quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Aquecimento Oceânico

Os oceanos estão absorvendo mais calor que em qualquer outro momento registrado, tendência não uniforme, ou, 2 faixas localizadas perto de 40º de latitude em ambos os hemisférios aquecendo a taxa sem precedentes, transformação que está alterando padrões climáticos, correntes oceânicas e ecossistemas inteiros. Estudo descobre aquecimento oceânico sem precedentes nas zonas latitudinais do Atlântico e Pacífico em 2 faixas próximas a 40º de latitude em ambos os hemisférios mostrando aquecimento incomum, afetando regiões da Costa Leste dos EUA ao Japão e da Nova Zelândia ao Atlântico leste perto da Argentina, considerando que os oceanos absorvem mais calor que nunca, o aquecimento intenso nas faixas de 40° latitude Norte e  Sul levam a mudanças ligadas à corrente de jato polar e às correntes oceânicas em que áreas tropicais esquentam com mais variabilidade e, em consequência, chuvas extremas e ecossistemas marinhos alterados, daí, os oceanos globais aquecem em ritmo recorde. A maior parte do excesso de calor do aquecimento global reside no oceano e, desde 2005, concentrou-se em faixas próximas a 40° Norte e 40° Sul, com pouco aquecimento líquido nos sub trópicos com o aquecimento mais forte ocorrendo no Hemisfério Sul, embora as temperaturas da superfície do mar tenham aumentado mais no Hemisfério Norte, mudanças na circulação atmosférica com deslocamento em direção aos polos na corrente de jato e trajetórias de tempestades respondem ao lado de mudanças correspondentes nas correntes oceânicas ligadas por trocas de energia na superfície via calor, umidade e estresse eólico. O aquecimento coincide com mudanças na corrente de jato polar e nas correntes oceânicas que alteraram direção e profundidade do transporte de calor, sendo que os ventos transportam mais energia às áreas onde pode ser armazenada em camadas mais profundas do oceano a até 2 mil metros de profundidade, sendo que tais padrões de circulação alterados reforçam tempestades, mudam rotas de migração de peixes e modificam chuvas em áreas distantes através de tele conexões atmosféricas. A quantificação desse aquecimento levou cientistas usaram zettajoules, ou, 1 ZJ = 10²¹ joules, unidade de energia que lhes permite medir aumentos sutis, significativos, no conteúdo de calor do oceano,  precisão fundamental para identificar sinais de longo prazo em vez de variações naturais mais ruidosas, valendo lembrar que entre 10°Norte e 20°Sul, foi registrado aumento significativo de temperatura embora com variabilidade do El Niño e La Niña e, apesar dessas flutuações, as águas tropicais armazenam grandes quantidades de calor que aumenta a umidade atmosférica podendo levar a chuvas intensas e ciclones destrutivos. Descoberta inesperada foi a relativa estabilidade térmica em torno da latitude de 20° em ambos os hemisférios, zonas subtropicais parecendo atuar como corredores de trânsito térmico onde o calor não se acumula mas é redistribuído às outras regiões, ao passo que, o aumento das temperaturas em áreas do oceano afeta diretamente ecossistemas marinhos, peixes, mamíferos marinhos e fitoplâncton, alterando suas rotas migratórias, reprodução e habitats impactando a pesca, recurso à milhões de pessoas, além disso, o aumento do vapor d'água atmosférico amplifica eventos extremos com maior risco de inundações e tempestades nas áreas costeiras e do interior. Pesquisadores enfatizam que existem ciclos que podem reforçar ou mascarar temporariamente essa tendência embora a principal causa desse aquecimento seja a atividade humana e emissões de gases efeito estufa, daí, dados de longo prazo como os usados ​​neste estudo são essenciais para interpretar com precisão a evolução climática.

