As ONGs Bloom, defesa dos oceanos, e Foodwatch, defesa do consumidor, em relatório, informam que grande parte do atum em conserva da UE está 100% contaminado com mercúrio, solicitando às redes de distribuição e autoridades públicas, "medidas de emergência" incluindo redução dos limites permitidos à comercialização do produto após a Bloom selecionar aleatoriamente 148 latas de atum na França, Alemanha, Inglaterra, Espanha e Itália, testando em laboratório independente, obtendo como resultado, "100% das latas contaminadas com mercúrio". Em mais da metade do atum examinado, a concentração de mercúrio supera o limite máximo estabelecido à outras espécies de peixes como o bacalhau e anchovas, de 0,3 mg/kg, e, ao atum, o limite foi fixado em 1 mg/kg, no entanto, o limite é calculado sobre o "produto fresco" e, segundo cálculos da Bloom, corresponde a concentração de 2,7 mg/kg na conserva considerando que o mercúrio fica mais concentrado pós desidratação. Na França, por exemplo, a marca Petit Navire testada na investigação apresentou concentração de 3,9 mg/kg, com a pesquisadora da Bloom esclarecendo que "a forma como as normas de saúde foram estabelecidas no âmbito europeu é escandalosa", concluindo que, "foram definidas com base na taxa de contaminação de atuns observada e não no perigo que o mercúrio representa à saúde humana, decorrente o objetivo de garantir a venda de 95% do pescado", com a ONG esclarecendo que o problema está em regulamento sobre contaminantes revisado em 2022 por "comitê técnico" da Comissão Europeia, ou, SCoPaFF, Comitê Permanente das Plantas, Animais, Alimentos e Rações, já que, "os limites máximos são definidos buscando comercializar o maior número possível de peixes contaminados chamado de método ALARA, 'tão baixo quanto razoavelmente alcançável', quer dizer, tão baixo quanto interesses comerciais permitem", considerando que para a ONG ,"não há justificativa sanitária para a diferença, o mercúrio não é menos tóxico se ingerido via atum, apenas a concentração do metal no alimento conta". Classificado pela OMS como "uma das 10 substâncias mais preocupantes à saúde pública", no oceano, o metal se mistura com bactérias e se transforma em metilmercúrio, derivado mais tóxico e, segundo a OMS, "Problemas neurológicos e comportamentais podem ser observados pós exposição a diferentes compostos de mercúrio por inalação, ingestão ou contato dérmico", com a Anses, Agência Francesa de Segurança Alimentar, reconhecendo que em "altas doses, o metilmercúrio é tóxico ao sistema nervoso central humano especialmente no desenvolvimento intrauterino e 1ª infância", recomendando limitar o consumo, mas não evitá-lo completamente, mulheres grávidas e crianças menores de 3 anos. A vice-diretora de avaliação de riscos da Anses, informou a Comissão Europeia que "garantir padrões elevados de segurança alimentar é prioridade essencial da UE aos cidadãos", concluindo que "em 2022, os limites máximos de mercúrio nos alimentos foram revisados com base em dados mais recentes", que segundo a Comissão, "dados sobre a presença de mercúrio no atum mostraram que não havia margem para reduzir mais o limite máximo com base no princípio do 'nível mais baixo que seja razoavelmente possível alcançar'" e, diante o que consideram ser "escândalo de saúde pública", a Bloom e a Foodwatch exigem "medidas de emergência" das autoridades públicas e pedem à Comissão Europeia e autoridades francesas que adotem o limite máximo mais rigoroso de 0,3 mg/kg, além da solicitação que distribuidores comercializem apenas produtos abaixo desse limite.
