Desde 2018, ganha força movimento para definir doença de Alzheimer, DA, como entidade biológica com base em descobertas de biomarcadores, no entanto, a literatura mostra que a maioria dos indivíduos cognitivamente normais com biomarcadores positivos não se tornará sintomática ao longo da linha do tempo, daí, a abordagem diagnóstica de DA sem correspondência clínica e biológica seria injustificada e potencialmente preocupante com claro desconhecimento de quando, ou, se os sintomas irão se desenvolver. Positivos à amiloide e, geralmente, a maioria dos indivíduos cognitivamente normais positivos à biomarcadores, não sejam rotulados como portadores de DA devendo ser considerados como em risco à DA, ao passo que a expansão da DA pré-sintomática é vista como melhor base diagnóstica à padrão específico de biomarcadores, indicando que proximidade da expressão de sintomas em futuro próximo. Em 2007, o International Working Group, IWG, revisou critérios diagnósticos de 1984 à DA e foi o primeiro a propor que o diagnóstico de DA em pacientes com déficits cognitivos poderia ser ancorado na presença de biomarcadores para dar suporte a diagnóstico preciso e precoce da doença, desde então, a PET amiloide cerebral demonstrou se correlacionar com a presença e densidade de placas β-amiloides em amostras de tecido cerebral derivadas de autópsia em que biomarcadores amiloide e p-tau do LCR e do plasma foram validados contra a PET amiloide, daí, validações justificarem inclusão e reembolso de biomarcadores em exames diagnósticos em diferentes países, no entanto, valor clínico e utilidade desses biomarcadores ou testes diferem dependendo do contexto, por exemplo, pesquisa ou cenários clínicos em que são usados.
A Associação Alzheimer publicou critérios revistos ao diagnóstico e estadiamento da doença se baseando na biologia refletindo avanços na investigação, diagnóstico e tratamento, com Clifford Jack Jr., M.D., neurorradiologista da Clínica Mayo, do grupo de trabalho convocado pela Alzheimer's Association e autor dos critérios publicados na Alzheimer's & Dementia, esclarece que, "definir doença biologicamente, em vez de basear-se em sintomas, tem sido padrão na medicina, incluindo câncer, doenças cardíacas e diabetes, tornando conceito unificador comum às doenças neurodegenerativas", concluindo que, "um princípio imutável é que o tratamento eficaz dependerá da capacidade de diagnosticar e estadiar a biologia que conduz o processo da doença." A demência foi definida como comprometimento cognitivo clinicamente significativo, com critérios revisados definindo doença de Alzheimer como processo biológico que ocorre no cérebro antes que as pessoas apresentem sintomas de comprometimento cognitivo, como problemas de memória e pensamento, sendo que a idade é fator de risco importante à demência tardia e, a menos que haja prevenção eficaz, o número de pessoas com demência aumentará à medida que a população envelhece, no entanto, não se recomendam testes diagnósticos em pessoas com deficiência cognitiva que não estejam em estudos de investigação e nenhum tratamento foi aprovado à pessoas com deficiência cognitiva. “O uso clínico de biomarcadores de Alzheimer destina-se à avaliação de indivíduos sintomáticos e não de indivíduos cognitivamente intactos”, ao passo que, "terapias direcionadas a doenças não foram aprovadas à indivíduos com Alzheimer sem deficiência cognitiva. Tratamentos direcionados à proteína amiloide tóxica que se acumula no cérebro foram aprovados à pacientes com doença de Alzheimer leve que atendem a critérios específicos e, para ser elegível à tratamento, é necessário prova de biomarcadores a partir de sangue, líquido cefalorraquidiano e imagens cerebrais que demonstrem que a biologia subjacente está presente no cérebro do paciente. Os critérios recentemente revisados da Alzheimer Association, AA, à doença de Alzheimer, DA, propõem que DA seja definida com base em evidências biológicas cujo diagnóstico pode ser fornecido a pessoas cognitivamente normais com evidências de biomarcadores essenciais de DA abrangendo proporções de β e tau amiloide do líquido cefalorraquidiano, LCR, e tau fosforilada plasmática, p-tau, 217 validados contra a tomografia por emissão de pósitrons amiloide, PET, embora esses critérios não recomendem teste desses biomarcadores em indivíduos cognitivamente normais.
Moral da Nota: o Léxico do Grupo de Trabalho Internacional de 2024 recomenda o uso dos termos em risco à doença de Alzheimer, doença de Alzheimer pré-sintomática e doença de Alzheimer, de acordo com definições de, DA, Assintomático em Risco à Doença de Alzheimer que se refere a indivíduos cognitivamente normais com risco aumentado de desenvolver comprometimento cognitivo devido a risco incerto/indeterminado associado a determinado perfil de biomarcador correspondente à amiloidose cerebral isolada ou associada à tauopatia limitada às regiões temporais mediais ou a biomarcador positivo de fluido tau fosforilado, p-tau, sendo que o risco ao longo da vida de progressão à comprometimento cognitivo é aumentado comparado a indivíduos com biomarcador negativo, permanecendo longe de taxa determinística à progressão clínica. DA pré-sintomática em indivíduos cognitivamente normais com padrão específico de biomarcadores associados a risco de progressão ao longo da vida quase determinístico e muito alto, por exemplo, perfis de biomarcadores associados a condições pré-sintomáticas como variações genéticas autossômicas dominantes e penetrantes associadas a risco vitalício próximo de 100% de DA clínica, APP, PSEN1, PSEN2. Pessoas afetadas pela síndrome de Down, homozigotas ao alelo APOE e4 4 com perda de função SORL1.4,27, alterações esporádicas de biomarcadores de patologia de DA associadas a risco muito alto de DA clínica ao longo da vida, como tomografia por emissão de pósitrons amiloide, PET + com PET tau+ em regiões neocorticais, daí, estudos futuros populacionais podem identificar perfis distintos de biomarcadores, incluindo fatores de risco adicionais que definem esse subgrupo. Doença de Alzheimer refere-se a indivíduos com comprometimento cognitivo com Fenótipos clínicos específicos comum, síndrome amnésica do tipo hipocampal, afasia logopênica, atrofia cortical posterior ou incomum, síndrome corticobasal, variantes comportamentais e disexecutivas, positividade de biomarcadores patofisiológicos de DA no líquido cefalorraquidiano ou PET4, biomarcadores plasmáticos, como p-tau 217, podendo em breve entrar no exame clínico de rotina, inclui aí estágios prodrômico, comprometimento cognitivo leve e nenhuma perda de função e, demência, com perda de função, quer dizer, a abordagem do IWG permite a identificação de 2 categorias diferentes de indivíduos cognitivamente normais com biomarcadores positivos e diferentes estratégias de tratamento, aí, se inserem, primeiro, indivíduos positivos à amiloide, A+, e A+ e T1 positivos, têm risco aumentado longe de ser parâmetro convincente de certeza de desenvolver DA clínica devendo ser rotulados em risco e seu acompanhamento em populações longitudinais identificará fatores que aumentam/diminuem o risco de demência e o provável surgimento de sintomas, por fim, o segundo é um grupo de indivíduos cognitivamente normais, no caminho à doença clínica.