A crise climática envolve o ponto de como parar ou pelo menos diminuir mudanças climáticas e nisto se envolve o ODS, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, cuja missão é tornar-se “modelo para alcançar futuro melhor e sustentável à todos” além do Acordo de Paris adotado por quase todas as nações em 2015. O instrumento de luta contra a crise climática se ampara em tecnologias emergentes e em 2017, a Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas, UNFCCC, destacou a blockchain em combater o efeito estufa. Tecnologias descentralizadas têm potencial no alcance dos ODS, reformulando abordagens convencionais no desenvolvimento sustentável através dos benefícios como transparência e imutabilidade. Países em 2020 se envolveram nas tecnologias emergentes contra a crise climática incluindo Rússia, Índia, Catar, Emirados Árabes Unidos, países da África e região Ásia-Pacífico além do G7 incluindo Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e EUA. Em 2021, diante preocupações sobre a pegada de carbono do Bitcoin, BTC, se intensificou o debate sobre consumo de energia do Bitcoin e suas emissões de carbono levando aceitação pela criptoindústria em priorizar foco na tecnologia verde, compensando emissões de carbono do Bitcoin aproveitando energia renovável.
Inserido neste conceito, o porta-voz do Banco Mundial explica que tecnologia blockchain poderia rastrear transações de crédito de carbono, tokenizar créditos de carbono e vincular transações a contratos inteligentes, armazenando com segurança informações necessárias para rastrear um crédito de carbono, em teste no Climate Warehouse do Banco Mundial, um meta-registro que demonstra como os registros nacionais podem ser conectados via blockchain para rastrear transações entre partes. Destaca ainda IA, drones e sensores inteligentes digitalizando sistemas de monitoramento, verificação e relatórios em nível de projeto com blockchain garantindo imutabilidade e integridade dos dados coletados em sistema MRV digital, reduzindo tempo e esforço para gerar créditos de carbono. O Banco Mundial desenvolve protocolos para sistemas MRV digitais em colaboração com parceiros. Já o CEO da ClimateTrade, fintech de sustentabilidade, explica que a opacidade e fraude dos mercados de carbono pode ser combatida com blockchain melhorando processos existentes, tornando-os mais eficientes, transparentes, seguros, mais rápidos e mais baratos permitindo novos modelos que não eram possíveis antes da blockchain. A maior vantagem da tecnologia é a capacidade de moldar o comportamento com aplicativos blockchain que permitem projetar esquemas de incentivos financeiros que promovem realização das metas de descarbonização.
Moral da Nota: a gerente de consultoria da KPMG, big four de auditoria, explica que investidores e público buscam prestação de contas aumentando pressão sobre empresas para divulgarem medições reais, garantindo confiança e capacidade de auditoria nos dados de emissões de carbono relatados. Na transição do relatório de estimativas de emissões para medições reais, explica que blockchain é sistema de registro auditável para rastrear proveniência dos dados de emissões, fornecer segurança de dados, evitar dupla contagem de emissões e introduzir transparência nas etapas de processamento de dados para provar desempenho ambiental e prevenir reivindicações fraudulentas. Conclui que blockchain fornece os mesmos benefícios para créditos e compensações de carbono, onde falta de transparência e contagem dupla de créditos é grande preocupação, além de alavancar contratos inteligentes automatizando e incentivando participação em práticas sustentáveis que exigem coordenação entre indivíduos, governos e empresas.