Relatório da Unesco nos mostra que as geleiras no mundo estão derretendo a taxa sem precedentes, perdendo 9 mil gigatoneladas de gelo desde 1975, com a perda acelerada causando elevação do nível do mar, ameaça abastecimento de água e aumenta desastres naturais e cientistas alertando sobre o aumento de desastres naturais pedindo intervenção imediata já que nos últimos 3 anos houve a maior perda registrada de massa glacial, conforme relatório da UNESCO. Desde 1975, as geleiras perderam o equivalente a um bloco de gelo do tamanho da Alemanha com espessura de 25 metros, segundo o diretor do Serviço Mundial de Monitoramento de Geleiras, sediado na Suíça em entrevista na sede da ONU em Genebra alertando que a perda de gelo, abrange o Ártico, Alpes, América do Sul e Planalto Tibetano, acelerando à medida que mudanças climáticas impulsionadas pela combustão de combustíveis fósseis continuam elevar temperaturas globais, devendo intensificar desafios econômicos, ambientais e sociais, à medida que o aumento do nível do mar e diminuição das fontes de água afetarem milhões de pessoas. O relatório coincidiu com cúpula da Unesco em Paris que marca o primeiro Dia Mundial das Geleiras, pedindo ação global para proteger tais reservas de gelo com o destaque que 5 dos últimos 6 anos registraram as maiores perdas glaciais, 450 gigatoneladas de gelo somente em 2024, derretimento acelerado que fez das geleiras das montanhas um dos maiores contribuintes ao aumento do nível do mar, colocando milhões de pessoas em risco de inundações interrompendo fontes de água essenciais à energia hidrelétrica e agricultura. O diretor de água e criosfera da OMM observou que 275 mil geleiras permanecem globalmente com as camadas de gelo da Antártida e Groenlândia, respondendo por 70 % da água doce do mundo, afirmando que "precisamos avançar o conhecimento científico por meio de sistemas de observação aprimorados, melhores previsões e mecanismos aprimorados de alerta precoce" considerando que 1,1 bilhão de pessoas vivem em comunidades montanhosas enfrentando impactos mais imediatos da perda glacial, populações cada vez mais vulneráveis a riscos naturais e escassez de água, enquanto as localizações remotas tornam soluções de baixo custo desafiadoras. O derretimento glacial na África Oriental levou ao aumento de conflitos locais por água, segundo o relatório da UNESCO, embora a contribuição da região à perda glacial global seja mínima, o impacto coletivo do derretimento de geleiras é significativo e, entre 2000 e 2023, o derretimento de geleiras de montanha contribuiu com 18 mm ao aumento global do nível do mar aproximadamente 1 mm/ano, considerando que cada milímetro de aumento do nível do mar pode expor até 300 mil pessoas a inundações anuais, dados do World Glacier Monitoring Service.
