Pesquisa brasileira e estrangeira mostra ameaças à biodiversidade marinha, identificando 24 impactos humanos e 143 espécies ameaçadas em 161 habitats. Cita esgoto doméstico, turismo, concentração urbana, atividades petrolíferas e ruídos como impactos nos ecossistemas no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, regiões prioritárias à conservação dos ecossistemas marinhos. Destacam como agravantes o aquecimento global em 95% das áreas, pesca industrial em 83% da região estudada, fertilizantes e pesticidas em 22,6% das áreas estudadas. São citadas a poluição portuária, rotas de embarque, mineração oceânica, desenvolvimento costeiro, espécies invasoras e atividades petrolíferas. Propõe áreas prioritárias à conservação marinha, atualmente, 2,5% da Zona Econômica Exclusiva nacional de alguma forma está em proteção integral. Dentre as áreas prioritárias estão recifes profundos na foz do Amazonas, Abrolhos, coberta pelo maior banco de algas calcárias do mundo, Atol das Rocas, único do Atlântico Sul. Descobertos em 2016, os recifes amazônicos, desconhecidos, sobrevivem em profundidades de 70 a 200 metros de baixa luminosidade pela água barrenta do Amazonas bloqueiando luz. Em 2007 o Ministério do Meio Ambiente realizou levantamento semelhante atualizando em 2018, sendo esta a primeira vez que um mapeamento considera o modo como habitats e espécies conectam entre si, via metodologia da probabilidade de conectividade ou índice que avalia capacidade de dispersão de uma espécie.
Outro capítulo da modernidade é a Savanização, ou, ameaça à sobrevivência de mais de 200 espécies animais das florestas pela transformação em ambientes semelhantes a savana afetando vegetação e fauna. Pesquisa nacional avaliou impactos das mudanças climáticas e desmatamento sobre mais de 300 espécies de mamíferos da América do Sul, como primatas que dependem da copa das árvores para sobreviver perdendo até 50% da área de ocorrência até fins do século 21. Por sua vez, espécies do cerrado como o lobo-guará e tamanduá-bandeira, se espalham à áreas degradadas da Amazônia que se tornaram “savanizadas”. Na década de 90 a substituição na Amazõnia pela ação humana de árvores de grande porte por vegetação parecida ao cerrado, o cientista Carlos Nobre revelou a preocupante hipótese que a savanização das florestas tropicais estava em curso no continente. A teoria postulada por Nobre e estudada pela bióloga Lílian Sales do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas, revela que o fenômeno da savanização vai além da transformação da flora amazônica modificando a distribuição territorial da fauna, afetando a sobrevivência de espécies que dependem da mata fechada para existir. A pesquisa publicada na revista Global Change Biology, usa modelos computacionais projetando ao longo do tempo a dispersão de 349 espécies de mamíferos das florestas tropicais, atlântica e savanas da América do Sul. Os resultados indicam perda de 50% da fauna especialista em florestas da área de ocorrência até fins do século 21 na região do Arco do Desmatamento, zona de expansão agrícola no sul e sudoeste da Amazônia divisa com o Cerrado. Projetos de reflorestamento, corredores ecológicos, vontade política e cumprimento da legislação ambiental são apontados como ações de mitigação no processo de redução populacional e extinção causado pela exploração econômica e aquecimento global. A projeção da capacidade de dispersão das 349 espécies de mamíferos avaliadas, determinou a especialidade de cada animal levando em conta a relação com o habitat principal. A fragmentação de florestas, monoculturas de soja, cana-de-açúcar e milho, além do crescimento das cidades e malha rodoviária são apontados como barreiras ao deslocamento dos animais para sobreviver. A pesquisadora é favorável à criação de corredores de vegetação em áreas remanescentes de floresta como matas ciliares, conectando os chamamados “climas análogos” sendo desafio a criação de condições à conectividade dos corredores ecológicos em cenário amplo, com o código florestal auxiliar na perspectiva de manejo em escala nacional.
Moral da Nota: o Fórum Econômico Mundial, WEF, desenvolve blockchain no rastreamento da emissão de carbono, com conclusão da prova de conceito que rastreia emissões de CO2 pela blockchain. A publicação oficial sob Iniciativa Blockchain de Mineração e Metais do WEF, MMBI, desenvolve plataforma de rastreamento de carbono à prova de conceito COT, monitorando emissões de gases estufa da mina ao produto final pela tecnologia de razão distribuída, DLT. O MMBI, inicialmente anunciado em 2019 é colaboração entre o WEF e sete empresas de mineração e metal incluindo Antofagasta Minerals, Klockner & Co, Anglo American, Tata Steel, Eurasian Resources Group, Minsur e Glencore, acelerando o abastecimento de matérias-primas e práticas de sustentabilidade via blockchain. O BTCManager relata que a Câmara de Comércio Internacional, ICC, lançou a iniciativa DLT chamada ICC Carbon Council buscando maior liquidez ao mercado de carbono. A startup Mobility Open Blockchain Initiative, MOBI, lançou o padrão EVGI, Electric Vehicle Grid Integration que usa DLT para combater mudanças climáticas e eficiência energética. A Volvo investe na Circular, empresa blockchain, usando DLT para rastrear a cadeia de abastecimento de baterias elétricas reduzindo emissões de CO2. A Mercedes Benz é parceira da Circulor na blockchain rastreando emissões de CO2 na cadeia de abastecimento de cobalto. Pesquisadores da Universidade de Yale exploram novas tecnologias incluindo blockchain da Hyperledger para monitorar emissões de carbono.