A empresa de dados e análises, Global Data, nos avisa que o mercado de doença de Parkinson abrangendo EUA, França, Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido e Japão deve crescer de US$ 3,4 bilhões em 2023 à US$ 7,9 bilhões em 2033, decorrente introdução de 10 produtos em desenvolvimento e adoção de métodos de administração levodopa e pela prevalência da Doença Parkinson, DP, devido ao envelhecimento da população nestes países. O relatório “ Parkinson's Disease: Seven-Market Drug Forecast and Market Analysis ,” mostra aumento nas vendas para DP, especificamente, terapias com levodopa, inibidores de catecol-o-metiltransferase, COMT, agonistas de dopamina, inibidores de monoamina oxidase B, MOA-B, além de agentes antiparkinsonianos e de demência à DP e, dentre as classes de medicamentos pré-existentes, espera-se que agentes que visam demência DP vejam crescimento no período previsto, além disso, o lançamento de 10 terapias pipeline em estágio avançado incluindo 2 terapias modificadoras da doença e tratamentos sintomáticos visando diversas necessidades DP deve impulsionar estimativa de US$ 3,5 bilhões em vendas até 2033. A expansão do sistema de administração levodopa Produodopa/Vyalev da AbbVie após lançamento no Japão em 2023, tem lançamento previsto nos EUA em 2025 com vendas projetadas de US$ 1,2 bilhão até 2033, no entanto, a análise destaca prevalência de Doença de Parkinson, com casos diagnosticados devendo aumentar de 2,6 milhões em 2023 à 3,1 milhões até 2033 ao longo dos países em questão, sendo que o número de casos tratados é previsto para aumentar de 1,9 milhão em 2023 à 2,3 milhões em 2033, refletindo envelhecimento da população, valendo dizer que espera-se que a expiração da patente de terapias-chave, incluindo Nuplazid, pimavanserina, Rytary carbidopa/levodopa, Ongentys, opicapona e Xadago, mesilato de safinamida, restrinja o crescimento do mercado, enquanto coletivamente, as terapias que devem perder proteção de patente no período previsto foram responsáveis por US$ 1,1 bilhão em vendas em 2023 nos países em questão, devendo cair para US$ 202,8 milhões até 2033.
A Journées Francophones de la Nutrition de 2024 realizado em Estrasburgo, reuniu especialistas para discutir impacto da exposição a contaminantes na saúde da tireoide, implicações ao bem-estar materno/fetal considerada área-chave decorrente o papel crítico que os hormônios tireoidianos maternos desempenham para garantir o desenvolvimento cerebral fetal adequado e a saúde neurológica ao longo da vida. Considerando que os Hormônios tireoidianos maternos são indispensáveis à maturação cerebral adequada no feto, com Jean-Baptiste Fini, PhD, biólogo do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica, esclarecendo que embora a deficiência grave de iodo na gravidez, que causa cretinismo não é mais vista na França e mesmo deficiências leves podem ter efeitos profundos no desenvolvimento fetal, considerando que estudo de coorte, populacional, destaca impacto de níveis insuficientes de hormônio tireoidiano materno, já que crianças nascidas de mães com hipotiroxinemia, antes da gravidez ou no 1º trimestre, apresentaram pontuações de QI mais baixas, densidade de matéria cinzenta reduzida e volumes corticais menores, daí, o metabolismo da tireoide fetal pode ser interrompido por contaminantes transmitidos pela dieta da mãe, pois a barreira placentária não bloqueia certas substâncias nocivas, com estudos investigando efeitos da exposição intrauterina a contaminantes em distúrbios do desenvolvimento infantil. Estudo epidemiológico identifica correlação entre atrasos de linguagem em crianças de 30 meses e exposição materna a produtos químicos específicos, medido em amostras de sangue e urina maternas, determinando experimentos com girinos expostos aos mesmos produtos químicos revelando função prejudicada em múltiplos genes envolvidos na atividade das