O termo subsidência pode na farmacologia significar separação espontânea de um sólido em líquido ou de líquido em líquido, em consequência do repouso, quer dizer, decantação, no entanto, na geologia constitui o afundamento abrupto ou gradativo da superfície com pouco ou nenhum movimento horizontal, com risco de evolução lenta além de consequências socioeconômicas e ambientais adversas. Considerada risco costeiro devido à elevação relativa do nível do mar, a subsidência ameaça áreas urbanas do interior causando aumento dos riscos de inundações, danos estruturais e interrupções no transporte, no entanto, taxas de subsidência que capturam variações em alta densidade espacial são inexistentes, dificultando avaliação dos riscos de infraestrutura associados, sendo que foram usadas medições geodésicas espaciais de 2015 a 2021 para criar mapas de alta resolução das taxas de subsidência às 28 cidades mais populosas dos EUA. Daí, estimativas que pelo menos 20% da área urbana esteja afundando nas cidades devido extração de águas subterrâneas, afetando 34 milhões de pessoas, além disso, mais de 29 mil edifícios estão localizados em áreas de alto e muito alto risco de danos indicando probabilidade de danos à infraestrutura, em suma, esses conjuntos de dados e informações são cruciais ao desenvolvimento de políticas ad hoc para adaptar centros urbanos a esses desafios ambientais complexos. Na prática, Nova York está afundando com 28 cidades com pessoas sob grande ameaça, com pelo menos 20% da área urbana afundando nas cidades estudadas e em 25 das 28 cidades, pelo menos 65% está afundando devido ao efeito cumulativo das mudanças nos padrões climáticos com a população urbana, quer dizer, medições de radar em satélite foram usadas para criar mapas de alta resolução analisando mudanças que acontecem em Nova York, Chicago, Seattle e Denver sendo observado risco frequentemente exacerbado em centros urbanos em rápida expansão. Análise das 28 cidades americanas revelou que todas estão afundando a cada ano e o motivo é a extração excessiva de água subterrânea da superfície, afundamento de 2 a 10 mms/ano, conforme pesquisa da Virginia Tech que usou imagens de satélite para avaliar mudanças que ocorrem sob os pés, além de medições de radar baseadas em satélite usadas para criar mapas de alta resolução de subsidência, ou, afundamento de terras, às 28 das cidades mais populosas dos EUA. O estudo publicado na revista Nature Cities analisou as mudanças em Nova York, Chicago, Seattle, Denver e 5 outras cidades que estão afundando 2 mms/ano, revelando que se deve ao efeito cumulativo das mudanças nos padrões climáticos com a população urbana e crescimento socioeconômico, valendo dizer que, várias cidades no Texas apresentaram maiores taxas de subsidência cerca de 5 mms/ano e até 10 mms/ano em certas áreas de Houston.

Moral da Nota: reaberto nos EUA processo contra o Chevrolet Cruze Diesel, sedã abastecido com óleo combustível, o primeiro desde o Chevette 1986, com os proprietários do veículo evocando o Dieselgate, onde a Volkswagen foi condenada pela emissão excessiva de óxido nitroso, lembrando que, quando a Volkswagen foi indiciada no processo do Dieselgate outros fabricantes foram apontados como responsáveis por adulterações nas emissões de óxido nitroso incluindo General Motors, nesse caso, por clientes do Cruze Diesel. Em 2016 na investigação não se provaram alegações que o Cruze Diesel emitia mais óxido nitroso que deveria e que os consumidores perderiam dinheiro com o reparo dos veículos, além disso, clientes alegaram que a GM deveria ter recolhido tais veículos nos EUA acusados de emitir níveis ilegais de óxido de nitroso fora do ambiente de testes, quer dizer, o processo foi arquivado e ressuscitado no Tribunal Distrital dos EUA do Distrito Leste de Michigan.Enviado pelo Tribunal de Apelações dos EUA ao Sexto Circuito “com o propósito limitado de determinar se as reivindicações restantes dos autores” ainda são válidas já que na ação original, arquivada em julho de 2023, a GM e a Bosch foram acusadas de manipular dados de emissão de óxido nitroso, mas nada foi provado, com um juiz federal se recusando reconsiderar o caso em fevereiro de 2024 e o Tribunal de Apelações dos EUA decidindo reavivar. Por fim,  a UNOC, Conferência dos Oceanos dada ONU concluída com 56 dos 60 países necessários ratificando o BBNJ, acordo Biodiversidade Além da Jurisdição Nacional, chamado de "Tratado de Alto Mar", quer dizer, 160 países o assinaram e a ratificação, ou, fazer com que os países alinhem suas próprias leis às demandas do acordo é tarefa mais complexa. O tratado exige 60 ratificações para desencadear contagem regressiva de 120 dias antes de tornar juridicamente vinculativo e a UNOC enxerga progresso com 56 países ratificando-o, com os norte americanos e indianos por exemplo, ainda não o fizeram embora a Índia tenha dito que está no "processo" de fazê-lo com a ONU esperando atingir 70 ratificações em breve  na intenção de sediar a 1ª Conferência das Partes, COP, da BBNJ, como as COPs climáticas anuais, em fins de 2026. O objetivo principal era estabelecer áreas marinhas protegidas em águas internacionais e evitar sobrepesca, bem como mineração em águas profundas, com partes dos oceanos que não estão sob limites territoriais nacionais e, portanto, equivalente a um bem comum global, sendo que a Convenção sobre Diversidade Biológica, separada, compromete nações conservar 30% da área marinha e costeira do mundo como "áreas protegidas" até 2030, sendo objetivo fundamental da UNOC lidar com aspectos operacionais dessa aspiração fazendo com que países se comprometam com o BBNJ e, quando em vigor, o tratado cria áreas marinhas protegidas além da jurisdição nacional conduzindo avaliações de impacto ambiental, regulando recursos genéticos marinhos e apoiando capacitação de nações em desenvolvimento.