sábado, 25 de outubro de 2025

O Olhar

Estudo publicado na BMC Environmental Health, por Andrea Baccarelli, reitor da Harvard School of Public Health e professor de saúde ambiental, autor sênior, liderado pela Escola de Medicina Icahn, Monte Sinai, em colaboração com a Universidade da Califórnia, Los Angeles, e Universidade de Massachusetts Lowell, financiado pelo National Institute of Environmental Health Sciences e National Institute on Aging, em que pesquisadores revisando 46 estudos encontraram evidências que associam exposição pré-natal ao paracetamol, Tylenol, a maiores riscos de autismo e TDAH, em consequência, a FDA recomendou cautela, ecoando a atenção científica e, que o medicamento seja usado apenas na menor dose eficaz e menor duração possível, ressaltando que é importante no controle da febre e dor na gravidez, sendo que seu uso prolongado pode representar risco ao desenvolvimento fetal, recomendam em consequência, supervisão médica e investigação  por conta do relato de cientistas que o Tylenol na gravidez está associado a maior risco de autismo. A pesquisa inclui coautores de outras instituições, usando metodologia de Revisão Sistemática do Guia de Navegação, estrutura padrão-ouro para sintetizar e avaliar dados de saúde ambiental que permitiu conduzir análise rigorosa e abrangente, apoiando  evidências de associação entre exposição ao acetaminofen na gravidez  a maiores riscos de autismo e TDAH em que crianças expostas ao Tylenol na gravidez podem ter maior probabilidade de desenvolver transtornos do neurodesenvolvimento, TNDs, autismo e TDAH, transtorno do déficit de atenção. Observam que, embora medidas devam ser tomadas para limitar o uso de paracetamol, o medicamento é importante no tratamento da dor e febre na gravidez, podendo prejudicar o feto em desenvolvimento considerando que febre alta pode aumentar o risco de defeitos do tubo neural do feto e parto prematuro, em consequência, os autores escrevem, "recomendamos uso criterioso de paracetamol, menor dose eficaz, menor duração, sob orientação médica, adaptado a avaliações individuais de risco-benefício, em vez de limitação ampla". Em setembro, a FDA, Food and Drug Administration anunciou que enviaria carta aos médicos norte americanos, pedindo cautela quanto ao uso de paracetamol na gravidez, com o Dr Andrea Baccarelli afirmando ter discutido o estudo com o Secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Robert F. Kennedy Jr, antes do anúncio, fornecendo à Casa Branca declaração observando que a pesquisa encontrou "evidências de associação" entre exposição pré-natal ao paracetamol e distúrbios do neurodesenvolvimento, detalhe, "associação mais forte quando o paracetamol é tomado por 4 semanas ou mais", segundo o autor do estudo e, prosseguindo, "mais pesquisas são necessárias para confirmar a associação e determinar causalidade e, com base nas evidências existentes é necessária cautela quanto ao uso de paracetamol na gravidez especialmente uso intenso ou prolongado." O autor sênior da pesquisa observou na seção "interesses conflitantes" do artigo de pesquisa, que atuou como testemunha especialista aos autores em caso envolvendo potenciais ligações entre o uso de paracetamol na gravidez e distúrbios do neurodesenvolvimento.

