O diretor de pesquisa do CNRS, centro nacional francês de pesquisa científica, coordenou em 2019 estudos em 9 grandes rios europeus associado a Tara Ocean Foundation, ao lado de 40 químicos, biólogos e físicos de 19 laboratórios, estudantes de doutorado e pós-doutorando percorreram a Alemanha, França, Itália, Inglaterra e Espanha, entre eles, os rios Elba, Ebro, Loire, Ródano, Reno, Sena, Tâmisa e Tibre, obtendo amostras da foz ao desemboque nas cidades, descobrindo partículas com menos de 5 milímetros e invisíveis a olho nu, com Alexandra Ter Halle, cientista do CNRS em Toulouse, sul da França, explicando que "microplásticos são menores que um grão de arroz". Cientistas observaram que a poluição equivale, em média nos rios estudados, "3 microplásticos por m³ de água", podendo ser fibras têxteis sintéticas de lavagem, ou, que “voam” dos pneus dos carros, ou, das tampas de uma garrafa quando são abertas, em volume apesar de inferior aos 40 microplásticos por m³ detectados nos 10 rios mais poluídos do mundo, os rios Amarelo, Yangtzé, Mekong, Ganges, Nilo, Níger, Hindus, Amur, Pearl e Hai He que irrigam países que produzem mais plástico ou processam mais resíduos. Quanto aos volumes, "em Valence e Ródano, fluxo de mil m³/seg, significa 3 mil partículas de plástico/segundo", no Sena, em Paris, 900/segundo, com a "novidade" que "surpreende", graças ao avanço nos métodos de análise desenvolvidos no estudo em que "a massa de pequenos microplásticos, invisíveis a olho nu, é maior que os que vemos", no entanto, "grandes microplásticos flutuam e são retirados da superfície, ao passo que os invisíveis se distribuem no volume d'água e são ingeridos por animais e organismos". Estudo identificou bactéria virulenta em microplástico no rio francês Loire, capaz de desencadear infecções em humanos e, um quarto dos microplásticos descobertos nos rios não são de resíduos mas de plásticos primários industriais, conhecidos como "lágrimas de sereia" encontrados em praias infestadas pós acidente marítimo.
Numerosos estudos analisaram a contaminação que os microplásticos geram nos oceanos, porém, a contaminação do solo é menos conhecida sendo objeto de poucas pesquisas na França e das 33 amostras recolhidas em locais diversos como florestas, campos, vinhedos, pomares ou áreas de culturas no território da França continental, 25 delas, ou, 76%, continham microplásticos, em média, os solos analisados contêm 15 partículas microplásticas por kg de solo seco. A agência de transição ecológica em comunicado, explica que os dados recolhidos não permitiram identificar a origem dos microplásticos, entretanto, a organização “assume solos dedicados às atividades agrícolas, parte da origem advém de práticas agrícolas” provenientes da degradação de plásticos que se acumulam em aterros sanitários ou ambiente natural, sendo microplásticos partículas com menos de 5 mms de tamanho com os autores do estudo esclarecendo que “é o 1º estudo que caracteriza a extensão da contaminação à escala da metrópole francesa, em solos sujeitos a usos agrícolas que não receberam contribuições diretas de plástico” por intervenção humana. Análises revelaram contaminação por microplásticos nos solos de campos, 4 em 4 amostras, em mais de três quartos dos locais de grandes culturas, 17 em 21, em 3 em cada 4 amostras de vinhedos e pomares em apenas uma em cada quatro amostras de solo florestal, com as amostras contendo restos de polietileno e polipropileno, polímeros de embalagens plásticas. Em 2022, estudo holandês apontou, pela primeira vez, presença de micropartículas de plástico no sangue humano em pequena amostra, levantando questões sobre a penetração dessas partículas nos órgãos do corpo humano, sendo que os autores do estudo, publicado na Environment International, analisaram amostras de sangue de 22 doadores anônimos, todos voluntários e saudáveis, encontrando microplástico em 17 amostras. Metade continha vestígios de PET, polietileno tereftalato, um dos plásticos mais utilizados para fabricação de garrafas e fibras de poliéster, mais de um terço das amostras continha poliestireno, produto usado entre outras utilidades para embalagens de alimentos e um quarto continha polietileno, tipo mais comum e mais barato de plástico. Novo estudo financiado pela Organização Holandesa para Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde e a Common Seas, ONG sediada no Reino Unido que busca reduzir a poluição por plástico no mundo, mostra que microplásticos podem ter penetrado no corpo humano pelo ar, água ou alimentos, ou, através de produtos de higiene, ou, cosméticos, com os autores dizendo que “é cientificamente provável que partículas de plástico possam ser transportadas à órgãos através do sistema sanguíneo”. Alice Horton, especialista em contaminantes antropogênicos do British Oceanography Centre, esclarece que "apesar da pequena amostra e baixas concentrações detectadas", os métodos analíticos do estudo são "robustos" concluindo que "o estudo contribui para provar que partículas de plástico não se espalharam apenas no meio ambiente, mas, nos corpos, e as consequências a longo prazo são desconhecidas". A iniciativa One Ocean Summit, cúpula realizada na França visando acelerar negociações em curso no âmbito da ONU sobre o tema, mostra que investimentos na Clean Ocean Initiative, maior projeto de redução de poluição dos mares por plásticos, foram dobrados, com aportes do Banco Europeu de Investimentos que se uniu à iniciativa chegando a US$ 4 bilhões de dólares em financiamento até 2025, que bancará ações de prevenção e recolhimento de dejetos plásticos que chegam a 9 milhões de toneladas/ano despejados nos oceanos.
Moral da Nota: projeto busca desvendar segredos das abelhas rainhas para desenvolver terapias que possam prolongar a vida humana e aumentar os anos férteis, com financiamento de 800 milhões de libras esterlinas, cientistas perceberam que abelhas rainhas podem ser guardiãs da longevidade, embora rainhas e operárias tenham DNA quase idêntico, as rainhas são maiores, férteis ao longo da vida e sobrevivem por anos, enquanto as operárias duram apenas alguns meses. Pesquisadores, segundo o The Guardian, esperam entender o que faz com que as abelhas rainhas prosperem, para desbloquear terapias e estender a expectativa de vida humana e anos férteis, em projeto desenvolvido na Advanced Research + Invention Agency, Aria, órgão governamental para financiar pesquisas de alto risco e alta recompensa. A Aria, inspirada pela Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa, Darpa, dos EUA, anunciou projetos de pesquisa sobre segurança IA, robôs hábeis, plantas sintéticas e interface avançada cérebro-computador, testada no NHS, sendo que outros projetos Aria visam substituir plásticos por materiais biodegradáveis inspirados na natureza, aproveitando energia da atmosfera à voos ilimitados e manipular sistema imunológico inato para combater doenças infecciosas, câncer e condições autoimunes.