terça-feira, 18 de junho de 2019

Mercedes Benz

A Mercedes-Benz desenvolve plataforma blockchain que permite armazenamento de documentação e contratos na cadeia de suprimentos aumentando transparência e sustentabilidade. A Mercedes é uma divisão da Daimler AG, membro do Hyperledger da Linux Foundation, se interessou ainda por um sistema de recompensas em tokens. Em 2017, experimentou blockchain associada ao banco alemão LBBW na emissão de "Schuldschein corporativo" de 100 milhões de euros semelhante a um título. A Daimler Trucks explora blockchain para registrar a origem das peças comerciais de caminhões. A parceria na cadeia de suprimentos é com a empresa de software Icertis, cooperando no desenvolvimento da tecnologia blockchain na cadeia de suprimentos. A Mercedes-Benz Cars anunciou ainda prototipagem de rede blockchain para reforçar as obrigações contratuais do fornecedor, especialmente sustentabilidade e conformidade ética.
O desenvolvimento e programação com a Icertis se insere em protótipo blockchain que  armazena documentos e contratos em complexas cadeias de suprimentos, possibilitando  criação de mapeamento transparente e sustentável de documentos classificados em toda a cadeia. O projeto com a empresa de contratos baseados em nuvem Icertis busca em primeiro lugar padronização, tornando a documentação do contrato mais consistente. Os contratos com fornecedores da Mercedes incluem cláusulas relativas a condições de trabalho, direitos humanos, proteção ambiental, segurança, ética comercial e conformidade cuja adesão é registrada na blockchain evitando desvios.
Moral da Nota: durante o anúncio a Mercedes referiu o potencial de rastreabilidade de componentes e matérias-primas, com minerais de origem ética para baterias e carros elétricos. Nesta ideia a IBM formou parceira com a Ford para rastrear o cobalto da República Democrática do Congo, enquanto a Circular trabalha com as minas de Ruanda garantindo conformidade ética do tântalo usado nas baterias da Apple. Outra questão é a mobilidade, especialmente carros autônomos, e a Daimler associou-se a BMW em joint venture de 1 bilhão euros em jornadas de transporte, carregamento de carros elétricos públicos, estacionamento digital e passeio. A BMW é ativa no setor de mobilidade blockchain e um dos membros fundadores da aliança blockchain MOBI. Outra empresa alemã, a Porsche AG, aumentará investimentos em startups blockchain acessando tendências, tecnologias e modelos de negócios.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

A China lidera

O jornal chinês China.org, baseado no relatório da Blockdata, afirma existirem 263 projetos relacionados à blockchain na China ou 25% do total global. O país lidera o desenvolvimento de aplicações nesta tecnologia, sendo que em maio/2019, surgiram no mundo 84 projetos dos quais 37 se desenvolvem na China ou 44% do total. Na Província de Jiangsu, foi apresentado o “Plano de Implementação para a Promoção do Desenvolvimento da Infraestrutura de Transporte” em que a blockchain será utilizada na revisão da infraestrutura de transporte local.
Visualizando a distribuição industrial, a blockchain no mundo concentrou-se em maio nas finanças, rastreabilidade e assuntos governamentais, respectivamente 23%, 20% e 18% de pedidos. O CTO da Qulian Technology, desenvolvedora de plataformas de blockchain, afirma  que o setor financeiro é o maior usuário da tecnologia na China, principalmente securitização de ativos à bancos e corretoras. A Rastreabilidade, segunda maior área de aplicação de blockchain, é a de maior crescimento da tecnologia. Em maio/2019, houve um aumento de 54,5% com a divulgação de 17 projetos envolvendo chá, café, vinho, queijo e até commodities de grãos como sorgo, soja e milho, além de relógios, seda, etc. No quesito aplicações para assuntos governamentais, a China lidera na gestão da 'cadeia de identidade', processamento on-line de serviços comerciais das empresas de Hong Kong e Macau e uma plataforma judicial em blockchain para registro de evidências.
Moral da Nota: destacam-se aplicações de blockchain relacionadas a direitos autorais, viagens e energia, como o Alibaba que usa a tecnologia para registro e certificação de direitos autorais. A Shenzhen Transportation Bureau, o Alipay e a Hunan Expressway adotaram a tecnologia na resolução de questões de emissão de notas fiscais eletrônicas, digitalização, pagamento de ônibus e pedágio de alta velocidade.

domingo, 16 de junho de 2019

Óleo de Palma

O pais em questão é a Indonésia, o habitat, a floresta tropical onde habitam a milênios a tribo dos Marind. Um incidente indígena é relatado pela morte de um menino de Papua Ocidental por disenteria, após ingerir água do rio contaminada com pesticida da plantação de dendezeiros. Junte-se a isto, proibição do acesso à pessoal não pertencente a empresa no intuito de proteger fauna e flora locais. Conforme relatam os locais, "desde que o dendê chegou, nós os Marind, fomos roubados de nossa floresta. As empresas de dendezeiros cortam a floresta e toda ela agora lhes pertence  e nós não temos onde morar ou morrer em paz”.
Organizações Públicas e ONGs como WWF alertam sobre o óleo de palma, ingrediente representando quase metade dos produtos embalados no mundo. A indústria do óleo de palma queima florestas de biodiversidade, envenena rios com pesticidas, apropria-se de terras dos povos indígenas, explora trabalhadores e destrói o habitat dos orangotangos. Nos projetos sustentáveis ​​de óleo de palma, cientistas conservacionistas de fora da área “nunca viveram com a floresta” e são contratados para avaliar plantações. Áreas de alto valor de conservação incluem florestas que abrigam espécies ameaçadas ou protegem bacias hidrográficas, bem como locais que satisfazem necessidades das comunidades locais, embora esse último aspecto tenda a ser negligenciado. "Especialistas" não entendem que as plantas e animais dependem de diversas ecologias como pântanos, manguezais, savanas, florestas igualmente importantes para subsistência, reprodução e crescimento. 
Moral da Nota: a certificação de óleo de palma “sustentável” ou iniciativas “verdes” são criticadas pelos indígenas que se encontram desapropriados ou deslocados pelo agronegócio. Desconectam povos de suas relações com organismos florestais afins como espécies companheiras tanto na vida quanto na morte. As práticas de conservação no agronegócio são problemáticas aos indígenas porque assumem que os seres humanos são agentes de perturbação ecológica e a biodiversidade será melhor protegida por ecossistemas divorciados de pessoas. Ignoram que parcerias humanas com ecossistemas florestais aumentam a biodiversidade atendendo necessidades dos povos locais. Por fim, o óleo de palma "sustentável" perpetua a violência extrativista, colonialista, de cima para baixo, sob disfarce ambiental, forçando entrega de territórios a companhias de dendezeiros sob coação ou troca de compensação irrisória.