Relatório da Universidade Maynooth e da Met Éireann conclui que temperaturas noturnas que tornaram o verão de 2025 o mais quente já registrado na Irlanda, foram 40 vezes mais prováveis ​​devido mudanças climáticas causadas pelo homem, com a Dra Claire Bergin, da Universidade Maynooth, dizendo que a "Irlanda está vendo efeito direto da mudança climática global" em que dados provisórios mostram que o verão de 2025 foi o mais quente já registrado, com média de 16º C,19 º C, 0,08 º C acima do recorde anterior estabelecido em 1995. O que preocupa são as condições climáticas nos 2 anos recordes muito diferentes conforme o climatologista Paul Moore, do Met Éireann, já que o verão de 1995 foi dominado por altas pressões, muito seco e ensolarado, em comparação, o verão de 2025 foi "bastante típico" com sol e precipitação próximos da média, dizendo que, "significa que chegamos a ponto em que o aquecimento de fundo devido às mudanças climáticas pode transformar uma estação que, de outra forma, seria média em estação quente recorde". Análise de atribuição de altas temperaturas realizada pelo projeto WASITUS, Weather attribution science Irish operational user service, no Centro de Pesquisa Climática Icarus da Universidade de Maynooth e financiado pelo Met Éireann e EPA, descobriu que os dias quentes de verão de 2025, embora não tão extremos quanto as temperaturas noturnas, eram 9 vezes mais prováveis ​​devido à crise climática, com a Dra. Claire Bergin, pesquisadora do projeto WASITUS, dizendo que "sabemos há anos que a dependência da sociedade em combustíveis fósseis tem levado a um clima mais quente" e,  ainda, “agora, ao produzirmos a 1ª análise de atribuição de altas temperaturas sazonais com base na Irlanda, sabemos com certeza que está vendo um efeito direto das mudanças climáticas globais”, concluindo que, as altas temperaturas observadas neste verão se tornarão mais regulares, com as temperaturas mais altas previstas para ficarem ainda mais altas. Diz ainda que, “a maioria das casas na Irlanda não é construída com essas temperaturas crescentes em mente, então, preparar e adaptá-las agora será importante à crescente regularidade dos futuros verões quentes, em particular, à aquelas noites quentes de verão que devem se tornar mais regulares",  embora as condições climáticas gerais tenham sido razoavelmente normais, houve outras condições que contribuíram às temperaturas mais altas no verão, incluindo ondas de calor marinhas nas águas irlandesas no verão e solos secos no início da estação. Lionel Swan, pesquisador de doutorado no projeto WASITUS, informa que, "o oceano quente desempenhou papel fundamental em manter as temperaturas gerais altas, especialmente à noite" concluindo que, "o IPCC alerta que as ondas de calor marinhas devem se tornar mais frequentes e intensas à medida que mudanças climáticas induzidas pelo homem continuem, com as águas irlandesas provavelmente não escapando desses efeitos." A análise WASITUS comparou eventos semelhantes em um clima 1,3 º mais frio com o clima atual e com condições futuras mais quentes ao passo que o clima global é hoje é 1,3 º C mais quente que os níveis pré-industriais, 1850-1900, com  3 º C de aquecimento global projetados à atingir até fins do século sob metas políticas atuais, as temperaturas noturnas experimentadas no verão na Irlanda se tornarão 300 vezes mais prováveis enquanto as temperaturas diurnas no verão se tornarão 24 vezes mais prováveis ​​com 3 º C de aquecimento. O Prof. Peter Thorne, da Universidade de Maynooth, disse que o clima da Irlanda com aquecimento de 3 º C é  "completamente irreconhecível" comparado com o atual, enquanto o climatologista Dr. Pádraig Flattery, da Met Éireann, disse que temperaturas mais altas trariam maior risco de pragas e doenças, bem como aumento na intensidade e frequência de eventos de chuva, esclarecendo ainda que o relatório era  "lembrete claro da necessidade urgente de reduzir as emissões de gases efeito estufa para zero líquido a fim de evitar piores impactos das mudanças climáticas, ao mesmo tempo que garante que a Irlanda se adapte ao clima alterado que estamos vivenciando". O objetivo do WASITUS é desenvolver capacidade operacional de atribuição de eventos à Irlanda, em colaboração com o World Weather Attribution liderado pelo Prof. Fredi Otto no Imperial College London, assim, identificar se, e como, mudanças climáticas influenciadas pelo homem mudam probabilidade e gravidade de eventos climáticos extremos, realizado, comparando observações meteorológicas com modelos climáticos usando técnicas estatísticas.

