ser respeitadas e mecanismos financeiros criados à permitir que façam transição sustentável, cujo resultado afeta acesso a financiamento, inovações e espaço global no desenvolvimento em conjunto contra questão singular, ou, a mudança climática.

O relatório 2025 "10 Novas Perspectivas na Ciência do Clima", clama por resultado, o mundo não pode dar-se ao luxo de promessas sem ações, publicado anualmente e coordenado pela Future Earth, Estocolmo, resume descobertas na ciência do clima e, às vésperas das cúpulas climáticas da ONU, desta vez COP30, Brasil. Alerta que sumidouros de carbono estão em limites críticos absorvendo menos emissões que o esperado à medida que décadas de mudanças climáticas enfraqueceram a capacidade em que projetos de remoção de carbono baseados na natureza, ou, plantio de árvores, estão em risco, significando que a confiabilidade e capacidade de armazenamento a longo prazo não são garantidas. Remoções de CO2 em larga escala são necessárias e, se não forem implementadas adequadamente,  ameaçarão segurança alimentar e biodiversidade, daí, o relatório adverte que metas climáticas globais podem enfrentar retrocesso, com evidências que estamos em urgência climática, significando que COP30 deve ser a COP da implementação, com Johan Rockström, cofundador do Centro, copresidente da Liga da Terra e membro do conselho editorial do relatório, diz que "não podemos nos dar ao luxo de fazer promessas sem cumpri-las”. Enfatiza que temperaturas recordes em 2023 e 2024, aquecimento acelerado dos oceanos e  pressão sobre ecossistemas e sociedades são sintomas da demora de decisões, relacionam novas descobertas a possível aceleração do aquecimento global, aquecimento acelerado dos oceanos intensificando ondas de calor marinhas, prejudicando ecossistemas e aumentando riscos de eventos extremos, além de pressão sobre sumidouros de carbono terrestres à medida que o planeta aquece, retroalimentação clima-biodiversidade, cuja perda de biodiversidade e mudanças climáticas reforçam ciclo desestabilizador, queda dos níveis de água subterrânea com esgotamento de aquíferos, aumento de riscos à agricultura e assentamentos urbanos, surtos de dengue impulsionados por mudanças climáticas decorrente condições favoráveis ​​aos transmissores com disseminação geográfica e intensidade da doença, impactando produtividade do trabalhador, redução nas horas de trabalho e da produção econômica, por fim, a ampliação da remoção de CO2 com foco nas emissões difíceis de reduzir e limitação da sobrecarga climática, além de desafios à integridade do mercado de carbono em busca de fortalecimento dos padrões e transparência no mercado voluntário de carbono visando benefícios de mitigação, combinação de políticas mais eficazes. Conclui que tudo decorre de uma causa fundamental, ou, incapacidade de reduzir  emissões na velocidade e escala necessárias, já que, a ciência é clara, com soluções e limitações conhecidas.

Moral da Nota: uma crise silenciosa acelera doenças neurológicas e declínio cognitivo, em que sintomas como dores de cabeça e dificuldade de concentração são relatados em hospitais e clínicas, embora sejam conhecidos perigos respiratórios e cardíacos da poluição do ar, pesquisas começam destacar preocupação menos discutida, igualmente séria, o impacto no cérebro. A poluição atinge níveis alarmantes principalmente em megacidades com o AQI, Índice de Qualidade do Ar, em muitos locais na categoria "muito ruim" com níveis atuais superiores ao considerado seguro pela OMS à PM2,5, com estudos  demonstrando que partículas finas, PM2,5, ou partículas microscópicas que podem penetrar nos pulmões e corrente sanguínea se associam ao declínio cognitivo, risco de demência e atrasos no desenvolvimento infantil. Estudo publicado na Frontiers in Neuroscience observa que a exposição prolongada a PM2,5 causa alterações estruturais no cérebro, inclui redução da integridade da substância branca, desequilíbrios de neurotransmissores e aumento da inflamação, fatores associados a distúrbios emocionais e cognitivos, enquanto, estudo publicado no JAMA Neurology relata que exposição a PM2,5 agrava danos cerebrais relacionados a Alzheimer, reforça preocupações que a poluição atmosférica crônica acelera envelhecimento neurológico. Preocupações comuns incluem crises agudas de enxaqueca, dores de cabeça persistentes, agravamento de condições de enxaqueca previamente controladas e episódios de tontura e fadiga mental, por conta da ação inflamatória do PM2,5 no organismo desencadeando inflamação e estresse oxidativo que podem danificar neurônios e vasos sanguíneos e, com o tempo, a exposição repetida ao ar poluído acelera declínio cognitivo e aumenta risco de doenças neurológicas, fazendo da poluição do ar questão ambiental e crise de saúde pública e cerebral. Por fim, estudos indianos observaram que mesmo pequenos aumentos na poluição do ar correspondem a quedas nas notas de matemática e leitura e maiores chances de reprovação escolar, conforme artigo publicado pelo Instituto de Crescimento Econômico, em idosos, essas alterações aceleram declínio cognitivo e aumentam risco de acidente vascular cerebral e demência. Crianças cujos cérebros estão em desenvolvimento, a exposição pode prejudicar atenção, capacidade de aprendizado e regulação emocional, essencialmente, a exposição repetida ao ar poluído não causa só desconforto a curto prazo, afeta silenciosamente desenvolvimento cerebral, envelhecimento cognitivo e saúde neurológica a longo prazo.

