Estudo publicado na Age and Ageing, demonstra ferramenta de auto-relato desenvolvida pela Universidade Murdoch com objetivo de detectar doença de Alzheimer e outras formas de demência, inventário de Comprometimento Cognitivo Subjetivo McCusker, McSCI, resultado de mais de uma década de pesquisa liderada pelo Professor de Psicologia e Neurociência Clínica Hamid Sohrabi no Centro de Envelhecimento Saudável, parte do Health Futures Institute de Murdoch. Em colaboração com o professor Ralph Martins AO, diretor de pesquisa da Alzheimer's Research Australia, além de colegas da Edith Cowan University, da Macquarie University e University of Western Australia, demostra que "o McSCI é contribuição ao campo da saúde cognitiva e triagem de demência permitindo identificar indivíduos com níveis moderados a graves de declínio cognitivo subjetivo, SCD, com 99,9% de precisão". O questionário de auto-relato é composto por 46 itens avaliando preocupações em 6 domínios cognitivos, ou, memória, linguagem, orientação, atenção e concentração, habilidades de construção visual e função executiva, sendo importante que a ferramenta será Open Access significando que não terá custo à clínicos ou pesquisadores na esperança que a utilização do McSCI se torne comum à triagem precoce de demência, esclarecendo que, "a ferramenta é útil para detectar declínio cognitivo relacionado a processos neurodegenerativos como estágios pré-clínicos da doença de Alzheimer". O cientista avalia que para controlar a doença de Alzheimer importa lidar com ela rapidamente demonstrando que "o diagnóstico precoce é essencial para que os tratamentos sejam eficazes, ao passo que o McSCi é ferramenta para rastrear indivíduos com alto risco de Alzheimer e demência" e, dos mais de 421 mil australianos que vivem com demência hoje, a doença de Alzheimer é a forma de demência mais comumente diagnosticada em adultos mais velhos. Considerando avanços em imunoterapias, especificamente medicamentos aprovados pela FDA, Lecanemab e Donanemab, sugerem que quanto mais cedo a doença for detectada mais eficaz é o tratamento, apesar dos primeiros sinais de demência podendo ser muito sutis e diferirem de pessoa para pessoa com, a Dementia Australia, explicando que os sinais iniciais mais comuns de demência incluem, mas não estão limitados a, perda de memória, alterações nas habilidades de planejamento, resolução de problemas e dificuldades em concluir tarefas cotidianas. O McSCI distingue com precisão experiências pré-clínicas de declínio cognitivo e experiências relatadas em estágios clínicos de demência, servindo portanto melhor na detecção em risco, em vez de com demência e, a diretora executiva da Alzheimer's Research Australia, esclarece que o "McSCI é salto na detecção precoce e gerenciamento da demência oferecendo promessa à aqueles em risco, ferramenta que causará impacto na triagem de saúde cognitiva e dará esperança a indivíduos e suas famílias". Com o envelhecimento da população australiana e expectativa que 1 milhão de pessoas vivam com demência em 2050 é urgente a necessidade de teste de SCD preciso e confiável com "o McSCI eliminando o jogo de adivinhação aos médicos e dando paz de espírito a indivíduos e suas famílias" em que "torna possível o primeiro passo dessa previsão que resulta em economia de tempo, dinheiro e recursos do sistema de saúde."
