quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Transição Energética

O relatório World Energy Outlook, a AIE informa que a demanda por carvão deve começar diminuir na maioria dos países após 2030, exceção da Índia e Sudeste Asiático, no entanto, a demanda pelos demais combustíveis fósseis que contribuem ao aquecimento global, inclusive petróleo e gás natural, deve continuar aumentando até 2050 em cenário de “políticas atuais”, impulsionada por mercados emergentes e economias em desenvolvimento em setores de transporte, petroquímica e geração de eletricidade. Avalia que a demanda global por energia na última década cresceu 1,6%/ano, em média, embora deva continuar crescer na próxima década, a taxa de crescimento deverá dimnuir com a maior parte oriunda de mercados emergentes e economias em desenvolvimento, quer dizer, o aumento da demanda por energia coincide com o aumento da implantação de energia solar fotovoltaica, eólica e nuclear, esperando-se que atendam e superem demanda adicional de energia na maioria das regiões entre hoje e 2030, segundo, a Agência Internacional de Energia. Desafios de integração sem políticas governamentais consistentes além de restrições na rede elétrica e armazenamento insuficiente levarão a baixa na implantação, dito, pela AIE, nesse cenário, projeta aumento da temperatura média global de 2°C até 2050 e de 2,9°C até 2100, daí, na próxima década, carvão e gás natural ainda responderão ​​pela maior parte da geração de eletricidade, ao mesmo tempo, energia nuclear deve aumentar 35% em 2035 e mais de 80% até 2050 por apoio de políticas governamentais em mais de 40 países. Energia renovável, solar e eólica, deverão representar metade da geração de eletricidade mundial até 2035 e, nos últimos 5 anos, capacidade instalada aumentou 30%/ano impulsionada pelos chineses, já que, a queima de combustíveis fósseis para gerar eletricidade liberará gases efeito estufa que contribuirão ao aquecimento global resultando mudanças de longo prazo na temperatura e padrões climáticos, do, que é conhecido como mudança climática. Energia solar fotovoltaica e eólica têm potencial para impulsionar transição energética, conforme o relatório World Energy Outlook da AIE, Agência Internacional de Energia, concluindo que, a demanda por carvão, o mais poluente dos combustíveis fósseis e atualmente maior fonte de geração de energia global, deve diminuir antes do fim da década.

Evento da Universidade de Chipre abriu espaço ao explorador Robert Sarmast que apresenta mapas subaquáticos aprimorados por IA, mostrando o que descreve como  estrutura geométrica a meio km abaixo do mar na Cordilheira de Latakia, entre Chipre e Síria, marcando retorno de Sarmast ao Chipre 20 anos pós expedições em águas profundas, 2004 e 2006, que atraíram atenção global à Cordilheira de Latakia como possível local de assentamento antigo. Fundado por Sarmast em 2025, LRRI, Instituto de Pesquisa da Cordilheira de Latakia, em comunicado à imprensa, mostrou modelo de detecção de anomalias por IA a dados batimétricos regionais do Mediterrâneo Oriental com instrução de "encontrar o que não se encaixa na geologia de fundo", ao identificar localização no topo da Cordilheira de Latakia que apresenta bacia retangular plana com bordas bem definidas, taludes perimetrais formando recinto semelhante a trincheira, canal transversal ao sul perpendicular à encosta interna,  canal elevado semelhante a rio que atravessa a bacia e dois montes triangulares espelhados em relação a canal reto, conforme o LRRI em que vários conjuntos de dados independentes confirmaram que os padrões não eram erros de mapeamento, com Sarmast em comunicado à imprensa, dizendo “não estamos anunciando a descoberta de uma cidade perdida”, “estamos anunciando anomalia geométrica específica que não conseguimos explicar e estamos convidando a comunidade científica a nos ajudar testá-la.” Por fim, o LRRI descreve as estruturas representando paisagem artificial em península submersa como uma das questões em aberto mais intrigantes sobre a civilização antiga no Mediterrâneo Oriental, sendo que o sítio recém-identificado fica a vários kms além da área visada em expedições anteriores, em zona que as missões não conseguiram resolver com a tecnologia disponível à época. Sarmast é autor do livro "A Península Submersa: Cidade Subaquática Estonteante na Cordilheira de Latakia", sintetizando 3 décadas de análises geológicas e geofísicas, além de argumentar que, se estruturas da Cordilheira de Latakia forem confirmadas como artificiais, corroboram conclusões apresentadas por geofísicos russos em meados do século XX, em que partes do nordeste do Mediterrâneo podem ter estado acima do nível do mar em período mais recente que o assumido pelas cronologias ocidentais convencionais. Nova expedição científica a partir do Chipre com proposta de verificação física através de amostragem de sedimentos no topo da Dorsal de Latakia, levantamentos de sonar multifeixe de alta resolução e perfilagem do subsolo, além de, imagens visuais da bacia retangular e estruturas associadas e reuniões com a presença de cientistas do Chipre, Síria e Rússia.

