Considerando nas maiores cidades do mundo mercado imobiliário caro, com tokens não fungíveis é possível adquirir partes de um condomínio. O processo de 'tokenização' dos ativos do mundo real permite divisão em fragmentos menores, capturados dentro de tokens mantidos por indivíduos que representam a propriedade real. A tokenização democratiza as classes de ativos como imóveis com altas barreiras de entrada aos pequenos investidores, fornecendo solução de liquidez ao setor, famoso pela sua falta.
Em 2017 aconteceu a primeira venda de propriedade liquidada usando criptomoeda em um apartamento de US$ 60 mil em Kiev, comprado pelo fundador do TechCrunch usando Ether através da plataforma Propy. Em 2018 ocorreu a primeira oferta de token de segurança imobiliária do mundo, com a 'Aspen Coin' distribuindo tokens representando US$ 18 milhões, em propriedade fracionada no resort de cinco estrelas e 179 quartos no Colorado. Em outubro de 2018, um condomínio de Manhattan avaliado pelo mercado em US$ 30 milhões, foi tokenizado na blockchain permitindo que compradores comprassem frações da propriedade conforme suas finanças permitiam, por meio de uma oferta de token de segurança das empresas de tokenização Fluidity and Propellr. No entanto, o projeto de Manhattan foi descartado em 2019 com Fluidity e Propellr atribuindo falta de apetite institucional pela oferta. O setor imobiliário tokenizado não sobreviveu ao hype à medida que o boom da oferta inicial de moedas, ICO, diminuía, dando início a tendência de baixa de criptografia de 2018, muito pela ausência de mercados secundários estabelecidos ao comércio de tokens de segurança, com a Aspen Coin sendo listada originalmente nos obscuros Mercados Templum. Os esforços da varejista on-line Overstock para lançar um Sistema de Negociação Alternativo e regulamentado para tokens de segurança na forma de tZERO, sofrerem duro golpe em 2019 por conta de ações judiciais contra a Overstock e seus executivos.
Moral da Nota: analistas previram que os tokens de segurança podem impulsionar o próximo ciclo do mercado, com vasto capital bloqueado no setor imobiliário avistado com tokenização. A crise envolvendo o Bitcoin, Ethereum 2.0 e o surgimento do DeFi, deixou a tokenização imobiliária à deriva com alguns questionando sua viabilidade. O diretor de pesquisa global da empresa de serviços imobiliários JLL em artigo no The Investor, disse que "tem sido lento o uso blockchain no setor imobiliário, apesar de ser apontada como mudança de jogo há vários anos." Alguns analistas acreditam que a blockchain não está posicionada para impactar no setor imobiliário, sendo necessários mais recursos computacionais, aparato legislativo e "uma solução prática à imutabilidade". Embora a tokenização de imóveis não tenha atingido o hype inicial, houve progresso constante. O tZERO da Overstock cresceu para hospedar mais de US$ 2 milhões em comércio mensal de tokens de segurança antes de lançar suporte à Aspen Coin, recentemente renomeada para ASPEN. A plataforma de tokenização de propriedades 'RealT' concluiu 16 ofertas para tokens que representam propriedade de propriedades em Michigan, realizando vendas ativas de tokens para duas propriedades e uma casa na Flórida. Nove tokens imobiliários são negociados atualmente nos mercados secundários do RealT, gerando aproximadamente US$ 90 mil em volume mensal. Em abril de 2020, a Black Manta Capital, sediada na Alemanha, lançou token de segurança de US$ 12 milhões com emissão de propriedade fracionada em 2 mil metros quadrados de apartamentos em Berlim. Por fim, o governo de Dubai fez progressos significativos na construção da Blockchain Imobiliária do Departamento de Terrenos de Dubai, DLDRE.
Em tempo: entre nós, o mercado de tokenização imobiliária, público e privado, encontra amplo espaço removendo a estagnação e morosidade comercial referente a imóveis públicos nos três níveis, além de desbloquear imóveis privados decorrente herança, agilizando via tokenização entre herdeiros evitando deterioração e perda de valor de mercado promovendo ampla renovação.