O Himalaia está prestes a perder 80% das geleiras até fins deste século, o que pode afetar as monções, padrões de água, agricultura e vida das comunidades e, para conscientizar sobre a ameaça do derretimento das geleiras, a UNESCO, Organização das Nações Unidas à Educação, Ciência e Cultura e OMM, Organização Meteorológica Mundial iniciaram celebrar anualmente o Dia Mundial das Geleiras, já que o Geological Survey of India lista 9.575 geleiras no Himalaia indiano cujo derretimento devido ao aquecimento global pode ter efeitos nas monções, distribuição de água, padrões agrícolas e vida das comunidades. A ruptura das geleiras do Himalaia pode levar à redução das chuvas e secagem dos rios no norte da Índia, aumentando desertificação e fazendo com que o deserto de Thar se expanda ao leste, com a Suhora Technologies, empresa indiana de observação da Terra, emprega radar de abertura sintética, SAR, e imagens ópticas para rastrear a dinâmica dos lagos e a saúde das geleiras, identificando zonas de alto risco como uma geleira em rápida deformação na fronteira entre o Nepal e a China, analisa como os lagos glaciais do Himalaia estão se expandindo a taxa alarmante aumentando riscos de inundações devastadoras causadas por surtos de lagos glaciais, GLOFs, por outro lado, a ISRO, Organização Indiana de Pesquisa Espacial, relata que 27% dos lagos glaciais do Himalaia se expandiram desde 1984 com 130 deles localizados na Índia e o aumento das temperaturas globais elevou a formação destes lagos a altitudes acima de 5.500 metros. Historicamente, 70% dos eventos GLOF na região desde 1833 ocorreram nos últimos 50 anos, com avalanches e chuvas causando 72% dos casos em que análises de satélite da Suhora Technologies que monitora 33 mil lagos nas bacias do Indo, Ganges e Brahmaputra, confirmam o crescimento acelerado em lagos de alta altitude devido ao rápido derretimento das geleiras, considerando que mais de 76% dos lagos glaciais do Himalaia são represados por morenas terminais e à medida que as temperaturas elevam o impacto é mais visível no Himalaia com geleiras derretendo em ritmo alarmante, no entanto, é mais alarmante o ritmo em que os lagos glaciais estão crescendo devido ao derretimento aprimorado. Estudos revelam que os lagos glaciais na região Hindu Kush-Karakoram-Himalaia, HKH, lar das maiores reservas de gelo do mundo fora dos polos, aumentaram em mais de 10% em área desde 1990 com a bacia do Ganges testemunhando aumento de 22% no número de lagos e cientistas do Centro Nacional de Sensoriamento Remoto da ISRO desenvolvendo algoritmo automatizado de estimativa de cobertura de neve à análise de imagens de satélite da geleira do Himalaia, lançando projeto para monitorar geleiras do Himalaia acima de 10 km² para calcular disponibilidade futura de água e planejar a segurança das pessoas que vivem rio abaixo.
Moral da Nota: as geleiras dos Andes derretem 35% mais rápido que a média global, impactando no suprimento de água que afeta comunidades, ameaçando 90 milhões de pessoas colocando em risco segurança hídrica e alimentar na região ao perder 6,542 trilhões de toneladas de gelo entre 2000 e 2023. Na 1ª conferência do Dia Mundial das Geleiras da ONU à Educação, Ciência e Cultura, Unesco, cientistas alertaram a formuladores de políticas sobre o encolhimento das geleiras dos Andes que se estende pela Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Equador e Colômbia e fornece água ao consumo doméstico, energia hidrelétrica, indústria, irrigação de culturas aráveis e apoio à pecuária, estão diminuindo 0,7 mt/ano, 35% mais rápido que a média global, ameaçando vida de 90 milhões de pessoas na região. O aumento das temperaturas levou a eventos climáticos extremos como secas e diminuição de neve que levou ao encolhimento das geleiras dos Andes com projeções de cenário de aquecimento superior a 2 °C mostrando que áreas dos Andes estarão totalmente ou quase totalmente livres de gelo até 2100, aumentando pressão sobre recursos de água doce dos quais dependem comunidades e cidades a jusante das geleiras e, com Jeremy Ely, da Escola de Geografia e Planejamento da Universidade de Sheffield, dizendo que, "a previsão que temperaturas aumentarão nos Andes até 4,5 °C até fins do século, riscos e perigos de mudanças climáticas ameaçarão segurança hídrica e alimentar de milhões de pessoas” afetando empregos e causando perturbações econômicas. A Eslovênia e Venezuela, perderam todas suas geleiras, a Escandinávia, Europa Central, Suíça, região do Cáucaso, Nova Zelândia e países da Ásia Central, como Cazaquistão, Quirguistão, Uzbequistão e Himalaia estão à beira de perder até 2100, considerando que não é apenas sobre o derretimento do gelo mas sobre a sobrevivência de comunidades, como isso impacta no suprimento de água, ao passo que, governos podem se mover para construir represas agravando o fardo econômico enfrentado pelos países pobres devido às mudanças climáticas.