Moral da Nota: a Universidade de Indiana, EUA, começou no outono implementar recurso em seus campus para incentivar uso responsável IA em sala de aula, chamada ChatGPT Edu, a tecnologia foi projetada para auxiliar usuários no ensino superior e, em comunicado anunciando o lançamento, líderes da IU disseram que a introdução da tecnologia é importante para preparar alunos  ao mercado de trabalho,  com Frank Emmert, professor da Faculdade de Direito McKinney da IU, dizendo que "a faculdade de direito é o lugar para praticar e aprender, se não os ensinarmos, onde vão conseguir isso?", A partir deste ano letivo, o programa será implementado para 120 mil  pessoas nos campus da IU em todo o estado, com os docentes solicitando acesso enquanto os alunos deverão aguardar até o próximo semestre, por meio do programa, professores e funcionários podem explorar estratégias de ensino IA e otimizar tarefas administrativas, enquanto alunos podem usar o programa para desenvolver conhecimentos IA e desenvolver habilidades para prepará-los ao mercado de trabalho, segundo o comunicado da Universidade de Indiana.  A Associação Internacional de Estudantes de Direito em 2025 realizou experimento onde projetou 10 abordagens em caso fictício através de diferentes modelos IA, colocados em competição e julgados com o trabalho dos alunos obtendo pontuações equivalentes à média histórica de competidores ao vivo, agora, a associação está permitindo uso IA para se preparar à competição. Por fim, para usar IA de forma eficaz, os alunos devem ser capazes de ponderar sua eficiência em relação ao conhecimento adquirido na área jurídica, segundo os educadores, sem isso, são mais propensos a se deparar com problemas como alucinações com IA ou tecnologia fornecendo informações desatualizadas.

O retorno: Steven J. Fleischman, MD, MBA, presidente do ACOG, Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas, em comunicado, avisa que, é "irresponsável quando se considera a mensagem prejudicial e confusa que enviam às pacientes grávidas, incluindo as que podem precisar confiar neste medicamento benéfico na gravidez". Estudo em pacientes com distúrbios autoimunes descobriu que 74% usaram acetaminofen na gestação, algumas evidências sugerem que filhos de pais e mães com condições autoimunes, como artrite reumatoide, apresentam maior risco de distúrbios do neurodesenvolvimento, incluindo autismo, com o detalhe,  o estudo  da Escola de Medicina Mount Sinai, mostra ligação entre acetaminofen e autismo, não estabelecendo causalidade e outros estudos mostram que é improvável que o medicamento aumente risco de asma infantil ou problemas cardiovasculares neonatais.  Eve Espey, MD, MPH, professora emérita do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Universidade do Novo México em Albuquerque, diz que, alternativas farmacológicas ao paracetamol, os anti-inflamatórios não esteroides como o ibuprofeno, apresentam riscos incluindo potenciais malformações no 1º trimestre, potencial impacto negativo na disfunção renal fetal no 2º trimestre e contraindicação absoluta no 3º trimestre devido preocupações com o fechamento prematuro do canal arterial no feto.  Catherine Cansino, MD, MPH, professora clínica de obstetrícia e ginecologia na Universidade da Califórnia, Davis Health, em Sacramento, esclarece que, "recursos desperdiçados que o governo gasta para alimentar ceticismo sobre este medicamento seguro seriam melhor investidos em pesquisas sobre saúde da mulher, incluindo condições relacionadas à gravidez”.  Steffen Thirstrup, MD, PhD, diretor médico da EMA, Associação Europeia de Medicamentos, avisa que o paracetamol na Europa “continua sendo opção importante para tratar dor ou febre em mulheres grávidas”.  A MotherToBaby, organização sem fins lucrativos que fornece informações sobre benefícios e riscos de medicamentos e outras exposições na gravidez e amamentação, alerta que aumento na temperatura corporal causado pela febre no início da gravidez, traz riscos, incluindo pequena chance de defeitos congênitos, ao passo que, alguns estudos também descobriram que as febres estão associadas a maiores chances da criança ter transtorno de déficit de atenção/hiperatividade ou autismo. A Kenvue, empresa controladora do Tylenol, informa que o paracetamol é "a opção mais segura de analgésico" disponível durante toda a gravidez, “sem ele, mulheres enfrentam escolhas perigosas, ou, sofrer com condições como febre, potencialmente prejudiciais tanto à mãe quanto ao bebê, ou, usar alternativas mais arriscadas” e, segundo o comunicado da empresa, “febres altas e dor são reconhecidas como riscos potenciais à gravidez se não forem tratadas.”