A gangrena gasosa volta disseminar entre feridos da guerra na Ucrânia, segundo relatos ao The Telegraph, doença que se associa às trincheiras da 1ª guerra e considerada erradicada na Europa, decorrente ao uso de drones que dificultam ou impossibilitam evacuação de feridos propagando infecções. Trata-se de infecção grave dos músculos causada por bactérias do gênero Clostridium, com formação de bolhas de gás sob a pele multiĺicando-se em tecidos sem oxigênio provocando necrose, dor, inchação, mudança de coloração do tecido e sensação de estalo ao movimentar gases sendo que o tratamento requer cirurgia para limpar a ferida e doses de antibióticos, quase impossível nos primeiros dias pós lesão nas condições da linha da frente. A gangrena gasosa esteve associada à 1ª guerra devido combinação de fatores, ou, condições da linha da frente, feridas graves e atendimento médico limitado além de trincheiras úmidas e lamacentas em campos fertilizados com esterco e bactérias Clostridium, daí, balas e estilhaços provocarem feridas extensas criando ambiente à proliferação bacteriana. Na guerra da Ucrânia a limpeza cirúrgica do ferimento e o uso direcionado de antibióticos, muitas vezes é impossível imediatamente pós lesão devido acesso limitado aos meios, enquanto a resistência antimicrobiana aumenta devido ferimentos relacionados ao conflito e tratamento atrasado ou incompleto, serviço de saúde interrompido além de uso frequente de antibióticos de amplo espectro, fatores que incentivam disseminação de agentes resistentes a medicamentos. Vale a nota que a guerra com drones forçou refugio em abrigos subterrâneos enquanto a maior parte do atendimento médico ocorre em bunkers e porões de prédios abandonados, locais onde os drones não conseguem chegar, onde realizam cirurgia de controle de danos consistindo tratar ferimentos mais graves que representam risco de vida além de instrumentos com esterilização precária. Por fim, desafios com evacuação de feridos e problemas com antibióticos permitem o ressurgimento de doenças antes erradicadas, em que, resistência a antibióticos é problema sério complicando o tratamento.
A África enfrenta o pior surto de cólera em 25 anos, com o CDC, Centro de Controle e Prevenção de Doenças da África, informando 300 mil casos confirmados e suspeitos de em 2025, aumento em relação a 2024, mais de 7 mil mortes, enquanto Angola e Burundi apresentam novos surtos sugerindo transmissão ativa da doença e, conforme autoridades médicas africanas, aumento de 30% em relação ao total de casos registrados em 2024, com Angola registrando 33.563 casos em 2025, 866 mortes, e Burundi 2.380 casos, 10 mortes. A cólera é doença bacteriana transmitida pela ingestão de água contaminada ou contato com água através de feridas abertas, em alguns casos, é possível infectar ao comer frutos do mar crus, não é transmitida de pessoa à pessoa, portanto, o contato casual não representa risco causando diarreia grave e desidratação e, não tratada, pode matar em horas mesmo pessoas saudáveis. O CDC Africa atribui o aumento da doença ao acesso precário à água potável e conflitos no continente, mesmo países que registraram leves reduções nos casos de cólera, enfrentam superlotação e saneamento precário em campos de refugiados, considerando que, em agosto, 40 pessoas morreram de cólera em Darfur, Sudão, apresentando 2300 casos e campos de refugiados locais particularmente afetados. Os Médicos Sem Fronteiras, MSF, descrevem como o pior surt em anos, em que a guerra sudanesa danificou e destruiu parte da infraestrutura civil nacional incluindo estações de tratamento de esgoto e água, com o Sudão registrando 71.728 casos de cólera em 2025 e 2.012 mortes, dados do CDC Africa, em 2017, um surto matou 700 pessoas e infectou 22 mil em 2 meses, no surto mais recente, autoridades especulam que o abastecimento de água foi contaminado com cólera devido mistura das águas das enchentes com esgoto.
Moral da Nota: a Etiópia confirma o 1º surto do vírus Marburg pós 9 casos relatados no sul na região de Omo, fronteira com o Sudão do Sul, país assolado por conflitos e com sistema de saúde frágil, valendo dizer que o vírus Marburg tem estrutura filamentosa e é transmitido por morcegos frugívoros, mamíferos que se alimentam de frutas desempenhando papel crucial na dispersão de sementes. O diretor-geral da OMS, afirmou que a agência da ONU "apoia a Etiópia para conter o surto e tratar pessoas infectadas, além de apoiar esforços para lidar com potencial de disseminação transfronteiriça", enquanto o Ministério da Saúde etíope informou que estão sendo realizados exames na comunidade em relação ao surto com esforços para conscientizar a população. Elogiou o Ministério da Saúde etíope e demais agências de saúde pela “resposta rápida e transparente ao surto” publicando nas redes sociais que “a ação rápida demonstra seriedade do compromisso do país em controlar o surto rapidamente”. O vírus de Marburg é da mesma família do Ebola, Filoviridae, filovírus, descrito como mais grave que o Ebola com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, CDC, dos EUA descrevendo como febre hemorrágica “rara, grave”, que pode ser fatal, originária de morcegos frugívoros egípcios, podendo se espalhar entre pessoas quando em contato com fluidos corporais de pessoa infectada ou objetos contaminados por esses fluidos, como roupas ou lençóis. Os infectados apresentam febre, erupção cutânea e sangramento, não há tratamento ou vacina ao vírus de Marburg, com CDC afirmando que “o tratamento se limita a cuidados de suporte”, repouso e hidratação.