segunda-feira, 30 de junho de 2025

Prevalência

O aumento esperado na taxa de prevalência de Demência nos EUA aponta a geração baby boom nascida entre 1946 e 1964 e, em breve atingirá idades cujos riscos de alterações cognitivas são mais altos, no entanto, a percepção que pouco progresso foi feito para conter o esperado tsunami de demência nos EUA pode estar incorreta considerando  que a população com 80 anos ou mais dobrará entre 2025 e 2050 e a população com 85 anos ou mais será 2,5 vezes maior, enquanto a com 95 anos ou mais 3,0 vezes maior que é hoje. Se as taxas de prevalência de demência por idade não mudarem, o número de pessoas com demência nessas idades será 2,0, 2,5 e 3,0 vezes maior em 25 anos, daí, a metáfora 'tsunami', na verdade, taxas de prevalência de demência por idade diminuíram em dois terços nos EUA entre 1984 e 2024, declínios, inesperados, em grande parte, ignorados, ocorreram à taxa de 2,5% a 3,0% ao ano nos 40 anos em pesquisas à nível nacional elaboradas para estimar tais declínios e, sem desaceleração. O conceito de demência definido como comprometimento cognitivo clinicamente significativo, utiliza algoritmos desenvolvidos de modo especifico à cada estudo, embora tenham diferido entre estudos que permaneceram consistentes, enquanto os declínios nas taxas de prevalência foram acompanhados por declínios nas taxas de incidência de demência não apenas nos EUA, mas na Suécia, Holanda, Reino Unido e França, com estudo norte americano abrangendo 3.010 participantes descobrindo que taxas de incidência de demência diminuíram em grupos nascimento sucessivos, terminando 77% mais baixas aos nascidos entre 1932 e 1941 comparados com os nascidos entre 1902 e 1911. Meta-análise de 49.202 indivíduos em estudos populacionais nos EUA e Europa descobriu que taxas de incidência de demência diminuíram em 13% por década civil entre 1988 a 2015, ao passo que revisão de 14 estudos examinando mudanças nas taxas de incidência de demência descobriu que a maioria dos estudos nos EUA e Europa relataram declínios com populações que apresentaram taxas de prevalência estáveis ​​ou crescentes como o Japão ou afro-americanos nos EUA sugerindo necessidade de examinar amostras racialmente mais diversas, vale ainda dizer que, a idade é fator de risco mais importante à demência tardia e, salvo prevenção eficaz, pessoas com demência deverão aumentar à medida que a população envelhece. A Comissão Lancet identificou 14 fatores de risco potenciais, 11 no início da vida, 0-17 anos, até a meia-idade, 18-64 anos, incluindo educação, perda auditiva, nível de colesterol lipoproteína de baixa densidade, depressão, traumatismo craniano, inatividade física, diabetes, tabagismo, hipertensão, obesidade e consumo de álcool e, 3 na idade avançada, 65 anos ou mais, incluindo isolamento social, poluição do ar e perda de visão. A polêmica dos fatores adicionais incluindo aumento do uso de vacinas em adultos, por exemplo, pneumonia ou herpes zoster, aumentaram risco de demência ao longo do tempo, obesidade, diabetes, ooforectomia que pode ter atenuado declínios anteriores e contribuir ao aumento das taxas de incidência no futuro e, apesar de limitações, a similaridade dos resultados entre estudos americanos e europeus sugere que o declínio de 40 anos nas taxas de prevalência de demência específicas por idade nos EUA foi real e que se tratou de fenômeno de grupo de nascimento. 