Moral da Nota: o MIT, Massachusetts Institute of Technology, divulgou estudo lançando luz sobre a capacidade real IA de deslocar trabalhadores no mercado atual, sendo que a pesquisa, parte do Projeto Iceberg do MIT utilizando modelo avançado de análise aponta que à tecnologia atual automatizar e tomar o lugar de 11,7% dos empregos nos EUA. Particularmente notável por focar na "IA agêntica", Agentic AI, o estudo utiliza modelos capazes de raciocínio de múltiplas etapas e interação complexa com fluxos de trabalho, além das funções simples de chatbots, quer dizer, não se resume apenas à máquina substituindo o humano, mas, um novo e sutil mecanismo de deslocamento impulsionado por custo em que IA substitui o trabalhador local através de trabalhador remoto que a utiliza como ferramenta. O estudo comprova que o custo de implementar sistema IA para automatizar tarefas na empresa é, em muitos casos, mais barato que manter custos salariais e operacionais do trabalhador local, em que tal viabilidade econômica é o motor que impulsiona adoção e deslocamento. Profissões com maior risco de substituição são as que dependem de análise de dados, interações digitais e tarefas estruturadas, como atendimento ao cliente, programação de baixo nível e análise de mercado, por fim, o estudo conclui que a substituição de 11,7% da força de trabalho dos EUA é economicamente atraente às empresas, servindo como alerta à necessidade de requalificação profissional e políticas públicas que abordem impacto IA não apenas como ferramenta tecnológica, mas como fator disruptivo  na economia do trabalho.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

O Relatório

Relatório do CD Howe Institute mede habilidades e conhecimento dos trabalhadores da indústria de petróleo e gás e os combina com ocupações em energia renovável, com  Lin Al-Akkad, autora e analista de políticas, exemplificando que, um engenheiro químico em usina de combustível fóssil compartilharia habilidades e conhecimentos com um engenheiro nuclear, descobriu ainda que, embora trabalhadores tenham habilidades e conhecimento para trabalhar em uma economia descarbonizada, muitos, precisariam aumentar o conhecimento técnico, o pensamento crítico e as habilidades de resolução de problemas. Descobertas sugerem que trabalhadores no setor de energia enfrentariam transição mais difícil, enquanto trabalhadores com empregos na indústria e cadeia de suprimentos, como gerente responsável por armazenagem, teriam transições mais suaves, no relatório, Al-Akkad pede ao governo federal melhoria do banco de dados de habilidades ocupacionais e criação de programas de treinamento específicos à cada setor para ajudar trabalhadores na transição à novos empregos. Hadrian Mertins-Kirkwood, pesquisador da mudança canadense à economia de carbono zero no Centro Canadense de Alternativas Políticas, disse que o estudo foi passo útil à estudar como a descarbonização mudará o mercado de trabalho, esclarecendo que,“é ponto de partida produtivo”, concluindo, “no fim das contas, precisamos conversar com trabalhadores e empregadores e ter ideia de como isso acontece no mundo real.” Voltando a Al-akkad, para medir lacuna de habilidades, disse que precisava encontrar meio de quantificar e pontuar habilidades e conhecimentos necessários ao exercício de ampla gama de ocupações, esclarecendo que, “se tivermos sistema que permita mapear habilidades, poderá colocar esses links em um site aos trabalhadores”, concluindo, “pode facilitar mudança de ocupação e economizar tempo.” Vale a nota que, Al-akkad se baseou no banco de dados da Rede de Informações Ocupacionais dos EUA, ou, O*NET, e no Sistema de Informações Ocupacionais e de Habilidades do Canadá, ou, banco de dados OaSIS, que armazenam informações e dados sobre competências necessárias para trabalhar em 900 ocupações, sendo que o banco de dados O*NET inclui biblioteca de habilidades e conhecimentos necessários à cada trabalho, como escuta ativa, gerenciamento de tempo ou negociação e, para cada trabalho no banco de dados, um painel de analistas classifica em escala de zero a 100 a importância de cada habilidade à cada trabalho e o nível de cada habilidade necessária à cada trabalho. Um juiz, a escuta ativa tem pontuação de importância, 100, e pontuação de nível, 84,  um açougueiro, a escuta ativa tem pontuação de importância, 53, e pontuação de nível, 43, com o OaSIS tem pontuações semelhantes à cada ocupação, classificadas em escala de 1 a 5, sendo que utilizou ambos os bancos para mensurar habilidades e conhecimentos necessários à 19 empregos nos setores de energia, manufatura e distribuição da cadeia de suprimentos, no total, analisou 57 empregos que, segundo sua previsão, poderiam ser afetados pela transição à economia de baixo carbono. Por fim, descobriu que trabalhadores que enfrentam maiores lacunas de qualificação são trabalhadores altamente qualificados no setor de energia, como engenheiros ou geocientistas, necessitam de muita formação em área específica  e, portanto, precisam mais qualificação para transitar de uma usina de petróleo e gás à posição semelhante em usina de energia verde, enquanto funções que exigem diplomas de ensino médio ou certificados pós-secundários apresentam lacuna de habilidades menor, significando que seria mais fácil fazer transição à empregos mais verdes.

