sábado, 22 de novembro de 2025

Desperdício

Dados da FAO, Organização da ONU à Agricultura e Alimentação e do Programa da ONU ao Meio Ambiente, indicam que 30% dos alimentos produzidos no mundo nunca são consumidos ao passo que 13% são descartados ou perecem antes de chegar ao supermercado ou restaurante, consumidores, empresas de varejo e serviços de alimentação com 17% no desperdício de alimentos. Quer dizer, um bilhão de refeições são desperdiçadas diariamente em nível doméstico sendo que perda e desperdício respondem ​​por 8 a 10% das emissões globais de gases efeito estufa, enquanto a ONU e a FAO monitoram perdas de alimentos desde 2015 descobrindo que os níveis não mudaram muito, no entanto, dados sobre desperdício de alimentos não foram coletados de modo consistente o suficiente para julgamento sobre mudanças nos últimos anos mesmo com alguns países relatando melhorias. As perdas de frutas e vegetais são 25,4% seguidos por carnes e produtos de origem animal,14%, ocorrendo devido condições climáticas, técnicas e épocas incorretas de colheita, armazenamento e transporte inadequados e, na África Subsaariana, as perdas atingem um quarto dos alimentos disponíveis comparados a 14% na Ásia, 10% na América do Norte e 6% na Europa. Por outro lado, o desperdício de alimentos era associado a países de alta renda, lacuna que vem diminuindo, em 2022, o desperdício per capita variou discretamente entre nações de alta renda, média-alta e média-baixa e,conforme a ONU, se deve ao rápido desenvolvimento e urbanização do Sul Global, incluídos Índia e China, mesmo com escassez de dados sobre nações de baixa renda as quantidades de desperdício de alimentos variam, com países relatando menor desperdício no território da antiga União Soviética ou na Europa Oriental. Por fim, as famílias respondem por 60% do desperdício de alementos ocorrendo em todas as faixas de renda, especialmente nas cidades, carecendo habilidades de gestão de alimentos e dependentes de hábitos e crenças em vez de conhecimento sobre nutrição e saciedade. 

Fatos próximos, aquecimento global e desperdício, nos levam a controvérsias relacionadas aos métodos de captura e armazenamento de carbono, com afirmações que são tábua de salvação à indústria de combustíveis fósseis continuar aquecer o ambiente, no entanto, existe a visão de estratégia viável no combate a crise do clima e avanços em tecnologias de captura de carbono que prometem solução abrangente fundamental equilibrar potencial com as inúmeras limitações e obstáculos. Atividades humanas e emissões de gases efeito estufa são fatores que impulsionam as mudanças climáticas globais e, segundo o Climate Watch, 10 países respondem ​​por 60% dessas emissões com o setor energético respondendo por três quartos, neste contexto as tecnologias de captura e armazenamento de carbono buscam lidar com as emissões extraindo diretamente o CO2 da atmosfera ou de outra fonte e armazenando no subsolo ou desviando à uso futuro como produção de concreto ou combustível. Os métodos em questão de captura de CO2 incluem a pré-combustão, ou, processo de reforma ou gaseificação convertendo em mistura de carbono e água, a pós-combustão remove o CO2 dos gases de combustão pós limpeza para eliminar poluentes e a oxicombustão técnica mais simples e econômica envolvendo queima de combustível em 95% de oxigênio puro para criar fluxo concentrado de CO2, daí, a escolha da estratégia de captura de carbono depende do tipo de combustível, pureza de CO2 desejada e infraestrutura disponível, sendo que as indústrias devem considerar viabilidade tecnológica e econômica bem como restrições do projeto para selecionar abordagem. A captura de carbono inclui uso e armazenamento, por exemplo, sequestrar CO2 de   industrias, usinas termelétricas a carvão, refinarias e fábricas, ou, extrair emissões  do ar armazenando o CO2 no subsolo em reservatórios vazios de petróleo e gás, formações salinas profundas, de basalto e jazidas de carvão inadequadas à mineração, com o Departamento de Energia dos EUA, o Escritório de Energia Fóssil e Gestão de Carbono e o Laboratório Nacional de Tecnologia Energética apoiando iniciativas de pesquisa que  viabilizam o armazenamento de CO2 considerando que projetos semelhantes existem no Canadá, Noruega, China e Austrália. A Agência Internacional de Energia, AIE, informa que 45 países têm projetos de captação de CO2 em desenvolvimento e sua conclusão levará à tecnologias capazes de capturar 400 toneladas métricas de CO2 anualmente até 2030 mais de 8 vezes a captura atual, no entanto, em junho de 2023, 20 projetos de captura de carbono estavam em construção, longe de atingir emissões líquidas zero. Aplicações secundárias de CO2 como aumentar a produção de petróleo injetando-o em poços ou carbonatando alimentos e bebidas ou utilizá-lo à produção de combustíveis, produtos químicos e materiais de construção e, conforme Mengwei Zhao, as injeções de CO2 em poços podem estender a vida útil em até 84 anos na recuperação de petróleo. Por fim, o setor de energia renovável estimado à US$ 259 bilhões em 2025 e US$ 1,8 trilhão até 2027 com o fornecimento de eletricidade renovável aumentando 20% em 2011 à 29% em 2021 e o consumo de combustíveis fósseis caindo de 68% à 62%, valida a tendência com indústrias aplicando energia limpa nas tecnologias de captura e armazenamento de carbono para reduzir sua pegada de carbono, apesar da intermitência na produção renovável, desenvolvimentos em armazenamento de energia podem fornecer energia estável à sequestro com estudo demonstrando que a utilização de energia renovável na captura de CO2 possui eficiência energética 60% e quase zero emissões de CO2 na usina resultando em gases efeito estufa negativos. 