Vale a Nota que estudo da Purdue University aparecendo na última edição do Proceedings of the National Academy of Sciences, informa que pesquisas mostram como, em escala local, o estudo e desenvolvimento agrícola levaram a variedades de cultivo melhoradas que resultaram em benefícios globais ao ambiente e a sustentabilidade do sistema alimentar, com o professor associado de pesquisa em economia agrícola da Purdue dizendo que "em nível global, vemos redução no uso de terras agrícolas devido as melhorias tecnológicas, levando a ganhos no estoque de carbono terrestre evitando perda de espécies vegetais e animais ameaçadas". O estudo é o primeiro realizar análise em escala fina que remonta ao início dos anos 1960, incorporando dados globais de 100 mil células de grade, em que cada célula cobre área de 27,2 km² no equador, considerando que células de grade mais ao norte e ao sul do equador tornam-se menores decorrente a curvatura da Terra, com o coautor do estudo, Distinguished Professor of Agriculture, dizendo que "precisa dessa resolução espacial à chegar na questão da biodiversidade, porque biodiversidade não é uniformemente distribuída". Outra questão decorrente o estudo, revelou como mudanças no uso da terra agrícola afetaram a biodiversidade, ao descobrir que, globalmente, o uso reduzido da terra agrícola resultante de variedades de culturas melhoradas salvou 1.043 espécies de animais e plantas, sendo que a pesquisa relata que espécies de plantas salvas somaram 818, com 225 espécies de anfíbios, pássaros, mamíferos e répteis, com coautores relatando que "80% das perdas evitadas em espécies de plantas estão localizadas em 31 dos 34 pontos críticos de biodiversidade mapeados no modelo". A agricultura cobre 37% da área terrestre da terra e gera um quarto das emissões de gases de efeito estufa que os humanos produzem, com o estudo descobrindo que variedades de culturas melhoradas reduziram a quantidade de área de terras cultiváveis de 1961 a 2015 em mais de 39 milhões de acres, enquanto a produção agrícola aumentou em 226 milhões de toneladas métricas enquanto preços das colheitas caíram quase 2% como resultado das variedades de culturas melhoradas. Quantificou impacto de novas variedades de culturas desenvolvidas pelo Grupo Consultivo sobre Pesquisa Agrícola Internacional, CGIAR, rede global de inovação de 15 % que comemorou 50º aniversário em 2021, com os coautores dizendo que, "globalmente, as tecnologias CGIAR contribuíram com 47% dos ganhos totais de produção da adoção de variedades de culturas melhoradas em países em desenvolvimento" de 1961 a 2015, sendo que tecnologias CGIAR reduziram o uso de terras agrícolas, emissões de gases efeito estufa e perda de biodiversidade. Os resultados foram gerados a partir do modelo global de agricultura, uso da terra e meio ambiente da Purdue, chamado de Modelo Internacional Simplificado de Preços Agrícolas, Uso da Terra e Meio Ambiente, Gridded, ou, SIMPLE-G, que incorporou dados de décadas de adoção de variedades e rendimentos de culturas em nível de fazenda fornecido pelo economista do Serviço de Pesquisa Econômica do Departamento de Agricultura dos EUA, por fim, a pesquisa foi apoiada pelo Bureau de Resiliência e Segurança Alimentar da Agência dos EUA ao Desenvolvimento Internacional e pelo Serviço de Pesquisa Econômica do USDA.
Moral da Nota: a Comissão Europeia alocou 6,8 milhões de euros no Corredor de Hidrogênio Nórdico-Báltico, em cofinanciamento do CEF, Mecanismo Interligar a Europa, à projetos de infraestrutura energética transfronteiriços no âmbito das RTE-E, Redes Transeuropeias de Energia, e o NBHC, Corredor de Hidrogênio Nórdico-Báltico, para apoiar a fase de estudo de viabilidade, e, conforme a TSO Elering, operadora do sistema de transmissão estoniano, a decisão aumenta infraestrutura de hidrogênio que conecta Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia e Alemanha, vital ao futuro da energia verde da Europa, grande testamento da qualidade e necessidade do projeto NBHC mostrando potencial para contribuir com metas de autossuficiência energética da UE e apoiar transição à energia limpa. Auxilia o projeto NBHC executar estudos de viabilidade nos países, se concentrando em aspectos incluindo roteamento de gasodutos, planejamento de estações de compressão, análise financeira e econômica, questões de permissão ambiental e segurança, bem como investigações sobre cronograma de implementação, esperando que sejam executados até o final de 2026. O NBHC é projeto de seis TSOs europeus, incluindo Gasgrid vetyverkot Oy da Finlândia, Elering da Estônia, Conexus Baltic Grid da Letônia, Amber Grid da Lituânia, GAZ-SYSTEM da Polônia e ONTRAS da Alemanha e, conforme participantes, a decisão reforça competitividade do Báltico no setor de hidrogênio e confirma comprometimento no projeto com o desenvolvimento de infraestrutura de hidrogênio nacional e internacional e, conforme a Elering, o sucesso do NBHC em garantir o financiamento demonstra importância das colaborações transfronteiriças na transição da Europa à futuro de energia limpa e sustentável, enquanto a fase de viabilidade avança, o projeto está definido para se tornar pedra angular do cenário energético da Europa promovendo economia verde e apoiando meta da UE de atingir emissões líquidas zero até 2050. Por fim, o Corredor de Hidrogênio Nórdico-Báltico é iniciativa projetada para integrar hidrogênio renovável em 6 estados-membros da UE conectando centros de produção nas regiões nórdica e báltica com grandes centros de demanda, sendo que contribuirá à descarbonização de sistemas de energia incluindo setores industriais difíceis reduzindo emissões de carbono em até 37 milhões de toneladas de CO2 equivalentes anualmente até 2050.