domingo, 17 de maio de 2020

Dieta e clima

Relatório do IPCC dedicado à relação entre mudanças do clima e uso da terra, avalia que a redução do carbono emitido por transportes e produção de energia é inssuficiente para limitar o aumento da temperatura na terra. Depois dos oceanos o solo é o sumidouro de carbono mais importante da terra e a forma como utilizamos pode fransformá-lo em fonte de carbono. Daí afirmar ser impossível manter temperaturas globais em níveis seguros, a menos que haja transformação no modo de produzir alimentos e utilização do solo. Especialistas exploraram relações entre mudança climática e solo em dupla direção ou a maneira como utilizamos a terra contribuindo à mudança do clima e como esta mudança a afeta. A Agência Europeia do Ambiente explica que o solo atua como estoque de carbono, fixado pelos vegetais pela fotossíntese, ao passo que o carbono não utilizado no crescimento se distribui nas raízes e se deposita no solo. Ali permance milhares de anos mitigando a mudança do clima, no entanto, altos níveis de CO2 na atmosfera faz com que microorganismos quebrem a matéria orgânica no solo liberando carbono mais rapidamente.
A degradação da terra, segundo o IPCC, torna-a menos produtiva reduzindo a capacidade de absorver carbono e agravando a mudança climática, enquanto esta por sua vez, aumenta a degradação do solo. Atualmente 500 milhões de pessoas vivem em áreas em processo de desertificação, vulneráveis ​​à mudanças climáticas e eventos extremos, como secas, ondas de calor e tempestades de poeira, colocando mais pressão sobre a Terra. Mitigar é o foco sob a ótica do IPCC, restaurando brejos, reduzindo consumo de carne, produzindo menos metano através de dietas mais sustentáveis baseadas em legumes, verduras, nozes e sementes. Segundo o relatório as mudanças climáticas afetam os quatro pilares da segurança alimentar, ou, disponibilidade, acesso, utilização e estabilidade. Reduzir desigualdades, melhorar renda e assegurar o acesso equitativo aos alimentos são, segundo o painel, formas de adaptação aos efeitos negativos da mudança climática, desenvolvendo sistema alimentar resiliente e garantindo terras disponíveis à bioenergia, protegendo floretas e ecossistemas naturais. Um terço do alimento produzido é perdido ou desperdiçado e a redução dessa perda e desperdício diminui emissões de gases melhorando segurança alimentar, conclui o relatório.
Moral da Nota: dietas balanceadas em vegetais, como grãos alternativos, legumes, frutas e alimentos animais produzidos de forma sustentável, dão oportunidade à adaptação e mitigação às alterações climáticas com benefícios significativos à saúde humana. A gestão de riscos aprimora resiliência das comunidades a eventos extremos que impactam sistemas alimentares. O relatório pede mudanças nas dietas ou ações que garantam variedade nas culturas plantadas, prevenindo degradação do solo e aumentando resiliência a um clima extremo ou inconstante.