domingo, 26 de outubro de 2025

Critérios

Desde 2018, ganha força movimento para definir doença de Alzheimer, DA, como entidade biológica com base em descobertas de biomarcadores, no entanto, a literatura mostra que a maioria dos indivíduos cognitivamente normais com biomarcadores positivos não se tornará sintomática ao longo da linha do tempo, daí, a abordagem diagnóstica de DA sem correspondência clínica e biológica seria injustificada e potencialmente preocupante com claro desconhecimento de quando, ou, se os sintomas irão se desenvolver. Positivos à amiloide e, geralmente, a maioria dos indivíduos cognitivamente normais positivos à biomarcadores, não sejam rotulados como portadores de DA devendo ser considerados como em risco à DA, ao passo que a expansão da DA pré-sintomática é vista como melhor base diagnóstica à padrão específico de biomarcadores, indicando que proximidade da expressão de sintomas em futuro próximo. Em 2007, o International Working Group, IWG, revisou critérios diagnósticos de 1984 à DA e foi o primeiro a propor que o diagnóstico de DA em pacientes com déficits cognitivos poderia ser ancorado na presença de biomarcadores para dar suporte a diagnóstico preciso e precoce da doença, desde então, a PET amiloide cerebral demonstrou se correlacionar com a presença e densidade de placas β-amiloides em amostras de tecido cerebral derivadas de autópsia em que biomarcadores amiloide e p-tau do LCR e do plasma foram validados contra a PET amiloide, daí, validações justificarem inclusão e reembolso de biomarcadores em exames diagnósticos em diferentes países, no entanto, valor clínico e utilidade desses biomarcadores ou testes diferem dependendo do contexto, por exemplo, pesquisa ou cenários clínicos em que são usados. 

A Associação Alzheimer publicou critérios revistos ao diagnóstico e estadiamento da doença se baseando na biologia refletindo avanços na investigação, diagnóstico e tratamento, com Clifford Jack Jr., M.D., neurorradiologista da Clínica Mayo, do grupo de trabalho convocado pela Alzheimer's Association e autor dos critérios publicados na Alzheimer's & Dementia, esclarece que, "definir doença biologicamente, em vez de basear-se em sintomas, tem sido padrão na medicina, incluindo câncer, doenças cardíacas e diabetes, tornando conceito unificador comum às doenças neurodegenerativas", concluindo que, "um princípio imutável é que o tratamento eficaz dependerá da capacidade de diagnosticar e estadiar a biologia que conduz o processo da doença." A demência foi definida como comprometimento cognitivo clinicamente significativo, com critérios revisados ​​definindo doença de Alzheimer como processo biológico que ocorre no cérebro antes que as pessoas apresentem sintomas de comprometimento cognitivo, como problemas de memória e pensamento, sendo que a idade é fator de risco importante à demência tardia e, a menos que haja prevenção eficaz, o número de pessoas com demência aumentará à medida que a população envelhece, no entanto, não se recomendam testes diagnósticos em pessoas com deficiência cognitiva que não estejam em estudos de investigação e nenhum tratamento foi aprovado à pessoas com deficiência cognitiva. “O uso clínico de biomarcadores de Alzheimer destina-se à avaliação de indivíduos sintomáticos e não de indivíduos cognitivamente intactos”, ao passo que, "terapias direcionadas a doenças não foram aprovadas à indivíduos com Alzheimer sem deficiência cognitiva. Tratamentos direcionados à proteína amiloide tóxica que se acumula no cérebro foram aprovados à pacientes com doença de Alzheimer leve que atendem a critérios específicos e, para ser elegível à tratamento, é necessário prova de biomarcadores a partir de sangue, líquido cefalorraquidiano e imagens cerebrais que demonstrem que a biologia subjacente está presente no cérebro do paciente. Os critérios recentemente revisados ​​da Alzheimer Association, AA, à doença de Alzheimer, DA, propõem que DA seja definida com base em evidências biológicas cujo diagnóstico pode ser fornecido a pessoas cognitivamente normais com evidências de biomarcadores essenciais de DA abrangendo proporções de β e tau amiloide do líquido cefalorraquidiano, LCR, e tau fosforilada plasmática, p-tau, 217 ​​validados contra a tomografia por emissão de pósitrons amiloide, PET, embora esses critérios não recomendem teste desses biomarcadores em indivíduos cognitivamente normais. 

Moral da Nota: o Léxico do Grupo de Trabalho Internacional de 2024 recomenda o uso dos termos em risco à doença de Alzheimer, doença de Alzheimer pré-sintomática e doença de Alzheimer, de acordo com definições de, DA, Assintomático em Risco à Doença de Alzheimer que se refere a indivíduos cognitivamente normais com risco aumentado de desenvolver comprometimento cognitivo devido a risco incerto/indeterminado associado a determinado perfil de biomarcador correspondente à amiloidose cerebral isolada ou associada à tauopatia limitada às regiões temporais mediais ou a biomarcador positivo de fluido tau fosforilado, p-tau, sendo que o risco ao longo da vida de progressão à comprometimento cognitivo é aumentado comparado a indivíduos com biomarcador negativo, permanecendo longe de taxa determinística à progressão clínica. DA pré-sintomática em indivíduos cognitivamente normais com padrão específico de biomarcadores associados a risco de progressão ao longo da vida quase determinístico e muito alto, por exemplo, perfis de biomarcadores associados a condições pré-sintomáticas como variações genéticas autossômicas dominantes e penetrantes associadas a risco vitalício próximo de 100% de DA clínica, APP, PSEN1, PSEN2.  Pessoas afetadas pela síndrome de Down, homozigotas ao alelo APOE e4 4 com perda de função SORL1.4,27, alterações esporádicas de biomarcadores de patologia de DA associadas a risco muito alto de DA clínica ao longo da vida, como tomografia por emissão de pósitrons amiloide, PET + com PET tau+ em regiões neocorticais, daí, estudos futuros populacionais podem identificar perfis distintos de biomarcadores, incluindo fatores de risco adicionais que definem esse subgrupo. Doença de Alzheimer refere-se a indivíduos com comprometimento cognitivo com Fenótipos clínicos específicos comum, síndrome amnésica do tipo hipocampal, afasia logopênica, atrofia cortical posterior ou incomum, síndrome corticobasal, variantes comportamentais e disexecutivas, positividade de biomarcadores patofisiológicos de DA no líquido cefalorraquidiano ou PET4, biomarcadores plasmáticos, como p-tau 217, podendo em breve entrar no exame clínico de rotina, inclui aí estágios prodrômico, comprometimento cognitivo leve e nenhuma perda de função e, demência, com perda de função, quer dizer, a abordagem do IWG permite a identificação de 2 categorias diferentes de indivíduos cognitivamente normais com biomarcadores positivos e diferentes estratégias de tratamento, aí, se inserem, primeiro, indivíduos positivos à amiloide, A+, e A+ e T1 positivos, têm risco aumentado longe de ser parâmetro convincente de certeza de desenvolver DA clínica devendo ser rotulados em risco e seu acompanhamento em populações longitudinais identificará fatores que aumentam/diminuem o risco de demência e o provável surgimento de sintomas, por fim, o segundo é um grupo de indivíduos cognitivamente normais, no caminho à doença clínica.