Após compilação mais definitiva nota-se que mortes por overdose de drogas nos EUA caíram acentuadamente em 2024 em linha com a queda dos casos de fentanil, no entanto, a metanfetamina aumentou não estando claro se representa tendência ou retorno à linha de base pré-Covid, sugerindo que teste à fentanil podem ter auxiliado reduzir mortes por overdose em 2024 estimando-se que 80.391 pessoas morreram de overdose de drogas nos EUA em 2024, menor taxa desde 2019, enquanto a soma representa queda de 27% em relação a 2023 conforme Centros de Controle e Prevenção de Doenças. Dados refletem tendência que iniciou em fins de 2023, quando mortes por overdose caíram pós anos de aumento constante, ao passo que, durante e após a pandemia, em particular, viram-se taxas de overdose disparar do patamar anual de 70 mil/ano à alta histórica de 115 mil incluindo oscilações que previnem complicações, ou, aumento nas mortes envolvendo metanfetamina, não estando evidente, se a queda das mortes reflete início de um declínio contínuo ou retorno a níveis de overdose pré-Covid. Especialistas, por questão de justiça comedida, atribuem o feito ao governo anterior por ‘maior drop’ em mortes por overdose, além de teorias não comprovadas incluindo mudança no fornecimento de drogas, esforço para melhorar acesso a medicamentos à dependência e a 'naloxona', vale ainda que a queda veio através da redução nas mortes causadas pelo fentanil que começou suplantar a heroína no fornecimento de drogas ilícitas há quase 10 anos estando envolvido 76 mil mortes em 2023 e 48 mil em 2024. Quanto as mortes relativas a metanfetamina aumentaram de 29.456 à 37.096 refletindo mortes envolvendo certas drogas significando incerteza de quantas mortes por estimulantes isoladamente em oposição a estimulantes em combinação com opióides ou outras drogas como cocaína que aumentaram de 8 mil/ano à 30.833/ano e, diverso dos opioides, nenhum medicamento é aprovado especificamente para tratar vício em metanfetamina ou cocaína. Por fim, o Centro Nacional de Estatísticas de Saúde, escritório dentro do CDC, alerta que os dados são preliminares o que significa sujeito a alterações e que as mortes por overdose de drogas podem envolver múltiplas drogas, portanto, uma única morte pode ser incluída em mais de uma categoria ao descrever o número de mortes por overdose de drogas envolvendo drogas específicas, por exemplo, morte envolvendo heroína e fentanil é incluída em mortes por overdose de drogas envolvendo heroína e opioides sintéticos diferentes de metadona.

Moral da Nota: o caos e a anarquia diferem entre si pois o primeiro está inserido em leis da natureza como as marés ligadas a atração da lua, os fractais estudados na natureza buscando correlação matemática, por exemplo, o caos evoca imagens movidas por um tipo de impulso aleatório, sendo que aleatório aponta a anarquia enquanto o caos tem significado mais profundo em conexão com a física e ciência do clima, relacionando como certos sistemas como o clima ou o comportamento são imprevisíveis. Cientistas definem caos como efeitos amplificados de pequenas mudanças no momento presente levando a longo prazo à imprevisibilidade como 2 histórias quase idênticas, uma, em que 2 pessoas se encontram na estação de trem e, na outra, o trem chega 10 segundos antes e o encontro não realiza, a partir daí, as histórias podem ser diferentes, quer dizer, pequenos detalhes não importam mas pequenas diferenças têm consequências que se agravam levando ao caos diferindo do aleatório. A aleatoriedade, como cartas ou dados, é imprevisível porque nos priva da informação adequada ao passo que o caos está em algum lugar entre aleatório e o previsível, sendo característica dos sistemas caóticos a previsibilidade no curto prazo que se desfaz ao longo do tempo como em corredeiras de rios ou ecossistemas, a ponto de Isaac Newton imaginar a física como regras que governam universo mecânico e, uma vez postas em movimento, levariam a resultado predeterminado, no entanto, a teoria do caos prova que mesmo regras mais rígidas e informações quase perfeitas levar a resultados imprevistos com aplicações práticas à decidir que tipo de coisas são previsíveis. O biólogo britânico na década de 1970, James Lovelock, disse que a Terra estava viva vislumbrando sistema que refletia o equilíbrio, relação entre seres vivos e o resto do planeta e, estudos posteriores transformaram tal hipótese em teoria, popular nas universidades e centrais no entendimento sobre o impacto humano no clima, além de contribuição pelo descobrimento que era possível medir a concentração atmosférica de clorofluorcarbonos, usados para esfriar geladeiras e ar-condicionado que levou ao descobrimento do buraco na camada de ozônio e à proibição dos clorofluorocarbonos em 1987. Pensou dispositivo usado para medir a propagação de compostos tóxicos criados por humanos na natureza, cimentando teorias sobre a ação humana no planeta, no entanto, deixou como o mais conhecido internacionalmente a hipótese que começou a ver a vida na Terra como sistema em que cada ser vivo tinha um papel, ou, Gaia, como na mitologia grega, ou, a personificação da terra, mãe-terra e origem de tudo, uma das divindades primordiais e mãe dos deuses, força que nutre e protege a Terra, adorada pelos gregos, aí, desenvolveu o modelo chamado 'Daisyworld' sobre como crescem as margaridas em mundo imaginário e que serviu para ilustrar como pode funcionar Gaia e, segundo a teoria, em planeta imaginário, similar a terra, só crescem margaridas com abundância de nutrientes e água e as margaridas brancas e negras competem por espaço com interações competitivas entre elas proporcionando mecanismo de equilíbrio do planeta em seu conjunto. Martin Rice e Ann Henderson-Sellers no livro 'O futuro do clima mundial' explicam que esse modelo oferece 'marco matemático' inicial para compreender a autorregulação da vida na Terra, tornando Gaia "teoria ecológica ambiciosa baseada na auto-organização" e provocando 10 anos depois na Universidade de Massachusetts a 1ª Conferência sobre a Hipótese Gaia cujo tema era "A Terra é um organismo vivo?" No entanto, críticos afirmam que a noção de equilíbrio entre organismos vai contra princípios da seleção natural e a teoria tem componente teleológico, ou, concebe um fim ou uma meta, a continuação da vida, além de pouco embasamento em desacordo com evidências disponíveis a tal ponto de Tyler Volk a classificar de "pensamento otimista", sendo que prós e contras dão lugar aos humanos nesse sistema e nos apresenta como uma das principais ameaças ao equilíbrio natural do planeta.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Energia Limpa

