Iowa, estado norte americano com a 2ª maior taxa de câncer, bloqueou concessão de proteção legal à empresas de pesticidas via 'Bayer Bill', ou, 'Projeto de Lei Bayer' que dificultaria processá-las por doenças relacionadas a seus produtos, impossibilitando ações judiciais por "Falha em Alertar" contra empresas de pesticidas, câncer e outros problemas de saúde causados pelos produtos produzidos. É o segundo ano consecutivo que o Senado apresenta projeto de lei concedendo proteção legal às empresas de pesticidas e 2ª vez que a Câmara se recusa a analisar o projeto, já que o Projeto 394 do Senado foi aprovado com folga pela maioria republicana, em votação controversa por 26 a 21, no entanto, o prazo do "2º funil" de Iowa exigia que os projetos passassem pelo debate em uma das casas e fossem analisados por comissão na outra para permanecerem elegíveis à consideração, um dia antes, o presidente da Câmara disse, "neste momento, não há apoio na bancada à esse projeto de lei". Em nome da Modern Ag Alliance, grupo de lobby agroquímico fundado em 2024 pela Bayer, o projeto evitaria ações judiciais contra empresas de pesticidas sob alegação que o rótulo de um produto não alertava riscos à saúde e segurança, desde que o rótulo fosse consistente com avaliação da EPA, Agência de Proteção Ambiental dos EUA, sobre ingredientes ativos, embora se aplique a todos fabricantes de pesticidas, o debate se concentrou no Roundup, herbicida produzido pela Monsanto que a Bayer adquiriu em 2018, sendo que o Roundup é o glifosato mais usado nos EUA, forçando a Monsanto gastar bilhões de dólares em ações judiciais que o vinculam ao câncer. A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer classificou o glifosato como substância do Grupo 2A, "provavelmente cancerígena à humanos" e, em 2020, a Bayer pagou mais de US$ 10 bilhões para resolver 180 mil reivindicações que a exposição ao Roundup havia causado linfoma não-Hodgkin, afirmando que o produto é seguro, citando avaliações da EPA sobre seu potencial carcinogênico, tanto em 2015, quanto em 2017, a EPA classificou o glifosato como "improvável carcinogênico à humanos", em 2022 o Tribunal de Apelações dos EUA ao 9º Circuito exigiu que revisitasse e atualizasse avaliação do impacto ecológico e na saúde humana do glifosato, que respondeu afirmando estar em andamento. Defensores do Projeto 394 do Senado de Iowa argumentam que processos judiciais sobre glifosato farão com que empresas agroquímicas parem de vender pesticidas e, em campanha publicitária, a Modern Ag Alliance instou habitantes de Iowa "controlar ervas daninhas, não agricultura", com proponentes do projeto de lei argumentando que colocar avisos adicionais nos rótulos de produtos com glifosato, não apoiados pela EPA, exporia empresas a mais problemas legais. Oponentes do projeto de lei argumentam que “estavam insinuando que haveria esforço em remover produtos Roundup ou glifosato e não há indicação que esse produto vá desaparecer” e, apesar da campanha da Modern Ag Alliance, o projeto é impopular entre agricultores já que relatório de 2025 do Registro de Câncer de Iowa prevê que 21.200 habitantes do estado serão diagnosticados com câncer, valendo concluir que, projetos de lei semelhantes concedendo responsabilidade limitada a produtores de pesticidas foram ouvidos em legislaturas estaduais incluindo Idaho, Flórida, Mississippi, Missouri, Montana, Dakota do Norte, Oklahoma, Tennessee e Wyoming e, na Câmara da Geórgia, por exemplo, poucos dias antes de um júri conceder indenização de US$ 2,1 milhões por câncer decorrente o herbicida Roundup, foi votado projeto que aguarda sanção do governador Brian Kemp.
