quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Economia Digital

Como alternativa ao crescente endividamento, emerge o bitcoin priorizando gastos e buscando estabilidade ao sistema financeiro global, com o analista Fred Krueger sugerindo que modelo econômico em bitcoin forçaria governos administrar orçamentos equilibrados permitindo consolidar estabilidade fiscal e múltiplos benefícios à economia cuja adoção mais ampla restringiria financiamento de guerras, reduziria gastos estatais ineficientes, limitaria intervenção governamental na economia, controlaria inflação proporcionando previsibilidade ao sistema financeiro. A história econômica norte americana ensina como um sistema monetário irrestrito traz riscos, uma vez que, ao imprimirem dinheiro livremente os gastos públicos tendem se expandir gerando déficits crescentes e inevitáveis pressões inflacionárias, ilustrando a Guerra do Vietnã, entre 1955 e 1975, quando destinou recursos às operações militares equivalente a mais de USD 1 trilhão em valores atuais, o governo Johnson promoveu programas que agravaram gastos públicos e multiplicaram necessidades de financiamento aprofundando dependência de déficits colocando em risco a estabilidade econômica. O recurso de déficits fiscais crescentes ao lado da expansão pelo  Federal Reserve da oferta monetária imprimindo dinheiro em volumes cada vez maiores, só foi possível sob sistema em que o dólar era parcialmente lastreado em ouro embora houvesse flexibilidade em permitir a expansão monetária sem comprometer a estrutura financeira internacional, daí, o princípio da escassez que caracteriza o Bitcoin buscando evitar semelhantes cenários, uma vez que, diverso do dinheiro fiduciário, a oferta é  limitada a 21 milhões de unidades, restrição que força governos priorizar gastos, manter equilíbrios fiscais e reduzir déficits,  oferecendo previsibilidade e estabilidade à economia comparado aos excessos dos sistemas monetários tradicionais sem limites claros. Em 2025, a dívida bruta norte americana ultrapassou US$ 37 trilhões equivalente a mais de 120% do PIB atingindo níveis do pós-guerra em um cenário relativamente estável, na última década, a dívida aumentou em quase US$ 1 trilhão a cada 5 meses evidenciando déficits constantes e gastos governamentais extraordinários especialmente impulsionados na pandemia, ritmo de expansão refletindo modelo insustentável que confirma riscos de sistemas monetários flexíveis, segundo Fred Krueger, reforça necessidade de explorar o Bitcoin para garantir disciplina fiscal. O  CEO da Strategy, MichaelSaylor, concorda com a avaliação e propõe que os EUA adquiram parcela de BTC em circulação buscando proteger estabilidade financeira e lidar com o fardo da dívida nacional, proposta baseada na escassez planejada de Bitcoin cujo fornecimento máximo de 21 milhões de unidades introduz freio estrutural à emissão descontrolada promovendo estrutura econômica responsável, estável e previsível, no entanto, segundo Krueger, exige reformas e tempo de adaptação enfatizando que os benefícios potenciais superam limitações da atual política monetária focada no aumento do endividamento.

Dados da Triple-A, informam que 13% dos norte americanos, 46 milhões de pessoas, possuem alguma criptomoeda cujo favorito é o bitcoin com mais de 73% de adoção entre usuários do país e, mesmo em cenários de expansão acelerada, raro que um único país concentre tanto de um ativo quanto o Bitcoin considerando sua distribuição global, quanto à Índia, a projeção que possa controlar 5% da oferta global levanta dúvidas embora o interesse pelo Bitcoin cresça o ouro continua como porto seguro tradicional no país. Na Argentina a metáfora à descrever a tensão entre o partido governista e a oposição remete ao Cavaleiro das Trevas com a frase "é o que acontece quando uma força imparável luta contra um objeto imóvel", em decorrência a proibição do Tesouro em financiar gastos primários com emissão e penalização a aprovação de orçamentos com déficits, enquanto o Reino Unido planeja vender mais de 61 mil Bitcoins apreendidos para reduzir seu déficit fiscal e evitar aumento de impostos em meio acrise orçamentária, resultado de operações contra crimes financeiros com o objetivo de reduzir o crescente rombo fiscal.  A Ministra do Tesouro, Rachel Reeves, informa que buscam arrecadar pelo 5 bilhões de libras esterlinas com a venda massiva do ativo digital e, dados do BitcoinTreasuries informam que o Reino Unido detém 61.245 BTCs, volume que deve ultrapassar US$ 7,27 bilhões de libras com o caso mais notável remontando a 2018 quando a polícia apreendeu 61 mil  Bitcoins de esquema de fraude chinês operando em solo britânico, devendo lembrar que a iniciativa se insere em contexto de alta pressão tributária com  economia marcada por alto endividamento, baixo crescimento e juros em alta, considerando que, o tesouro precisaria de 15 a 20 bilhões de libras para cumprir compromissos orçamentários sendo que o Ministério do Interior começou desenvolver sistema formal para armazenar e liquidar criptoativos e obter liquidez sem recorrer a aumento generalizado de impostos, coisa difícil de implementar no atual clima político. A Alemanha vendeu 50 mil Bitcoins em 2024 a US$ 57 mil, arrecadando US$ 2,85 bilhões e, se tivesse esperado pelo preço atual dobraria o valor, no entanto, devemos lembrar que a  decisão alemã destaca a tensão entre necessidade fiscal e visão de longo prazo.

Moral da Nota: o JPMorgan, Jamie Dimon, alerta que a volatilidade no mercado de títulos causada pela dívida norte americana, pode complicar o acesso a financiamento à PMEs, problema que pode criar "período difícil" ao mercado de títulos e fazer com que os spreads se alarguem reiterando preocupações anteriores sobre a potencial instabilidade do mercado especialmente relacionada ao aumento dos gastos públicos.  Alertou que "se as pessoas decidirem que o dólar não é o lugar para estar, poderemos ver uma lacuna nos spreads de crédito o que seria um grande problema" explicando que a situação afeta os que precisam de financiamento desde pequenas empresas a empréstimos subprime observando que prejudica pessoas que buscam dinheiro, incluindo, empréstimos à pequenas empresas , dívidas de alto rendimento, empréstimos alavancados e imobiliários, acrescentando, "é por isso que devemos nos preocupar com a volatilidade no mercado de títulos". Dimon, 69, é figura-chave no mundo empresarial norte americano porta-voz consultado por governos em tempos de crise e, na campanha presidencial de 2024, foi cogitado à cargos no governo Trump incluindo o de Secretário do Tesouro embora tenha acabado não assumindo nenhum cargo e, com mais de 19 anos à frente do maior banco dos EUA supera colegas em termos de mandato.