domingo, 26 de novembro de 2023

Integração Drex

A integração Drex/Ethereum e outras blockchains públicas, prioridade para 2024, segundo o responsável pelo projeto da CBDC nacional, no seminário realizado pelo portal Blocknews com a Cantarino Brasileiro, sendo que o Drex realiza seus testes no Hyperledger Besu, plataforma blockchain privada,  compatível com EVM, Máquina Virtual Ethereum e, portanto, podendo ser integrada com blockchains e tokens que usam EVM e, segundo o Citbank,  Tokens RWA como os do DREX do Banco Central do Brasil podem chegar a R$ 20 trilhões em 2030. Dentre as blockchains públicas compatíveis com EVM e com o Drex estão a  BNB Chain, Avalanche, Cardano, Solana, Polygon, Optimism, Arbitrum, Tron, Optimism, Fantom, zkSync e Cosmos, no entanto, a integração com blockchains públicas será controlada pelo BC e terá que ser realizada via processos de KYC e de prevenção a lavagem de dinheiro, sendo que o BC testa soluções para garantir integração Drex / blockchain públicas, entre elas o protocolo Aave que, nesse caso, é importante garantir interoperabilidade, segurança e requisitos regulatórios à solução.

No evento da Blocknews e Cantarino Brasileiro, foi destacado que o Banco Central  conversa com a CVM, Comissão de Valores Mobiliários e demais entidades como Detran, para viabilizar funcionalidades do Drex que interagem com instituições como na tokenização de veículos, imóveis, valores mobiliários e etc, sendo revelado que no início de 2024, o GTI Tokenização, Grupo de Tokenização Interdepartamental, divulgará relatório sobre o assunto, apontando que, nesses casos em que o Drex 'dialoga' com instituições é preciso garantir interoperabilidade e governança do protocolo. A tokenização de ativos e a integração do Drex com blockchains públicas são pontos sobre os quais o BC se concentra, além da questão da privacidade e segurança cibernética, foco do piloto do real digital e, em 2023, segundo agentes do BC, o banco e a CVM discutem sobre o registro de ativos na plataforma do Drex e, no início de 2024, o GTI Tokenização convidará participantes do mercado para discussões sobre o assunto. A integridade do ambiente de ativos virtuais está em discussão e na agenda da regulação dos Provedores de Serviços Digitais, Vasps, e, começa a consulta pública sobre regulação, assim, a primeira parte está prevista para entrar em vigor em fins do primeiro semestre de 2024, no entanto, a camada de tokenização é a 2ª do ecossistema do real digital e o desafio da interoperabilidade e coordenação da governança da rede ficará mais difícil conforme o Drex sai do núcleo da plataforma, composto pelo BC e instituições reguladas do sistema financeiro, e vai à outros ambientes, entre eles, por exemplo, o Detran e cartórios, por isso, há conversas com esses setores e parte da Trilha Blockchain Finance Brazil de 2023. Sobre a circulação do Drex em outras blockchains públicas, além da plataforma que usa Hyperledger Besu, o BC esclarece que a integração depende mais da regulação dos Vasps, para isso, há a questão da interoperabilidade através das chamadas pontes, bridges, que precisam ser confiáveis, algo que o BC avalia que tem avançado e, quanto a questão das stablecoins, não deverá estar na 1ª etapa da regulamentação dos Vasp com a discussão sobre esse ponto acontecendo ao longo de 2024 e terminando quando a plataforma Drex estiver pronta, uma vez que a questão da interoperabilidade também estiver resolvida.

Moral da Nota: a TecBan declarou que testes do Drex revelam oportunidades de negócios e novos produtos financeiros ao Brasil, sendo que a empresa, uma das instituições que fazem parte do projeto-piloto do Drex, vai permitir a realização de transações financeiras seguras com ativos digitais e contratos inteligentes, liderando consórcio com outras 10 instituições, Banco da Amazonia, Pinbank Brasil, Dinamo, Banco Arbi, Ntokens, ClearSale, Foxbit Servicos, CPQD, AWS e Parfin, além de fazer a 1ª emissão e transferência interbancária do DREX na plataforma de forma simulada, testando movimentações através do Banco Arbi, entre o Bradesco, ABC, Inter e Itaú. Recentemente o BC anunciou novas funções a serem habilitadas no Pix em 2024, entre elas, recurso de débito automático e integração com o Drex em que o  Pix terá compatibilidade com o Drex, ou seja, 'moedas digitais' integradas, cada um na sua função, o Pix como forma de pagamento e o Drex como plataforma para tokens e contratos inteligentes, sendo que o Drex tem potencial de levar ao mercado de capitais inclusão financeira que o Pix trouxe aos serviços de pagamentos, especialmente pequenas e médias empresas. Vale dizer que o setor de ativos digitais tokenizados, tokens RWA, tem se mostrado cada vez mais estratégico à empresas e consumidores, com expectativas de  valor de mercado de até R$ 20 trilhões até 2030, segundo relatório do Citibank, e o mercado brasileiro demonstra interesse por essas ferramentas financeiras depois que o Banco Central declarou que o Drex será plataforma com objetivo de viabilizar o lançamento de tokens RWA em ambiente regulado no sistema financeiro nacional. Pesquisa realizada pelo Mosaiclab, especializado em inteligência de mercado, entre maio de 2022 e janeiro de 2023, revelou que 34% dos investidores online no Brasil já possuem criptoativos nas carteiras, superando investimentos em previdência privada, 22%, e tesouro direto, 21%, ficando atrás apenas da tradicional caderneta de poupança, 73%, dados que indicam que 10 milhões de brasileiros investem em cripto considerando universo de 31 milhões de investidores online no país evidenciando relevância e potencial desse mercado no Brasil. No mercado internacional, versões tokenizadas dos títulos do Tesouro dos EUA experimentam crescimento em 2023, aumentando 7 vezes, crescimento que se deve à crescente concorrência entre opções de investimento e plataformas blockchain e, de acordo com dados da plataforma de monitoramento de ativos do mundo real, RWAxyz, o mercado de títulos do Tesouro tokenizado atingiu US$ 698 milhões em comparação com US$ 100 milhões no início do ano, crescimento impulsionado por combinação de novos participantes e desenvolvimento de plataformas já existentes, conforme observado pelo cofundador da RWAxyz no boletim informativo Our Network.