sábado, 16 de outubro de 2021

EUA e clima

Ohio solidifica a reputação de sufocar indústrias de energia limpa com lei do Senado permitindo governos dos condados aprovar resoluções proibindo empreendimentos eólicos e solares, ou, dizer que certas partes de seus condados estão proibidas à projetos eólicos e solares. A lei afasta o controle estatal de grandes projetos eólicos e solares, sendo que o conselho estadual continua analisando e votando nas inscrições com governos dos condados podendo contornar autoridade do estado. Legisladores em Ohio fizeram esforço para controlar combustíveis fósseis, promulgando lei que proíbe governos locais de restringir o uso de gás natural sendo que governos locais foram impedidos pelo estado de tomar medidas que limitariam a produção de petróleo e gás. A nova lei chega em hora que Ohio olha o boom nos projetos solares, com 527 megawatts de energia solar ocupando o 25º lugar no país e, desse total, 193 megawatts estão nos poucos projetos de 10 megawatts ou maiores. O estado está prestes a construir outros 2.924 megawatts em projetos aprovados pelo conselho estadual e não concluídos, incluindo 370 megawatts de projetos em construção, além de 4.505 megawatts com inscrições pendentes ou em fase de pré-inscrição. 

Fazendas solares são construídas para servir empresas de tecnologia como Amazon e iniciativas da cidade como o plano de Columbus de obter 100% da eletricidade de fontes renováveis. Os projetos já aprovados não serão afetados pela nova lei, a menos que solicitem alterações em seus planos, sendo que os legisladores dizem que estão ouvindo os constituintes que sentem que a energia renovável está transformando suas comunidades de modo ruim e transformando paisagens rurais em locais industriais. Ohio não é modelo de política energética com visão de futuro, em 2019 aprovaram resgate de usinas nucleares e movidas a carvão que agora é objeto de investigação de suborno. Em 2014 legisladores aumentaram a distância necessária entre turbinas eólicas e linhas de propriedades próximas, de modo reduzir o número de turbinas que poderiam ser colocadas em um projeto eólico, em consequência, projetos eólicos construídos com licenças estaduais anteriores à lei de 2014 foram autorizados avançar conforme regras anteriores. 

Moral da Nota: no entanto, secas e legislação hídrica desigual no Oregon agravam situação dos agricultores com mais de 71% do estado em situação de seca extrema, com um quarto em situação excepcional, coisa que não chegava nem perto há um ano. O estado sofre consequências da misteriosa lei da água do oeste americano concedendo direitos com base na ordem de chegada e, em meio a seca catastrófica, distritos com recentes reivindicações de água ficaram sem nada enquanto aqueles com pedidos de mais de um século tiveram apenas que cortar gastos modestamente. Na Carolina do Norte o projeto de lítio enfrenta oposição com a Piedmont Lithium Inc. tentando explorar mina para fornecer aos veículos elétricos e armazenamento de bateria, no entanto, não apresentou informações sobre níveis de poeira e ruído ou como a qualidade da água e do ar podem ser afetadas, sendo que as autoridades afirmam ser importante ter fontes locais de materiais essenciais.


sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Clima e blockchain

A crise climática envolve o ponto de como parar ou pelo menos diminuir mudanças climáticas e nisto se envolve o ODS, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, cuja missão é tornar-se “modelo para alcançar futuro melhor e sustentável à todos” além do Acordo de Paris adotado por quase todas as nações em 2015. O instrumento de luta contra a crise climática se ampara em tecnologias emergentes e em 2017, a Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas, UNFCCC, destacou a blockchain em combater o efeito estufa. Tecnologias descentralizadas têm potencial no alcance dos ODS, reformulando abordagens convencionais no desenvolvimento sustentável através dos benefícios como transparência e imutabilidade. Países em 2020 se envolveram nas tecnologias emergentes contra a crise climática incluindo Rússia, Índia, Catar, Emirados Árabes Unidos, países da África e região Ásia-Pacífico além do G7 incluindo Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e EUA. Em 2021, diante preocupações sobre a pegada de carbono do Bitcoin, BTC, se intensificou o debate sobre consumo de energia do Bitcoin e suas emissões de carbono levando aceitação pela criptoindústria em priorizar foco na tecnologia verde, compensando emissões de carbono do Bitcoin aproveitando energia renovável.

Inserido neste conceito, o porta-voz do Banco Mundial explica que tecnologia blockchain poderia rastrear transações de crédito de carbono, tokenizar créditos de carbono e vincular transações a contratos inteligentes, armazenando com segurança informações necessárias para rastrear um crédito de carbono, em teste no Climate Warehouse do Banco Mundial, um meta-registro que demonstra como os registros nacionais podem ser conectados via blockchain para rastrear transações entre partes. Destaca ainda IA, drones e sensores inteligentes digitalizando sistemas de monitoramento, verificação e relatórios em nível de projeto com blockchain garantindo imutabilidade e integridade dos dados coletados em sistema MRV digital, reduzindo tempo e esforço para gerar créditos de carbono. O Banco Mundial desenvolve protocolos para sistemas MRV digitais em colaboração com parceiros. Já o CEO da ClimateTrade, fintech de sustentabilidade, explica que a opacidade e fraude dos mercados de carbono pode ser combatida com blockchain melhorando processos existentes, tornando-os mais eficientes, transparentes, seguros, mais rápidos e mais baratos permitindo novos modelos que não eram possíveis antes da blockchain. A maior vantagem da tecnologia é a capacidade de moldar o comportamento com aplicativos blockchain que permitem projetar esquemas de incentivos financeiros que promovem realização das metas de descarbonização.

Moral da Nota: a gerente de consultoria da KPMG, big four de auditoria, explica que investidores e público buscam prestação de contas aumentando pressão sobre empresas para divulgarem medições reais, garantindo confiança e capacidade de auditoria nos dados de emissões de carbono relatados. Na transição do relatório de estimativas de emissões para medições reais, explica que blockchain é sistema de registro auditável para rastrear proveniência dos dados de emissões, fornecer segurança de dados, evitar dupla contagem de emissões e introduzir transparência nas etapas de processamento de dados para provar desempenho ambiental e prevenir reivindicações fraudulentas. Conclui que blockchain fornece os mesmos benefícios para créditos e compensações de carbono, onde falta de transparência e contagem dupla de créditos é grande preocupação, além de alavancar contratos inteligentes automatizando e incentivando participação em práticas sustentáveis ​​que exigem coordenação entre indivíduos, governos e empresas.