Em 2024, os EUA produziram 3 vezes mais energia solar, eólica e geotérmica que em 2015, conforme painel interativo lançado pelo Environment America Research & Policy Center e Frontier Group, ferramenta, chamada "O Estado da Energia Renovável 2025", que monitora seu crescimento e de veículos elétricos nos 50 estados norte americanos mostrando que houve progresso. O presidente do Centro de Pesquisa e Políticas da Environment America esclarece que “abastecer os EUA com energia renovável é ideia cuja hora chegou”, considerando que, “os americanos percebem a verdade sobre energia renovável e que a energia do sol e vento não polui, não acaba e, é de graça”, considerando ainda que o painel analisa o progresso em áreas importantes ao futuro da energia limpa, ou, eólica, solar, veículos elétricos, carregamento de veículos elétricos, eficiência energética e armazenamento de baterias. Energia eólica, solar e geotérmica representaram 19% das vendas nacionais de eletricidade no varejo em 2024, acima dos 7% em 2015 com Dakota do Sul assumindo liderança e gerando 92% da sua eletricidade de varejo a partir de energia eólica, solar ou geotérmica, além de Texas, Califórnia, Iowa, Oklahoma e Kansas como estados com maior geração total de energia renovável já que 15 estados obtiveram 30% da sua eletricidade de fontes renováveis ​em 2015 com o Sudeste incluindo Alabama, Flórida, Geórgia, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Tennessee e Virgínia gerando 27 vezes mais energia solar que em 2015, suficiente para abastecer 5,5 milhões de residências, considerando que nos EUA energia solar  abasteceu 28 milhões de casas em 2024, representando 7,7 vezes mais que em 2015, com energia eólica devendo abastecer mais de 42 milhões de casas, aumento de 2,4 vezes comparados a 2015. O armazenamento em baterias apresenta crescimento explosivo já que os EUA tinham 26 gigawatts de capacidade de armazenamento em baterias no final de 2024, ou, 89 vezes mais que em 2015, aumento de 63% em relação a 2023, que ajuda manter luzes acesas em condições extremas tornando renováveis ​​mais confiáveis, retendo energia quando o sol não está brilhando ou o vento não está soprando, em ambiente que veículos elétricos disseminam, sendo que em 2023 havia 3,3 milhões de veículos elétricos nas estradas dos EUA, ou, 25 vezes mais que há uma década, atualmente existem mais de 218 mil pontos de recarga públicos à veículos elétricos ou 6 vezes mais  que em 2015, ou, 24% mais que em 2014. No entanto, há preocupações com desafios futuros decorrente hostilidade do governo federal em relação às renováveis ​​e veículos elétricos, já que na conferência Inter solar 2025, em Munique, o CEO da Associação das Indústrias de Energia Solar destacou incerteza que o mercado americano enfrenta dizendo que "que nunca houve momento de maior incerteza no mercado americano como o atual, por conta de tarifas como uma delas e incerteza nos incentivos fiscais sendo outra, já que em 2023, 3,4 milhões de americanos reivindicaram créditos fiscais à melhorias de energia limpa ou eficiência energética em suas casas economizando mais de US$ 8 bilhões às famílias, ao passo que créditos fiscais da Lei de Redução da Inflação deverão ser alvo na tentativa de cortar gastos no Congresso e não estando claro quais créditos fiscais estão em risco.