Moral da Nota: biomimética é disciplina científica e técnica que estuda a natureza buscando imitar suas soluções para resolver questões humanas, observa como organismos, ecossistemas e processos naturais evoluíram ao longo dos anos e os aplica à engenharia, design, arquitetura, medicina e etc, exemplos comuns incluem o velcro inspirado nos ganchos das sementes de bardana, ou, os trens-bala japoneses cujo design aerodinâmico foi baseado no bico do martim-pescador. Busca criar tecnologias mais sustentáveis, eficientes e ecologicamente corretas, reduzindo impacto ambiental e melhorando funcionalidade, estratégia que não copia literalmente a natureza, mas, se inspira em seus mecanismos para desenvolver inovações que podem ser integradas à vida de modo mais ecologico e eficaz. As folhas perdidas por árvores contêm 40% do carbono sequestrado anualmente incluindo  nutrientes à expansão e saúde dos ecossistemas florestais, para isso, devem cair e pousar perto da árvore-mãe, caso contrário, são perdidas como pólen ou sementes ao vento, no entanto, a ligação entre formato da folha e velocidade de sedimentação permanece obscura. Para avaliar desempenho das folhas existentes foi desenvolvido aparelho de sedimentação automatizado capaz de realizar 100 experimentos de queda livre por dia em folhas de papel biomiméticas em que a maioria das 25 folhas representativas se assentam em taxas semelhantes ao controle e, surpreendentemente, folhas assimétricas mutantes de Arabidopsis caíram 15% mais devagar que o tipo selvagem, quer dizer,a mutação digital em folhas de árvores decíduas revelou redução de velocidade semelhante. A pesquisa dinamarquesa descobriu como a geometria das folhas das árvores influencia a recuperação de nutrientes quando caem sugerindo que podem ter evoluído para otimizar seu formato e manter nutrientes por perto.

sexta-feira, 21 de novembro de 2025

Compartilhamento de Dados

Cidades inteligentes tem como objetivo estabelecer sistema de compartilhamento de dados seguro e eficiente que garanta segurança e integridade dos dados IoT, utilizando estrutura de proteção de privacidade e segurança blockchain com dados criptografados quando gerados, sendo que o fornecedor de tecnologia de realidade aumentada, RA, de holograma, WiMi Hologram Cloud, lançou estrutura de proteção de segurança de privacidade blockchain à compartilhamento seguro de dados e colaboração em smart cities, além de integrar vantagens da descentralização, transparência e imutabilidade blockchain, incorporando tecnologias de criptografia e autenticação. A estrutura de proteção privacidade e segurança está baseada em blockchain, rede descentralizada criada por meio de processo de inicialização seguro em que dispositivos e usuários IoT estão sujeitos a autenticação e registro, com a WiMi dizendo  que a plataforma realiza transmissão de dados, armazenamento e controle de acesso combinando blockchain e tecnologias de criptografia estabelecendo base ao desenvolvimento sustentável das cidades inteligentes. O processo usa infraestrutura de chave pública, PKI, para emitir certificados digitais garantindo autenticidade e legitimidade do participante, estabelecendo base de confiança à trocas de dados subsequentes, em termos de proteção de dados, a estrutura de proteção de privacidade e segurança blockchain emprega estratégia de criptografia multicamadas com dados criptografados quando gerados e algoritmos de criptografia simétrica como padrões avançados de criptografia, AES, usados ​​para garantir confidencialidade dos dados em trânsito e repouso. Técnicas de criptografia assimétrica são usadas para troca de chaves aumentar a segurança dos dados, além disso, o processamento hash garante integridade dos dados e modificações não autorizadas podem ser detectadas e, para garantir que apenas usuários autorizados possam acessá-los, a estrutura de proteção de privacidade e segurança blockchain implementa mecanismos de controle incluindo controle de acesso baseado em função, bem como controle de acesso baseado em atributo de granulação fina que permite o sistema ajustar direitos de acesso com base nas funções, atributos e condições contextuais dos usuários. A WiMi conclui que a plataforma não apenas resolve vulnerabilidades de segurança dos repositórios centralizados tradicionais mas realiza transmissão segura de dados, armazenamento e controle de acesso combinando blockchain e tecnologias de criptografia estabelecendo base ao desenvolvimento sustentável de smart cities.