terça-feira, 4 de novembro de 2025

Riscos

Tecnologias que apoiam resiliência e adaptação climática podem criar oportunidades ao capital privado de US$ 1 trilhão até 2020, inseridas em perspectiva que aumentam os impactos humanos e financeiros dos desastres naturais,considerando que em 2024, houveram no EUA 27 "desastres climáticos de bilhões de dólares", 3 vezes mais que a média anual dos 44 anos anteriores,sendo que no 1º semestre de 2025, o mundo sofreu mais de US$ 162 bilhões em perdas econômicas decorrente catástrofes climáticas globais. A escala de danos decorre do impacto combinado de fatores diversos, incluindo o crescimento da exposição econômica em áreas de alto risco climático, a mudança climática e limitações de investimentos anteriores em resiliência e adaptação, sendo que pesquisa científica sobre potenciais perigos físicos das mudanças climáticas não é nova, nem o debate sobre causas e impactos, no entanto, mudanças no comportamento do mercado que sugerem foco por parte de clientes corporativos e consumidores na construção de resiliência, inclui gestão de riscos climáticos físicos. Provavelmente os sinais se intensificarão à medida que a Terra se aquece destacando o campo da resiliência climática,ou,adaptação climática definida como “processo de ajuste ao clima real ou esperado e seus efeitos” enquanto mitigação climática se concentra na redução das emissões de gases efeito estufa, em que resiliência climática abrange ações que os humanos podem tomar para prevenir ou reduzir impactos negativos dos riscos climáticos, ou, ações como construir e desenvolver infraestrutura, proteger ativos, evoluir operações da empresa e mudar atividades econômicas e de consumo. Objetivos das tecnologias de resiliência climática buscam melhorar e proteger vidas, meios de subsistência e recursos naturais que se tornaram mais importantes diante crescentes riscos climáticos e seus impactos, em mundo que exige ações e investimentos  de líderes dos setores público e privado oferecendo ao investidor oportunidade de criar valor com benefícios da resiliência.As oportunidades identificadas não são impulsionadas apenas pelas mudanças climáticas recebem apoio de fatores como crescimento socioeconômico, avanços tecnológicos, transição energética, preocupações com risco e resiliência e disposição a pagar pela resiliência nos segmentos de clientes, daí, a combinação de fatores cria oportunidades à variedade de investidores e a mobilização de capital privado às tecnologias fortalecendo resiliência climática coletiva. Mudanças no comportamento ao longo da história mostrando adaptações às mudanças no ambiente via ações como migração e mudanças nos hábitos de vida ou trabalho nos leva a combinação de maior atividade humana e econômica em áreas propensas riscos climáticos, cujas limitações de investimentos anteriores em resiliência e clima em mudança aumenta o interesse em adaptação entre indivíduos, comunidades e empresas, com evidências que executivos e investidores estão cada vez mais reconhecendo risco financeiro que os riscos climáticos representam aos ativos e começam alocar atenção e capital à resiliência climática. O setor de seguros, por exemplo, incorporou a evolução do risco na precificação, observado no Índice de Seguros de Inquilinos e Residenciais, componente do Índice de Preços ao Consumidor dos EUA, que cresceu 3 vezes mais rápido de dezembro de 2022 a julho de 2025 comparado com 7 anos anteriores e começa implementar diferenciação na estratégia de precificação à clientes e regiões de alto risco, quer dizer, os prêmios de seguro residencial aumentaram nos estados de 2020 a 2023. Na Flórida, estado vulnerável a furacões e inundações, os prêmios aumentaram 55%, chegando a US$ 3.500 agravados pelo aumento dos custos de indenizações de seguro que excedem a inflação geral e o consequente aumento nos custos legais,crescentes de seguro que enviam sinais de precificação aos segurados sobre riscos e são outro indicador da importância de investir em resiliência. Por fim, a conscientização sobre riscos relativos ao clima estimula investimentos de  proprietários de imóveis, empresas e líderes do setor público, partindo de base pequena com aumento de gastos em bens e serviços relacionados à resiliência em cada um dos tipos de riscos físicos, ou, incêndios florestais e calor intenso, tempestades e inundações, e seca e estresse hídrico.

