quinta-feira, 25 de abril de 2024

Razões de redução

O corte de plásticos nas embalagens tornou-se necessário e desejável por conta da geração de mais resíduos do que em qualquer outra indústria, na Europa por exemplo, embalagens plásticas representam 59% dos plásticos em peso, número que está mais próximo de 65% nos EUA, conforme relatório da National Geographic, considerando que conchas de moluscos e embalagens blister são plásticos descartáveis tecnicamente reciclados, embora poucos desses plásticos sejam reciclados nos EUA.  O relatório observa que 50% dos domicílios norte americanos têm coleta na calçada e menos de 5% dos plásticos são reciclados no país e que resíduos resíduos plásticos não reciclados são queimados produzindo CO2 com toxinas, além de serem ruins aos resultados financeiros de uma empresa, por exemplo, em uma grande marca, a eliminação de plásticos descartáveis resultou em poupanças de material, mão-de-obra, tempo e energia que, em conjunto, produziram poupanças por unidade de 50%. Outro fator são os custos da mudança à embalagens sustentáveis preocupando 43% das marcas em que pesquisa publicada na revista Raconteur revelou existência de preocupações sobre custos de satisfazer preferências do consumidor por embalagens sustentáveis, observando que, embora seja verdade que os custos iniciais são mais elevados “tendem diminuir quando aumenta o volume e recupera o investimento original”. O relatório avisa que “a sustentabilidade anda de mãos dadas com redução de custos e, caso implementada na fase de concepção para reduzir o tamanho da embalagem e a utilização de materiais”, os custos da redução de plásticos podem ser colocados em perspectiva comparados a custos de não fazer conversão, incluindo perda de clientes, sanções regulatórias, impostos e danos à reputação da marca.

Em março de 2022, 193 Estados-membros da ONU concordaram acabar com a poluição por plásticos, embora colocar o acordo em prática seja questão complexa em que governos agem de modo lento no sentido de restringir a utilização de plástico através de regulamentações como imposto sobre plásticos de utilização única no Reino Unido por exemplo e legislação semelhante na Itália, Espanha e em outros países, exemplos de como a carga regulamentar aumenta e as Leis Globais de Plásticos documentam atualmente 1.246 de leis no mundo. Outra questão envolve estabelecimento de requisitos à redução do conteúdo plástico nos produtos à medida que aumenta a pressão para reduzir o uso de plásticos, soluções rápidas podem trazer alívio mas muitas vezes custo significativo como por exemplo a utilização de embalagem de papelão facilmente reciclada quando descartada. A questão do plástico envolve economias quantificáveis em plásticos, custo unitário reduzido, maior rendimento de produção, experiência aprimorada do cliente, degradabilidade comprovada, versatilidade, daí, tornar-se questão complexa envolvendo com mais intensidade países mais pobres pelo fato de na África por exemplo, 45 milhões de crianças enfrentarem grave insegurança alimentar decorrente ao El Niño. A UNICEF avisou sobre a crescente insegurança alimentar na África Oriental e Austral, onde alterações climáticas e o El Niño 2023-24 levou milhões à beira da fome realçando necessidade de estratégias abrangentes para salvaguardar populações vulneráveis, com a diretora UNICEF à África Oriental e Austral região vivenciando crises múltiplas e sobrepostas e exacerbadas por padrões climáticos extremos, salienta que países como o Malawi assistem deterioração do estado nutricional infantil e aumento nos casos de desnutrição aguda com efeitos adversos das alterações climáticas incluindo ondas de calor prolongadas e secas invertendo ganhos na nutrição infantil e colocando milhões em risco. À medida que alterações climáticas agravam insegurança alimentar e riscos à saúde serve como lembrete da interligação da ação climática, segurança alimentar e bem-estar humano, apelando a reavaliação de prioridades para proteger os mais vulneráveis da sociedade.

Moral da Nota:  a ministra de Saúde da Sérvia, Danica Grujicic, avisou sobre o aumento da incidência de câncer e taxas de mortalidade pós o bombardeio da OTAN na Sérvia em 1999, já que ocupou o cargo de diretora do Instituto de Oncologia e Radiologia da Sérvia antes de nomeada ministra da Saúde em 2022, esclarecendo que 40 mil pessoas na Sérvia são afetadas pelo câncer anualmente e o Ministério da Saúde sérvio trabalha em um software para registrar mais rápidamente e automaticamente os novos pacientes. “Dados do ECIS, Sistema Europeu de Informação sobre o Câncer, em 2020, informam que a Sérvia ocupava o 1º lugar com índice de 150,6 por 100 mil enquanto a média europeia era de 108,7 pontos” e comenta que "temos tumores do aparelho respiratório, glândulas mamárias, sistema nervoso central, tireóide, aparelho circulatório e digestivo na cabeça em termos de mortalidade". O objetivo da operação Força Aliada era obrigar o país balcânico firmar plano de paz à região separatista do Kosovo, lembrando "o efeito da contaminação química, sem mencionar urânio empobrecido", enfatizou Grujicic. Por fim, vale citar o relatório do Programa das Nações Unidas ao Meio Ambiente recordando que as casas do mundo perderam mais de 1 bilhão de porções de comida ao dia em 2022, enquanto 783 milhões de pessoas padecem de fome e um terço da humanidade enfrenta insegurança alimentar, do total, 60% correspondem a casas particulares, 28% serviços de alimentação e 12% a comércio minoritário.