células-tronco neurais, com redução significativa na mobilidade. Em 2021, o Instituto Nacional Francês de Saúde e Pesquisa Médica, INSERM, publicou relatório sobre os efeitos da exposição a pesticidas na saúde, em comparação com o relatório anterior de 2011 as descobertas de 2021 vinculam patologias adicionais incluindo distúrbios da tireoide, à exposição a pesticidas com nível moderado de causalidade presumida, embora ligação causal definitiva não tenha sido estabelecida à mulheres grávidas, recém-nascidos ou mulheres expostas a pesticidas, por exemplo, que vivem próximo de áreas agrícolas ou industriais, a exposição ocupacional a certos produtos químicos foi associada a riscos aumentados de hipotireoidismo, considerando que os produtos químicos incluem inseticidas organoclorados, como clordano, herbicida e pesticida organofosforado, sendo que notavelmente, a exposição ao clordano foi associada ao hipotireoidismo em esposas de fazendeiros, daí, estudos de toxicologia experimental são necessários para confirmar essas associações, considerando que pesquisas in vivo mostraram que certos pesticidas, como organoclorados, organofosforados, carbamatos e piretróides, interrompem a síntese de tiroxina.
Moral da Nota: pesquisadores israelenses desenvolveram pesquisa de aprendizado de máquina com sensores vestíveis podem avançar no monitoramento e tratamento da doença de Parkinson, sendo que o projeto da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Universidade de Tel Aviv visa auxiliar neurologistas criando sistema contínuo e automatizado para rastrear episódios de congelamento da marcha, FOG, sintoma debilitante que afeta pacientes de Parkinson. O FOG, afeta 38-65% dos portadores de Parkinson, é fenômeno que leva a incapacidade repentina e temporária de andar, episódios que podem durar de alguns segundos a mais de um minuto durante os quais os pés do paciente parecem “colados” ao chão, segundo o Prof. Jeff Hausdorff, que liderou o estudo, “o FOG pode prejudicar a mobilidade, independência e qualidade de vida na doença de Parkinson, frequentemente levando a quedas e lesões”, atualmente, o diagnóstico e o rastreamento de FOG depende de questionários auto relatados, observação visual por clínicos ou análise de vídeo quadro a quadro de pacientes em movimento, embora a análise de vídeo seja confiável e precisa, consome tempo, requer vários especialistas e é impraticável à monitoramento de longo prazo. Um dos coautores do estudo, Amir Solomon, esclarece que “pesquisadores estão tentando usar sensores vestíveis para rastrear e quantificar o funcionamento diário dos pacientes” e, “até agora, os testes bem-sucedidos se basearam em número pequeno de indivíduos” e para superar as limitações, a equipe da TAU coletou dados de vários estudos existentes, compilando informações sobre mais de 100 pacientes e 5 mil episódios de FOG, dados que foram carregados no Kaggle, plataforma do Google conhecida por hospedar competições internacionais de aprendizado de máquina, com pesquisadores convidados a desenvolver modelos a serem incorporados em sensores vestíveis e quantificar episódios de FOG em termos de duração, frequência e gravidade, obtendo como resposta, 1.379 equipes de 83 países enviando quase 25 mil soluções. Os modelos desenvolvidos tiveram desempenho adequado com resultados próximos aos obtidos por análise de vídeo, atualmente padrão ouro, na verdade, os modelos de aprendizado de máquina superaram testes anteriores que dependiam de sensores vestíveis únicos, sendo que uma das descobertas do estudo foi a relação entre a frequência de FOG e a hora do dia, com Eran Gazit, outro coautor, observando que "pela primeira vez, um padrão diário recorrente, com picos de episódios de FOG em certas horas do dia", pode estar ligado a fatores clínicos como fadiga ou efeitos de medicamentos, oferecendo informações sobre tratamento e gerenciamento de FOG.