Em Cambridge, cientistas desenvolveram ferramenta IA capaz de prever em 4 de 5 casos se pessoas com sinais precoces de demência permanecerão estáveis ou desenvolverão doença de Alzheimer, afirmando que a abordagem pode reduzir necessidade de testes diagnósticos invasivos e caros ao mesmo tempo que melhora resultados do tratamento precoce quando intervenções como mudanças no estilo de vida ou novos medicamentos podem ter chance de funcionar melhor. A demência é desafio global significativo à saúde afetando mais de 55 milhões de pessoas no mundo a custo anual de US$ 820 bilhões, esperando-se que o número de casos triplique nos próximos 50 anos sendo a principal causa da demência a doença de Alzheimer que responde por 60-80% dos casos em que a detecção precoce é crucial, quando tratamentos provavelmente são mais eficazes, no entanto, diagnóstico e prognóstico precoces da demência podem não ser precisos sem testes invasivos ou caros como tomografia por emissão de pósitrons, PET, ou punção lombar, não disponíveis em todas as clínicas de memória e, como resultado, um terço dos pacientes pode ser diagnosticado incorretamente e outros diagnosticados tarde demais para que o tratamento seja eficaz. Pesquisa publicada na eClinical Medicine, demonstra que Cientistas do Departamento de Psicologia da Universidade de Cambridge desenvolveram modelo de ML, Aprendizado de Máquina, capaz de prever se e quão rápido um indivíduo com problemas leves de memória e pensamento progredirá para desenvolver Alzheimer demonstrando que é mais preciso que as ferramentas de diagnóstico clínico atuais sendo que no modelo, pesquisadores usaram dados de pacientes coletados rotineiramente, não invasivos e de baixo custo, ou, testes cognitivos e exames de ressonância magnética estrutural mostrando atrofia da substância cinzenta de mais de 400 indivíduos que faziam parte de pesquisa nos EUA. Testaram o modelo usando dados de pacientes do mundo real de mais 600 participantes do grupo norte americano e, mais importante, dados longitudinais de 900 pessoas de clínicas de memória no Reino Unido e Singapura em que o algoritmo distinguiu entre pessoas com comprometimento cognitivo leve estável e as que progrediram à doença de Alzheimer em um período de 3 anos, identificando corretamente indivíduos que desenvolveram Alzheimer em 82% dos casos e corretamente aqueles que não desenvolveram em 81% dos casos a partir de testes cognitivos e apenas 1 ressonância magnética. O algoritmo foi 3 vezes mais preciso na previsão da progressão à Alzheimer que o padrão atual de tratamento, isto é, marcadores clínicos padrão como atrofia da substância cinzenta ou pontuações cognitivas ou diagnóstico clínico mostrando que o modelo reduz significativamente o diagnóstico incorreto, também permitiu que pesquisadores estratificassem pessoas com Alzheimer usando dados da primeira visita de cada pessoa à clínica de memória em 3 grupos, ou, aqueles cujos sintomas permaneceriam estáveis, 50% dos participantes, aqueles que progrediriam à Alzheimer lentamente, 35%, e aqueles que progrediriam mais rapidamente, 15%. As previsões foram validadas ao analisar dados de acompanhamento ao longo de 6 anos ao identificar pessoas em estágio inicial o suficiente para que possam se beneficiar de novos tratamentos, ao mesmo tempo que identifica pessoas que precisam monitoramento próximo, pois sua condição provavelmente se deteriorará rapidamente ressaltando que 50% das pessoas que apresentam sintomas como perda de memória, mas permanecem estáveis, seriam melhor encaminhados à caminho clínico diferente pois seus sintomas podem ser causados por outras causas além da demência, como ansiedade ou depressão.
Moral da Nota: investigadores da doença de Alzheimer determinaram a estrutura de moléculas no cérebro humano com estudo publicado na Nature, descrevendo como usaram tomografia crioeletrônica guiada por microscopia de fluorescência explorando o cérebro de doador com doença de Alzheimer e originando mapas tridimensionais nos quais puderam observar proteínas dentro do cérebro, blocos de construção moleculares da vida, um milhão de vezes menores que um grão de arroz. O estudo se concentrou em 2 proteínas que causam demência, ou, a 'β-amiloide', proteína que forma placas microscópicas, e 'tau', outra proteína que, na doença de Alzheimer, forma filamentos anormais que crescem nas células e se espalham pelo cérebro, revelou a estrutura molecular do tau no tecido, como os amiloides são organizados e novas estruturas moleculares envolvidas nessa patologia no cérebro. A demência é a principal causa de morte no Reino Unido com Alzheimer sua forma mais comum, acreditando-se que tanto as placas β-amiloides quanto os filamentos tau anormais interrompem a comunicação celular, levando a sintomas como perda de memória e confusão, além de morte celular com o principal autor e professor associado da Faculdade de Biologia da Universidade de Leeds, esclarecendo que, "este primeiro vislumbre da estrutura das moléculas no cérebro humano oferece mais pistas sobre o que acontece com as proteínas na doença de Alzheimer e também estabelece abordagem experimental aplicada para entender melhor ampla gama de doenças neurológicas devastadoras." Catálogo de estruturas moleculares nos últimos 70 anos foi acumulado por cientistas e cada um trabalhando com proteínas isoladas em tubo de ensaio, no entanto, há muito se sabe que a maioria das funções na biologia são consequência de uma orquestra de muitas proteínas diferentes, sendo que este estudo realizado na Universidade de Leeds em colaboração com cientistas da Amsterdam UMC, Zeiss Microscopy e da Universidade de Cambridge, é parte de esforços de biólogos estruturais no estudo das proteínas dentro de células e tecidos, ambiente nativo, como trabalham juntas e afetam umas às outras em células e tecidos humanos devastados por doenças.