domingo, 16 de junho de 2019

Óleo de Palma

O pais em questão é a Indonésia, o habitat, a floresta tropical onde habitam a milênios a tribo dos Marind. Um incidente indígena é relatado pela morte de um menino de Papua Ocidental por disenteria, após ingerir água do rio contaminada com pesticida da plantação de dendezeiros. Junte-se a isto, proibição do acesso à pessoal não pertencente a empresa no intuito de proteger fauna e flora locais. Conforme relatam os locais, "desde que o dendê chegou, nós os Marind, fomos roubados de nossa floresta. As empresas de dendezeiros cortam a floresta e toda ela agora lhes pertence  e nós não temos onde morar ou morrer em paz”.
Organizações Públicas e ONGs como WWF alertam sobre o óleo de palma, ingrediente representando quase metade dos produtos embalados no mundo. A indústria do óleo de palma queima florestas de biodiversidade, envenena rios com pesticidas, apropria-se de terras dos povos indígenas, explora trabalhadores e destrói o habitat dos orangotangos. Nos projetos sustentáveis ​​de óleo de palma, cientistas conservacionistas de fora da área “nunca viveram com a floresta” e são contratados para avaliar plantações. Áreas de alto valor de conservação incluem florestas que abrigam espécies ameaçadas ou protegem bacias hidrográficas, bem como locais que satisfazem necessidades das comunidades locais, embora esse último aspecto tenda a ser negligenciado. "Especialistas" não entendem que as plantas e animais dependem de diversas ecologias como pântanos, manguezais, savanas, florestas igualmente importantes para subsistência, reprodução e crescimento. 
Moral da Nota: a certificação de óleo de palma “sustentável” ou iniciativas “verdes” são criticadas pelos indígenas que se encontram desapropriados ou deslocados pelo agronegócio. Desconectam povos de suas relações com organismos florestais afins como espécies companheiras tanto na vida quanto na morte. As práticas de conservação no agronegócio são problemáticas aos indígenas porque assumem que os seres humanos são agentes de perturbação ecológica e a biodiversidade será melhor protegida por ecossistemas divorciados de pessoas. Ignoram que parcerias humanas com ecossistemas florestais aumentam a biodiversidade atendendo necessidades dos povos locais. Por fim, o óleo de palma "sustentável" perpetua a violência extrativista, colonialista, de cima para baixo, sob disfarce ambiental, forçando entrega de territórios a companhias de dendezeiros sob coação ou troca de compensação irrisória.