Em tempos de mudança, o La Niña é anunciado e considerado em previsões nos próximos meses, com algumas considerações podendo estar equivocadas e levar a conclusões climáticas distantes da realidade, com o CPC, Climate Prediction Center da National Oceanic and Atmospheric Administration, NOAA, dos EUA, divulgando estimativa de 71% de probabilidade de desenvolvimento La Niña, já, a Bureau Of Meteorology, aumentou a probabilidade à formação do fenômeno. Em outubro, a NOAA emitiu um La Niña Advisory, indicando condições típicas do fenômeno presentes e persistentes nos meses a seguir, no entanto, a informação é trabalhada de modo incerto, ignorando metodologia de classificação do fenômeno La Niña e em que momento o resfriamento do Pacífico Equatorial influenciaria padrões climáticos do Brasil, por exemplo. Vale lembrar que La Niña foi previsto em momentos de 2024, decorrente aumento de probabilidade que não se concretizou, no entanto, houve aviso da NOAA sobre atuação do fenômeno entre fins de 2024 e início de 2025, ou, “La Niña de curta duração” não considerada oficialmente pela instituição, daí, pode haver confusão entre o que é La Niña e o que pode trazer padrão climático similar ao fenômeno no Brasil, não sendo qualquer resfriamento que afeta a circulação atmosférica, necessitand intensidade e persistência do padrão mais frio na região do Pacífico Equatorial, daí, a existência de limites definidos à classificação do El Niño e La Niña e consequências. Padrão climático em vigor não se associa ao resfriamento do Pacífico Equatorial denotando pseudo La Niña, enquanto a associação com o padrão climático persitente o fenômeno tem sido frequente mostrando certa confusão sobre impactos no Brasil, considerando que no sul do país há aumento de chuvas no outono e inverno, e redução de em meados da primavera, sem demonstrar período seco, em se tratando de Rio Grande do Sul. Por fim, outros fatores influenciam nas condições atmosféricas se intensificando ou diminuindo conforme condições em vigor, por exemplo, chuvas no sul podem encontrar resposta na Antártida com enfraquecimento do Vórtice Polar em razão do aquecimento mais intenso da atmosfera na região, principalmente estratosfera, resultando em índice de Oscilação Antártida, AAO, negativo, representando aumento da frequência de sistemas de precipitação, na primavera, esses sistemas adquirem maior amplitude, atingem o Brasil Central, sul e leste do Nordeste, daí, variedadees climáticas que podem ter alterações conforme determinadas condições que não são definitivas, a tônica é a variedade.

Moral da Nota: a diretora executiva da Iron & Earth, organização sem fins lucrativos que auxilia trabalhadores do setor de combustíveis fósseis e comunidades indígenas acessarem energia renovável, Luisa da Silva, esclarece em relação a questão da migração da energia fóssil à renovável sob a ótica do trabalho, diz que, “as recomendações são sólidas e refletem muito do trabalho que faz”. Segundo a diretora, grande parte do trabalho da organização inclui treinar pessoas para instalar e manter painéis solares e turbinas eólicas nas comunidades, de 2021 até o momento, a organização treinou mais de 230 pessoas em instalações solares e eólicas, na prática, muitas pessoas nas comunidades com as quais a Iron & Earth trabalha possuem habilidades necessárias instalar e operar infraestrutura de energia renovável, só precisam de experiência prática. A Iron & Earth usa os mesmos bancos de dados ocupacionais para criar a ferramenta chamada Portal de Carreira Climática para ajudar trabalhadores encontrar empregos verdes que corresponda suas habilidades, dizendo que, “não vão se apresentar como especialistas em Red Seal, vão obter informações suficientes para trabalhar como técnicos”. Por fim, a diretora do Iron, pede aos formuladores de políticas que garantam que os trabalhadores canadenses, por exemplo,tenham acesso às habilidades e treinamento necessários para encontrar empregos em renovável, textualmente, “outros países avançam à velocidade da luz comparados ao Canadá” e, conclui, “queremos acompanhar o ritmo e garantir que, como país, não fiquemos para trás, a economia depende disso.”