Neste ecossistema,vale observar que o legado cultural indiano combinado a inovação  oferece oportunidade de construir futuro em termos de recursos, considerando que práticas culturais da Índia oferecem base sólida, por exemplo, kabadiwalas coletando resíduos secos a utensílios de cobre duráveis ​​e cozinhas comunitárias, os sistemas tradicionais exemplificam a presença da circularidade, no entanto, a liberalização e o consumismo mudaram comportamentos em direção a cultura do "fazer-usar-descartar". Restaurar o equilíbrio requer reparo e reutilização, incorporando circularidade aos novos hábitos de consumo cujo maior desafio reside nas indústrias que exploram  inseguranças dos consumidores através do fast fashion, de gadgets de curta duração e estilos de vida homogeneizados em que têxteis sintéticos, por si só, poluem sistemas hídricos com microfibras, embora existam regras como a Política Nacional de Eficiência de Recursos de 2019 e Regras de Gestão de Resíduos Plásticos de 2022,no entanto, sua aplicação é fraca. A reutilização de resíduos de construção, têxteis ecológicos, cadeias de fornecimento de ciclo fechado e iniciativas de upcycling como a iniciativa sediada em Chennai que eliminou 1,7 milhão de mts³ de resíduos de aterro devem ser ampliadas com o apoio do Estado, sendo que a economia partilhada alinha-se com a preferência dos jovens indianos pelo acesso em vez da propriedade, alugando móveis, carros ou trajes de casamento. O brechó na moda denota estilo que reduz desperdício além de incentivos à empresas em tornar a partilha popular cujo sistema nacional de depósito e devolução de garrafas da Dinamarca por exemplo, mostra como a participação do consumidor pode ser incentivada ao passo que a Índia poderia replicar tais modelos à plásticos, lixo eletrônico e lixo hospitalar, ao mesmo tempo que expande compostagem em níveis domiciliares e comunitários. Empresas, governos e sociedade civil devem investir em infraestrutura, tecnologia e pesquisa, além de quebrar tabus relativos a produtos reciclados e reformados, fundamental à popularização do consumo circular, com especialistas no assunto dizendo que a Índia precisa de Política Circular em nível nacional com metas setoriais específicas, aplicação e colaboração entre domicílios e indústrias.

Moral da Nota: alterações climáticas podem reduzir o PIB global em 24% até 2100, com nações de baixa renda já enfrentando eventos climáticos extremos com infraestrutura limitada podendo sofrer perdas de 30% a 60% maiores que a média global, sendo as mudanças climáticas fenômeno prejudicial causado e agravado pela atividade humana que pode levar a perdas à economia global. Estudo estima que a renda per capita global pode cair até o ano 2100, número obtido ao comparar trajetória futura do aquecimento descontrolado a cenário em que o aumento implacável das temperaturas da Terra seja interrompido, destacando que a crise iminente e consequências não pouparão nenhuma nação, seja desenvolvida ou não. Publicado na PLOS Climate,os economistas Kamiar Mohaddes e Mehdi Raissi, da Universidade de Cambridge, lideraram a investigação, analisando como a economia global seria afetada por trajetórias climáticas diversas em que comparações feitas com base em temperaturas globais continuando subir a taxas semelhantes às de 1960 a 2014 e,em que aquecimento após 2015. Observaram que se as temperaturas globais continuarem subindo no ritmo atual de 0,04 °C/ano deixando pouco espaço às nações se adaptarem ou mitigarem, o PIB global per capita cairia de 10 a 11% até 2100 comparado as tendências anteriores e quando a variabilidade climática é considerada, as perdas aumentam à 12–14% e em comparação a cenário em que o aquecimento cessaria em 2015 as perdas projetadas aumentam à 20–24%. O estudo destaca que adaptação poderia amortecer o impacto da crise econômica ao construir comunidades e infraestrutura resilientes com melhor preparação à eventos extremos, amenizando o impacto, no entanto, o custo econômico a longo prazo continua significativo importando ressaltar que a adesão às metas climáticas internacionais, como o Acordo de Paris de 2015 que limitaria o aquecimento a 1,5°C pode gerar benefícios globais de renda. No caso indiano, lar da maior população do mundo que já enfrenta eventos climáticos extremos frequentes, o alerta é claro, sem medidas urgentes à construir resiliência climática seu crescimento econômico pode diminuir, com alterações climáticas podendo reduzir o PIB global em 24% até ao ano 2100 enquanto extremos climáticos colocam em risco o futuro da indústria indiana de chá, remodelando comércio global estimado em mais de US$ 10 bilhões/ano. A premissa que as mudanças climáticas afetariam nações mais pobres foi derrubada com o  estudo mostrando que todas as economias, ricas ou pobres, enfrentarão consequências em setores como agricultura, indústria, transporte e varejo, com os autores concluindo que, “nenhum país está imune ao impacto das mudanças climáticas se as emissões de gases  efeito estufa não forem reduzidas, em consequência, necessitam ações urgentes à enfrentar mudanças climáticas e proteger economias de novas perdas de renda”.