segunda-feira, 27 de novembro de 2023

Desafios

O envelhecimento populacional é fenômeno que atinge diversos países, principalmente EUA e Europa com cada vez mais idosos e menos jovens acarretando desvantagens à economia com menos trabalhadores à medida que a população envelhece, menos pessoas em idade ativa e mais aposentadas, significando que menos oferta de trabalho, menos produção de bens e serviços, menos contribuintes e mais beneficiários de pensões e seguro social. Em consequência, menos consumo pois os hábitos de consumo também mudam, com idosos tendendo gastar menos que os mais jovens porque têm menos renda e menos necessidades menos demanda por bens e serviços e menos dinamismo econômico, daí, menos inovação pois no envelhecimento da população a capacidade de inovar e se adaptar às mudanças tecnológicas diminui pois os idosos tendem a ser mais conservadoras e resistentes a mudanças que os mais jovens, significando menos criatividade e competitividade na economia. Isto deságua nos gastos públicos que aumentam à medida que a população envelhece, saúde, educação e assistência social aumentam, pois os idosos precisam de mais cuidados de saúde e mais serviços públicos que os mais jovens significando  mais pressão fiscal e déficit público.

O Japão é o país com maior porcentagem de pessoas com 65 anos ou mais e a proporção, 29,1%, é a mais elevada do mundo, o mais antigo do mundo, uma em cada dez pessoas tem 80 anos ou mais, com taxa de natalidade por mulher abaixo dos 2, considerada necessária para manter a população estável, por exemplo, 2,1 no Peru e 1,9 na Argentina. O envelhecimento da população no Japão tem implicações profundas, desde escassez de mão-de-obra à falta de crescimento econômico sendo que o país aprovou orçamento recorde ao próximo ano fiscal, em parte pelo aumento dos custos do seguro social, daí, a taxa de envelhecimento contribuiu à estagnação econômica e, desde meados da década de 1990, como resultado, 1,7% da população, 2,2 milhões de pessoas, é composta por pessoas nascidas no estrangeiro ou estrangeiros. O Japão pode dar prioridade ao aumento da participação dos idosos e mulheres na força de trabalho, de acordo com o professor da Universidade de Tóquio e trazer mais mulheres ao mercado de trabalho atraindo-as com políticas favoráveis como a generosa licença maternidade, parte da solução à crise japonesa e, não é único, mostrando países com tendências semelhantes a proporção de pessoas com 65 anos ou mais entre eles a Itália com 24,5% e Finlândia com 23,6%. O Chefe da DESA, Divisão de População do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU esclarece que o envelhecimento demográfico é fenômeno global, com relatório da ONU estimando que o número de pessoas com 65 anos ou mais no mundo duplicará nas próximas 3 décadas, atingindo 1,6 bilhão em 2050, quando idosos representarão mais de 16% da população mundial. Países com baixas taxas de natalidade, como Austrália ou Alemanha, optaram por facilitar a entrada de estrangeiros em que a taxa de fertilidade australiana, por exemplo é de 1,58, mas a população cresce graças à imigração e, nesta transição à sociedades mais antigas, alguns países estão mais avançados que outros e, a América Latina, segundo o relatório, encontra-se em fase intermediária com níveis de fertilidade e mortalidade próximos da média mundial, em consequencia, seu grau de envelhecimento, medido pela proporção de pessoas com 65 ou mais, atualmente de 9,5%, está próximo da média mundial de 10%, proporção entre as mais elevadas do mundo, 20% no Japão, República da Coreia e países europeus e os níveis mais baixos na África Subsariana e partes da Ásia. A ONU sugere alargar a base contributiva dos sistemas de segurança social, ajustando a idade de reforma ao aumento da esperança de vida, investir na melhoria das condições de saúde ao longo da vida, evitando focar intervenções curativas, ampliar oportunidades de emprego às mulheres que enfrentam desvantagens no mercado de trabalho em comparação com aos homens e implementar medidas para facilitar compatibilidade entre trabalho e criação dos filhos, com mais igualdade de gênero e maior equilíbrio entre mulheres e homens trabalhando dentro e fora de casa. A América Latina o desafio é combater a desigualdade desde cedo para evitar que se aprofunde, com grande número de idosos na pobreza e de acordo com o relatório da ONU, o envelhecimento das populações não é apenas desafio, mas oportunidade ao bem-estar pessoal e desenvolvimento econômico e social, considerando que o número de pessoas com 65 anos ou mais em no mundo duplicará nas próximas 3 décadas.

Moral da Nota: avaliação das medidas de poluição atmosférica nos compromissos climáticos nacionais afirma que países do Sul global são os que tomam mais medidas para melhorar a qualidade do ar nos seus planos climáticos, enquanto algumas das maiores economias emissoras de carbono do mundo não têm essa visão. O Scorecard Clean Air NDC classifica os países por refletirem a qualidade do ar nas suas Contribuições Nacionalmente Determinadas, NDCs, os compromissos oficiais no acordo climático de Paris para reduzir emissões e adaptar-se às alterações climáticas podendo atingir um máximo de 15 pontos, determinados pela atenção dada pela NDC a 5 categorias, ou, impactos na saúde, poluição atmosférica, setores de origem, economia e finanças, e “pontos de bônus” em que podem ter outros planos nacionais de qualidade do ar fora dos seus NDC, não incluídos no quadro de resultados. Das 170 NDC analisadas pela GCHA, Aliança Global para o Clima e a Saúde, 14 dos 15 com melhor pontuação foram países de baixo ou médio rendimento como Colômbia, Costa do Marfim, Gana, Mali, Nigéria, Paquistão e Togo e o Chile o único país de alta renda e entre os países do G20, o Canadá e China lideraram a integração da qualidade do ar nos planos climáticos nacionais, enquanto países com pontuações mais baixas são a Austrália, Brasil, UE, Índia e EAU. A combustão fóssil é fonte de poluição atmosférica, associada a problemas de saúde pública, como doenças cardíacas e pulmonares, câncer e maior mortalidade infantil, sendo que estatísticas citadas no scorecard mostram que a poluição atmosférica causa entre 6,7 e 7 milhões de mortes anuais e, dos 2 países melhor classificados, Colômbia e Mali, obtiveram 12 pontos cada, enquanto a pontuação média global foi de 3,5, no geral, países de rendimento elevado obtiveram média de 2,9 pontos, países do G20 média de 3,3 pontos e dentre os 10 principais emissores globais, China, EUA, Índia, UE, Rússia, Brasil, Indonésia, Japão, Irã  e Arábia Saudita, obtiveram média de 2,7 pontos, com a Arábia Saudita recebendo 0, zero.