O professor de saúde ambiental da Universidade Estadual do Colorado elaborou plano visando respostas sobre ar tóxico das casas, prédios e carros em chamas, ao enviar 10 detectores de poluição do ar à Los Angeles para medir metais pesados, benzeno e outros produtos químicos liberados pelas chamas em mais de 16 mil casas, empresas e outras estruturas tornando-se um dos desastres naturais mais caros do país. Cientistas e autoridades de saúde pública monitoram poluentes que causam smog, chuva ácida e riscos à saúde ambiental compartilhando com o público através do Índice de Qualidade do Ar local, no entanto, o sistema de monitoramento não detecta produtos químicos nocivos liberados em incêndios urbanos levando a pressão à que órgãos reguladores estaduais e federais façam mais, à medida que mudanças climáticas aumentam a frequência de desastres. A professora de ciências da saúde ambiental da UCLA, esclarece que valores do IQA, Índice de Qualidade do Ar, não fornecem panorama completo dos poluentes, especialmente desastres, na verdade, o IQA pode estar em faixa saudável, "com exposição a níveis mais elevados de toxinas atmosféricas provenientes dos incêndios", sendo que legisladores da Califórnia pediram à EPA que criasse força-tarefa de autoridades locais e federais para monitorar o que está no ar e informar ao público, além de apresentarem projetos de lei no Congresso e na legislatura da Califórnia para suprir lacuna que determinaria a EPA verbas a agências locais de poluição do ar para comunicar riscos da fumaça de incêndios florestais incluindo a implantação de monitores de ar. O South Coast Air Quality Management District, agência regional de controle da poluição do ar, opera 35 estações de monitoramento do ar em 11 mil milhas quadradas da região de Los Angeles para medir poluentes como ozônio e monóxido de carbono e, durante incêndios, responde pela qualidade do ar de 16,8 milhões de moradores confiando em sua rede de estações para monitorar 5 poluentes comuns, incluindo PM2,5, partículas finas que compõem fumaça, com dispositivos chamados AirPens, monitorando contaminantes em tempo real coletando medições químicas da fumaça. Vale dizer que a ASCENT, rede nacional de monitoramento, registrou mudanças pós incêndios, localizado a 1 7km ao sul do incêndio de Eaton, no sopé das Montanhas San Gabriel, detectando 40 vezes a quantidade de cloro no ar e 110 vezes a quantidade de chumbo nos dias seguintes aos incêndios ficando claro que os picos químicos vieram da fumaça de incêndios florestais urbanos, mais perigosa que a emitida quando árvores e arbustos queimam em áreas rurais.
Moral da Nota: a Ciera, Restauração de Ecossistemas da Conservação Internacional, é plataforma que utiliza IA para identificar áreas prioritárias à restauração de vegetação nativa, venceu o Hack4Good 3.0, hackathon promovido pela Microsoft com intuito de desenvolver soluções tecnológicas à problemas utilizando IA. O evento compôs o Global Nonprofit Leaders Summit, reunindo ONGs, parceiros tecnológicos, estudantes e desenvolvedores da Microsoft para pensar ferramentas que gerem impacto positivo com a equipe de desenvolvimento da Ciera composta por membros da Conservação Internacional dos EUA e Brasil em parceria com Microsoft, Universidade de Maryland, Universidade Estadual de Utah e threshold.world, refletindo parceria e compromisso compartilhado com inovação tecnológica em prol da conservação e restauração da natureza. A plataforma atende demanda por ferramenta capaz de integrar informações sobre o tema, como custo por bioma, incentivos e exigências legais, com a diretora de Restauração de Paisagens e Florestas da CI Brasil dizendo que a “Ciera busca tornar restauração mais pública, compartilhada, para se apropriar da tomada de decisão do melhor local à restaurar”, sendo que interpreta diretrizes e critérios presentes instrumentos legais, políticas e planos, transformando informações em dados acessíveis ao usuário, centralizando informações no mesmo ambiente com linguagem unificada, retornando ao usuário áreas prioritárias à restauração no contexto local, tornando o processo ágil e eficiente. Levantamento divulgado pela Mapbiomas revela que a Mata Atlântica é o bioma que mais sofreu na cobertura e uso da terra no Brasil de 1985 a 2023 e, em 39 anos, aumentou 91% da área agrícola registrando recuperação focal de vegetação nativa em 45% dos municípios pós aplicação do Código Florestal, apenas 31% de cobertura vegetal é preservada com 67% de ocupação e atividades humanas na região, perdendo vegetação no período analisado de 10%, ou, 3,7 milhões de hectares, com o estudo mostrando que 60% dos municípios onde a Mata Atlântica está presente mantêm menos de 30% da vegetação nativa e, ao longo desses anos, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo recuperaram parte do seu bioma.