A PepsiCo usa robótica e planejamento de safras com tecnologia IA à transformar a cadeia de suprimentos, com dois terços da reformulação já concluídos, sendo que investimentos em IA e automação tornarão a produção e distribuição mais lucrativas. O diretor de operações da PepsiCo, disse que nos últimos três anos testemunhou mais mudanças que nos 31 anos anteriores na empresa e, nas últimas duas décadas, à medida que os consumidores compravam mais produtos on-line, as vendas de supermercado permaneceram estagnadas na loja, ao passo que a pandemia mudou padrões de compras, com as pessoas cada vez mais propensas a comprar alimentos e bebidas on-line. As mudanças significam que a demanda por mais marcas vem de várias direções e a PepsiCo está investindo em digitalização e automação incluindo robótica e IA preditiva para que possa planejar melhor a demanda, produzir e entregar produtos de modo mais rápido e preciso, sendo que gerou mais de US$ 91 bilhões em 2023 com vendas de mais de 500 marcas no mundo incluindo o refrigerante homônimo, Lay's, Doritos, Gatorade e Mountain Dew, com lucros nos dois primeiros trimestres de 2024 excedendo expectativas de Wall Street, enquanto o volume na América do Norte aos negócios Frito-Lay e bebidas diminui à medida que os consumidores resistem a anos ao aumentos de preços. A PepsiCo considera a maioria dos armazéns da empresa instalações "inteligentes" com tecnologia que permite rastrear e controlar a movimentação de mercadorias, usando sensores e IA para ajudar com verificações de manutenção preditiva e medidas de controle de qualidade, por exemplo, usando padrões para identificar uma máquina ou veículo que provavelmente apresentará funcionamento inadequado e causará problemas, em vez de sofrer um desligamento quando um motor quebra na linha de tortilla-chip, a PepsiCo  substitui preventivamente o motor na próxima vez que a linha estiver programada para tempo de inatividade.

Moral da Nota: estudo coloca um número na escala de emissões não declaradas dos investimentos das empresas de petróleo e gás, com grandes corporações como o Bank of America rejeitando propostas relacionadas à divulgação de emissões de gases efeito estufa na temporada de procuração, com emissões indiretas dos investimentos financeiros de uma empresa podendo ser difíceis de mensurar, no entanto, novo estudo coloca um número na pegada de carbono oculta no setor petróleo e gás. Dados de satélite do Climate TRACE analisa campos de petróleo, com a Clarity AI descobrindo que um portfólio de amostra contendo as 20 maiores empresas de petróleo e gás do mundo teria uma pegada de carbono 24% maior ao contabilizar as emissões relacionadas a investimentos e, quando se trata de medição e divulgação, nem todas as emissões de gases efeito estufa são criadas iguais para empresas que buscam avaliar seu impacto nas mudanças climáticas, algumas coisas são mais fáceis de rastrear como eletricidade que usam para iluminar escritórios ou o gás que abastece seus caminhões. Emissões que não fazem parte das operações diárias de uma empresa representam parte significativa da equação, segundo a chefe de pesquisa e inovação de produtos na Clarity AI, plataforma de tecnologia de sustentabilidade que fornece dados ambientais à investidores, para o relatório, a equipe se concentrou na estrutura de propriedade de investimentos na indústria de combustíveis fósseis particularmente no modo como empresas administram e operam campos de petróleo e gás. O Environmental Defense Fund, grupo de defesa, diz que a maioria dos projetos de petróleo e gás no mundo são joint ventures com empresas se unindo para investir em um projeto, embora todas na parceria forneçam dinheiro para financiar a extração apenas uma precisa reivindicá-lo como seu enquanto as demais empresas envolvidas podem possuir a maioria do projeto mas categorizá-lo como investimento. O relatório do Boston Consulting Group descobriu que 90% das maiores empresas petrolíferas do mundo não relatam emissões dessas parcerias ou investimentos conjuntos como se fossem suas enquanto o impacto climático dos investimentos se enquadra no que é comumente chamado de emissões de Escopo 3, ou, gases efeito estufa liberados por toda a cadeia de valor de uma empresa, de fornecedores a clientes, em 2024, as corporações relataram que suas emissões de Escopo 3 eram em média 26 vezes maiores que suas emissões diretas. A CDP, organização sem fins lucrativos que administra sistema global de divulgação de emissões, estima que 99,8 % das emissões do setor de serviços financeiros são atribuídas a atividades de investimento e, a maior fonte de emissões do setor vem de atividades de subscrição, como empréstimos, investimentos e seguros, daí, as seguradoras em particular devem trazer as emissões ocultas à tona, considerando que “emissões de gases efeito estufa impulsionam mudanças climáticas, diretamente antiético à capacidade de cobrir pessoas e instituições quando o clima está mudando constantemente.”