quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Energia, dilemas e contradições


A UE proibirá a utilização em biocombustíveis da safra do óleo de palma, embora continue a importação da Indonésia e Malásia. O bioconbustível, vendido na Europa como alternativa a combustíveis poluentes, perdeu a reputação "não poluente" graças ao óleo de palma fundamental na produção. A Comissão Nacional de Mercados e Concorrência, CNMC, informa que 92% do óleo de palma importado pela Espanha é biocombustível e 72% do biodiesel produzido e refinado no país origina do óleo vegetal e ao lado da Holanda e Itália é um dos maiores fabricantes europeus. No entanto, o uso do óleo de palma como combustível será proibido em 2030 e começará ser eliminado a partir de 2023. A ONG 'Ecologistas en Acción' informa que o óleo de palma não é solução verde, emite três vezes mais gases efeito estufa que o diesel e não é sustentável, consequente ao desmatamento, transporte, processo e mudança no uso da terra.
Em paralelo, a Siemens desenvolve na blockchain da Alastria plataforma para o setor de energia espanhol destinada à transações e comercialização. Chamada e-ing3ni@ é parceria da Siemens com o grupo Gnera y Gas and Power e totalmente privada. Conectará produtores de energia, pessoas físicas, grandes usinas, comerciantes, distribuidores de energia elétrica, agentes do setor e consumidor final. A operação da plataforma possibilita escolher origem e tipo de energia que se consumirá ou venderá, pelo acesso à rastreabilidade do suprimento de energia oferecido pela plataforma.
Moral da Nota: a blockchain, segundo a Siemens, "permite confiança e transparência ao mercado de eletricidade e rastreabilidade da origem da energia" sendo que a necessidade se dá "devido à descarbonização, democratização e digitalização de energia". Dentro dos dilemas e contradições, a espanhola Telefônica é parceira da Associação de Parques de Ciência e Tecnologia da Espanha, APTE, na criação de consórcio blockchain. O APTE reúne mais de 8 mil empresas e 64 parques tecnológicos, excedendo os 500 parceiros da rede Alastria. A startup IECISA, Informática El Corte Inglês, gera recompensas com tokens pela participação cidadã no relato de falhas em infraestrutura, promovendo a participação do órgão responsável na manutenção e reparo de estruturas públicas.