terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Quarta revolução inclusiva

O ganho em escala relacionado a tecnologia blockchain, dá visibilidade a questões sociais adormecidas nas atvidades econômicas envolvidas. Na agricultura a blockchain encontra cartéis compostos por atravessadores, verdadeiros formadores de preço no país, comprando barato do produtor e vendendo caro à frente. Nos grandes centros urbanos impactará forte nas Ceasas da vida, nos feirantes, nos pescadores artesanais, quando a escalabilidade da tecnologia implantar negociação digital comprando e vendendo diretamente do produtor ao supermercado ou ao consumidor. Em todos os setores, perfumaria, hortifruti, agrícultura em geral, medicamentos, aí sob o aspecto da legalidade e falsificação o rastreamento ordenará o setor.
No quesito inclusão e dignidade extrativista amazônica bom lembrar os seringueiros, as castanheiras, os plantadores de guaraná ou açaí amazônico, desorganizados, são presas aos atravessadores e um burro com alguns mantimentos pagam barato a imobilidade de quem produz aceder a centros maiores e negociar preço justo. Quem não conhece na Amazônia extrativista o seringueiro que entrega a produção colhida na floresta a preço irrisório, abatida a cesta básica miserável e o jumento. No quesito mineração é conhecido o controle pelas armas das minas e do trabalho no garimpo. A mineração entre nós e no mundo se relaciona a prostuição e violência, atividades menores associadas ao mêdo. O pequeno produtor está condenado a futuro de pobreza e exploração, salvo exceções. A blockchain em escala no campo e cidades, com tecnologia 5G e IoT, reduzirá desperdício e impactará na liberação dos gases efeito estufa, basta olhar sua implantação em alguns portos com ganhos promissores. No cerrado ou  regiões de forte presença de criação bovina, suína e avícola a tecnologia viabilizará o biogás e a energia solar, quando em escala, colocará o preço da energia em patamares vantajosos ao produtor. A Tokenização de reservas ambientais privadas, experiência bem sucedida no mundo, dará ao pequeno produtor privado renda e liquidez para investir e desenvolver sua atividade.
Moral da Nota: a tecnologia da contabilidade distribuída não é panacéia ou solução à todas mazelas, em escala, dará nova face via economia digital lado a lado ao 5G e IoT nos grandes centros, principal campo de batalha no enfrentamento ao efeito estufa ao lado de população envelhecida. A startup Tradewind em 2016 propôs criar transparência via tecnologia na troca de ouro e em 2018 lançou sua plataforma VaultChain, tornando-se na Casa da Moeda um registro oficial de título de propriedade de metais preciosos. Funcionários do governo do Congo relataram que a mina Societe Miniere de Bisunzu, SMB, utiliza tecnologia blockchain garantindo que os minerais que compram não são de cadeia sangrenta de suprimentos. A empresa blockchain RCS Global entregou ao mercado soluções de tecnologia de mineração, combatendo assim, minerais oriundos de conflito na República Democrática do Congo. A quarta revolução é revolução tecnológica não violenta.