A discrepância entre o que pesquisas mostram sobre a "corrida" ao zero líquido especialmente Europa e a insatisfação evidente com seus efeitos levam eleitores ligar os pontos nas urnas, na realidade, a discrepância é que pesquisadores raramente fazem pergunta complementar, ou, se acreditamos inserir política, no caso, zero líquido, quanto de dinheiro está disposto pagar ou abrir mão para que seja implementado, havendo sinais de alerta que quando o zero líquido começa afetar, os eleitores reagem. Pesquisas mostram apoio público ao zero líquido mas entusiasmo limitado em pagar por ele conforme pesquisa da Ipsos em 20 países publicada em 2023, em que 30% das pessoas, 25% nos EUA, estariam dispostas pagar “mais” de sua renda em impostos “para ajudar prevenir mudanças climáticas” e a conta do zero líquido seria paga não apenas em impostos mais altos mas em custo de vida mais alto, no entanto, 55% dos entrevistados em  pesquisa da YouGov realizada no Reino Unido em 2024 apoiariam políticas para reduzir emissões de carbono “se não resultarem em custos adicionais às pessoas comuns”, na mesma época, metade dos americanos entrevistados pelo AP-NORC Center e pelo Energy Policy Institute da Universidade de Chicago disseram que apoiariam taxa mensal de carbono sobre o uso de energia e, daqueles que eram a favor, um quinto disse que a cobrança não deveria ser maior que um dólar. O partido Reformista de Nigel Farage na Inglaterra teve sucesso nas eleições por conta do descontentamento com políticas de zero líquido, preocupação em país onde o zero líquido sob a direção do secretário de "energia" se busca com abordagem que combina fanatismo, futilidade e desperdício de modo que lembra  plano quinquenal soviético, com Michael Deacon, no Daily Telegraph esclarecendo que muitos analistas estavam convencidos que a oposição de Nigel Farage à neutralidade carbônica lhe custaria votos e um especialista em pesquisas chegou a declarar que poderia ser o calcanhar de Aquiles da Reforma. A empresa de pesquisa chamada Merlin Strategy perguntou aos eleitores sobre o combate às mudanças climáticas, ou, o que era mais importante, ações para atingir o zero líquido, ou, redução do custo de vida e quase 60% escolheram redução do custo de vida, enquanto 13% o zero líquido, algo que defensores do zero líquido têm plena consciência, daí, censurar "desinformação" climática nas redes sociais e esforços que fazem para tirar decisões sobre políticas climáticas do eleitorado e entregá-la aos tribunais, organizações transnacionais, reguladores, autoridades delegadas ou ESG/stakeholders.

Moral da Nota: a NOAA, Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, além de demissões de funcionários e cortes no financiamento pelo governo federal deixa de monitorar custo dos desastres climáticos decorrente a crise climática incluindo ondas de calor, inundações e incêndios florestais. As atualizações não serão mais feitas em seu banco de dados de desastres climáticos e meteorológicos de bilhões de dólares pelos NCEI, Centros Nacionais de Informações Ambientais, e que as informações que remontam 45 anos seriam arquivadas, com o The Washington Post dizendo que o "governo acha que se pararem de trabalhar na identificação de mudanças climáticas, elas desaparecerão", segundo o representante democrata de Illinois Eric Sorensen, meteorologista de radiodifusão. A NOAA disse que não houve desastres de bilhões de dólares até 8 de abril de 2025, no entanto, cientistas do NCEI, que mantêm o banco de dados sugerem que 6 a 8 já ocorreram em 2025, dentre eles, incêndios florestais que dizimaram partes de Los Angeles no início do ano e destruíram US$ 150 bilhões em propriedades e infraestrutura, ou, o desastre mais caro da história dos EUA, além de tempestades incluindo tornados e inundações que causaram danos em 2025, ao passo que o tipo mais caro de desastre climático são as tempestades que trazem ventos fortes e granizo respondendo ​​por 75% do recordes de US$ 28 bilhões nos EUA em 2023. O porta-voz da NOAA afirmou que a decisão de parar de atualizar o banco de dados de desastres de bilhões de dólares foi devido "prioridades em evolução, mandatos estatutários e mudanças de pessoal", já que para estimar perdas de desastres individuais, o banco de dados usa informações da FEMA, Agência Federal de Gestão de Emergências, agências estaduais e organizações de seguros, entre outras fontes.